segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

PERDEMOS A BATALHA - Roberval Paulo


As famílias choram e as lágrimas e gritos se espalham e se perdem, sem ser ouvidos, na insensatez e insensibilidade desumanizada de uma sociedade sem norte. A dor não cicatriza e se sente mais e mais a cada dia, sem alcançar o porque, a razão; o motivo do nascer sem cura. O que era família já não mais se vê nem se sabe. Os valores se perderam no precipício do que um dia foi princípio...

A ética e a moral só um pouco ainda existem, bem pouco, e o egoísmo e a ambição, associados à individualização do ser, hoje falam por si só ou pelo seu grupo de iguais, agrupando-se pelas conveniências do lucrar mais em detrimento do que um dia foi a classe humilde mais abastada que, mesmo habitando o lado esquerdo da moeda, tinham o seu valor, pois a dignidade mantinha-se no exercício do seu auto e garantido sustentar.

Hoje não mais. O que foi família já não se vê. Os valores se foram na evolução imaterial, revertida na agregação e adição surtada da razão à emoção do material, que, se agiganta em importância nas relações que já foram de amor, transformadas hoje em mero comércio no objetivo seco e bruto do quem ganha mais.

O capital é a razão de ser da nossa inescrupulosa e irracional sociedade. Ele se faz “nobre” e único objetivo e meta nas mãos dos amantes da ambição e do egoísmo e, nesta matemática do ter que só opera a soma e a multiplicação, a parte mais frágil da sociedade, em tão maior número, vem a cada dia sendo subtraída e se subtraindo, exercendo e executando, à força de sangue e dor, a divisão do que há muito se fez indivisível.

A batalha está perdida. O Socialismo que um dia sonhou socializar o mundo, dis-socializou-se. Saiu de cena antes de se apresentar e por isso, não foi entendido. Em sua primeira versão, antes de se aperfeiçoar, foi tolhido em suas ideias e tragado pelo trator negro e valorado materialmente do extemporâneo capitalismo que não considera e nem respeita nem tempo e lugar, muito menos vida e gente.

A batalha se perdeu e as sociedades perecem vítimas do seu próprio desamor para com o seu igual e vencidas pelo maligno e insensível existir do ouro e do poder, e, por consequência, pela inteligência humana que se faz insana quando o assunto é ter e acumular e... sempre ter mais.

A razão está devidamente comprometida e perdida e a emoção responde pela sandice e imundície que somos. 

Sandice e imundície que somos enquanto sociedade criada à imagem e semelhança de Deus.

E que ele, DEUS, nos perdoe, se houver perdão.

Roberval Paulo

domingo, 27 de janeiro de 2013

ÀS VEZES É PRECISO FALAR DE AMOR - Roberval Paulo


Houve uma era em que mais se sentia o amor. E nesse tempo, um  homem que viveu além de tudo e de todas as coisas possíveis e impossíveis, dizia: Amai-vos uns aos outros como eu vos amo. E disse mais: Amai ao próximo como a ti mesmo. Mas, plantar o amor é difícil; colher, muito mais difícil se faz. Ele foi perseguido, acusado, julgado e condenado e, foi morto. Seu pecado? – Falar e viver o amor.

A vida se fez diferente a partir daí. Com o seu amor infinito, libertou e salvou todas as gerações passadas, contemporâneas e futuras pelo seu sacrifício e sofrimento aos pés do calvário, sob o peso do lenho da cruz e pelo seu sangue, que alimenta todos os nossos dias. O mundo se dividiu entre antes e depois dele. A vida triunfou e venceu a morte e a fonte de água viva jorrou no seio da humanidade.

Hoje, depois de tanto tempo e situando-me dentro da realidade atual, pergunto a mim, sem poder livrar-me de uma estranha sensação de descontentamento e impotência: Nada valeu a pena? Será que tudo foi em vão? Recorro ao poeta, que em um tempo mais recente, dizia: Tudo vale a pena se a alma não é pequena. E assim, busco alcançar um entendimento que possa, pela força desse mesmo amor que é dele e que habita em mim, salvar-me e libertar-me das garras sangrentas  do egoísmo e da ambição que, pela inconteste e maléfica influência do desejo negro do ter, instalou-se em nós e nos impede de abrir as portas para as virtudes do ser. O mundo já não canta o amor e a história continua a se fazer com sangue. No ciclo vicioso do poder, a ambição gera seus filhos, verdadeiros pais do egoísmo. A destruição é total e se demorarmos a acordar desse sono e sonho malditos, o caminho é sem volta.

A natureza, agonizando, pede socorro, sem ser ouvida. Os valores éticos e morais foram-se, partiram para uma galáxia distante, expulsos pela nossa soberba e cobiça e pelo nosso desprezo e desrespeito ao semelhante. Só se vê descaso pelas questões sociais que afligem o planeta e aniquila milhões de semelhantes, transformando-os em bichos à procura do nada, abatidos todos os dias pelo tiro certeiro do inevitável, agindo fora do seu ciclo natural. A sociedade perece, vítima do seu próprio desamor e leva consigo a inocência que um dia foi nossa e que reinava nos recôncavos perdidos e esquecidos do limiar da existência. O caos é total e parece não ter fim. Tornar-se-á eterno como eterno foi um dia, o amor, que dorme, enfraquecido e desqualificado, no seio desumano dos humanos que somos.

É preciso acordar. O sinal de alerta já foi acionado e a luz das trevas só espera o momento para reinar sozinha, negra e sem cor e desesperançada de viver.  A vida, agora, ínfima e tênue, continua a descendente escalada e, teimosa e obstinada que é, procura perenemente e incessantemente pelo amor, para ressuscita-lo.  Procura incansável mas necessária. Só este encontro será capaz de alterar esta realidade; vida e amor andando juntos.

Assim, penso e ainda me sinto existir e volto a crer, depois de tantas incertezas, que a humanidade tem jeito. Mas, depende de todos nós. Vamos dar essa mãozinha. Vamos, todos nós, juntos, ressuscitar o amor e semea-lo em nosso meio e seio. E aí, cheios e repletos do amor, vamos trilhar juntos o caminho da paz, da compreensão, da igualdade e da vida digna e justa a todos, indiscriminadamente. Só o amor de tudo é capaz e é, esse amor, o dom maior. Está no ser e o ser é o espírito e é tudo o que resta. O espírito que é amor; o amor que é espírito. É isso mesmo. Sendo assim, estamos recomeçando no caminho certo.

É o que sempre digo.
Às vezes é preciso falar de amor.

Roberval Paulo

Blog Roberval Paulo: A TRAGÉDIA DE SANTA MARIA – RS – 27 DE JANEIRO NEG...

Blog Roberval Paulo: A TRAGÉDIA DE SANTA MARIA – RS – 27 DE JANEIRO NEG...: São pouco mais, pouco menos, 240 mortes, que dilaceraram sonhos, projetos, metas e arrebentaram com relações, comunidades e famílias. S...

A TRAGÉDIA DE SANTA MARIA – RS – 27 DE JANEIRO NEGRO - Roberval Paulo


São pouco mais, pouco menos, 240 mortes, que dilaceraram sonhos, projetos, metas e arrebentaram com relações, comunidades e famílias. São jovens, jovens e mais jovens, no princípio dos seus sonhos adultos, com suas vidas ceifadas, sem chegar ao final da missão planejada, trabalhada e suada pelos próprios e por seus familiares.

Este terrível acidente (incêndio) se deu na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, situada a 300 kms da capital Porto Alegre. Uma cidade universitária, com um corpo discente de mais ou menos 27 mil universitários, do estado do Rio Grande do Sul e de vários outros estados do país.

Este acidente ocorreu dentro de uma boate tradicional da cidade e muito frequentada, principalmente por universitários, começando por volta das duas e meia da madrugada, incêndio este provocado, provavelmente, pelas faíscas de um sinalizador detonado no palco e que ao chocar com a espuma do teto, responsável pelo isolamento acústico da boate, pegou fogo e se proliferou rapidamente.

A boate cheia, lotada de jovens, que no tumulto e na ânsia de deixar o local, se pisotearam, muitos se concentrando no banheiro, procurando saída, por não ser clara e nem sinalizadas as saídas de emergência e ainda dificultadas, segundo os relatos, pela ação de alguns seguranças que bloquearam a saída para que os usuários não saíssem antes do pagamento do seu consumo.

Algo terrível de se imaginar, sabendo que diante de uma situação emergencial como essa, a primeira providência é exatamente a evasão do local, pois a maioria das vítimas fatais morreram por asfixia produzida pelo gás tóxico da fumaça exalada e inalada.

O desfecho foi terrível, terrível demais e deixará marcas profundas na nossa sociedade. O que dizer ou fazer? Fatalidade ou negligência??? Destino ou descuido??? Tudo isso precisa ser definitivamente e minunciosamente apurado e que se responsabilize à quem de direito, se responsabilidade houver.

Falando do governo, um grande estadista deve estar, em qualquer situação e circunstância, ao lado do seu povo. E nas situações de emergência, situações que alteram os pilares básicos da sociedade, ainda mais.

A Presidente Dilma Roussef deu essa demonstração de grande estadista. Humanista que é, cancelou toda a sua agenda oficial, de reuniões importantes com a cúpula política da América do Sul, onde estariam presentes Presidentes de vários países, na cidade de Santiago, no Chile, para estar ao lado do seu povo, presente no local do fatídico e terrível acontecimento, inclusive, disponibilizando toda a estrutura e logística dos órgãos do Governo Federal, com seus Ministérios, Forças Armadas e outros afins para agilizarem com eficiência e eficácia, o socorro e atendimento emergencial às vítimas deste tão fatal e lamentável episódio.

É lógico que necessário se faz ainda, após a mobilização de toda a estrutura do governo no socorro e atendimento urgente às vítimas e aos parentes e familiares das vítimas, uma investigação acurada e circunstanciada para apurar as responsabilidades, se estas houverem, para não se instalar mais uma vez no seio da nossa sociedade, esse terror que responde pelo nome de “impunidade”.

E que Deus...que o nosso Grandioso DEUS, Senhor de tudo e de todas as coisas possíveis e impossíveis, com o seu amor infinito, possa confortar a todos os parentes e familiares das vítimas e a todos os feridos e sobreviventes, restabelecendo suas forças e os recuperando, dando-lhes força, coragem, espírito de solidariedade e muito, mais muito amor para superarem este triste, negro e tão lamentável acontecimento.

As tuas bênçãos Pai e nos abençoe a todos. Amém!

Roberval Paulo
Blog Roberval Paulo

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

SANGUE - Roberval Paulo


O sangue é que chama. Todos sentem a dor mas só o sangue é que verdadeiramente sangra. É que verdadeiramente sente.

Nos compadecermos com a dor do outro é muito simples e, por mais que nos sensibilize, por mais que nos faça chorar, a dor é indolor, se é que assim se pode caracterizar. Agora, se a dor é do sangue; se a dor é do parente, do pai, da mãe, do filho (a),da irmã (o), é aí que verdadeiramente essa dor passa a ser nossa.

Nos compadecemos com a dor alheia por uma questão de humanidade, mas a dor que sentimos é da compaixão, do senso de humanidade que temos, do espírito de solidariedade e da graça do amor ao próximo a nós doada por Cristo e que, por ser espiritual, vive impregnada em nós, indiferente à nossa vontade ou deliberação.

Mas o sentimento verdadeiro e que nos faz sangrar só agride o nosso ser e o nosso organismo quando é sentido no sangue, seja o próprio ou do consanguíneo.
Roberval Paulo 

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

A TI SENHOR JESUS!

Senhor Jesus, em tuas mãos entrego tudo. Seja feito a tua vontade Senhor. Nos conceda a graça de continuar a nossa luta, gozando de saúde e paz e a cada dia nos tornando pessoas melhores. Só tu é o poder e a glória para sempre. Para ti o impossível é possível, o difícil se faz fácil, o sonho se faz em realidade, e tu Senhor, jamais deixou ou deixará desamparado um filho teu. Perdoa-nos as nossas culpas e falhas e fortaleça sempre a nossa fé em ti Senhor. Obrigado por tudo Jesus e continuamos querendo, pedindo, exigindo e sentindo a tua presença em nossas vidas. Amém Jesus! É teu o poder, a honra e a glória para sempre. Confiantes em ti, aguardamos e acreditamos na tua ação nas nossas vidas. Amém Jesus.
Roberval Paulo /
Gustavo Felipe Paulo Almeida