O menino Jesus nasceu. Num estábulo, uma mangedoura, em meio aos
animais. Em um ambiente rústico e pobre mas carregado da energia vital do
existir e da essência viva da vida na natureza. Trouxe em si a simplicidade
para o mundo e a humildade das almas generosas.
O menino Jesus nasceu. Não tinha mansões, nem castelos, nem
riqueza, nem tão pouco ostentação. O berço foi arquitetado ali, na
hora e, astuciosamente, feito com palhas, a matéria prima disponível no
ambiente e que agasalhou bem alcochoadamente aquele minúsculo corpinho
cheio de divindade e o aqueceu do seu próprio calor; o calor da vida em sua
total plenitude.
O menino Jesus nasceu e não trouxe consigo poder nem ouro; nem
palácios, nem reis. Não trouxe ambição ou egoísmo, muito menos soberba ou
preconceito. Nem inveja, nem luxo; nem maldade e nem destruição.
O menino Jesus nasceu e trouxe sim, a construção de um mundo novo.
A boa nova foi anunciada e o verbo de Deus se fez carne, para
habitar a terra e salvar a humanidade tão sem rumo, cumprindo-se assim as
escrituras sagradas.
O menino Deus nasceu e trouxe à humanidade, o amor perdido,
esquecido e sepultado na ambição e egoísmo dos homens. Trouxe simplicidade e
humildade; trouxe generosidade e os ensinamentos para uma vida reta, justa,
digna e repleta de amor de uns para com os outros.
O menino Jesus, nosso Deus e Salvador, nosso ser onipotente e
divino tornou-se em carne; tornou-se homem para a salvação da
humanidade, sua imagem e semelhança.
E, na sua pureza de homem santo, foi perseguido. Foi
julgado, condenado e crucificado, sentindo no corpo e na alma, a dor e o
abandono daqueles que tanto amou e ama, feitos, por amor, à sua imagem e
semelhança.
Jesus Cristo morreu pregado no lenho da cruz para a salvação
do mundo.
Quanto sacrifício! O sacrifício da própria vida por aqueles que o
negaram e renegaram e o abandonaram, lavando as mãos.
A vida venceu a morte, é o que nos é pregado.
Será que realmente venceu?
Como a vida venceu se continuamos a morrer todos os dias. Não
estou aqui falando da morte em seu sentido literal e natural.
Estou falando da morte que sofre a sociedade todo dia.
A morte pelo desprezo, pelo descaso, pelo abandono.
A morte pela exclusão, discriminação; a morte pelos
preconceitos.
A morte pela ambição e egoísmo dos que querem sempre
mais, não se importando com a vida dos seus iguais.
A morte pela acumulação de riquezas que confinam no curral da
miséria sociedades inteiras que mais parecem bichos largados e caminhando
sem destino, aguardando a hora não programada da triste partida.
A morte protagonizada pelos artistas-vilões mor dos sistemas e
organizações políticas que rezam nas suas constituições o cuidado e o zelo
com a população.
A morte pela falta de amor do homem para com o homem.
A morte pela falta de amor do homem para com o seu igual,
unicamente.
O menino Jesus nasceu.
É Natal! É Natal. É Natal?
É Natal e eu não sei o que fazer nem o que dizer.
É natal e tudo continua igual como se o natal já fosse antes do
nascimento.
Jesus Cristo nasceu e...que ele não volte senão o matariam de
novo.
Que Jesus só habite em nossos corações. Em todos os corações da
humanidade e das vidas todas.
E que o natal
seja...........................................................Natal. Somente
Natal...
Roberval Paulo
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