terça-feira, 31 de agosto de 2010

PROCURA

Revirei meus livros e o meu guarda roupas
tirei a poeira da vida e guardei-a
no chão do meu sonho

Levantei o tapete
e lá se foram todos os meus guardados
levados vento afora

Fechou-se a janela da memória
e os meus verdes engavetados
amadureceram
no futuro do esquecimento.
(roberval paulo...

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

SERTANEJO UNIVERSITÁRIO! A cara do novo é velha...

SERTANEJO UNIVERSITÁRIO?
O que é isto?
Nova nomenclatura de um estilo?
Um novo rótulo?
Qual o propósito?
Perco-me, às vezes, nessa definição e procuro encontrar fundamento não que justifique o termo, mas sim, que traga à luz condicionada dos nossos olhos tortos, a clarividência “clarividente” do alimento, no crucial momento de o deglutir.
Esta é a mais nova definição do que se intitula de "Música Sertaneja". Mas é na verdade só um chamariz, um novo atrativo; a nova mensagem extraída do mesmo texto, já velho e subjacente. Uma maneira nova de trazer o velho ou uma maneira velha de ganhar o novo, façam a leitura que entenderem e captarem, pois, tudo dá no mesmo. Como está escrito no Livro do Eclesiastes: >”Tudo o que acontece ou que pode acontecer já aconteceu antes. Deus faz com que uma coisa que acontece torne a acontecer (cap. 03, vers. 15)”. Acredito que esta passagem não deva ter nada a ver, especificamente, com o texto que ora me proponho a escrever, mas, no mínimo, retrata que, tudo o que foi é o que é, e tudo o que é, é o que será. É assim também com a música sertaneja. Para resumir, parafraseio o poeta que já dizia: "Nada mudou". Esta é, pura e simplesmente, mais uma “comum” estratégia de marketing; mais uma da nossa sensacional mídia e do nosso ensandecido mercado, altamente e compulsivamente consumista, que consome o velho vestido de novo, mesmo sabendo a roupa nova ser a sobra do tecido envelhecido e já, outrora, consumido. O sertanejo é o sertanejo e, na concepção musical, foi e sempre será a música cantada por uma dupla de artistas, independente do gênero apresentado. Numa outra concepção e talvez, a mais original, e que conserva a verdadeira acepção da palavra, é a música que retrata e relata a vida do campo, do povo realmente sertanejo, seus costumes e hábitos, seus amores, suas ilusões e desilusões, seu contato com a natureza enfim, seus mais olvidados e desprezados e, ao mesmo tempo, expressivos e indiscutíveis valores e que, a muito tempo, foram relegados ao esquecimento na música cantada hoje. Portanto, sertanejo ou sertanejo universitário, é a mesma coisa, é mais do mesmo e só isso, com a diferença de que, para se inserir e se destacar no universo do ambiente “sertanejo universitário”, é necessário que seja uma “duplinha, sem pejorar”, assim, mais ou menos esteticamente bonitinhos - essa é a rotulação das gravadoras - sem considerar estilo ou classificação, ficando as duplas menos afeiçoadas e mais velhas no título de somente sertanejo, mas, no entanto, cantando o mesmo. Necessário ainda se faz considerar que a maioria dos ditos "sertanejo universitário" nunca passaram por uma Universidade e que o público que os curte está bem longe de ser só universitários, posto que essa música se espalha pelos rincões sem fim do nosso Brasil, distante e a perder de vista das universidades, impregnando-se na pele e nos sentimentos dos seus apreciadores, tornando-se parte integrante no processo cultural e social do País e, porque não dizer, econômico. Só me resta a pergunta que não quer calar: E aí? Vamos de sertanejo ou sertanejo universitário? Ou os dois? Tranco-me em mim, reflito e respondo por todos nós brasileiros: Isso é o que tem que ser. Escolham e curtam, até que o sucesso “novo” canse e caia e, consequentemente, deixando de ser novidade, as vendas diminuam, para que, como nova alternativa de faturamento e de sucesso, se crie um novo rótulo para tentar as nossas preferências e inteligência, e nós, sábios e senhores dos nossos desejos e prazeres e meros instrumentos da sede filosófica do ser, adentraremos, natural e instintivamente, pela fonte da novação para fazer beber e alimentar os nossos sonhos velhos.

(por robervalpaulo...
SERTANEJO UNIVERSITÁRIO! A cara do novo é velha...

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

SERTANEJO UNIVERSITÁRIO?

O que é isto?

Nova nomenclatura de um estilo? Um novo rótulo?

Qual o propósito?

Esta é a mais nova definição do que se intitula de "Música Sertaneja". Mas é na verdade só um chamariz, um novo atrativo. Uma maneira nova de trazer o velho ou uma maneira velha de ganhar o novo, façam a leitura que entenderem e captarem, pois tudo dá no mesmo. Como está escrito no Livro do Eclesiastes,  >tudo o que foi é o que é, e tudo o que é, é o que será... Para resumir, parafraseio o poeta que já dizia: "Nada mudou". Esta é mais uma tirada; mais uma da nossa sensacional mídia e do nosso mercado altamente e compulsivamente consumista, que consome o velho vestido de novo, mesmo sabendo a roupa nova ser a sobra do tecido envelhecido e já consumido. O sertanejo é o sertanejo e, na concepção musical, foi e sempre será a música cantada por uma dupla de artistas, independente do gênero apresentado. Numa outra concepção e talvez, a mais original, e que conserva a verdadeira acepção da palavra, é a música que retrata e relata a vida do campo, do povo realmente sertanejo, seus costumes e hábitos, seus amores, seu contato com a natureza e que, a muito tempo, foi relegado ao esquecimento na música cantada hoje. Portanto, sertanejo ou sertanejo universitário, é a mesma coisa, é mais do mesmo e só isso, com a diferença de que, pra se ingressar no ambiente sertanejo universitário, é necessário que seja uma duplinha assim, mais ou menos esteticamente bonitinhos - essa é a rotulação das gravadoras - sem considerar estilo ou classificação, ficando as duplas menos afeiçoadas e mais velhas no título de sertanejo, mas, cantando o mesmo, ressaltando ainda que a maioria dos ditos "sertanejo universitário" nunca passaram perto de uma faculdade e que o público que os curte tá longe de ser só universitários, posto que essa música se espalha pelos rincões sem fim do nosso Brasil, distante e a perder de vista das universidades. E aí? Vamos de sertanejo ou sertanejo universitário ou os dois? Escolham e curtam, até que o sucesso caia e, consequentemente, deixando de ser novidade, as vendas diminuam, para que, como nova alternativa de faturamento, se crie um novo rótulo para tentar as nossas preferências e inteligência.
(por roberval paulo...

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

UM DESPERTAR!

Um sonho que não acorda mas que aguarda pelo sol como se houvesse um nascimento a cada dia...

é como se o amanhã fosse um novo ser e nascesse sempre frequente e constante para trazer ao mundo

a alegria perdida, gerada no ventre escuro da ambição e do egoísmo...(robervalpaulo...

PRA NÃO DIZER QUE EU NÃO DISSE NADA

Tive um sonho e sonhei que era um anjo e aquele anjo sem asas mas que, pela força do invisível e do mistério do incerto, voava e mais voava; voava que nem sabia como era a estrada de andar.. Um anjo sem asas e que de nada entendia nem mesmo porque era anjo e nem mesmo o que é ser anjo mas que, inexplicavelmente, voava, voava e mais voava..

Abri as asas que eu não tinha e ganhei os céus. Eu era esse anjo que asas ele não tinha. Subi, subi alto e contemplei, lá de cima, o altar. Um imenso boneco redondo, nas cores azul e verde e pés e cabeça alvos como neve. Refleti sobre aquela imensidão de espaço vazio e pude perceber a distância do meu pé ao meu pensar. Aquele espação infindo a perder de vista e nada para todos os lados, e direções, e sentidos, e só aquela bolinha em azul e verde, e branco nas extremidades, vagando ao léo, sem destino, suspensa no ar e sem amarras para lhe segurar. Não entendi o mistério e mesmo se buscasse entender, não entenderia. Aquela bolona imensa, pequena diante do vazio do espaço mas, imensa e desorquestrada...se comparada a mim. De terra e água é seu ninho; de mato e bicho seu peito, e ainda de gente, em todo o seu sentimento e muito de tudo. Milhões e milhões e até bilhões de tudo, portanto, pesada; pesada não, pesadona, e suspensa no vazio do espaço, sem cordas e não cai. Suspensa pela massa do ar e andando ao vento pelo tempo, sem parar e sem ninguém no volante. Não consigo entender nada. Quanto mais me findo nesse propósito, menos entendo. Dizem que é uma tal de gravidade ou lei da gravidade, não sei. Na verdade, eu nem sabia se existia essa gravidez, nua e filha, nem sei de quem, a viajar pelo espaço, sem amarras, nem cordas, totalmente suspensa, sem raiz, a andar sem destino e sem direção, na órbita de um pensar que não é atmosférico. Penso que vai à procura do Apocalipse final que, a bem de uma outra verdade, eu também não sei o que é e nem onde mora, se é que ele tem residência; ou será que seria ele mais um descamisado andarilho pelos trilhos da esperança e que ao fim só encontra um mar de terra para guardar seu corpo ínfimo e pouco que descansa, leve e morto, ao pé de um jacarandá?. Penso mesmo que essa mãe, que às vezes se chama terra, viaja sonho afora é em busca do pai que perdeu. Do pai de sua gravidade gestada em um tempo inexistente e distante, feito minhas asas que um dia estiveram em mim e que ao anúncio da criação dos filhos do gênesis, povoaram o olimpo. Assim zeus se fez Deus para apadrinhar a insensatez da mitologia fora do seu tempo mas que caminhava para encontrar a porta que culminasse e se materializasse nos trilhos da obscura luz da última realidade, ou, pelo menos, que fosse uma janela e, mesmo sendo a passagem, mais estreita, poderia por ela saltar ao espaço do precipício sem fim que é a viagem sem destino e sem direção e também, sem comandante, da mãe que procura pelo pai da gravidade gestada em seu ventre, que subiu e não desceu e, que quando desceu, acabou descendo mais do que o necessário para voltar a subir e, não mais subindo, passou do destino e não mais encontrou o caminho de volta.

Assim se deu a viagem do anjo sem asas que nada de gravidez ou gravidade foi ao espaço buscar, mas, que viu e se solidarizou com o choro das estrelas, lágrimas estas que diziam da estupidez exasperada daqueles seres ingnóbios que mais pareciam micróbios que cavavam sem parar o corpo daquele corpo que ainda hoje viaja mas não encontrou parada nem a estação pra estacionar e nessa viagem sem fim leva toda a nossa vida e as nossas forças e sonhos para o espaço de um lugar que não se sabe onde é e nem se lá vai chegar mas que como todo ser que pisa os degraus do medo vai sem medo para a morte que fica na encruzilhada do canto daquela estrada que não se sabe parida ou se já foi a abortar.

Não desci do meu sonho, só acordei e, quando os olhos eu abri, estava ali, na minha frente, me olhando com aqueles olhos que eu não sei decifrar, o filho do pai que um dia partiu pra órbita da dor e deixou sozinha, a mãe, que viaja sem parar, e chora, como ela chora e suas lágrimas fizeram o mar e esse se vai a encher pois ela não para de chorar porque o pai não encontra e o filho é que aqui está e a mãe ainda nem pariu, só chora e chora e me olha junto com o pai que é seu filho e me chama, me chama e eu, que acordei agora, não sei se já é a hora de seguir não mais eu órfão ou se aqueles olhos de pai de mãe e de filho que é filho do pai da noite vai ainda permitir que o meu corpo comece essa viagem a seguir e que a cria do medo, do meu ser que desconheço me revele o segredo de não mais ter pesadelos e em paz poder dormir.

(robervalpaulo...

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

FALANDO SOBRE A GALINHA E O PORCO...

A GALINHA E O PORCO???



A galinha e o porco...Eis a questão. O ovo vem e faz parte da omelete e o bacon também está ali junto. De repente, eu raciocino e.....nossa, o ovo vem, mas, a galinha, fica....e...viva!...Aí vem o bacon, mas...o porco...coitado, esse já se foi...Pra onde? Aí é querer demais, não sei. Mas a galinha eu sei q vai ainda me mandar outros ovos para outras omeletes recheadas com bacon, que, por sua vez, cumprindo sua missão, mandarão outros porcos para Ghost! Do outro lado da vida. Pô cara, é tudo underground demais e, misturado com a Seleção Brasileira, é a própria cesta (mistura) da Carmem Miranda. Aí, tudo beleza, 2 x 0 Brasil. Errado foi o Dunga - nada de galinha e porco, nem ovo nem bacon - foi só peia, tunda, sova, pisa, derrota. Resumindo, só taca. Tem q misturar e o Dunga não misturou, aí já sabe, deu no que deu. Valeu Mano, até a próxima, vamos ver qual vai ser a seguinte mistura mas, seja o que for, não deixe de misturar. Assim deu certo e vai continuar dando e o Brasil, ganhando. É isso aí, Ganso com Pato = ser q faz gol e gol é vitória e alegria e feliz omelete pra todos. E, vejam bem, com ovo e bacon e......que não tenham nenhuma indigestão, senão...é o fim. Então, nada sem omelete e tudo com galinha e porco e....Vamos lá Brasil....rumo a 2014 e...Campeão de novo. Nada mais genuíno. Só mesmo o mano, omelete, somos nós voltando à simplicidade; somos nós, BRASILEIROS voltando à origem, à raiz; voltando à nós mesmos. Valeu Mano Menezes. Era isso que faltava. Um abraço...(robervalpaulo...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

DA GERAL

Leia e reflita...que o tempo está passando...

DA GERAL me faz pensar em tudo. Em tudo o que penso e não realizo, juntamente com tudo o que realizo. Isso me leva a crer que o Universo tem jeito, pois nele existem as coisas alcançáveis e inalcansáveis, possíveis e impossíveis, visíveis e invisíveis...

DA GERAL me leva ainda a pensar em tudo o que deveria eu estar fazendo agora de mais importante, além de escrever ao acaso do nada e ao encontro do tudo, estas palavras soltas e tortas, a um destino incerto, mas provável; palavras ao tempo e ao vento que, despretenciosas e extintas de outros interesses que não o verde azulado da distância, contrastando com o crepúsculo rubro e róseo de um sentimento cinzento, vem desfolhar seus sonhos nas águas que levam tudo e todos a qualquer lugar que desconheço, no caminhar obscuro das almas curtidas de sol e de sonhos, ao destino da viagem última; começo de um recomeço que não tem dia e nem hora pra chegar, mas que chega quando se menos espera; às vezes por tanto esperar, e assim, DA GERAL me faz pensar e entender e compreender que o nada é maior que o sonho e o tudo é a ilusão inalcansável dos sonhadores que, por sonharem, venceram grandes distâncias e, pela mistificação do sonho e a indecifrável caminhada do não sonhar, chegaram ao encontro do vazio existente na inexistência do fim, que começa quando já não há mais começo; na relatividade perene do tênue absoluto que não se toca nem se vê, mas se sente no mistério do desconhecido fim, que, só começa e recomeça, mas nunca apaga nem acaba: "A chama de luz que ilumina todas as almas; o sopro de vida que existe no vento que passa por nós tão só, tão único, que nem parece carregar a vida, e, DA GERAL, sentado e absorto em mim, vejo a continuidade do dia se perder no começo da noite que é só o preâmbulo para o próximo dia que vai nascer com a manhã e, assisto a tudo, passivamente, sem saber até quando vou continuar aqui, NA GERAL".

robervalpaulo


quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O MEU RETRATO DE MIM
                                                  robervalpaulo...

Sou sozinho sim
É, me sou sozinho neste mundo
Pois não nasci atrelado e nem grudado a ninguém
Saí sim de minha mãe e ela, com toda honra e glória
pela eternidade da história
É a única pessoa que me tem.

Não sou sozinho por gosto nem tão pouco por desgosto
Sou sozinho por ser sozinho e é assim que me sinto bem
Mas sempre preciso de um
E outra vez é dum outro
E outra vez do outro e do um
Que precisam de mim também
Mas neste mundo de meu Deus o que mesmo me alegra
E me conforta e me assossega
São os olhos do meu alguém.

Olhos de quem nem conheço
E nem sei mesmo se existe neste tempo que é presente
Mas que é amiga do vento
E vive em meu pensamento
Uma imagem reluzente, transparente, incandescente
Rastro de estrela cadente
No rosto do firmamento.

Não me entrego a sorrisos
Não sou fácil de entender
Não sei nem o que querer, nem mesmo como querer
E se me queres pretender
Chegue sem me dar aviso
Chegue sim, com um sorriso, um verdadeiro sorriso
Que eu deixo o meu juízo
pra teu juízo querer.

Mas se queres saber mesmo quem que me sou realmente
E pela vontade instigante de um momento
Puder em teu pensar repensar meu pensamento
E quiseres não mais me ver assim tão sozinho
Seja em ti um ser de amor e de carinho
Chegue a mim olhos nos olhos, frente a frente
E me tome pela mão fraternalmente
E me diga com verdade, muito prazer meu amigo
Que eu seguirei na caminhada lado a lado contigo
E, brando e serenamente, lhe chamarei também amigo
E transfigurando os sonhos nessa mais terna amizade
Redirecionando a vida no caminhar da verdade
Vamos nós, não mais a sós, sorrindo a cultivar gentes.





quarta-feira, 4 de agosto de 2010

SOBRE O MAIOR DO MUNDO


Sobre o Maior do Mundo
                         (robervalpaulo)

Ser FLAMENGO é um estilo, um jeito de ser e agir. É ser somente e nada mais importa. Ser FLAMENGO é como ter o seu próprio SOL e querer, em sua magnânima humildade que, a luz desse SOL, tão pessoal, brilhe, indistintamente e indiscrimadamente, para todos. Ser FLAMENGO ultrapassa a essênca do ser e a sensação de prazer e de amor transcende os sentimentos possíveis e impossíveis, transportando-os para além da barreira atmosférica e ainda para além do enigmático universo pós matéria. Ser FLAMENGO não é só torcer pois, FLAMENGO, não é só um time de futebol. FLAMENGO é uma Nação, minha Religião, meu Oásis no deserto da bola. FLAMENGO é uma inspiração constante, frequente e perene e, a cada dia, mais sólida e robusta; inspiração esta que alimenta e ilumina nossas mentes, tingindo nas cores negras da dor e rubras do amor, os corações enternecidos e incendiados em ser FLAMENGO, repetindo  a todo instante e pra sempre a doce música Flamenguiana, com seus tons e sons e cores de magias mil, bombardeando em coros de milhões de anjos os nossos ouvidos, fazendo jorrar pelos campos da vida o nosso vermelho e preto; nosso sangue vivo que, saindo de nós, emitido no êxtase das nossas emoções, vai  pela vida repetindo em coro FLAMENGO! FLAMENGO! FLAMENGO! e "Uma vez FLAMENGO, sempre FLAMENGO,
FLAMENGO sempre eu hei de ser. Tu és clube de tradição / Raça, amor e paixão / Oh! meu MENGOOOOOOOO!"

Aí sim, pode vir o fim
Pois tudo no mundo, enfim, é FLAMENGO! FAMENGO! FLAMENGO!

(robervalpaulo)

SONHADOR
                      (robervalpaulo)



Ele diria:

Da noite,

Prefiro os sonhos

Da lua,

O sonhar distante

Do dia,

O sonho da hora, “real”

Da vida,

O sonho que é flor.


E vivendo,

Sonhou até a morte

E sonhando,

Morreu até o fim da vida.

A VOLTA (robervalpaulo)

                  Uma homenagem a Mário Quintana

Avistei ainda de longe
                         as primeiras casas

Os campos conhecidos
                        chegavam-me aos olhos

Um pouco diferentes

Mas, com a mesma familiaridade

Entrei na Avenida Principal

As casas pareciam cumprimentar-me

Muros sorriam

Estavam com saudades

Paredes novas e retocadas

Portas e janelas de caras novas

Pisei o chão da minha rua

Eles me saudaram

Um olhar asfáltico

Entrei na casa da minha infância

Acordando minhas lembranças, todas verdes

Elas receberam-me, em festa
                                           e maduras

E com um sorriso amarelo

Reclamaram tamanha ausência


Sorri de lágrimas nos olhos

Chorei de sorriso nos lábios.

EU MAIS DE MIM (robervalpaulo)

Eu sou o elo de ligação entre tu e mim

Eu sou a comunicação entre a vida e a morte

Eu sou o sol a dourar no jardim

Eu sou em mim o tom negro da noite


Eu sou a flor do começo da vida

Eu sou a flor, uma flor para Ana

Eu sou o amor da mãe pelo filho

Eu sou a vida sempre por um fio


Eu sou Cristina, Fernanda, Maria

Eu sou o cão, amigo do homem

Eu sou toda a vida mais nem sei o meu nome

Eu sou o começo do fim que te espera


Eu sou, nem mais sei o que sou

Nem quem sou, sou de mim desconhecido

Sou andante, navegante, me sou perdido

Sou você que nem mesmo me conhece


Eu sou, enfim, a moça da janela

O olhar perdido em seu mundo interior

Eu sou o rio acalentando a flor

Mas minha obra prima ainda está por vir.

ELE VEIO DO MAR (robervalpaulo)

ELE VEIO DO MAR (roberval paulo)

                 
Quando parti para os dias

Nem sabia, da noite, os seus mistérios

Se ia, sem destino, ao vento

Contando, dia a dia, a história de minha vida


Assim, quase sem querer

Sem vontade se seguir em frente, só seguindo

Sem entender o badalar das horas, só indo

Ingressava eu no ritmo louco do tempo


E este, o tempo, passando sem parar

Sem olhar para trás, sem se importar, só a seguir

E eu me vi no tempo, era eu e ele, ali

Caminhando a estrada que só se caminha

Que só se caminha, sem saber onde vai dar


Pude perceber

Que a caminhada é pra se levar

Que as pedras são pra se tropeçar e enfim

Cair e se levantar é pra quem sabe onde quer ir

Que os caminhos tortuosos é pra quem sabe

andar e quer chegar

Que a estrada colorida, florida e iluminada

é pra quem veio do mar


Que o destino é pra seguir com o tempo

Sem conhecer, sem saber, sem se abater

Só a romper a larga distância do sonhar

Sorrir e chorar no desconhecido mundo

Sofrer e amar ao som do vento vagabundo

Cantar, entre flores e lágrimas, a nossa breve trajetória


De quem veio, sem saber de onde

E vive, sem saber a razão

E fala, quando ninguém responde

Mas segue, segue em frente

A buscar o que nem sabe se existe

Às vezes, alegre, outras vezes, um ser triste

Que cansado da jornada, só pensa em chegar


Aonde? Não sabe...

Por que? Desconhece...

Mas sabe que um breve fim o espera

Porque a história se faz no caminhar.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

ALQUIMIA APOCALÍPTICA (robervalpaulo)

Na sombra do som que se instalou em meus olhos

Na luz da manhã que anunciou o crepúsculo

Na fonte cansada que transportava a vida

Surgiu sua dor

As folhas se agitaram ao tocar os teus pés

O sabiá emudeceu ao sentir o teu canto

A lua se esquivou à tua presença

E eu,

Corri em desespero pelos dias

À procura do teu encontro

Que perdi na noite passada



Na explosão bombástica que dizimou o mundo vida

Na fome que se instalou no seio morto da vida

Nas lágrimas verdes da mata em sua mortal cantiga

Me veio sua dor

As águas pararam para lhe dar passagem

O sol escureceu aos seus raios divinais

O tempo abriu as portas para que fosses ao vento

E eu,

Parti extasiado pelo abraço de Vênus

A encontrar o teu amor

Naufragado nos braços do mar “desprezo”.

robervalpaulo
rps/.