Meu
olhar cinzento se engasga na lonjura do nada
A
noite desce amarga qual notícia trágica de jornal
Mas
amada, muito amada!
É
ela que me cura da cura incurável
A
incurável cura de misturar metafísica e sonho
De
pendular entre realidade e abstração
Tô
cansado do caminho que não fiz
Aquele
caminho que só pensando se chega
O
ser em viagem mística e cigana
Transpondo
barreiras do cosmos
Os
pés cravados no verde
O
verde no mar
O
mar dos teus olhos
Teus
olhos de mar!
A
noite me conta segredos
Segredos
guardados em dias que estão por vir
Meu
desafio tem meu nome
Sou
eu batalhando em Stalingrado
Resistindo
pra nessa guerra por fim
O
copo que me assiste me sorri
Entrego-me
ao seu convite
Trago
narcisista, quase fascista,
altruísta,
insaciável
Whisky
abranda até torpor
Não
sou alheio à dor
Da
janela a noite vai se dissipando
Reluto
ao primeiro raio da manhã
Me
encontro na última estação de mim
Onde
desapeio sem ter chegado ao fim
A
aragem me saúda no seu passar
E
me diz do sol que há de brilhar mais uma vez
Dia
novo, sou novo
Sou
outro, mas continuo em mim
É
o despertar de um quase sonho
É
o real que de mim quis desistir.
Roberval
Paulo
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