terça-feira, 8 de outubro de 2013

RENASCIMENTO - Roberval Paulo

Eu quase que nem mais choro
As lágrimas me abandonaram
As explorei tanto e tanto
Que elas de mim viajaram
Se foram, se dissiparam
E eu fiquei meio assim
Não sei nem como é que estou
Assim, olhando a distância
Os olhos fixos, parados
Paisagens se vão passando
Pessoas vão caminhando
E eu passando ao largo
Tô vendo e não estou vendo
Me sinto alheio a tudo
Que já me foi mais amado

Sabe como é que é
Você já se sentiu assim
É como se em todo o mundo
Nada mais lhe interessasse
Como se a vida acabasse
Sem ter chegado ao seu fim
Não sei nem mais como agir
As forças que um dia eu tive
Os combates que travei
Quantas batalhas venci?
No trem do tempo me vi
Quão lutas vitoriosas
As glórias glorificadas
Essas glórias alcançadas
Será que tudo perdi?

Os olhos fixos, inertes
E a cabeça rodando
O pensamento pensando
Eis que me vem um alento
Olha lá fora, é o vento
Que continua a soprar
Eu me sou tal qual o vento
Nada me pode estacar
Nada me pode deter
Uma dor? Eu mando embora
Insegurança, se manda
Angústia não é demanda
Vou prosseguir e é agora
Persistir no meu querer
Lançar todo o medo fora

E o vento me invade o peito
Encho os pulmões de alegria
Nos olhos meus já se abria
A janela da esperança
Ah! Deus, como a vida é bela
Como é gostoso viver
O despertar todo dia
A hora do entardecer
A tua mão me mostrando
Qual o caminho a seguir
O teu amor infinito
Extravasando em mim
Oh! Deus, estou caminhando
A vida recomeçando
Tua face contemplando
Razão do meu existir.

Roberval Paulo

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