quarta-feira, 27 de julho de 2011

CAMINHANDO


Sabor amargo na boca
Faca de ponta no peito
Dor funda na angústia de quem perde
Sol que não brilha nunca
Flor sem perfume e beleza
Tempo que parece não passar.

Tempo real
Quem dera fosse sonho
Poder voltar atrás, não!
Mas, recomeçar
Tentar de novo, é o alento
Que derrota é o ponto de partida
Para a seguinte vitória.

Competir
Ganhar e perder
Que o prazer está na luta
O deleite na conquista
Na derrota está a luz, a lição.

Começar de novo
Trilhar de novo o caminho
Nas voltas que o mundo dá
Ir em frente
Acertar
Que derrota é aprendizado
Feridas do presente
Sangrando futuras glórias.

Roberval Paulo

GUERRA DE TITÃS - Roberval Paulo


As ondas passavam pela praia, e, batidas pelo vento, iam chocar-se no calçadão, num surdo rumor de riso e raiva. 
Voltavam desanimadas para o mar, restabelecendo as forças. 
Tornava a investir; dessa vez mais forte. Nunca vi tamanha insistência, persistência. 

O calçadão agüentava firme. Molhado até os ombros, triunfava orgulhoso. 
E lá vinha novamente a onda, uma, duas, três, muitas... unidas, uma atrás da outra, no mesmo objetivo. 
E o calçadão, firme, resistia a tudo. 

As ondas cadenciavam o jogo, trocavam passes, misturavam-se, confundindo e pimba, atacavam. 
O calçadão rebatia todas, goleiro de seleção; melhor não podia haver.
          
E o dia se passou nesse embate. O sol já se punha, extasiado, passando o apito. A lua agora arbitrava a gigantesca peleja.
          
E eu ali dando asas à imaginação, dando vida própria aos combatentes, que, aos meus olhos, já pareciam um tanto quanto cansados, mas não desistiam; continuavam a se bater, medindo forças. 

Me cansaram. Me cansei. Olhei novamente e contemplei a gigantesca peleja. Me afastei sem ver o “grand finali” de tão fenomenal batalha. 
Precisava ir. Estava cansado mas, remoçado e novo, inteiro, 
quase uma criança. 

Olhei para o horizonte descortinado à minha frente. 
O compromisso esperava. 
Dei adeus aos combatentes e bati em retirada. 
A família queria me ver.

Roberval Paulo

IVETE SANGALO - Sorteio de chaves da Copa do Mundo


FUTEBOL BRASIL AFORA - Leia a história do PERILIMA Futebol Clube

Brasil Afora: jogador do Perilima, aos 63 anos, teme fim da carreira e do clube

Sem disputar uma partida oficial desde 2009, clube paraibano busca verba para voltar a jogar. Pedro Lima lamenta possível imposição de parceiros

globoesporte.com
Por Diego Rodrigues Rio de Janeiro
Seu Pedro no estádio do Perilima (Foto: Divulgação / Arquivo Pessoal)Seu Pedro, fora de campo, mas apoiando o seu
clube (Foto: Divulgação / Arquivo Pessoal)
Pedro Ribeiro Lima não é nenhum craque - como costuma dizer - nem chega perto dos mil gols na carreira, muito menos é um jovem com futuro promissor. Pelo contrário. Com 63 anos completados na última quinta-feira, ele é dono, técnico e centroavante do Perilima (Pedro + Ribeiro + Lima), clube de Campina Grande, na Paraíba. Detalhe: tem apenas um gol na carreira, contra o Campinense, de pênalti. Jogador profissional que se diz o mais velho do mundo, ele precisa conviver também com o status de ser o “destaque” do pior time.
Fundado em 1992, o clube foi profissionalizado em agosto de 1998 e estreou em uma partida oficial contra o Santos de João Pessoa, no empate por 1 a 1. O currículo, aliás, não é dos melhores, o que levou ao status de um dos times com desempenho em campo menos bem-sucedido. Sem nenhum título profissional, a Associação Desportiva Perilima se orgulha dos cinco vice-campeonatos da Segunda Divisão do Paraibano - sendo um deles disputado com a participação apenas do Perilima e mais um clube -, que garantiram o acesso. Em 127 jogos oficiais, foram 13 vitórias, 15 empates e 99 derrotas. Para piorar, o time levou 416 gols e marcou apenas 107.
- Tentamos ser um time bom, mas ultimamente não temos dinheiro para recrutar os melhores jogadores e pagar - disse Pedro Lima, conhecido como Seu Pedro.
Treinando em média de uma a uma hora e meia por dia em um parque da cidade, que ele mesmo diz ter até caixa de areia para realizar circuitos físicos, Seu Pedro mantém a forma, ainda disputa peladas, mas teme por ter de pendurar as chuteiras. Isso porque, se realizar o sonho de encontrar algum investidor, pode ser forçado a não jogar para não prejudicar a equipe.
- Possíveis parceiros não são tão favoráveis a minha presença em campo. Mas minha vontade é de poder continuar jogando. Não vou correr como o cara mais novo do time, mas com força e o desejo de estar em campo. Sei que aguento os 90 minutos. Não posso prometer produção boa, porque nunca fui técnico, sou voluntarioso (risos). Quem é técnico já nasce com o dom - disse, quase em forma de apelo.
time do Perilima  (Foto: Reprodução)Pedro posa para foto com o antigo elenco do Perilima, que se desfez por falta de recurso (Foto: Reprodução) 
 
Segundo Seu Pedro, sua saúde está bem melhor que há 12 anos, quando fez seu primeiro contrato profissional, com aval do cardiologista, que também assinou o vínculo do dono do time com seu próprio time.
 
- Para não morrer do coração, achei melhor fazer o contrato para me distrair. Veio a ideia, trouxe divulgação e hoje sou viciado em exercício físico. Não sinto dores nas articulações mais, diminuiu o problema de gastritre, que tinha desde os 30 anos ... - contou Seu Pedro, que, para não ter problemas ao assinar contrato com o seu próprio clube, entregou a presidência ao seu filho Emanuel dos Santos Ribeiro.  
 
Dívidas e mais dívidas 
O jogador sessentão, de sorriso fácil, só fecha o semblante quando o assunto é a fase atual da equipe. Sem investidores, o clube deve cerca de R$ 12 mil à federação paraibana, e, por conta da dívida e falta de recursos, não disputa a Segunda Divisão do Paraibano desde 2009. A participação há dois anos, aliás, não foi das melhores: última posição geral da competição.
 
A grande esperança era o recebimento dos recursos do Gol de Placa, programa do governo. O projeto funciona com verba de empresas contribuintes de ICMS que investem no desenvolvimento do futebol profissional. Mas, segundo o site do governo paraibano, o programa contempla os clubes que disputam a Primeira Divisão do Estadual, o que não é o caso do Perilima.
 
O clube, então, passou a depender da ajuda de fãs - isso mesmo, fãs. A história do Perilima chamou a atenção da imprensa nacional há mais de dez anos e, desde então, Pedro Lima virou pop star, o ícone de marketing do Perilima, angariando adeptos. Seu Pedro apareceu até na televisão (veja no vídeo acima).
 
- Não tinha o pensamento de jogar. Em 2005, o time que eu esperava dar show perdeu de 5 a 0. Aí eu vi que ia levar muitas lapadas e fiz meu contrato para me divertir no meio deles. 
A ajuda

jornal do Perilima com foto do Seu Jorge (Foto: Reprodução)Seu Pedro e o Perilima em destaque na imprensa
local (Foto: Reprodução)
Dono de uma fábrica de sordas, uma espécie de bolachas de trigo e rapadura, Seu Pedro utiliza o espaço que dispõe na empresa como sede do clube. Em partidas oficiais o time mandava seus jogos no Estádio Amigão. Mas, apesar do esforço, os números não ajudam.
Nem por isso desanimou os sordados, alcunha da torcida. A principal ajuda, no entanto, surgiu do Orkut. A comunidade Futebol Alternativo, repleta de membros que se interessam por times de menor expressão, decidiu colaborar. Na primeira semana, foram R$ 1.400 doados. Mas a procura diminuiu. Hoje, a principal fonte de renda vem da venda das camisas, que custam R$ 60, seja de goleiro ou jogador.  Com a confirmação da venda de 45 camisas 5 (em alusão ao número utilizado por Pedro), serão arrecadados R$ 2.700.
Quem doar acima de R$ 100 ganhará uma das camisas doadas por Seu Pedro. Com R$ 20, terá direito a um nome para participar do sorteio. A partir de R$ 40, serão dois nomes.
- Em 2006, durante um jogo da Segunda Divisão (do Paraibano), o Auto Esporte, meu time de coração, fez 7 a 0 no Perilima e achei legal o Seu Pedro jogando. Tirei foto com ele, e, a partir dali, passei a admirar o clube - explicou Láercio Ismar.
Laércio é fã do Perilima e o principal articulador das doações e envio das camisas. Radialista, ele atualmente não exerce a função. É designer, mas segue apaixonado pelo futebol. E já passou por situações complicadas com colegas que se comprometeram a ajudar:
- Logo na distribuição da primeira remessa, um amigo que me ajuda na distribuição tomou uma multa (R$ 130) porque estacionou em local indevido. Mas nunca reclamou de nada. Ele mesmo falou que já ficou uma semana com a camisa do Perilima. Fora isso, creio que gastamos em torno de R$ 50 por mês (R$ 300 até hoje) a mais do próprio bolso com frete. Fora gasolina.
camisas do Perilima  (Foto: Divulgação)Os dois uniformes do Perilima. O segundo foi
inspirado (Foto: Divulgação)
Ele foi o responsável por criar também o blog ajudeaperilima.blogspot.com. Outra fonte de renda surgiu da venda de um espaço na camisa. Foram definidos os preços para cada local, que variam de R$ 50 a R$ 200, uma taxa anual (que pode ajudar no projeto da base). Um empresário de Brasília investiu R$ 1.000 para que as camisas fossem fabricadas e tem o nome de seu site estampado na parte mais nobre do “manto” do Perilima.
O problema é que a ajuda não cobre o prejuízo acumulado até hoje. Além disso, Pedro Lima está proibido pela família de retirar dinheiro da fábrica de sordas e investir na paixão pelo clube.
- Minha família, que era para ser mais adepta, dizer que sou o jogador mais velho, me deixou sozinho.
Sem os recursos da fábrica, ele já chegou a contar até com a ajuda dos próprios jogadores. Apostando na vontade dos atletas de aparecerem no cenário nacional, Seu Pedro negociou um acordo: eles não teriam salário e jogariam pela vontade de seguir na profissão.
- Ninguém ganhava nada, foi na base da cooperação. Combinamos que, se conseguíssemos coisas boas, tudo seria dividido com todo mundo. É um risco. Mas esses jogadores se comprometeram a pagar e era uma maneira de disputar uma competição. Teve jogador que pagou além dos R$ 400 (taxa de inscrição), porque nem todos tinham dinheiro. Alguns deram, outros não, e tive que deixar débito na inscrição acreditando que arrumaria dinheiro. Mas o time não fez uma campanha boa e fomos deixando o nome do Perilima cair - disse, lembrando que é o único jogador com contrato em vigor com o clube.
Fora os salários, é necessário pagar a taxa de R$ 400 por jogador à federação, além das despesas para realizar uma partida de futebol, que, segundo Seu Pedro, varia de R$ 2 mil a R$ 5 mil. Isso sem contar hospedagem, material de treino, medicamento...
O erro
time do Perilima  (Foto: Divulgação / Arquivo Pessoal)Seu Pedro cobra lateral durante partida do clube
(Foto: Divulgação / Arquivo Pessoal)
No meio de idas e vindas do Perilima na Primeira Divisão, Seu Pedro assume o erro: não criar concentrações. Durante cerca de 40 minutos de bate-papo, ele repetiu ao menos cinco vezes que tudo hoje seria diferente se não tivesse falhado no planejamento do time quando existia dinheiro em caixa para investir.
- Em 2009 arrisquei sem dinheiro mesmo e os jogadores pagaram a taxa. Mas se engana quem acha que o futebol de pelada vai ser suficiente. Em campo, é outra coisa. Aí fiz uma Segunda Divisão sem chance de subir, peguei uma chave com menos jogos para ter menos despesas...  Se você paga, pode exigir com mais firmeza. Mas meu grande erro estratégico não foi esse, foi quando tinha um time brigador, mas que não se concentrava para fazer economia. Eles não eram ruins, mas passavam a noitada sem o respeito ao outro dia. Às vezes isso acaba repercutindo no rendimento em campo. Era um time para brigar com Treze e Campinense.
Na época, Seu Pedro recebia dinheiro como forma de patrocínio de uma distribuidora de combustível. Sem sucesso em campo, perdeu o investimento, ficou sem dinheiro e chegou a vender seu carro, uma picape S10.
Aposta na garotada
Para não ter frustrações futuras, o sessentão agora quer apostar na base, que poderá treinar em um campo em Mangabeira, bairro de João Pessoa. Se continuar impossibilitado de jogar o Paraibano, vai recrutar jovens de Campina Grande e torcer para revelar um craque do futebol brasileiro que movimente seu caixa.
Se dará certo, só o tempo dirá. Mas a meninada poderá escutar muitas histórias da aventura de Seu Pedro, que lembra a excursão frustrada da equipe à Bolívia:
- Fui burro. Peguei dois jogadores bons para jogar lá, porque estavam sendo cogitados e treinando há uma semana. A intenção deles era de ficar. Mas perdemos de 2 a 0 para o San José graças a esses jogadores que eram bons. Como não nos programamos bem, e era eu e mais um aventureiro comigo, não foi fácil acertar os outros jogos. Mas posso dizer que meu time já jogou na Bolívia - contou, lembrando que na época não entrou em campo e assistiu à partida da tribuna do estádio, em Oruro.
Quanto às justificativas por ter marcado apenas um gol na carreira...
- Arrisquei muitas vezes em cobrança de faltas. Teve uma que bati no ângulo e o goleiro fez milagre. Aí fiquei só com o golzinho de pênalti mesmo.

terça-feira, 26 de julho de 2011

COPA UNIÃO DE 87 - Flamengo e Sport: O caso se arrasta a 24 anos

Em carta enviada à CBF, Fifa diz que não lhe cabe julgar a polêmica de 87

Flamengo e Sport recorreram à entidade máxima do futebol mundial em busca de uma decisão para o caso que se arrasta há 24 anos

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
A polêmica envolvendo Flamengo e Sport em relação ao título brasileiro de 1987 chegou até a Fifa, mas ainda está longe de uma solução. A CBF não divulgou, mas recebeu uma carta da entidade que comanda o futebol mundial. Nela, a Fifa informa não ter competência para julgar o caso.
Nesta terça-feira, o site oficial do Sport informou que o vice-presidente jurídico do clube, João Humberto Martorelli, teve uma reunião com membros da Fifa. No entanto, a nota não deixa claro onde foi o encontro, uma vez que ela cita a sede da entidade, em Zurique, na Suíça, e a Ilha do Retiro, em Recife, como locais da reunião. O GLOBOESPORTE.COM tentou, sem sucesso, entrar em contato com os dirigentes rubro-negros por telefone para esclarecer a situação.

Ainda de acordo com a nota divulgada pelo Sport, João Humberto Martorelli afirma que a entidade máxima do futebol resolveu não se envolver na briga e não admitiu uma audiência por não ter sido procurada pelo Flamengo formalmente.
- Eles (FIFA) não admitiram a audiência por não existir nenhum processo na entidade. Diante dessa resposta, pedimos um documento por escrito falando que não existe esse processo, e ela nos deu. Estamos com o documento nas nossas mãos. A informação era que o Flamengo tinha feito uma reclamação formal, mas ela não existe... No documento por escrito, a FIFA ainda disse que não tem competência para definir quem é o campeão brasileiro de 1987 e que isso é um assunto interno da CBF - disse Martorelli, ao site oficial do Sport.
 

Zico e o troféu da Copa União: 'Nesse nem o Fla põe a mão'

Por O Dia - Postado por Abraao Na Rede
Zico e Copa União
Fla desmente Sport e confirma ter ido à Fifa
O vice-jurídico do Flamengo, Rafael De Piro, informou que a CBF encaminhou ao Flamengo, por se tratar de um dos envolvidos no caso, uma carta da Fifa enviada ao Sport e à CBF, alegando que a discussão deveria ser feita na própria CBF, por se tratar da entidade máxima do futebol brasileiro. No documento, a Fifa recusa o pedido de audiência do clube pernambucano e diz que a atitude de recorrer à Justiça Comum fere o parágrafo segundo do artigo 64 do estatuto da entidade (recursos a tribunais de Justiça comum são proibidos, a menos que especificamente embasados nos regulamentos da Fifa). No entanto, não há qualquer menção a uma possível punição ao Sport.
Segundo De Piro, a Fifa não recebeu o Sport pois o clube não foi acompanhado pela CBF à sede da entidade, ao contrário do Rubro-Negro carioca, que foi à Suíça em junho representado pela presidente Patrícia Amorim, que teria ido acompanhada de Carlos Eugenio Lopes, diretor jurídico da CBF.
Rafael De Piro revelou que, na ocasião, Patrícia Amorim se reuniu com membros do Comitê Disciplinar da Fifa e solicitou que a entidade privilegiasse a decisão da CBF, que em fevereiro deste ano declarou o Flamengo como campeão brasileiro de 1987, ao lado do Sport. O clube carioca também denunciou o Sport à entidade por ter recorrido à Justiça Comum e assim estaria sujeito a punições por extrapolar a esfera esportiva.

Reviravoltas

Em junho, a CBF acatou a decisão da 10ª Vara da Justiça Federal e voltou a reconhecer o Sport como o único campeão brasileiro de 1987. Na ocasião, a entidade esclareceu que a decisão judicial é passível de recurso e diz entender que o reconhecimento do Flamengo como campeão brasileiro daquele ano não contraria os limites da coisa julgada.
No dia 21 de fevereiro deste ano, a CBF reconheceu o Flamengo como campeão de 87. A decisão, a princípio, colocaria fim a uma polêmica que já dura mais de 24 anos. Na ocasião, o presidente do Sport, Gustavo Dubeux, afirmou que não aceitaria dividir o título com o clube carioca e tomou as providências cabíveis.
 

GOLEIRO GUSTAVO SE ARREPENDE DA AGRESSÃO AO JOGADOR DO VASCO

Goleiro do Sport se arrepende de voadora: 'Não acreditei no que fiz'

Gustavo tentou se encontrar com Elivélton no hospital, mas desistiu devido ao movimento de jornalistas no local. Goleiro depõe nesta quarta-feira

Por GLOBOESPORTE.COM Barão de Cocais, MG
Sério, mas sem chorar. Arrependido, mas consciente de que não agiu de má-fé. O goleiro do time júnior do Sport, Gustavo Pereira de Lima, não esconde a chateação pela repercussão da 'voadora' que deu no colega de profissão, o jogador Elivélton, do Vasco, durante partida entre as duas equipes na Taça BH de Futebol Júnior. E quer se encontrar com o agredido para pedir desculpas.
- Estou muito arrependido. Na hora não pensei, foi gesto sem pensar, no calor do momento, pois estava perdendo a partida. Nunca fiz isso nem em campo, nem fora. Não acreditei no que fiz. Só me dei conta quando o menino estava na maca. Eu me desesperei. Estou arrependido. Que sirva de lição para todos os atletas e pessoas que viram, para que não aconteça de novo.

Goleiro Gustavo  junior  Sport recife (Foto: Maíra Lemos / TV Globo Minas)Gustavo quer pedir desculpas pessoalmente ao
vascaíno (Foto: Maíra Lemos / TV Globo Minas)
Nesta quarta-feira, ele prestará depoimento em Barão de Cocais, cidade localizada a 93 quilômetros de Belo Horizonte, onde estava sendo realizada a partida durante a qual ocorreu a agressão - o jogo foi encerrado antes do fim, e Elivélton levado ao hospital, onde passou a noite.
 Gustavo foi afastado da competição, mas ainda não se sabe se ele fica com a delegação ou retorna a Recife. Outra informação, dada pelo supervisor de Futebol do Sport, Carlos José Araújo, é que apesar de o clube ter anunciado no site oficial que o goleiro seria afastado, ainda haverá uma reunião entre dirigentes para definir o futuro do atleta, de 18 anos.
Gustavo ainda revelou que já tentou pedir desculpas a Elivélton. Mas, quando chegou à porta do hospital municipal de Barão de Cocais, preferiu voltar atrás devido ao grande número de jornalistas no local.
Apesar de toda a repercussão negativa do fato, Gustavo avisa que não quer desistir do sonho de ser jogador e não quer encerrar a carreira.
Confira a entrevista do goleiro Gustavo no Jornal Nacional desta terça-feira.
*Colaboraram os repórteres Maíra Lemos e Eric Soares.

Opinião deste Blog: 
Já vi isso acontecer muitas vezes. No calor de uma partida, ânimos exaltados, adrenalina total, sangue agitado nas veias, o descontrole emocioanal age e tudo sai fora do controle. É lamentável mas já aconteceu tantas vezes que já é quase lugar comum e figurinha carimbada nos campos de futebol mundo afora. E quase sempre, com profissionais, jogadores experientes, clubes tradicionais do futebol mundial. 

A atitude desse menino, o goleiro Gustavo, do Sport, é condenável mas não é hora de atirar-lhe só pedras. Não é a saída certa demiti-lo e abandona-lo à estrada mal percorrida do seu ato. É hora sim de chama-lo às falas mesmo mas, prestando-lhe uma assistência e orientação profissional que possa lhe transportar ao atleta e homem que era antes deste episódio. Dirigente precisa ser dirigente e a sua capacidade será desmonstrada na condução deste episódio.

O menino Gustavo errou e precisa ser punido, orientado, reorientado e reconduzido com habilidade e responsabilidade ao que é o verdadeiro futebol e não desliga-lo do clube, banindo-o do futebol como as mentes que pouco pensam proliferaram mídia afora. Afinal, um erro é pra ser consertado e não apadrinhado com outro erro e aquele que não tiver pecado que atire a primeira pedra. Então, correção e humanização sim mas, permitam ao menino continuar no seu sonho: jogar futebol.

Roberval Paulo

TELÊ SANTANA - 80 ANOS HOJE. Saiba mais do grande mestre...




No dia em que Telê faria 80 anos,
filho lembra assédio do Barça

Renê conta que o pai chegou a recusar proposta por respeito a Cruyff, que ainda era o técnico da equipe na época. Depois, Mestre sofreu AVC e parou

globoesporte.com
Por Márcio Mará Rio de Janeiro
Das muitas histórias que o nome de Telê Santana carrega no mundo da bola, uma foi lembrada pelo seu filho, Renê, nesta terça-feira, 26 de julho, dia em que o pai completaria 80 anos de idade se vivo estivesse. Resume, com perfeição, por que virou sinônimo de ética e arte nos quase 50 anos de carreira. Seja como "Fio de Esperança", apelido recebido em pesquisa com torcedores nos tempos em que, franzino, com a camisa do Fluminense, fazia a diferença nos campos como um dos primeiros pontas a cumprir sem erros a missão tática de voltar para ajudar a marcar no meio-campo. Seja como "Mestre", quando, treinador, principalmente no São Paulo, imprimiu às equipes que dirigiu o futebol arte tão sonhado pelos amantes do jogo bonito.
O ano era o de 1996. Telê vivia grande fase. Bicampeão da Libertadores e mundial interlcubes  pelo São Paulo em 1992-1993 (veja este último no vídeo abaixo), entre outros tantos títulos, deixava para trás a fama injusta de pé-frio recebida após os insucessos na Seleção Brasileira que encantou o mundo mas retornou para casa mais cedo em 1982 e 1986.  Voltou a virar notícia e ganhou o assédio de clubes, como o Valencia, da Espanha, e de seleções, como a japonesa. Mas a prioridade era o São Paulo, com quem tinha contrato e compromisso moral. Dizia não sem pestanejar. Até que surgiu no caminho um dos grandes gigantes, o Barcelona...
telê santana são paulo libertadores faixa (Foto: Agência Estado) 
No São Paulo, sempre de camisa vermelha, que usava por superstição, Telê Santana ganhou os títulos mais importantes como treinador, como duas Libertadores e dois Mundiais Interclubes (Foto: Agência Estado) 
 
- Pela primeira vez, ele admitiu ouvir os dirigentes. Mas aí disse o seguinte. "Olha, fico lisonjeado com o convite de um clube como o Barcelona, mas vocês têm um treinador, que é o Cruyff. Não posso aceitar, não seria nada ético." O dirigente  respondeu: "Ele sabe que estamos aqui." Pegou o telefone e ligou para o Cruyff, que explicou estar de saída em um mês. Aí, ele aceitou continuar a conversa, logicamente ouvindo o São Paulo. Só que aconteceu o pior. Adoeceu, teve o AVC e não voltou mais a dirigir clube nenhum. Mas sinto um orgulho enorme pelo comportamento que teve. Sempre com ética e caráter  - afirmou por telefone o filho Renê Santana, em São Paulo para participar de alguns eventos em homenagem a Telê.
 
Quis o destino que não se concretizasse a união do técnico brasileiro mais identificado com o futebol bem jogado com o clube cujo lema é formar grandes equipes e encantar o mundo. Nem dá para imaginar como seria essa parceria. Certo na cabeça de Renê Santana é que o Barcelona de hoje, com Messi, Xavi, Iniesta & Cia., deixaria o pai feliz em sua poltrona, em casa, diante da TV. O futebol de toques precisos, rápidos e objetivos foi o que sempre pregou. E o exemplo do comportamento de Telê citado por Renê mostra que arte e ética podem andar juntas sem prejuízo para o esporte. As primeiras palavras de Zico para se referir ao eterno Mestre só reforçam a ideia.
 
- Falar de Telê Santana é falar de bom futebol, lisura, disciplina, jogar bola como numa pelada. Coisas mais raras hoje em dia, que o futebol virou um grande negócio e se quer ganhar a qualquer preço. Ele sempre pedia para tirarmos a bola sem fazer falta. Chegava pra nós e dizia: "Joguem bola. Vocês têm condições." Lembro até hoje de uma imagem dele muito bacana. Foi num jogo contra o Paraguai, no Serra Dourada, pelas eliminatórias. Um dos gols que marquei foi muito bonito, por cobertura. Quando vi o teipe do jogo na TV, uma das imagens era do Telê sorrindo logo após esse gol. Ele adorava uma jogada bonita...
 
Ainda que às vezes mostrasse uma cara amarrada nas entrevistas, os jogadores conheciam um Telê mais leve, solto, bem-humorado. O sorriso que Zico viu na TV era presenciado pelos jogadores no dia a dia. Principalmente na tensão que precedia os jogos.
 
- Quando a gente entrava no ônibus da Seleção, já sabia que o Telê poria uma fita com piadas do Ari Toledo e do Juca Chaves. Mas o Ari era o favorito dele. Tinha jogador que já botava o fone para não ouvir. Ele era muito dvertido, adorava contar piada - afirmou o Galinho, recuperado do susto na sexta passada, quando foi internado no hospital com suspeita de meningite.
 
Se Zico lembra do bom humor do treinador, dona Ivonete, viúva do eterno "Mestre", recorda com saudades do lado supersticioso do técnico nos tempos de São Paulo.
- Ele sempre vestia uma camisa polo vermelha. Dizia que dava sorte. Quando chegava, após uma vitória, ficava todo sorridente, brincando. E procurava sempre passar tranquilidade para a família antes das partidas. Não queria ver ninguém nervoso. Sinto muita saudade. Era um grande marido e companheiro. Cada ano sem ele vai se tornando mais triste - afirmou dona Ivonete, que viveu mais de 50 anos ao lado de Telê, dividindo os momentos de alegria e incertezas, seja na carreira de jogador como de treinador. 
 
Nervosismo em Itabirito 
 
A caminho de uma exposição fotográfica em São Paulo lembrando os 80 anos de Telê, o filho Renê fez uma viagem no tempo e recordou uma das partidas mais tensas do pai como jogador.

telê santana  fluminense (Foto: Agência O Globo)No Flu, Telê ganhou títulos e projeção como jogador
e virou o 'Fio de Esperança' (Foto: Agência O Globo)
- Olha, você não vai acreditar, mas ele disse que ficava muito nervoso quando disputava o clássico de Itabirito, onde nasceu, entre o Itaberense, time em que jogava, e o União. Garante que ficava mais tenso do que num Fla-Flu, por exemplo.
Telê parecia saber que dali poderia despontar para o mundo. O menino franzino se destacou pela habilidade e fôlego. Logo, logo, o América de São João del Rei o contratou. De lá, foi para o Fluminense, onde virou ídolo. Na ponta direita, tornou-se o "Fio de Esperança".. Além do futebol técnico, primava pela eficiência tática. e se tornava o primeiro ponta a se preocupar com a função tática de marcação. Tanto que era comum vê-lo recuar para ajudar na marcação. Sempre com muita raça.
O camisa 7 tornou-se logo ídolo. Ganhou os Cariocas de 1951 e 1959, além da Copa Rio, em 1952, e o Torneio Rio-São Paulo, em 1957 e 1960. No Fluminense, seu time de coração. marcou 162 gols e jogou 557 partidas - é o terceiro da história que mais vestiu a camisa tricolor.
Foi no Fluminense também que Telê pendurou as chuteiras e começou a carreira de treinador em 1968. Lá, desde que se tornou técnico e campeão nos juvenis, começou a imprimir sua marca registrada: era adepto do futebol técnico e com disciplina. Não demorou a levantar o primeiro título nos profissionais.
- Meu pai falava muito do título carioca em 1969. Foi um jogo emocionante. Havia mais de 170 mil pessoas no Maracanã, e o Fluminense venceu por 3 a 2, gol do Flávio - disse Renê.
telê santana  Atlético-MG (Foto: Agência Estado)No Atlético-MG. Telê Santana conquistou primeiro Campeonato Brasileiro, em 1971 (Foto: Agência Estado) 
 
Depois, Telê partiu para o Atlético Mineiro, mas deixou no Flu a base do time que conquistaria o Roberto Gomes Pedrosa em 1970, equivalente ao nacional. No mesmo ano, foi campeão mineiro pelo Galo, e em 1971 deu ao Alvinegro, que tinha no ataque Dadá Maravilha,  o primeiro título da competição já com o nome de Campeonato Brasileiro. Em 1973, teve sua primeira passagem pelo São Paulo, sem sucesso, até chegar a  outro tricolor, o gaúcho. No Grêmio, em 1977, quebrou domínio de oito anos do Inter e ajudou o clube a faturar o título estadual. No Palmeiras, mesmo sem títulos, marcou ao montar grande time, que jogava bonito, despertando o interesse dos dirigentes da CBF, que o convidaram a ser técnico da Seleção Brasileira.
 
Mesmo eliminado nas Copas de 1982 e 1986, Telê ganhou o respeito e admiração do mundo ao montar boas seleções. Mas a derrota na Espanha em 1982, no estádio Sarriá, para a Itália, por 3 a 2, é vista por Zico até hoje como maléfica para o futebol, porque dali em diante o medo de perder ficou maior do que a vontade de ganhar jogando bem. Passou a ser mais importante vencer, ainda que de forma feia. Afinal, um time dos sonhos com Zico, Falcão, Sócrates, Junior, Leandro e Éder saía derrotado de um Mundial.
 
Mas esse mesmo futebol, que passou um tempo impregnado por retrancas, viu Telê ressurgir com força no São Paulo no início dos anos de 1990. Com Raí, Palhinha, Cafu, Muller, Leonardo, Cerezo e tantos outros, montou dois times que só deram alegrias. Um bi.da Libertadores e do Mundial em 1992-93 pôs fim às críticas. Telê ganhava o mundo com um time à sua feição.

telê santana  zico sócrates copa do mundo 82 (Foto: Agência Estado)Com Sócrates e Zico, seus favoritos na Seleção Brasileira, Telê montou time dos sonhso em 1982, Mas não conseguiu o título, bem como quatro anos depois, no Mundial de 1986 (Foto: Agência Estado) 
 
- Quando ele chegou ao São Paulo, recuperou o Raí, que estava em baixa. Meu pai conseguiu mexer com os brios dele, que tinha uma proposta do Albacete, da Espanha. Foi aí que meu pai falou: "Olha, se eu fosse você, esperava e acreditava mais no seu futebol. Você tem bola para jogar num clube melhor que o Albacete." Não deu  outra: Raí foi o herói do primeiro Mundial, em 1992, e acabou indo para o PSG, da França. Aí veio o Leonardo, que conheceu no Flamengo, outro que adorava. Esses foram os preferidos. Na Seleção, Sócrates e Zico  - afirmou Renê.
 
Ao abandonar o futebol em 1996 por conta de um acidente vascular cerebral, Telê saiu de cena dos campos, mas deixou um sucessor que pelo menos o segue na sina de titulos. Muricy Ramalho, auxiliar do Mestre no São Paulo, acabou papão de Brasileiros. Foi tricampeão em 2006-07-08. Antes de faturar a Libertadores no Santos este ano e garantir o direito de decidir, contra o mesmo Barcelona que um dia quis Telê, o Mundial de Clubes no fim do ano, levou no Flu seu quarto título nacional. E foi ali, naquele momento, no clube de coração do "Mestre", fez a homenagem a Telê, falecido em abril de 2006.
 
- Eu fiquei tão emocionado que queria falar. Essa noite eu sonhei com o Telê Santana. Sonhei que dei um tremendo abraço nele. Tenho certeza de que ele está muito contente lá em cima com esse título do Fluminense... Acho que esse sonho aconteceu porque falaram tanto dele durante a semana... Acho que foi por isso. Vi o Telê vivo no sonho. E prometi a mim mesmo que, se fosse campeão, ia falar sobre isso - disse Muricy, que, como tantos brasileiros, também sonha em rever o futebol bonito e tão desejado pelo "Fio de Esperança".

Haicai tradicional (clássico) - Como é isso e o que é isso???

Haicai tradicional (clássico)

Professora Benedita Azevedo, respondendo à observação abaixo,
 
Assunto: Interessante....
Vivendo e aprendendo, querida...Eu entendera que os haikais nunca poderiam trazer temas que não focalizassem a natureza. Mas se vc fez, então é porque pode, né? (rsss)__Beijos.

Minha querida amiga!
Pode sim, mas vejamos em quais condições.
Em primeiro lugar vamos esclarecer o que é um KIGO.

“Kigo – é o símbolo da natureza que amamos e louvamos. Não é um termo científico e sim haicaístico. Por isso não se exige exatidão científica quanto à catalogação ou distribuição dentro das estações do ano. Contudo deve ser respeitado o caráter particular de cada termo, tendo como referência as modificações verificadas na natureza de acordo com a sazão. Em outras palavras, é a sensibilidade do poeta que vai determinar a leitura do kigo no haicai.” – in Natureza – Berço do haicai.

 O haicai clássico é uma poesia de estação. Limita-se às impressões efêmeras do momento que passa. Inspira-se nos elementos da natureza em cada uma dessas fases. Mas também, em eventos vivenciais humanos que aconteçam em cada estação.  Desta maneira, CARNAVAL é um kigo de verão. São João é kigo de inverno. Sete de setembro é kigo de primavera e Páscoa é kigo de outono.

  De acordo com a Kigologia e Antologia NATUREZA - BERÇO DO HAICAI de H. Masuda Goga e Teruko Oda, da Empresa Jornalística Diário Nippak LTDA, os kigos podem estar ligados às estações do ano da seguinte maneira:

PRIMAVERA – denominação poética do período compreendido pelo trimestre setembro, outubro, novembro. Estação do ano  que sucede ao inverno e antecede o verão.Poético: Juventude, aurora da vida, anos dourados, alegria.  Sensação de rejuvenescimento, renascimento.
TEMPO: manhã de primavera, calor de primavera etc.
FENÔMENO ATMOSFÉRICO: Céu de primavera, trovão de primavera etc.
GEOGRAFIA: Mar de primavera,  Serra de primavera, Rio de primavera, etc.
FAUNA: Gorjeio, beija-flor, mosca de primavera, partida de pássaros etc.
FLORA: (Nem todas as flores são de primavera): jacarandá, amoreira, etc.
VIVENCIAIS: lavrar a terra, semear, plantar café, Dia da Pátria, Dia da Criança, Dia de Finados, Dia da Proclamação, Dia da Bandeira, Semana da Pátria, Festa do peão boiadeiro, Dia do Professor etc.

VERÃO – Denominação poética do período compreendido pelo trimestre dezembro, janeiro, fevereiro. Estação do ano que sucede à primavera e antecede o outono. Poético: vivacidade, sensação de que o horizonte se alarga. Efervescência de sonhos.
TEMPO: verão, dezembro, janeiro, fevereiro, Ano Novo, estação chuvosa, noite de verão, dia de toró etc
FENÔMENO ATMOSRÉRICO: crepúsculo, nuvem de verão, trovão, trovoada, toró, aguaceiro, calorão, seca, estiagem,  etc.
GEOGRAFIA: água de nascente, cachoeira, corredeira, pororoca etc.
FAUNA: bicho-preguiça, gambá, garça, piaba, lambari, lesma, siri etc.
FLORA: flor de palmeira, angico, cássia, fedegoso, tinhorão, lótus, etec
VIVENCIAIS: Natal, presépio, árvore de natal, Papai Noel, missa do galo, Ano Novo, Dia de Reis, Carnaval, vestibular, férias de verão, calendário novo, guarda-sol, picolé etc.

OUTONO – denominação poética do período compreendido pelo trimestre março, abril, maio. Estação do ano que sucede ao verão e antecede o inverno. Poética: a maturidade, o ocaso, sensação de melancolia de decadência.
TEMPO: outono, março, abril, maio, vinda de outono, início de outono, tarde de outono, noite alongada, noitinha de outono etc
FENÔMENO: Céu azul profundo, arrebol de outono, águas de março, orvalho, neblina, relâmpago, estrela cadente etc.
GEOGRAFIA: serra de outono, rio de outono, mar de outono, arrozal de outono, água transparente, campo de outono etc.
FAUNA: passarada outonal, sanhaço, codorna, cutia, libélula, louva-a-deus, ave de arribação, esquilo, robalo etc.
FLORA: abacate, algodão, café, caqui, quiabo, uva, cravo, pinhão etc
VIVENCIAIS: Dia da mentira, quaresma, bacalhoada, dia da paixão, sexta-feira-santa, sábado de aleluia, páscoa, Coelho da Páscoa, Dia do índio, Dia do Trabalho, Dia das mães, Dia da abolição, pamonha, curau, Domingo de Ramos, Dia da paixão etc.

INVERNO – denominação poética do período compreendido pelo trimestre junho, julho, agosto. Estação do ano que sucede ao outono e antecede a primavera. Poético: velhice, sensação de solidão.
TEMPO: inverno, junho, julho, agosto, frio, frieza etc.
FENÔMENO: dia curto, vento frio, neve, garoa, etc.
GEOGRAFIA: campo de inverno, campo seco, cascata sec etc.
FAUNA: coruja, borboleta de inverno, micuim, atum etc
FLORA: árvore de inverno, árvore sem folha  etc.
VIVENCIAIS: Dia de Santo Antônio, Dia de São João, Festa Junina, balão, quentão, canjica, pau-de-sebo, Dia dos namorados, Dia dos pais, Dia do folclore, Dia do soldado, lareira, luvas de lã, xale, casaco, cobertor, tosse, colheita de café, corte de cana etc

A KIGOLOGIA E ANTOLOGIA citada acima estava esgotada, mas parece que a livraria virtual www.artepaubrasil.com.br
ainda tem alguns volumes. É único no assunto,
no Brasil.
                       Praia do Anil - Magé - RJ - Brasil
                                            Verão de 2007


Benedita Azevedo
Enviado por Benedita Azevedo em 21/02/2007
Alterado em 16/03/2008
Código do texto: T388754
Respondendo à observação abaixo
Benedita Azevedo

Assunto: Interessante....
Vivendo e aprendendo, querida...Eu entendera que os haikais nunca poderiam trazer temas que não focalizassem a natureza. Mas se vc fez, então é porque pode, né? (rsss)__Beijos.

Minha querida amiga!
Pode sim, mas vejamos em quais condições.
Em primeiro lugar vamos esclarecer o que é um KIGO.

“Kigo – é o símbolo da natureza que amamos e louvamos. Não é um termo científico e sim haicaístico. Por isso não se exige exatidão científica quanto à catalogação ou distribuição dentro das estações do ano. Contudo deve ser respeitado o caráter particular de cada termo, tendo como referência as modificações verificadas na natureza de acordo com a sazão. Em outras palavras, é a sensibilidade do poeta que vai determinar a leitura do kigo no haicai.” – in Natureza – Berço do haicai.

 O haicai clássico é uma poesia de estação. Limita-se às impressões efêmeras do momento que passa. Inspira-se nos elementos da natureza em cada uma dessas fases. Mas também, em eventos vivenciais humanos que aconteçam em cada estação.  Desta maneira, CARNAVAL é um kigo de verão. São João é kigo de inverno. Sete de setembro é kigo de primavera e Páscoa é kigo de outono.

  De acordo com a Kigologia e Antologia NATUREZA - BERÇO DO HAICAI de H. Masuda Goga e Teruko Oda, da Empresa Jornalística Diário Nippak LTDA, os kigos podem estar ligados às estações do ano da seguinte maneira:

PRIMAVERA – denominação poética do período compreendido pelo trimestre setembro, outubro, novembro. Estação do ano  que sucede ao inverno e antecede o verão.Poético: Juventude, aurora da vida, anos dourados, alegria.  Sensação de rejuvenescimento, renascimento.
TEMPO: manhã de primavera, calor de primavera etc.
FENÔMENO ATMOSFÉRICO: Céu de primavera, trovão de primavera etc.
GEOGRAFIA: Mar de primavera,  Serra de primavera, Rio de primavera, etc.
FAUNA: Gorjeio, beija-flor, mosca de primavera, partida de pássaros etc.
FLORA: (Nem todas as flores são de primavera): jacarandá, amoreira, etc.
VIVENCIAIS: lavrar a terra, semear, plantar café, Dia da Pátria, Dia da Criança, Dia de Finados, Dia da Proclamação, Dia da Bandeira, Semana da Pátria, Festa do peão boiadeiro, Dia do Professor etc.

VERÃO – Denominação poética do período compreendido pelo trimestre dezembro, janeiro, fevereiro. Estação do ano que sucede à primavera e antecede o outono. Poético: vivacidade, sensação de que o horizonte se alarga. Efervescência de sonhos.
TEMPO: verão, dezembro, janeiro, fevereiro, Ano Novo, estação chuvosa, noite de verão, dia de toró etc
FENÔMENO ATMOSRÉRICO: crepúsculo, nuvem de verão, trovão, trovoada, toró, aguaceiro, calorão, seca, estiagem,  etc.
GEOGRAFIA: água de nascente, cachoeira, corredeira, pororoca etc.
FAUNA: bicho-preguiça, gambá, garça, piaba, lambari, lesma, siri etc.
FLORA: flor de palmeira, angico, cássia, fedegoso, tinhorão, lótus, etec
VIVENCIAIS: Natal, presépio, árvore de natal, Papai Noel, missa do galo, Ano Novo, Dia de Reis, Carnaval, vestibular, férias de verão, calendário novo, guarda-sol, picolé etc.

OUTONO – denominação poética do período compreendido pelo trimestre março, abril, maio. Estação do ano que sucede ao verão e antecede o inverno. Poética: a maturidade, o ocaso, sensação de melancolia de decadência.
TEMPO: outono, março, abril, maio, vinda de outono, início de outono, tarde de outono, noite alongada, noitinha de outono etc
FENÔMENO: Céu azul profundo, arrebol de outono, águas de março, orvalho, neblina, relâmpago, estrela cadente etc.
GEOGRAFIA: serra de outono, rio de outono, mar de outono, arrozal de outono, água transparente, campo de outono etc.
FAUNA: passarada outonal, sanhaço, codorna, cutia, libélula, louva-a-deus, ave de arribação, esquilo, robalo etc.
FLORA: abacate, algodão, café, caqui, quiabo, uva, cravo, pinhão etc
VIVENCIAIS: Dia da mentira, quaresma, bacalhoada, dia da paixão, sexta-feira-santa, sábado de aleluia, páscoa, Coelho da Páscoa, Dia do índio, Dia do Trabalho, Dia das mães, Dia da abolição, pamonha, curau, Domingo de Ramos, Dia da paixão etc.

INVERNO – denominação poética do período compreendido pelo trimestre junho, julho, agosto. Estação do ano que sucede ao outono e antecede a primavera. Poético: velhice, sensação de solidão.
TEMPO: inverno, junho, julho, agosto, frio, frieza etc.
FENÔMENO: dia curto, vento frio, neve, garoa, etc.
GEOGRAFIA: campo de inverno, campo seco, cascata sec etc.
FAUNA: coruja, borboleta de inverno, micuim, atum etc
FLORA: árvore de inverno, árvore sem folha  etc.
VIVENCIAIS: Dia de Santo Antônio, Dia de São João, Festa Junina, balão, quentão, canjica, pau-de-sebo, Dia dos namorados, Dia dos pais, Dia do folclore, Dia do soldado, lareira, luvas de lã, xale, casaco, cobertor, tosse, colheita de café, corte de cana etc

A KIGOLOGIA E ANTOLOGIA citada acima estava esgotada, mas parece que a livraria virtual www.artepaubrasil.com.br
ainda tem alguns volumes. É único no assunto,
no Brasil.
                       Praia do Anil - Magé - RJ - Brasil
                                            Verão de 2007


Benedita Azevedo - Professora