sábado, 16 de abril de 2011

IVETE NO BAZAR DOS ARTISTAS


Posted: 15 Apr 2011 02:36 PM PDT
Diversos artistas doaram peças para serem vendidas no Bazar dos Artistas este ano. O Bazar é um evento beneficente com o objetivo de arrecadar fundos para manter atividades realizadas nas comunidades em Salvador.   Este ano o ele acontece no dia 16/04 (sábado), das 10h às 18h, no bairro do Rio Vermelho. Vale a pena conferir!
Para mais informações: (71) 9958-3293.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

FLAMENGO EM EXPOSIÇÃO: Trinta anos do Mundial de Clubes


Flamengo começa em Joinville sua 

exposição dos 30 anos do Mundial


Nunes participa da primeira noite de autógrafos. Taça passará por mais de 20 cidades do Brasil e também chegará aos Estados Unidos

Por GLOBOESPORTE.COMJoinville, SC
O Flamengo deu início na noite da última quinta-feira a uma exposição itinerante em homanagem aos 30 anos da conquista do Mundial Interclubes. Joinville, em Santa Catarina, foi a primeira das mais de 20 cidades brasileiras que vão poder ver de perto os troféus conquistados pelo clube naquela época, com a presença de ídolos do passado.  Também estão previstas viagens ao exterior - Estados Unidos e Cingapura são dois dos países confirmados, segundo o site oficial do clube.
nunes flamengo Estreia da exposição itinerante de 81 joinville taças do Mundial, Libertadores (Foto: Divulgação / Site oficial do Flamengo)Em frente à taça do Mundial e perto do troféu da Libertadores de 1981, Nunes fez a alegria dos rubro-negros em Joinville, a primeira parada da exposição itinerante (Foto: Divulgação / Site oficial do Flamengo)
O diretor do Museu Flamengo, Mauro Chaves, esteve presente ao evento.
- Tivemos gente de muitas cidades da região, como São Francisco do Sul, São Bento e Jaragúa do Sul. Esta última cidade, inclusive, veio com uma comitiva e nos entregou um documento, solicitando tornar a Fla-Jaraguá uma embaixada. Confesso que fiquei abismado com a presença de tantas pessoas, todas vestindo o manto sagrado. Os torcedores estava maravilhados com tudo, consumindo mesmo a história do Flamengo. Além de demonstrarem toda a admiração pelos troféus - comentou Chaves.
Nunes também agradeceu a todos pelo carinho.
- Acho que nunca dei tantos autógrafos num só dia. Estou muito orgulhoso de ter feito parte disso tudo e muito feliz em saber que, depois de tanto tempo, ainda sou muito querido pelos torcedores.
Nesta sexta-feira, a exposição itinerante do Mundial de 81 estará na cidade de Brusque (SC). O evento acontecerá na sede da Fla-Brusque, de 17h às 22h, e contará também com a presença de Nunes. Domingo será a vez de Lages (SC).

FLAMENGO NA RETA FINAL DO CARIOCA


Com a vaga nas mãos, rubro-negros 

adotam discurso 'venha quem vier'


Renato e Maldonado asseguram que o Fla está preparado para enfrentar Flu ou Bota na semifinal. Olaria e Duque de Caxias podem ser os rivais

globoesporte.com

Por Janir Júnior e Richard SouzaRio de Janeiro
Renato Abreu no treino do Flamengo (Foto: Maurício Val / VIPCOMM)Renato vê o Fla preparado para qualquer adversário
(Foto: Maurício Val / VIPCOMM)
A última rodada classificatória da Taça Rio pode parecer pouco atraente para Vasco e Flamengo, mas vai traçar o caminho da disputa do título. Os rivais estão classificados para as semifinais, mas ainda disputam o primeiro lugar do Grupo A. A equipe de São Januário está na frente, com 16 pontos, um a mais que os rubro-negros. Neste domingo, os vascaínos enfrentam o Olaria, em Macaé, em defesa da primeira posição. Em Volta Redonda, o Fla terá o Macaé como adversário. Todas as partidas serão às 16h (de Brasília). Para terminar em primeiro, o Flamengo precisa vencer o seu jogo e torcer por um tropeço do Vasco.

Na outra chave, Fluminense e Olaria estão mais perto da classificação. As duas equipes têm 14 pontos. O Tricolor leva vantagem no saldo de gols (6 a 5) e terá o Nova Iguaçu como adversário. Empatados com 11, Botafogo e Duque de Caxias têm chances de passar, mas não dependem do próprio esforço. O Alvinegro tem de vencer o América (chegaria a 14) e torcer para que o Vasco derrote o Olaria. O Duque, por sua vez, tem de passar pelo Boavista, torcer por derrota do Olaria e por um tropeço do Botafogo.

O meia Thiago Neves, por exemplo, deixou claro que prefere enfrentar o Olaria na semifinal, mas a opinião do jogador não é consenso no Rubro-Negro.
É verdade que a camisa pesa bastante numa reta final, mas quem chega na semifinal é porque tem qualidade. O Boavista foi assim no primeiro turno e acabou indo para a decisão"
Renato
- Cada um tem sua opinião. Quem quer vencer o campeonato não tem que escolher adversário. Temos que enfrentar o Macaé sem ligar para o que vai acontecer entre Olaria e Vasco. Vamos jogar com a classificação na mão, mas temos a possibilidade de terminar em primeiro lugar. É verdade que a camisa pesa bastante numa reta final, mas quem chega na semifinal é porque tem qualidade. O Boavista foi assim no primeiro turno e acabou indo para a decisão – disse o meia Renato.

Maldonado segue a mesma linha. Para o volante chileno, não há motivos para temer o confronto com Fluminense ou Botafogo na próxima fase.

- Para mim é indiferente. Numa reta final, quem estiver melhor é que vai levar. Todos os times que chegaram até aqui têm seus méritos. Tivemos alguns resultados que nos atrapalharam, mas conseguimos equilíbrio e chegar lutando pela liderança. O grupo está cada vez mais forte, com os jogadores se unindo, mesmo com jogadores novos que chegaram. O time está evoluindo, só dependemos de nós para conseguir os objetivos.

Contra o Macaé, o Flamengo quer manter a séria invicta na temporada. Em 20 partidas, foram 15 vitórias e cinco empates. A chance de conquistar o título estadual sem derrotas fica cada vez mais palpável. Renato, que foi campeão invicto pela primeira vez na carreira na Taça Guanabara deste ano,

- Ser campeão invicto tem um gosto muito bom. Nós somos o único time que tem esta possibilidade. Jamais pensamos em perder. Faltam três jogos para decidir a Taça Rio. Sabemos que temos condições de ser campeões invictos. Já sonhamos com isso.

Maldonado lembra que a conquista do título estadual sem a necessidade de dois jogos finais daria facilitaria o caminho em outra competição.

- Seria bom ser campeão invicto pelo trabalho que temos feito até agora. Além disso, poderíamos ficar focados na Copa do Brasil, que é muito importante, pois leva à Libertadores no ano que vem.

DE UTILIDADE PÚBLICA - ATENTEM E SE LIGUEM NESSA


NOVO GOLPE NO CARTÃO DE DÉBITO

Os 'caras' são no mínimo muito criativos! Há muito tempo não uso cheque e quase não levo dinheiro vivo, só gasto no Electron. De tanto usar, a gente perde um pouco do cuidado e é aí que sofre com a falta de atenção!

No meu caso, me dei conta na hora, mas foi por sorte,
pois, normalmente, não daria tanta atenção na hora de colocar a senha
do cartão.

Abasteci o carro e na hora de pagar, o frentista fez a 'gentileza'de me alcançar a maquininha, só que nesse momento os dedos dele taparam o visor.

Digitei a senha e ele colocou de volta na bancada, ai veio a minha sorte:
Por engano, digitei um número a menos e o cara sem querer falou: 'tá faltando um número'.

Como eu estava ao lado, olhei rapidamente para o v visor e minha senha estava ali digitada, ao invés dos tradicionais asteriscos!!!

Como já conheço o gerente do posto (Ipiranga) chamei-o na hora e perdi mais umas duas horas na delegacia.

Lá veio o esclarecimento do novo golpe:

O atendente faz uma 'gentileza' e segura a máquina pra digitarmos a senha, neste momento, tapando o visor com a ponta dos dedos, na verdade ele não colocou o valor da compra, e os dígitos da senha aparecem no visor ficando expostos como se fossem o valor da compra.
Ele anota a senha e diz que não funcionou por qualquer motivo. Faz novamente o procedimento só que correto e a gente paga a despesa.

PRONTO: O cara tem a senha anotada e o número do cartão que fica registrado na bobina.

Segundo a delegada, em dois dias um cartão clonado com qualquer nome está na mão da quadrilha e os débitos caem direto na sua conta!!!

O frentista confessou que 'nem conhece quem são as pessoas por trás disso' um motoqueiro passou no posto,
ofereceu R$ 600,00 por semana e passava lá pra pegar a lista de cartões e senhas e para deixar o dinheiro pro cara.

Segundo a delegada está acontecendo muito em barzinhos, botecos,danceterias, lojas de conveniência, posto de gasolina, etc.

Obs.: Esse texto recebi por e-mail da minha querida amiga Rosalina e não sei de quem é a narrativa. Publiquei aqui para que todos se liguem e os créditos ficam por conta da nossa atenção.

Abraços a todos e fiquem atentos. Pode acontecer com você.

Roberval Paulo

BRASIL MUSICAL E SUAS CONSAGRAÇÕES


Musicaria Brasil 



Posted: 14 Apr 2011 08:33 PM PDT
Foi no ano de 1941 que nasceram dois grandes nomes de nossa música popular brasileira. De um lado, Nana Caymmi, a intérprete de um canto pungente e singular. Do outro, Roberto Carlos, considerado o rei da música brasileira.

Por Bruno Negromonte

Dinair Tostes Caymmi, mas conhecida como Nana Caymmi completa 70 anos no próximo dia 29 de abril. A coluna de Nelson Motta faz uma síntese da vida profissional desta, que como diz Nelson, é conhecida pelo temperamento forte e a língua solta, e jamais fez concessões em sua carreira e suas opiniões. Ela chega aos 70 anos como uma das cantoras mais consagradas da MPB e intérprete de grandes temas de novelas.Essa data comemorativa será celebrada com o lançamento de um CD e um DVD (primeiro da cantora) ao vivo com produção de José Milton que trabalha com a cantora desde 1994. E a gravadora EMI tambem está preparando uma Box com alguns títulos de Nana lançados na mesma ainda para este ano.


Já Roberto Carlos Braga dispensa apresentações. Um dos artistas que mais venderam disco no mundo, Roberto, aos 52 anos de carreira, é considerado o rei da MPB há muito tempo. Roberto é capaz de inúmeras façanhas; este ano. por exemplo, foi tema de escola de samba e consagrou a Beija Flor de Nilópolis como a grande campeã do carnaval carioca de 2011. Para que possam conhecer um pouco mais sobre a carreira e a vida do Roberto Carlos procurem acessar os links relacionados ao nome dele que se encontra ao lado direito do nosso espaço.

Parabéns tanto ao Roberto quanto a Nana. Que Deus os cubra de energias positivas, saúde, paz e mais sucesso!
Posted: 14 Apr 2011 08:33 PM PDT
Hyldon, um dos três grande vértices do soul brasileiro da década de 70, chega aos 60 anos no próximo dia 17.

Por Marcus Jacobson e Bruno Negromonte

O autor de sucessos como Na Rua na chuva na fazenda e as dores do Mundo que ficaram ainda mais conhecidas depois de regravadas respectivamente pelas bandas Kid Abelha e Jota Quest completa 60 anos no próximo dia 17. Seus grandes sucessos retornam às patreleiras das lojas de disco com o mais recente lançamento intituladoHyldon Ao Vivo, lançado em Cd e Dvd (o primeiro do artista). O registro deste álbum e DVD veio em comemoração aos 35 anos de carreira fonográfica de Hyldon, tanto que das 19 faixas do DVD e/ou 13 do Cd, a maioria das canções não são inéditas. Uma característica peculiar nos álbuns do Hyldon são as alquimias que ele sempre vem procurando mostrar em seus álbuns, produzindo uma MPB com tinturas de funk e soul.

Nascido na Bahia, radicado no Rio de Janeiro e residindo atualmente em Teresópolis, o veterano Hyldon, formou com Tim Maia e Cassiano um dos movimentos mais significativos da música negra, a Soul Music Brasileira, quando o triunvirato freqüentava um barzinho em Copacabana chamado "Vagão" na década de 70. No violão, que passava de mão em mão, foram compostos vários sucessos que atravessaram o tempo como "I don´t know what to do with myself", parceria com Tim Maia.


Hyldon, desde jovem, já sentia a música correndo nas veias. Na adolescência interessou-se pela guitara elétrica e por Iê-iê-iê, por influência de seu primo Pedrinho (integrante do conjunto Os Fevers). Montou uma banda chamada Os Abelhas. Por essa época, sua mãe resolveu voltar para a Bahia. Aos 14 anos tocou guitarra na gravação do disco do conjunto Os Fevers. Logo depois (a convite de Mazzola) passou a trabalhar no selo Polydor (da gravadora PolyGram), como produtor de artistas novos, entre os quais Erasmo Carlos, Jerry Adriani, Wanderléa, Odair José, Adilson Ramos e Wanderley Cardoso, este último gravou de sua autoria "Chove, a natureza chora" e Roberto Livi interpretou "Eu me enganei".

Por essa época, junto com Cassiano, Camarão (irmão de Cassiano) e Amaro, formou o grupo Os Diagonais, grupo com o qual viajou por cidades baianas e mineiras. Trabalhou como guitarrista de Tony Tornado, Frank Landi e de Wilson Simonal. No ano de 1974, lançou o seu primeiro disco, um compacto simples com a canção "Na rua, na chuva, na fazenda - casinha de sapê", seu maior sucesso. No ano seguinte, lançou o seu segundo compacto, também com êxito, apresentando a música "As dores do mundo" Os dois sucessos o levaram a gravar um LP pela Polydor no mesmo ano, "Na rua, na chuva, na fazenda", no qual misturava elementos da música rural com o soul e foram incluídos os sucessos "Na rua, na chuva, na fazenda", "As dores do mundo" e "Na sombra de uma árvore".

Em 1976 gravou o LP "Deus, a natureza e a música". Disco que gravou com os músicos da banda Azymuth. Ainda deste disco destacaram-se as faixas "Pra dizer adeus" (Edu Lobo e Torquato Neto) na qual constou arranjo e performace do pianista Cristóvão Bastos (na época, integrante da Banda Black Rio) e "Primeira pessoa do singular", música de Hyldon com letra de Caetano Veloso. No ano de 1977 gravou o LP "Nossa história de amor". Disco no qual participaram Dominguinhos, Ed Lincoln, Maurício Einhorn e Zé Bodega. Gravou, com sua mulher Zoé Ruth, o disco infantil "A turminha do bebê". Por essa época, compôs o tema "O Seu Boneco é o terror", para o personagem do ator Lug de Paula, produzindo também o álbum.



No ano de 1998, a convite do poeta Sergio Natureza, participou dos shows em homenagem ao compositor Sérgio Sampaio. Neste mesmo ano, a gravadora Universal Music relançou o disco "Velhos camarada", coletânea que reuniu Cassiano, Tim Maia e Hyldon. No ano 2000 participou do show e do disco "Tributo a Tim Maia", lançado pela gravadora Som Livre. No ano seguinte, sua composição "Na rua, na chuva, na fazenda" interpretada pela dupla Cristian e Ralf entrou na trilha sonora da novela Amor e Ódio do SBT. Neste mesmo ano produziu e lançou o CD "Pra todo mundo cantar junto", disco no qual incluiu sucessos seus e de outros autores da MPB.

Em 2003, refez o disco "Deus, a natureza e a música". O LP que havia sido feito em 1976 como último disco de contrato com a gravadora, apesar de ter contado com músicos importantes na época: Oberdan Magalhães e Robson Jorge (ambos já falecidos) e ainda Banda Black Rio, Azymuth, Ed Maciel,
Jorginho da Flauta, Chacal, Tony Bizarro e cordas do Teatro Municipal regidas por Waltel Branco, o LP ficou um pouco aquém na qualidade técnica, agora refeita, (a mixagem e nova voz do cantor), além de serem incluídas três faixas-bônus: "Táxi pra Bahia", "Palavras de amor ao vento" e "Pelas ruas de Los Angeles", contando com músicos de renome como Zé Canuto e Paulinho Trompete.

Mesmo não tendo hoje o mesmo espaço na mídia como tinha na década de 70, o cantor e compositor baiano completa 60 anos continuando na ativa. Hyldon continua a se apresentar pelo Brasil afora e está mais vivo do que nunca no coração daqueles que se nutrem das mais belas letras e melodias de um gênero musical no qual ele foi um dos precursores (juntamente com Tim Maia e Cassiano).

Hoje, os três são, por muitos, considerados a santíssima trindade do soul no Brasil.

Parabéns Hyldon! Que Deus o cubra desaúde, felicidades, sucesso e inspiração para que nós possamos ouvir lindas letras e melodias.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

DONA IVONE LARA - 70 ANOS DE MÚSICA - Nossa grande Rainha


Musicaria Brasil 



Posted: 12 Apr 2011 07:32 PM PDT
No próximo dia 13 de abril Dona Ivone Lara completa 90 anos de idade; destes, 70 foram dedicados à música. Segundo Beth Carvalho, uma das intérpretes que mais cantou Dona Ivone, a sambista do Império é uma senhora melodista: — Se tivesse estudado mais, seria maestrina. Os “laiás-laiás” dela são verdadeiros arranjos. Mas foi Maria Bethânia, ao gravar “Sonho meu” e “Alguém me avisou”, na década de 1980, que consagrou, fora do mundo do samba, a parceria de Dona Ivone e Décio Carvalho.

Por João Máximo, Bruno Negromonte Sara Paixão

O nome de Yvonne Lara da Costa dispensa qualquer tipo de apresentação. Grande sambista e como compositora, além de sambas belíssimos, foi também a primeira mulher a integrar uma ala de compositores de escolas de samba. Em sua biografia passou por diversas dificuldades superando a todas elas e galgando o seu espaço dentro da música popular brasileira como um dos nomes mais reverenciados do samba. Depois de aposentada, se dedicou inteiramente ao samba e a composição tendo suas canções gravadas por grandes nomes de nossa música e criando clássicos para nossa MPB.

Bisneta de escravos, Ivone Lara nasceu em Botafogo, no Rio de Janeiro. O pai, João da Silva Lara, era um conceituado músico do lugar com seu violão de sete cordas, além de desfilar no bloco dos africanos e outros ranchos. A mãe, Emerentina Bento da Silva, levava uma vida dura como lavadeira e costureira e para dar vazão a alegria transformava-se em pastora do rancho Flor do Abacate e uma cantora amadora de prestígio.

Precocemente, Ivone perdeu o pai em um acidente com o caminhão no qual trabalhava como ajudante. João só tinha 27 anos. Emerentina ficou grávida e seis meses após sua viuvez deu a luz a uma menina. Emerentina caso novamente e foi morar na Tijuca com Ivone e por lá viveu oito anos no internato do Colégio Municipal Orsina da Fonseca. Lá estudou música com Lucíla, mulher de Heitor Villa-lobos e chegou a cantar sob a regência do maestro. Ivone tinha 17 anos quando sua mãe mãe faleceu também de maneira precoce aos 33 anos.



Já maior de idade, Ivone sai do colégio e vai morar em Inhaúma com o tio Dionísio, com quem aprende a tocar cavaquinho. É notória a dura vida de Ivone, o sofrimento em sua vida foi uma constante em sua juventude a fazendo, desde muito cedo, uma mulher autônoma e uma compositora de mão cheia que não pretende parar nem tão cedo. Tem perto de 15 sambas recém-feitos com o parceiro Délcio Carvalho e continua aceitando convites para shows, como o de duas semanas atrás, no Rival. Tudo isso apesar das limitações impostas pela recuperação de uma fratura no fêmur e da vista direita perdida em razão da necrose decorrente de um glaucoma.

- Da esquerda, enxergo perfeitamente - diz ela, deixando claro que os óculos são apenas para não modificar a imagem que todos conhecem.

O aniversário será comemorado em família, com direito a bolo, feijão branco e roda de choro, esta um presente do músico Abel e de seu grupo. Dona Ivone vive hoje com o filho Alfredinho, a nora Eliana, netos e bisneto, numa acolhedora casa de Osvaldo Cruz. O ambiente é tipicamente suburbano, com o mesmo espírito de vizinhança que Dona Ivone conheceu no Rio de antigamente.

- Esta era uma rua sem saída - conta Eliana. - Desde que viemos morar nesta casa, pensamos em fechar a entrada para transformar o local num condomínio, mas fazia 20 anos que um dos vizinhos era contra. Até que o convidamos para uma roda de samba aqui em frente, e ele mudou de ideia.

Samba de Dona Ivone Lara realmente tem força. É o que explica ela ter passado a vida a superar barreiras que pareciam separá-la do prazer de viver a música. Em
menina, morando na Tijuca, fugia de casa para dançar e cantar nos terreiros do Salgueiro. Quando voltava, apanhava da mãe, que, apesar de cantora do Rancho Flor do Abacate, queria outra vida para a filha. O pai, sete cordas do Bloco dos Africanos, morreu quando Dona Ivone tinha apenas 3 anos. Aos 10, perdeu a mãe.

Por esses dados, acredita-se que tenha sido pouca a influência dos pais sobre Dona Ivone. Da mesma forma, o curto tempo em que estudou com Lucília Villa-Lobos, mulher do maestro famoso, não antecipou o que seria a compositora (foi por essa época que, aluna de Orsina da Fonseca, cantou "A lavadeira" no coro regido pelo próprio Villa-Lobos).

- Fui criada por uma tia, tia Cota, que também não gostava de samba - lembra ela, já se referindo aos tempos de Serrinha, quando trocou, para sempre, o Salgueiro pelo Império Serrano. - Tia Cota gostava de jongo, mas não de samba, que ela achava coisa para homem. Achava que eu, moça que pretendia fazer curso superior, não devia me misturar com a gente da escola.

O curso foi feito: enfermagem. Do qual ela muito se orgulha. - Graça a isso pude me aposentar aos 58 anos.

Enfermeira e, depois, assistente social, funções que dividiria, sem problemas, com a de baiana a desfilar pelo Império.

Já a resistência de tia Cota começou a ser vencida com a cumplicidade do primo, Mestre Fuleiro, que começou a levar para a escola as primeiras tentativas da compositora. Naturalmente, sem citar-lhe o nome (Dona Ivone não diz, mas alguns sambas que, assinados por outros, fizeram sucesso, dentro e fora do Império, tinham o dedo dela).

- Até que me convidaram para ser a madrinha da ala dos compositores. Fui a primeira mulher a conseguir isso.

O convite não veio logo após as primeiras amostras l
evadas por Fuleiro. Dona Ivone tinha 16 anos quando compôs "Tiê", e já havia feito com $de Oliveira e Bacalhau um dos maiores sambas-enredos já ouvidos num desfile: "Cinco bailes da história do Rio", em 1965, quando a cidade completou 400 anos. Consta que ela entrou na parceria exatamente como, ainda hoje, atua no Império: acabando a música que os parceiros (no caso, bêbados) não conseguiam. Dona Ivone conta:

- Volta e meia eles me chamam: "Madrinha, vem dar um ajudinha." Vou com prazer.

É sinal de que ela continua firme e fiel ao Império Serrano.

- O Império? Está fraco, quase morrendo. Se tivesse mais uma escola esse ano, tínhamos perdido o sexto lugar (no Grupo de Acesso A).



Seus próprios sambas são trabalhados de outra maneira. Inspiradíssima ("Você percebe que o talento dela não é comum, não é usual", assevera Paulão Sete Cordas, o violão que a conhece muito de perto), Dona Ivone vai criando seus temas e, muitas ve$, passando-os por telefone a Délcio ou a outro parceiro. Suas melodias sempre têm a precedência.

Dona Ivone, o mesmo sorriso, o mesmo rosto sem rugas, a mesma elegância nos gestos e na fala, chega aos 90 acreditando (sem trocadilho com "Acreditar", grande samba dela e Délcio). No dia do aniversário, lança seu site. A cantora mineira Márcia Lima vai gravar disco só de sambas seus que não fizeram muito sucesso. Título: "Lado B". A mineira Aline Calisto inclui três inéditos em seu próximo CD. Fatos aparentemente triviais, mas recebidos com o mesmo contentamento dos triunfos que Dona Ivone vem multiplicando em tantos anos: apresentações em França, Alemanha, Suíça, Dinamarca, Gana, Angola, Nova York. Seu disco "Nasci para sonhar e cantar", com título definidor, foi lançado em 2001 (o mesmo ano em que o pianista Leandro Braga lhe dedicou um CD instrumental e um songbook). Ganhou prêmio, $muito no Brasil, na França, Alemanha, Austrália e até no Paquistão.

No meio de todas essas vitórias, só uma queixa:

- Das gravadoras. Não me divulgam, não me pagam, não me dão satisfação, só se apropriam do que é meu.

Uma informação: pelo DVD que a Universal produziu com ela, "todo ele praticamente vendido", recebeu menos de R$ 2 mil. De direitos autorais, R$ 74. Isso mesmo: setenta e quatro reais.

Apesar da queixa, momento raro em Dona Ivone, ela não perde o jeito sereno e simples. De tal modo que, às vezes, somos levados a crer que, no fundo, a artista não tem exata consciência de seu papel, de sua importância. No máximo, ao falar sobre si mesma, ela se permite uma explicação de por que é quem é. Como no depoimento que deu ao Museu da Imagem e do Som (MIS) em 2008: "Eu me faço respeitar." Em seu caso, respeitar é pouco. Dona Ivone Lara nasceu para sonhar, cantar e ser cultuada.

E o amor para que ela continue a cantar vem de todas as partes.

— É nossa rainha, firme na preservação do samba. Vida ainda mais longa a Dona Ivone — deseja Zeca Pagodinho.

Autor de inúmeros sambas para a musa dos sambistas, o cantor e compositorArlindo Cruz engrossa a torcida por uma duradoura comemoração: — Dona Ivone merece todas as homenagens, que seja um ano inteiro de festa. A minha geração de sambistas, do Cacique de Ramos, é toda apaixonada por ela.

DISCOGRAFIA
  • O Botequim da Pesada - Sargentelli e o Sambão (1970)




  • 1974 - Quem samba fica? Fica. (com vários)

    1974 - Samba Minha Verdade, Samba Minha Raiz


  • 1979 - Sorriso de criança


  • 1981 - Sorriso negro


  • 1982 - Alegria minha gente (Serra dos Meus Sonhos Dourados)


  • 1985 - Ivone Lara


  • 1986 - Arte do encontro (com Jovelina Pérola Negra)


  • 1993 - Mestres da MPB (coletânea)


  • 1998 - Bodas de ouro


  • 1999 - Um natal de samba (com vários)


  • 1999 - Raízes Do Samba (coletânea)


  • 1999 - Pirajá - Esquina do Samba (com vários)


  • 2000 - Casa de Samba 4 (com vários)


  • 2001 - Nasci para sonhar e cantar


  • 2001 - Para Sempre (coletânea)


  • 2001 - Meninos do Rio (com vários)


  • 2002 - A Música Popular Brasileira por Seus Autores e Intérpretes (coletânea)


  • 2003 - Aquarela do Samba (com vários)


  • 2004 - Sempre a cantar (com Toque de Prima)


  • 2006 - Warner 30 Anos: Dona Yvonne Lara (coletânea)


  • 2006 - Aquarela do Samba (com vários)


  • 2009 - Canto de Rainha


  • 2010 - Nas escritas da vida (com Bruno Castro)