quinta-feira, 4 de julho de 2013

POESIA PURA, PURA POESIA...

Poesia: Glosas de João Paraibano, Manoel Xudú e Wellington Vicente

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Brilha o sol iluminando
Tudo quanto a terra cria.
Desponta o sol no nascente
O camponês vai pra roça,
A porca velha se coça
Nos tijolos do batente,
Corta mato com o dente,
Faz uma cama e dá cria,
Sem precisar cirurgia,
Nem parteira tocaiando,
Brilha o sol iluminando
Tudo quanto a terra cria.
                       ( João paraibano)

Quem nunca fez madrugada
Não sabe o segredo dela.
Depois de ter descambado
De meia-noite em diante
Um morcego é um gigante
Para quem anda assombrado
E vê-se um bêbado escorado
No mourão duma cancela
Botando baba amarela
Pela boca escancarada.
Quem nunca fez madrugada
Não sabe o segredo dela.
                      (Manoel Xudú)


 Isto é sertão ou não é?

A patativa golada
Numa fruta de facheiro
O cuidado do vaqueiro
Com a novilha amojada
Um bom samba de latada
Que hoje é arrasta-pé
Promessa pra São José
Nas mais diversas novenas
Imaginando estas cenas
Isto é sertão ou não é?


O gorjear dum canário
Na copa da aroeira
A fé duma rezadeira
Pelas contas do rosário
Um poeta solitário,
Uma viola, um café,
Fumaça na chaminé
Denunciando a morada
Onde é feita uma buchada
Isto é sertão ou não é?

Um sanfoneiro ensaiando
Debaixo da baraúna
Um disparo de reiúna
No pé da serra ecoando
A morena costurando
No alpendre do chalé
Um bebum pedindo um “mé”
Escorado no balcão
Pra quem conhece o sertão…
Isto é sertão ou não é?

Wellington Vicente

Motes e glosas "Pedro Fernando Malta"

JBF
Extraído do Blog Cantigas e Cantos

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