terça-feira, 5 de julho de 2011

Veja fotos das homenagens ao ex-presidente Itamar Franco


O ADEUS A ITAMAR FRANCO - O Presidente do Plano Real
fonte: Portal TERRA

  1. Governador, Antonio Anastasia, e vice, Alberto Pinto Coelho, acompanharam o cortejo do corpo de Itamar ao Crematório Parque Renascer

    Foto: Wellington Pedro/Imprensa MG/Divulgação
  2. Cerimônia de cremação aconteceu no em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte

    Foto: José Camargo/Especial para Terra
  3. Familares deixam cerimônia logo após corpo de Itamar começar a ser cremado

    Foto: José Camargo/Especial para Terra
  4. Dilma cumprimenta filhas de Itamar Franco durante o velório

    Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
  5. Políticos prestam últimas homenagens a Itamar

    Foto: José Guilherme Camargo/Especial para Terra
  6. FHC acompanhou cerimônia ao lado de Dilma

    Foto: José Guilherme Camargo/Especial para Terra
  7. Autoridades e lideranças políticas participam de missa em homenagem a Itamar

    Foto: Wellington Pedro/Imprensa MG/Divulgação
  8. Velório em Belo Horizonte antecede cerimônia de cremação em Contagem

    Foto: Gil Leonardi/Secom MG/Divulgação
  9. Militares levam caixão para dentro do Palácio da Liberdade

    Foto: Gil Leonardi/Secom MG/Divulgação
  10. Corpo de Itamar foi recepcionado com honras de chefe de Estado

    Foto: Omar Freire/Imprensa MG/Divulgação
  11. Velório de Itamar foi marcado pela emoção

    Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
  12. Acompanhadas do senador Aécio Neves (centro) e do governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (dir.), filhas de Itamar choram na chegada do corpo ao Palácio da Liberdade

    Foto: Wellington Pedro/Governo de MG/Divulgação
  13. Ao lado de Dilma, FHC se emocionou no velório de Itamar

    Foto: José Guilherme Camargo/Especial para Terra
  14. Caixão de Itamar foi recebido com pétalas de rosas

    Foto: Secom MG/Divulgação
  15. Com lenço em punho, ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que "chora de saudades de Itamar"

    Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
  16. O corpo foi levado no American La France

    Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
  17. Itamar morreu no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde estava internado

    Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
  18. As cinzas do ex-presidente serão depositadas no jazigo da família

    Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
  19. Multidão se aglomera para recepcionar o corpo de Itamar

    Foto: Ney Rubens/Especial para Terra
  20. Caixão desfilou em carro aberto do Corpo de Bombeiros

    Foto: Ney Rubens/Especial para Terra
  21. Bombeiros fazem a retirada do caixão com os restos mortais de Itamar

    Foto: Ney Rubens/Especial para Terra
  22. Caixão com o corpo de Itamar chega ao Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte

    Foto: Ney Rubens/Especial para Terra
  23. Cerimônia de cremação de Itamar, prevista para ocorrer na tarde desta segunda-feira, será reservada à família

    Foto: José Guilherme Camargo/Especial para Terra
  24. Filha de Itamar desembarca em Belo Horizonte

    Foto: José Guilherme Camargo/Especial para Terra
  25. Bandeiras do Brasil e de Minas Gerais cobriram caixão de Itamar Franco

    Foto: José Guilherme Camargo/Especial para Terra
  26. Militares retiram caixão de avião de carga da FAB

    Foto: José Guilherme Camargo/Especial para Terra
  27. O cortejo de Itamar foi aplaudido por populares

    Foto: Aelson F. Amaral/Futura Press
  28. O corpo do político será cremado na cidade de Contagem

    Foto: Aelson F. Amaral /Futura Press
  29. O corpo de Itamar Franco foi levado na manhã de hoje para Belo Horizonte

    Foto: Aelson F. Amaral /Futura Press
  30. As últimas homenagens ao ex-presidente Itamar Franco serão prestadas no Palácio da Liberdade, sede do governo mineiro em Belo Horizonte

    Foto: Mateus Martins/vc repórter
  31. Itamar Franco será velado na sede do governo mineiro, em Belo Horizonte

    Foto: Ney Rubens/Especial para Terra
  32. Palácio da Liberdade tinha movimentação tranquila no início da manhã desta segunda-feira

    Foto: Ney Rubens/Especial para Terra
  33. Militares fazem reunião para discutir o protocolo do velório

    Foto: Ney Rubens/Especial para Terra
  34. Bandeira do Estado de Minas Gerais é posicionada a meio mastro em sinal de luto

    Foto: Ney Rubens/Especial para Terra
  35. Presidente da Bolívia, Evo Morales, enviou coroa de flores em homenagem a Itamar

    Foto: Ney Rubens/Especial para Terra
  36. Tapete vermelho foi colocado na entrada do Palácio da Liberdade

    Foto: Ney Rubens/Especial para Terra
  37. PM aposentado carrega foto tirada com Itamar

    Foto: Ney Rubens/Especial para Terra
  38. Imagem mostra que várias pessoas se reuniram nas proximidades de onde acontece o velório de Itamar Franco em Juiz de Fora

    Foto: Isabel Groppo/vc repórter
  39. Fernando Collor de Mello cumprimentou algumas pessoas que estavam nas proximidades da Câmara Municipal, local do velórion de Itamar Franco

    Foto: Isabel Groppo/vc repórter
  40. O vice-presidente Michel Temer também se despediu de Itamar durante o velório

    Foto: José Guilherme Camargo/Especial para Terra
  41. Michel Temer, Lula e José Sarney prestam homenagem ao lado do caixão de Itamar Franco

    Foto: José Guilherme Camargo/Especial para Terra
  42. Henrique Hargreaves, ex-ministro da Casa Civil do governo Itamar Franco, manifestou seu pesar durante o velório

    Foto: José Guilherme Camargo/Especial para Terra
  43. Antônio Anastasia, governador Minas Gerais, registrou seu sentimento de pesar diante da morte de Itamar Franco

    Foto: José Guilherme Camargo/Especial para Terra
  44. O senador Magno Malta, o presidente do Senado, José Sarney, o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, o ex-presidente Lula, o vice-presidente da República, Michel Temer, e o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, durante o velório de Itamar Franco

    Foto: Agência Brasil
  45. Imagem registra a movimentação de pessoas em frente à Câmara Municipal de Juiz de Fora

    Foto: Francisco Pugliese/vc repórter
  46. Militares levam o caixão para dar início ao velório na Câmara Municipal

    Foto: Francisco Pugliese/vc repórter
  47. Imagem do caixão coberto pelas bandeiras de Minas Gerais e do Brasil na chegada do corpo à Câmara Municipal de Juiz de Fora

    Foto: Francisco Pugliese/vc repórter
  48. O ex-presidente Lula, ao lado de senadores, presta homenagem no velório de Itamar Franco

    Foto: José Guilherme Camargo/Especial para Terra
  49. Muitas pessoas aguardavam a chegada do corpo nas proximidades da Câmara Municipal de Juiz de Fora

    Foto: José Guilherme Camargo/Especial para Terra
  50. Imagem da chegada do corpo à Câmara Municipal de Juiz de Fora, local do velório

    Foto: José Guilherme Camargo/Especial para Terra
  51. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também compareceu ao velório de Itamar Franco em Juiz de Fora

    Foto: José Guilherme Camargo/Especial para Terra
  52. O governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), acompanha o velório de Itamar Franco

    Foto: José Guilherme Camargo/Especial para Terra
  53. Imagem do caixão coberto com as bandeiras de Minas Gerais e do Brasil

    Foto: José Guilherme Camargo/Especial para Terra
  54. Fernando Collor de Mello esteve presente no velório de Itamar Franco

    Foto: José Guilherme Camargo/Especial para Terra
  55. O aposentado Adão de Assis Ferreira, 47 anos, foi o primeiro a chegar à Câmara Municipal

    Foto: José Guilherme Camargo/Especial para Terra
  56. Adão se disse "muito feliz" por estar na despedida de Itamar

    Foto: José Guilherme Camargo/Especial para Terra
  57. Moradores de Juiz de Fora aguardam o adeus a Itamar Franco

    Foto: José Guilherme Camargo/Especial para Terra
  58. Cerimônia deve ser fechada à família, amigos e autoridades antes da abertura dos portões para visitação do público

    Foto: José Guilherme Camargo/Especial para Terra
  59. Polícia Militar estima que pelo menos 300 pessoas aguardem a chegada do corpo de Itamar à Câmara Municipal de Juiz de Fora

    Foto: José Guilherme Camargo/Especial para Terra
  60. Militares descansam após decolagem de avião com o corpo de Itamar

    Foto: Vagner Magalhães/Terra
  61. Oficiais observam movimentação de avião da FAB

    Foto: Vagner Magalhães/Terra
  62. Aeronave aguarda autorização para decolagem

    Foto: Vagner Magalhães/Terra
  63. Porta traseira de avião é fechada após embarque de corpo

    Foto: Vagner Magalhães/Terra
  64. Aeronave militar (ao fundo) parte em direção a Juiz de Fora (MG)

    Foto: Vagner Magalhães/Terra
  65. Avião da FAB se prepara para decolar no aeroporto de Congonhas

    Foto: Vagner Magalhães/Terra
  66. Cortejo entra em alça de acesso à Ponte Estaiada

    Foto: Fernando Borges/Terra
  67. Caixão com o corpo de Itamar Franco é liberado e deixa o Hospital Albert Einstein

    Foto: Fernando Borges/Terra
  68. Motos estacionadas em frente ao Hospital Albert Einstein levavam bandeiras do Brasil e do Estado de São Paulo

    Foto: Fernando Borges/Terra
  69. Cortejo do corpo de Itamar movimentou as ruas paulistanas na manhã deste domingo

    Foto: Fernando Borges/Terra
  70. Batedores aguardam saída do corpo do ex-presidente

    Foto: Fernando Borges/Terra
  71. Cortejo do corpo de Itamar Franco foi feito sob escolta de batedores das polícias Militar e do Exército

    Foto: Fernando Borges/Terra
  72. Família de Itamar embarca em um segundo avião da FAB

    Foto: Fernando Borges/Terra
  73. Familiares de Itamar acompanham transporte do corpo

    Foto: Fernando Borges/Terra
  74. Itamar Franco morreu na manhã de sábado, vítima de um AVC após complicações em decorrência de leucemia

    Foto: Fernando Borges/Terra
  75. Avião da FAB foi disponibilizado para fazer o translado do corpo

    Foto: Fernando Borges/Terra
  76. Caixão com o corpo do ex-presidente é levado para Minas Gerais

    Foto: Fernando Borges/Terra
  77. Militares carregam o corpo de Itamar sobre tapete vermelho

    Foto: Fernando Borges/Terra
  78. Caixão com o corpo de Itamar embarca em avião da FAB

    Foto: Fernando Borges/Terra
  79. Batedores das polícias Militar e do Exército fazem a escolta do corpo

    Foto: Vagner Magalhães/Terra
  80. Cortejo fúnebre de Itamar Franco passa pela Ponte Estaiada, em São Paulo

    Foto: Fernando Borges/Terra
  81. Caixão com corpo de Itamar é colocado dentro de carro fúnebre

    Foto: Fernando Borges/Terra
Governador, Antonio Anastasia, e vice, Alberto Pinto Coelho, acompanharam o cortejo do corpo de Itamar ao Crematório Parque Renascer  Foto: Wellington Pedro/Imprensa MG/Divulgação
Governador, Antonio Anastasia, e vice, Alberto Pinto Coelho, acompanharam o cortejo do corpo de Itamar ao Crematório Parque Renascer

Foto: Wellington Pedro/Imprensa MG/Divulgação

IBSON TEM INTERESSE EM VOLTAR AO FLAMENGO

Pai de Ibson diz que a prioridade do meia é o Fla

Pai de Ibson confirma interesse do meia em voltar ao futebol brasileiro

Laís Souza, que trabalha como empresário do filho, diz que Spartak deve dificultar acordo: 'Já recusaram 5 milhões de euros do Rubin Kazan'

globoesporte.com
Por Eduardo Peixoto Rio de Janeiro
Ibson e Ari, do Spartak de Moscou (Foto: Divulgação)Com saída de Alex para o Corinthians, Ibson ficou
sem companhia brasileira  (Foto: Divulgação)
O eldorado russo para Ibson está cinzento. Nem a chegada do verão, nem o salário generoso que o Spartak de Moscou deposita religiosamente na conta dele o convencem a estender a aventura de dois anos no país.

Ibson voltou à Rússia na última terça-feira, depois de seis dias de isolamento total no Rio de Janeiro ao lado da esposa Cinthia e dos filhos Ibson Junior e Alícia. O campeonato local está paralisado até o dia 26 de julho e o Spartak planejou uma intertemporada na Áustria.

- Ele realmente quer sair porque o time está muito mais fraco (ocupa a sétima posição na tabela a dez pontos do líder e rival CSKA). O Alex convenceu o Ibson a acertar com o Spartak e foi o primeiro a pular fora (acertou com o Corinthians). O Alex era vizinho do Ibson, os filhos brincavam juntos. O Rodolfo, que também era o melhor amigo, também voltou. Meu filho ficou isolado e quer voltar – diz o pai do volante, Laís Souza.

O Flamengo naturalmente seria a primeira opção. Antes de ser eleita, a presidente Patrícia Amorim elencou Ibson, Julio César e Juan como plataformas eleitorais. Porém, para repatriá-lo, o clube teria de gastar uma boa verba.

- Se o Ibson não voltar ao Flamengo não será por falta de amor. Ele é profissional e tem a família para sustentar. São duas boquinhas (Ibson Júnior e Alice). Também não será por causa da briga entre Eduardo Uram e Vanderlei Luxemburgo. Isso é passado. Se o Ibson não voltar será porque o Flamengo não tem dinheiro.
O Fluminense tem interesse no jogador, assim como o Grêmio. Mas o tempo para concluir a transferência é curto. A janela de transferências internacionais do Brasileirão fecha daqui a 13 dias.

- Os russos não precisam de dinheiro. Recentemente o Spartak recusou uma oferta de 5 milhões de euros (cerca de R$ 11,6 milhões) do Rubin Kazan. E não adianta tentar comprar 50% porque esse negócio de fatiar jogador só existe aqui. Nenhum clube brasileiro chegou à Rússia com proposta oficial. Nem Grêmio, Fluminense ou Flamengo.

Aos 27 anos, Ibson tem mais dois anos de contrato com o Spartak.

Vanderlei Luxemburgo repete formação para enfrentar o São Paulo

 
Airton treina normalmente e tem estreia confirmada no jogo desta quarta
globoesporte.com
Por Janir Júnior e Richard Souza Rio de Janeiro
Em treino tático realizado na tarde desta terça-feira, Vanderlei Luxemburgo manteve o time do coletivo da véspera. Com isso, o Flamengo deve mesmo enfrentar o São Paulo com Felipe, Léo Moura, Welinton, Angelim e Junior César; Airton, Willians, Renato Abreu e Thiago Neves; Ronaldinho e Deivid.
Airton, que sentira um pouco de dor na coxa esquerda durante o coletivo da véspera, treinou normalmente e tem estreia confirmada.
Durante a atividade, o treinador pediu para que as câmeras de TV fossem desligadas. Fugindo da rotina de recreativos nas vésperas de jogos, Luxemburgo treinou saídas rápidas da defesa para o ataque.
O jogo desta quarta será no Engenhão, às 21h50m.

MPB - Música em preto e branco

Musicaria Brasil



MPB - MÚSICA EM PRETO E BRANCO
Posted: 04 Jul 2011 09:55 PM PDT


Erasmo Carlos
CÉSAR VILLELA E AS CAPAS DA ELENCO
Posted: 04 Jul 2011 12:18 PM PDT


Por Ronaldo Evangelista


César Villela é um dos mais influentes artistas gráficos brasileiros. Começou a invadir o inconsciente coletivo de todos os brasileiros interessados em música no fim dos anos 50, quando fazia dezenas de capas por mês para a gravadora Odeon e achava tempo e inspiração suficiente para criar imagens lindas e elegantes, como a do disco "Ooooh, Norma", de Norma Benguell, e vários de Silvinha Telles.

Em 1963 acompanhou o produtor Aloysio Oliveira quando esse saiu da Odeon e criou sua própria gravadora, a revolucionária Elenco, que lançou os discos de estreia de gente como Nara Leão, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Edu Lobo, Astrud Gilberto e álbuns de Baden Powell, Roberto Menescal e Maysa. Na Elenco, César abusou do minimalismo e ajudou a criar a imagem da própria bossa nova: elegante, discreta, moderna, ousada.

Em entrevista, o capista - que hoje mora no Rio e trabalha com artes plásticas - contou mais de sua história, suas criações e suas inspirações.

Como foi a criação da Elenco?
César Villela - O Aloysio de Oliveira saiu da Odeon e começou fazer shows no Au bom Gourmet, onde eu fazia os cenários. O primeiro foi "O Encontro", com João Gilberto, Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Os Cariocas. E ele e o Flávio Ramos --o dono do Au Bom Gourmet-- resolveram fazer uma gravadora para lançar aquele elenco. A maioria dos músicos da bossa nova não tinha gravadora, a Odeon só queria o João Gilberto. E todos queriam botar o nome na praça, então todo mundo adorou. Depois o Flavio Ramos acabou saindo da parceria e o Aloysio criou a Elenco sozinho. Mas a Elenco era sofisticada demais pra época, só vendia na Zona Sul do Rio de Janeiro --acho que depois de um tempo ganhou mais cartaz em São Paulo que no Rio. Eu e o Chico Pereira, meu parceiro, que fazia as fotos, não ganhávamos nada para fazer as capas, era tudo na base da amizade. Fazíamos por acreditar naquilo.

De onde veio a idéia para a simplicidade estética da Elenco e de tantas de suas capas?
CV - Comecei a simplificar na Odeon, uma das principais capas dessa época é a do Noel Rosa --com uma rosa no lugar do "o". Eu via as vitrines confusas, todos fazíamos capas muito confusas. E não havia TV para fazer propaganda --as capas tinham de vender o disco! Aí lembrei que o Marshall McLuhan chamava isso de ruído visual e comecei a simplificar ao máximo. Os discos da Elenco brigavam nas lojas com os discos das multinacionais, eles tinham de sobressair. A simplificação das capas foi uma maneira de chamar a atenção para eles.

E o tão comentado alto-contraste, como surgiu?
CV - O alto-contraste surgiu na Odeon. Eu conversava com o Chico Pereira e dizia pra ele que precisávamos simplificar as capas. Nessa época, ele era professor na ABAF (Associação Brasileira de Arte Fotográfica) e eu às vezes ia lá com ele. Quem estudava lá não eram fotógrafos profissionais, eram médicos, advogados. E certa vez vi uma exposição com diferentes experimentações na revelação e gostei de uma, que estava em alto-contraste. Perguntei pro Chico se ele conseguia fazer aquilo e ele me disse que sim. A primeira capa com essa idéia foi a do disco "O Amor, o Sorriso e a Flor", do João Gilberto, com efeito solarizado. Resolvi experimentar e todo mundo topou, ninguém falou nada. Aí, quando o Aloysio me chamou pra fazer as capas da Elenco eu disse, "vamos fazer tudo em alto contraste!"

Outro elemento famoso das capas da Elenco são os detalhes em vermelho.
CV - Quando eu fazia capas desenhadas, eu colocava recortes vermelhos por cima. E as capas com fotos têm sempre quatro bolinhas, contando a do logotipo. Na época eu andava lendo umas coisas espirituais e li na Cabala dos judeus que o número quatro era ligado à harmonia. Achei que harmonia tinha a ver com música, daí resolvi usar aquela idéia nas bolinhas.

Depois de um tempo vocês desistiram do alto-contraste e logo depois pararam de fazer capas. Como foi a transição?
CV - Fazer as capas em alto-contraste dava muito trabalho naquela época. Não era como hoje, que com um computador, em um segundo, você faz. Então, em certo ponto, o Chico não quis mais fazer. Além de dar trabalho, aquilo custava dinheiro, eram necessárias várias revelações. Aí experimentamos um pouco com outros estilos: fizemos duas capas com (a técnica) jato de areia, da Rosinha de Valença e do Roberto Menescal. Depois disso, paramos e fui morar nos Estados Unidos, em uma empresa de animação. Um tempo depois fiz mais algumas capas para o Aloysio, como a do disco "Contrastes", da Odete Lara, e do álbum do Edu Lobo com a Maria Bethânia.

E o Aloysio continou mais um pouco com a Elenco e depois a gravadora acabou, virou um selo da Philips.
CV - Fui para os Estados Unidos em outubro de 1964 e lá só tocava "Garota de Ipanema" (risos). Mas aqui o mercado estava difícil, os militares estavam no poder, o Aloysio não estava ganhando dinheiro. Ele ainda segurou um tempo, mas depois vendeu a Elenco pra Philips. No fim, não ganhou nada, só gastou. Ele não tinha dinheiro, morava num apartamento de um quarto. A Elenco não vendia muito, mas na época os números eram diferentes: Anísio Silva era um grande vendedor de discos e vendia 10, 15 mil cópias.

O disco "Vinicius & Odette Lara" foi o primeiro lançado pela Elenco, mas não foi o primeiro que você fez, certo?
CV - É, eu fazia as capas antes mesmo dos discos serem gravados. As capas eram feitas dois, três meses antes. A contracapa, com o repertório, era feita depois, porque era mais simples. O Aloysio (já na Odeon, depois também na Elenco) me passava uma lista com vários artistas. Alguns não tinham nem nome, alguns artistas não sabiam nem que iam gravar! Era preciso fazer com essa antecedência porque estávamos fazendo as capas em off-set, que era um tipo novo de impressão. Antes nós só tínhamos litografia e rotogravura, então nem todas as gráficas sabiam mexer com os fotolitos --e as que mexiam eram muito disputadas pelas agências de publicidade.

Como foi a criação da Elenco?
CV - O Aloysio de Oliveira saiu da Odeon e começou fazer shows no Au bom Gourmet, onde eu fazia os cenários. O primeiro foi "O Encontro", com João Gilberto, Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Os Cariocas. E ele e o Flávio Ramos --o dono do Au Bom Gourmet-- resolveram fazer uma gravadora para lançar aquele elenco. A maioria dos músicos da bossa nova não tinha gravadora, a Odeon só queria o João Gilberto. E todos queriam botar o nome na praça, então todo mundo adorou. Depois o Flavio Ramos acabou saindo da parceria e o Aloysio criou a Elenco sozinho. Mas a Elenco era sofisticada demais pra época, só vendia na Zona Sul do Rio de Janeiro --acho que depois de um tempo ganhou mais cartaz em São Paulo que no Rio. Eu e o Chico Pereira, meu parceiro, que fazia as fotos, não ganhávamos nada para fazer as capas, era tudo na base da amizade. Fazíamos por acreditar naquilo.

De onde veio a idéia para a simplicidade estética da Elenco e de tantas de suas capas?
CV - Comecei a simplificar na Odeon, uma das principais capas dessa época é a do Noel Rosa --com uma rosa no lugar do "o". Eu via as vitrines confusas, todos fazíamos capas muito confusas. E não havia TV para fazer propaganda --as capas tinham de vender o disco! Aí lembrei que o Marshall McLuhan chamava isso de ruído visual e comecei a simplificar ao máximo. Os discos da Elenco brigavam nas lojas com os discos das multinacionais, eles tinham de sobressair. A simplificação das capas foi uma maneira de chamar a atenção para eles.

E o tão comentado alto-contraste, como surgiu?
CV - O alto-contraste surgiu na Odeon. Eu conversava com o Chico Pereira e dizia pra ele que precisávamos simplificar as capas. Nessa época, ele era professor na ABAF (Associação Brasileira de Arte Fotográfica) e eu às vezes ia lá com ele. Quem estudava lá não eram fotógrafos profissionais, eram médicos, advogados. E certa vez vi uma exposição com diferentes experimentações na revelação e gostei de uma, que estava em alto-contraste. Perguntei pro Chico se ele conseguia fazer aquilo e ele me disse que sim. A primeira capa com essa idéia foi a do disco "O Amor, o Sorriso e a Flor", do João Gilberto, com efeito solarizado. Resolvi experimentar e todo mundo topou, ninguém falou nada. Aí, quando o Aloysio me chamou pra fazer as capas da Elenco eu disse, "vamos fazer tudo em alto contraste!"

Outro elemento famoso das capas da Elenco são os detalhes em vermelho.
CV - Quando eu fazia capas desenhadas, eu colocava recortes vermelhos por cima. E as capas com fotos têm sempre quatro bolinhas, contando a do logotipo. Na época eu andava lendo umas coisas espirituais e li na Cabala dos judeus que o número quatro era ligado à harmonia. Achei que harmonia tinha a ver com música, daí resolvi usar aquela idéia nas bolinhas.

Depois de um tempo vocês desistiram do alto-contraste e logo depois pararam de fazer capas. Como foi a transição?
CV - Fazer as capas em alto-contraste dava muito trabalho naquela época. Não era como hoje, que com um computador, em um segundo, você faz. Então, em certo ponto, o Chico não quis mais fazer. Além de dar trabalho, aquilo custava dinheiro, eram necessárias várias revelações. Aí experimentamos um pouco com outros estilos: fizemos duas capas com (a técnica) jato de areia, da Rosinha de Valença e do Roberto Menescal. Depois disso, paramos e fui morar nos Estados Unidos, em uma empresa de animação. Um tempo depois fiz mais algumas capas para o Aloysio, como a do disco "Contrastes", da Odete Lara, e do álbum do Edu Lobo com a Maria Bethânia.

E o Aloysio continou mais um pouco com a Elenco e depois a gravadora acabou, virou um selo da Philips.
CV - Fui para os Estados Unidos em outubro de 1964 e lá só tocava "Garota de Ipanema" (risos). Mas aqui o mercado estava difícil, os militares estavam no poder, o Aloysio não estava ganhando dinheiro. Ele ainda segurou um tempo, mas depois vendeu a Elenco pra Philips. No fim, não ganhou nada, só gastou. Ele não tinha dinheiro, morava num apartamento de um quarto. A Elenco não vendia muito, mas na época os números eram diferentes: Anísio Silva era um grande vendedor de discos e vendia 10, 15 mil cópias.

O disco "Vinicius & Odette Lara" foi o primeiro lançado pela Elenco, mas não foi o primeiro que você fez, certo?
CV - É, eu fazia as capas antes mesmo dos discos serem gravados. As capas eram feitas dois, três meses antes. A contracapa, com o repertório, era feita depois, porque era mais simples. O Aloysio (já na Odeon, depois também na Elenco) me passava uma lista com vários artistas. Alguns não tinham nem nome, alguns artistas não sabiam nem que iam gravar! Era preciso fazer com essa antecedência porque estávamos fazendo as capas em off-set, que era um tipo novo de impressão. Antes nós só tínhamos litografia e rotogravura, então nem todas as gráficas sabiam mexer com os fotolitos --e as que mexiam eram muito disputadas pelas agências de publicidade.

Como era o seu processso criativo das capas? Você tinha a idéia antes, passava pro Chico Pereira e depois montava tudo?
CV - Eu dirigia as fotos, às vezes desenhava como imaginava que elas deveriam ser. No disco do Vinicius com a Odette, por exemplo, eles não puderam se encontrar pra foto. Então fizemos com os dois separadamente e depois eu montei: peguei a Odete com o pé no banquinho e pus o "&" ali. Para um disco da Sylvia Teles, o Aloysio tinha dado o título: "Bossa! Balanço! Balada!", me entregou datilografado. Aí tive a idéia de desenvolver as exclamações em parte gráfica. Pra fazer uma do Roberto Menescal, lembrei que ele era um grande pescador. E o Chico também, às vezes eles iam mergulhar juntos. Aí sugeri fotografar com aquela roupa. Chico me trouxe a foto e bolei a idéia de cada rapaz da banda estar representado por um peixinho. E muita coisa eu desenvolvi por pura intuição, como as setas na capa do primeiro disco da Nara Leão.


Veja algumas capas criadas por César e outro material sobre o tema:
Capas - http://musica.uol.com.br/album/capas_cesar_villela_album.jhtm

Trabalho acadêmico sobre análise gráfica: http://wwwusers.rdc.puc-rio.br/ednacunhalima/2003_2_2/bnova.pdf