segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Poesia: "O trovão de janeiro é quem espanta O fantasma da seca no sertão!", um mote glosado por Lenelson Piancó


O trovão de janeiro é quem espanta
O fantasma da seca no sertão!

Toda vez que o ano é de fartura
O feijão de arranca enfeita a "broca"
E um sapo faminto deixa a toca
Quando ver mariposa e tanajura
A lagarta mastiga a folha dura
De uma galha do pé de algodão
E a espiga no bico do cancão
Vai servir de café, almoço e janta
O trovão de janeiro é quem espanta
O fantasma da seca no sertão!

Quando surge no céu, um nevoeiro
Uma dona de casa apronta a lata
E uma lágrima guardada é quem hidrata
A pupila dos olhos do vaqueiro
Só precisa uma chuva no terreiro
Pra que um pé de maxixe rasgue o chão
No roçado, um caroço de feijão
Com três dias na cova se levanta
E o trovão de janeiro é quem espanta
O fantasma da seca no sertão!

Poema de Lenelson Piancó

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