sexta-feira, 29 de julho de 2011

RONALDINHO GAÚCHO, THIAGO NEVES E KLEBER são absolvidos no STJD

Ronaldinho Gaúcho, Thiago Neves e Kleber são absolvidos no STJD

Rubro-negros ficam livres de punição pelo cartão amarelo contra o Palmeiras. Atacante escapa da acusação de falta de fair play no mesmo jogo

GLOBOESPORTE.COM
Por Fabio Leme Rio de Janeiro
 
Em julgamento na tarde desta sexta-feira, no Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Ronaldinho Gaúcho, Thiago Neves e Kleber foram absolvidos das acusações que sofreram no último 0 a 0 entre Flamengo e Palmeiras. Os rubro-negros tiveram de responder pelos cartões amarelos que receberam, já que no dia seguinte Thiago Neves afirmou se tratar de uma combinação para ambos ficarem suspensos contra o Ceará. Já o atacante palmeirense foi denunciado por falta de fair play no lance em que chutou a gol depois de o jogo ter sido interrompido para atendimento a Junior Cesar (veja o vídeo com as polêmicas). Thiago Neves e Ronaldinho foram absolvidos por unanimidade. Kleber teve um voto para suspensão por um jogo e três para absolvição. Com três cartões amarelos, o atacante não enfrenta o Atlético-MG, sábado, às 21h.
 
Único dos três jogadores presentes, Thiago Neves não quis dar entrevistas na saída do tribunal. Disse apenas uma frase.
- Estou feliz por poder fazer o que eu mais gosto, que é jogar.
Em seu depoimento, o meia negou que tenha forçado o cartão.
- Não foi combinado. Só depois do jogo é que eu comentei com o Ronaldinho que tinha sido uma boa para o Flamengo. Procuro jogar todos os jogos. Pensei que ia pegar a bola e acabei acertando o adversário - declarou.
Michel Asseff Filho, advogado rubro-negro no caso, argumentou que não há regra impedindo que cartões sejam forçados. O advogado do Palmeiras, André Sica, usou a mesma linha para defender Kleber.
O árbitro Leandro Pedro Vuaden também teve de responder pelo caso, já que a procuradoria entendeu que houve omissão do juiz na polêmica de Kleber. Vuaden explicou que em lances de bola ao chão não cabe ao árbitro julgar quem deve ficar com a bola. Foi proposto ao juiz que ele recebesse apenas uma advertência, sem julgamento. Vuaden aceitou. 
Laser 
A procuradoria do STJD também pediu a condenação do Palmeiras pelo fato de Vuaden ter relatado na súmula a paralisação do jogo aos 10 minutos por conta de a torcida ter usado um laser para atrapalhar o goleiro Felipe. O clube foi punido com multa de R$ 5 mil.
Acompanhando de perto a preocupação do tribunal com o tema, Michel Asseff Filho fez um apelo para que torcedores rubro-negros não usem laser nas partidas.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

R10 vence NEYMAR - Genialidade de sobra

No duelo da genialidade, R10 vence Neymar por um 'detalhe': o gol a mais

Números mostram equilíbrio entre os astros em quase todos os quesitos

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
 
Antes de entrar para a lista dos jogos inesquecíveis do Brasileirão - com direito a verbete na Futpédia - o confronto de quarta-feira já se desenhava memorável. Neymar e Ronaldinho duelariam pela primeira vez. O santista voltava de uma Copa América frustrada. Precisava mostrar serviço, assim como o rubro-negro, criticado por ter forçado cartão amarelo contra o Palmeiras. Os dois cumpriram à risca o papel de estrela. O experiente viveu momentos que lembraram os tempos de menino. O craque da Vila provou que já é peixe grande. Os números mostram o equilíbrio do encontro, que no fim teve leve vantagem para o camisa 10 da Gávea:  fez um gol a mais e decidiu o jogo histórico.
 
Houve "empate técnico" em quase todos os quesitos. Neymar finalizou seis vezes, contra cinco de Ronaldinho. O santista acertou 28 passes, um a mais que o rubro-negro. Neymar errou quatro passes. Ronaldinho, seis. O dentuço recebeu mais faltas (4 a 3) e desta vez passou em branco nos cartões - Neymar foi punido por falta em Willians. 
Veja os números do duelo:

info comparativo neymar ronaldinho gaúcho (Foto: ArteEsporte) 
O que os números não mostram é a alternância de bons momentos. Neymar começou melhor. Muito melhor. Caído, foi mais rápido que Welinton e participou do segundo gol de Borges. Em seguida, com dez toques na bola, driblou até a sombra e só parou para comemorar o golaço. 
 
Do outro lado, até então, Ronaldinho tinha dois chutes, ambos defendidos por Rafael (veja o vídeo com lances do rubro-megro). O camisa 10 não teve uma arrancada como a de Neymar, mas começou a virar o cenário depois do 3 a 0. Estava na pequena área para conferir a falha de Rafael no primeiro gol. Mais tarde, cobrou o escanteio para Deivid empatar o jogo e o duelo particular das estrelas: 1 a 1 em gols e assistências.
 
No segundo tempo, Neymar seguiu infernizando a defesa rubro-negra. David Braz e Leonardo Moura sofreram. O santista fez mais um gol e teve ainda outras duas chances. Só diminuiu o ritmo quando Willians encaixou a marcação. No fim, deu sinais de cansaço. Com menos movimentação, Ronaldinho teve fôlego para desequilibrar no fim. Depois de dribles curtos, sofreu falta na entrada da área e cobrou com técnica e inteligência. Na subjetividade da bola, um toque por baixo da barreira valeu para os rubro-negros como os dribles de Neymar: 1 a 1 em golaços.
 
No fim, Ronaldinho consegiu acompanhar contra-ataque puxado por Deivid e Thiago Neves. Chegou inteiro na bola e marcou o terceiro, recebendo elogios do rival na saída de campo. 
- Demos muito espaço para o Ronaldinho. É gênio, um craque. Jogou muito e resolveu o jogo para o Flamengo - resumiu Neymar.
- Os números estão mostrando isso. Desde que cheguei, sofremos apenas uma derrota. Estou brigando pela artilharia, e a equipe está entre as quatro primeiras. O importante é que eu estou bem com a torcida, e a torcida está bem comigo - comentou R10, autor de oito gols no Brasileiro.

EXTRA! EXTRA! - IVETE SANGALO no Fuzuê...

SANTOS X FLAMENGO - Jogo histórico até no placar - Confira!!!

PEIXE ABRE VANTAGEM DE 3 A 0, COM SHOW DE NEYMAR. MAS RONALDINHO COMANDA A REAÇÃO DO FLAMENGO EM JOGO HISTÓRICO

Extraído do Blog Edson fonseca

Por Adilson Barros e Julyana Travaglia

Uma ode ao futebol: Flamengo vence Santos num jogo espetacular na Vila....

Difícil achar um adjetivo para qualificar o que Santos e Flamengo fizeram nesta quarta-feira à noite, na Vila Belmiro, pela 12ª rodada do Brasileirão. Um show, um concerto, um espetáculo? É pouco. Foi, enfim, um jogo histórico, que será lembrado por muito tempo. No fim, o Flamengo, de Ronaldinho Gaúcho, que saiu perdendo por 3 a 0, acabou levando a melhor sobre o Santos, num 5 a 4 de encher os olhos, para apagar da memória dos torcedores brasileiros o burocrático futebol apresentado pela Seleção Brasileira na Copa América. O craque rubro-negro, enfim, mostrou a que veio quando retornou ao Brasil. Foi genial, como há muito tempo não era, marcando três gols, chegando a oito, artilheiro da competição. Neymar também brilhou, com dribles desconcertantes e dois gols, o primeiro antológico.
Muitos gols, uma obra-prima e o vilão


Ninguém tinha dúvidas de que seria um grande jogo, mas acabou saindo melhor, bem melhor mesmo, do que a encomenda. Craques dos dois lados, jogadas de efeito e muitos gols - um deles, de Neymar, uma obra de arte. Foram seis tentos apenas no primeiro tempo. As duas zagas sofreram muito e falharam demais também. Bom para o espetáculo, que começou com o Santos como protagonista.
Ronaldinho Gaúcho comemora gol do Flamengo sobre o Santos (Foto: Eliaria Andrade / Ag. O Globo) 
Ronaldinho Gaúcho faz a festa na Vila Belmiro
(Foto: Eliaria Andrade / Ag. O Globo)



O Fla até tinha a bola e explorava bem o lado esquerdo da defesa alvinegra, com Luiz Antônio aproveitando-se dos espaços às costas de Léo. Mas o Peixe era mais incisivo. Borges ampliou, completando jogada individual de Neymar, que, deitado no chão, conseguiu acertar o passe para o companheiro.
O time rubro-negro parecia entregue. E Neymar, inspirado. A goleada estava desenhada e com um toque de gênio. Aos 26, o craque santista arrancou pelo meio, jogou para Borges, que escorou e devolveu. Num drible improvável, o camisa 11 passou por Welinton, Angelim e ficou na frente de Felipe. O toque final foi leve, por baixo do goleiro. A Vila Belmiro aplaudiu de pé.
A festa alvinegra estava armada. Cabia muito mais. Aliás, houve muito mais. Só que, agora, por parte do Flamengo. O jogo mudou de lado. O Rubro-Negro não se intimidou com a vantagem adversária e continuou indo para cima. Marcou dois gols rápidos, com Ronaldinho e Thiago Neves e pressionou o Santos, que apresentava muitas falhas defensivas. Lembrou o time de 2010, que dava sustos na mesma medida em que marcava gols.
Foi aí que apareceu o vilão da noite. Neymar, endiabrado, invadiu a área pela esquerda e caiu. O árbitro marcou pênalti de Willians. Uma marcação duvidosa. Borges pegou a bola para bater, mas Elano assumiu a bronca. Queria se redimir do vexame da Copa América, quando, na decisão por penalidades nas quartas de final, contra o Paraguai, ele mandou uma bola na estratosfera, muito acima da meta. Em momentos difíceis, abusar não costuma ser prudente. Uma cavadinha displicente. A bola, leve, tranquila, morreu nos braços de Felipe, que ainda teve tempo de 'descontar' a ousadia do santista ao fazer embaixadinhas antes de repor a bola em jogo.
A Vila caiu em vaias na cabeça de Elano, que chegou a fazer sinais para os alvinegros descontentes. Para piorar a situação do meia santista, Deivid, escorando cobrança de escanteio, empatou a partida. O Flamengo estava vivo; o Santos, adormecido. Elano, em maus lençóis.
Thiago Neves no jogo do Flamengo contra o Santos (Foto: Alexandre Vidal / FlaImagem) 
Thiago Neves marca o segundo gol do Fla, de cabeça (Foto: Alexandre Vidal / FlaImagem)
Neymar + Ronaldinho = show
O segundo tempo foi tão eletrizante quanto o primeiro. O Fla foi melhor, teve mais a bola. Chegou, inclusive, a encurrralar o Peixe. O sistema defensivo santista falhava na marcação. Ronaldinho e Thiago Neves tinham muito espaço para trocar passes. Os alvinegros, mal posicionados, corriam atrás. Neymar, porém, fazia a diferença. Puxando contra-ataques, ele tirou o Peixe do sufoco logo após o início do segundo tempo, arrancando pela esquerda e dando um toque inspirado para matar Felipe.
Mas Neymar não era o único protagonista do jogaço. Ronaldinho Gaúcho mostrou que o craque pensa à frente, surpreende, improvisa. Falta na entrada da área, pelo lado direito. Rafael armou a barreira e se posicionou no lado direito. Todos esperavam a batida por cima da barreira. Esperto, o camisa 10 tocou rasteiro. A bola passou por baixo e enganou o goleiro santista. 4 a 4!
A Vila Belmiro não respirava. Privilegiadas, as quase 13 mil testemunhas do jogo do ano no Brasil não desgrudavam os olhos do gramado. Qualquer piscada e se perderia um drible de Neymar, um toque refinado de Ronaldinho.
Neymar driblava, chutava, só sofria mesmo com a marcação de Willians. O jeito era fazer a bola não chegar ao astro santista. Foi isso o que o Flamengo fez quando roubou a bola no meio de campo - num erro de Ganso. Um contra-ataque mortal, com Ronaldinho arrancando pela esquerda, invadindo a área e definindo o placar.
Uma salva de palmas para o futebol.
SANTOS 4 X 5 FLAMENGO
Rafael, Pará, Edu Dracena, Durval e Léo; Arouca, Ibson, Elano (Alan Kardec) e Ganso; Neymar e Borges. Felipe, Léo Moura, Welinton (David), Ronaldo Angelim e Junior Cesar; Willians, Luiz Antonio (Bottinelli), Renato e Thiago Neves; Ronaldinho e Deivid (Jean).
Técnico: Muricy Ramalho Técnico: Vanderlei Luxemburgo
Gols: Borges, 4, 16, Neymar, 26, Ronaldinho Gaúcho, 28, Thiago Neves, 31, Deivid, 43 minutos do primeiro tempo; Neymar, 5, Ronaldinho Gaúcho, 22, 36 minutos do segundo tempo
Cartões amarelos: Welinton, Willians, Thiago Neves, Renato (Flamengo). Léo, Neymar (Santos)
Local: Vila Belmiro, em Santos (SP). Data: 27/07/2011. Árbitro: André Luiz de Freitas Castro (GO). Auxiliares: Márcio Eustáquio Santiago (MG) e Erich Bandeira (PE). Renda e público: R$ 312.040,00 /12.968pagantes.                                                                                                                           

quarta-feira, 27 de julho de 2011

MACIEL MELO - A biografia de um dos maiores cantadores do nordeste

Maciel Melo - Biografia

do site Cultura Nordestina 


Maciel Melo nasceu na pequena Iguaraci, cidade do sertão pernambucano, a 363 km do Recife. O pai, tocador de sanfona, ensinou-lhe desde cedo que o autêntico forró pé-de-serra não se limita a sanfona, zabumba e triângulo. Vale utilizar também o violão com baixaria, sopros, cavaquinho, banjo e até guitarra elétrica.

Maciel já entrou na história da música nordestina com o clássico “Caboclo Sonhador”, sucesso com Flávio José e Fagner. Virou uma referência para onde se voltam tantos cantores do gênero, que vivem na região, ou os que emigraram para o sudeste: Xangai, Santanna, os citados Flávio José e Fagner, Zé Ramalho, Elba Ramalho.

Veja seu DVD

O primeiro disco de Maciel Melo, “Desafio Das Léguas”, foi lançado em 1989. Um disco ousado para um desconhecido, com participações de Vital Farias, Xangai, Dominguinhos e Dércio Marques, que comprovam o seu talento.

Sete anos depois o álbum "Janelas" deu continuidade ao trabalho iniciado com dificuldade. No ano seguinte (1997) ele gravou o disco "Retinas". Em 1998 o artista participou do primeiro número da coletânea Só Forró, pela Kuarup. O álbum conta com a participação de grandes artistas nacionais, como Sivuca, Xangai, Dominguinhos, Marines e Petrúcio Amorim. Em 1999 Maciel gravou o disco "Jeito Maroto"; em 2000, "Isso Vale um Abraço"; em 2001 lançou "Acelerando o Coração". Ainda no mesmo ano ele emprestou seu talento à coletânea Só Forró II (Kuarup). Nesse CD Maciel Melo gravou ao lado de nomes como Jackson Antunes, Juraildes da Cruz, Heraldo do Monte, Dominguinhos e Genaro. Já “O Solado da Chinela” foi gravado em 2002.

A temática de suas letras é fundamental para a continuidade do forró que teve as bases assentadas por Gonzagão. Não menos importante, o forró de Maciel Melo é feito para dançar. Não tem nada de forró pé-de-serra de ocasião, universitário da moda, moderno produzido em linha de montagem. É simplesmente atemporal, como toda grande música que se preze.

O UNIVERSO MATUTO DE JESSIER QUIRINO

O universo matuto de Jessier Quirino




Por João Paulo da Silva, de Natal (RN)
 



 
 
    O poeta Jessier

“Arquiteto por profissão, poeta por vocação, matuto por convicção. Apareceu na folhinha no ano de 1954, na cidade de Campina Grande, Paraíba, e é filho adotivo de Itabaiana, também na Paraíba, onde reside desde 1983.” É dessa forma que o poeta e prosador matuto Jessier Quirino se apresenta. Singelo como todo sertanejo, o artista paraibano é hoje, incontestavelmente, um dos nomes mais importantes na luta em defesa da cultura nordestina. Dono de uma capacidade bastante apurada para observar tudo aquilo que o rodeia, Jessier traduz em seus livros e recitais os hábitos, a linguagem, a vida do homem do sertão e seu modo de ver o mundo. Assim, através de grande bom humor e sensibilidade, o poeta reconstrói um curioso e particular universo matuto.

O arquiteto domador de palavras
Filho de Antonio Quirino de Melo e Maria Pompéia de Araújo Melo, Jessier Quirino fez os primeiros estudos em Campina Grande e no Recife, formando-se depois em Arquitetura na cidade de João Pessoa, em 1982. Embora ainda exerça sua profissão, os dias e a agenda do poeta têm sido preenchidos quase que completamente pela literatura e apresentações pelo Brasil. Jessier pode até se considerar um autodidata, já que nunca fez nenhum tipo de curso sobre técnicas literárias. Toda sua intimidade com a prosa e os versos vem de uma destreza para “desenhar” as rimas e a métrica de seus textos, o que faz de Jessier Quirino um arquiteto domador de palavras.

Cronista, poeta e contador de causos matutos
A obra de Jessier está reunida, até o momento, em oito livros que retratam com precisão o cotidiano da vida no sertão nordestino. Entre seus principais trabalhos, destacam-se Paisagem de Interior, Agruras da lata d'água, Política de Pé de Muro - O Comitê do Povão, Prosa Morena, Bandeira Nordestina e Berro Novo. Alguns dos livros do artista, inclusive, vêm acompanhados de CD´s que trazem narrativas de causos matutos, composições declamadas e poemas musicados. Assim, a arte de Jessier Quirino, além de resgatar os costumes e as características do sertanejo, também não deixa de ser herdeira da tradição oral que havia antes da invenção da linguagem escrita.

Como um cronista da tradição nordestina, influenciado pela literatura de cordel, Jessier lança seu olhar minucioso sobre os aspectos que compõem o cenário do sertão. Em Paisagem de Interior, poema que também dá nome ao livro, Jessier Quirino descreve com perfeição milimétrica o ambiente onde vive o matuto. “Três moleque fedorento morcegando um caminhão / chapéu de couro e gibão / bodega com surtimento / poeira no pé de vento / tabulêro de cocada / banguela dando risada / das prosa do cantador / buchuda sentindo dor/ com o filho quase parido / isso é cagado e cuspido / paisagem de interior.”.

A sensibilidade e o bom humor do poeta ao descrever os traços que marcam os interiores do Nordeste, utilizando-se de expressões típicas do sertanejo, estão presentes em praticamente toda sua obra. O deslumbramento e a estranheza do sertanejo diante das contradições entre a cidade grande e o campo também aparecem de forma divertida na literatura de Jessier. Em Berro Novo, seu livro mais recente, o contador de causos matutos explica quais as razões que levam alguém a ter um problema cardíaco. “Mas cumpade véi, eu vou dizer um negócio a você: uma coisa que não existe no sertão é pobrema cardíuco! O pobrema cardíuco é uma doença que se adquere com o vírus da letra i: Imposto de Renda; IPTU; ICMS; Implacamento de Carro, Ingarrafamento e Istresse! Essas são as palavra que causa pobrema cardíuco; e no sertão não tem essas palavra!”.

A obra de Jessier Quirino está repleta de situações cômicas, sempre destacando o matuto e sua maneira de ver o mundo. Há, inclusive, um personagem que constantemente marca presença nos livros do autor. Mané Cabelim é um matuto enrolado, todo metido a sabido, que a todo instante está envolvido em situações escabrosas e sendo passado para trás. Ele representa exatamente o contrário da esperteza do sertanejo nordestino, tão comum no universo de Jessier.

Mas o lirismo poético e a beleza das paixões também possuem espaço garantido nos versos do poeta. Em Paixão de Atlântico na Beira do Mar, poema integrante do livro Berro Novo, Jessier Quirino dá uma amostra de versatilidade literária e de capacidade para criar imagens simbólicas. “E a moça abeirando meus véus de espuma / Olhar de cupido a me recear / Aqui... bem aqui! O cabelo a voar / De cor, cor-de-cuia de louro brejeiro / Seus pés, de mansinho, me tocam primeiro / E a boca em suspiro aspira o meu ar / Recolhe os bracinhos a se arrupiar / E se carrapixam os poros e pelos / Os outros primores, eu nem pude vê-los / Morri de Atlântico na beira do mar.”.

A poesia como arma política
Para um artista tão sensível e atento ao mundo que o circunda, a picaretagem da política brasileira não poderia passar despercebida. No poema Politicagem, do livro Bandeira Nordestina, Jessier Quirino dispara seu arsenal matuto e rebelde contra a corrupção. “A tal da politicagem / É o acento circunflexo / Da palavrinha cocô... / É feito brigar com gambá / Pois mesmo o cabra ganhando / Sai arranhado e fedendo.”.

Mas a composição mais afiada mesmo fica por conta do poema Virgulino Lampião, Deputado Federá, escrito no formato de um discurso ficcional do famoso cangaceiro. “Seus Dotôres Deputado / falo sem tutubiá / pra mostrá que nós matuto / sabe se pronunciá / dizê que tá um presídio / com dó e matuticídio / a vida nesse lugá. / O Brasí surgiu de nós / nós tudo que vem da massa / deram um nó no mêi de nós / que nós desse nó não passa / e de quatro em quatro ano / vem vocês com o véio plano / desata o nó e se abraça. / Tamo chêi dessa bostice / de promessa e eleição / dos que vem de vez em quando / se rindo, estendeno a mão / candidato a caloteiro / aprendiz de trapaceiro / corruto, falso e ladrão.”.

Ignorando os limites entre prosa e poesia, a arte de Jessier Quirino lança mão de sua singeleza e criatividade para marcar uma visão crítica sobre o Brasil. Apropriando-se da voz de seu Virgulino Lampião, Jessier ainda manda um recado a todos os parlamentares. “Político que come uva / em plena safra de manga / vai pra lei dos desperdiço / nas faca dos meus capanga.”.

Nadando contra a maré
Em um país onde a padronização cultural ganha cada vez mais espaço, seja através de fórmulas nacionais ou estrangeiras repetidas à exaustão, a obra de Jessier Quirino deve ser reconhecida como uma trincheira avançada na luta em defesa da cultura nordestina. E essa “nordestinidade” não é apenas a expressão de um regionalismo, mas também a exposição de uma manifestação artística original, repleta de sentidos e significados. O universo matuto de Jessier, formado por costumes sertanejos, arcaísmos e neologismos, coloca o poeta no rastro de grandes mestres da literatura nacional, como Guimarães Rosa e Manuel de Barros.

No combate ao esvaziamento artístico de muitas produções contemporâneas, o poeta e ensaísta Alberto da Cunha Melo reconhece a importância de Jessier. “Talvez prevendo uma profunda transformação no mundo rural, em virtude da força homogeneizadora dos meios de comunicação e das novas tecnologias, Jessier Quirino, desde seu primeiro livro, vem fazendo uma espécie de etnografia poética dos valores, hábitos, utensílios e linguagem do agreste e do sertão nordestinos. Sua obra, não tenho dúvidas, além do valor estético cada dia mais comprovado, vai futuramente servir como documento e testemunho de um mundo já então engolido pela voragem tecnológica.”.

É por estas e outras que a arte de Jessier Quirino é um símbolo de resistência cultural, uma prova de que ainda existem os que nadam contra a maré.

CAMINHANDO


Sabor amargo na boca
Faca de ponta no peito
Dor funda na angústia de quem perde
Sol que não brilha nunca
Flor sem perfume e beleza
Tempo que parece não passar.

Tempo real
Quem dera fosse sonho
Poder voltar atrás, não!
Mas, recomeçar
Tentar de novo, é o alento
Que derrota é o ponto de partida
Para a seguinte vitória.

Competir
Ganhar e perder
Que o prazer está na luta
O deleite na conquista
Na derrota está a luz, a lição.

Começar de novo
Trilhar de novo o caminho
Nas voltas que o mundo dá
Ir em frente
Acertar
Que derrota é aprendizado
Feridas do presente
Sangrando futuras glórias.

Roberval Paulo

GUERRA DE TITÃS - Roberval Paulo


As ondas passavam pela praia, e, batidas pelo vento, iam chocar-se no calçadão, num surdo rumor de riso e raiva. 
Voltavam desanimadas para o mar, restabelecendo as forças. 
Tornava a investir; dessa vez mais forte. Nunca vi tamanha insistência, persistência. 

O calçadão agüentava firme. Molhado até os ombros, triunfava orgulhoso. 
E lá vinha novamente a onda, uma, duas, três, muitas... unidas, uma atrás da outra, no mesmo objetivo. 
E o calçadão, firme, resistia a tudo. 

As ondas cadenciavam o jogo, trocavam passes, misturavam-se, confundindo e pimba, atacavam. 
O calçadão rebatia todas, goleiro de seleção; melhor não podia haver.
          
E o dia se passou nesse embate. O sol já se punha, extasiado, passando o apito. A lua agora arbitrava a gigantesca peleja.
          
E eu ali dando asas à imaginação, dando vida própria aos combatentes, que, aos meus olhos, já pareciam um tanto quanto cansados, mas não desistiam; continuavam a se bater, medindo forças. 

Me cansaram. Me cansei. Olhei novamente e contemplei a gigantesca peleja. Me afastei sem ver o “grand finali” de tão fenomenal batalha. 
Precisava ir. Estava cansado mas, remoçado e novo, inteiro, 
quase uma criança. 

Olhei para o horizonte descortinado à minha frente. 
O compromisso esperava. 
Dei adeus aos combatentes e bati em retirada. 
A família queria me ver.

Roberval Paulo

IVETE SANGALO - Sorteio de chaves da Copa do Mundo


FUTEBOL BRASIL AFORA - Leia a história do PERILIMA Futebol Clube

Brasil Afora: jogador do Perilima, aos 63 anos, teme fim da carreira e do clube

Sem disputar uma partida oficial desde 2009, clube paraibano busca verba para voltar a jogar. Pedro Lima lamenta possível imposição de parceiros

globoesporte.com
Por Diego Rodrigues Rio de Janeiro
Seu Pedro no estádio do Perilima (Foto: Divulgação / Arquivo Pessoal)Seu Pedro, fora de campo, mas apoiando o seu
clube (Foto: Divulgação / Arquivo Pessoal)
Pedro Ribeiro Lima não é nenhum craque - como costuma dizer - nem chega perto dos mil gols na carreira, muito menos é um jovem com futuro promissor. Pelo contrário. Com 63 anos completados na última quinta-feira, ele é dono, técnico e centroavante do Perilima (Pedro + Ribeiro + Lima), clube de Campina Grande, na Paraíba. Detalhe: tem apenas um gol na carreira, contra o Campinense, de pênalti. Jogador profissional que se diz o mais velho do mundo, ele precisa conviver também com o status de ser o “destaque” do pior time.
Fundado em 1992, o clube foi profissionalizado em agosto de 1998 e estreou em uma partida oficial contra o Santos de João Pessoa, no empate por 1 a 1. O currículo, aliás, não é dos melhores, o que levou ao status de um dos times com desempenho em campo menos bem-sucedido. Sem nenhum título profissional, a Associação Desportiva Perilima se orgulha dos cinco vice-campeonatos da Segunda Divisão do Paraibano - sendo um deles disputado com a participação apenas do Perilima e mais um clube -, que garantiram o acesso. Em 127 jogos oficiais, foram 13 vitórias, 15 empates e 99 derrotas. Para piorar, o time levou 416 gols e marcou apenas 107.
- Tentamos ser um time bom, mas ultimamente não temos dinheiro para recrutar os melhores jogadores e pagar - disse Pedro Lima, conhecido como Seu Pedro.
Treinando em média de uma a uma hora e meia por dia em um parque da cidade, que ele mesmo diz ter até caixa de areia para realizar circuitos físicos, Seu Pedro mantém a forma, ainda disputa peladas, mas teme por ter de pendurar as chuteiras. Isso porque, se realizar o sonho de encontrar algum investidor, pode ser forçado a não jogar para não prejudicar a equipe.
- Possíveis parceiros não são tão favoráveis a minha presença em campo. Mas minha vontade é de poder continuar jogando. Não vou correr como o cara mais novo do time, mas com força e o desejo de estar em campo. Sei que aguento os 90 minutos. Não posso prometer produção boa, porque nunca fui técnico, sou voluntarioso (risos). Quem é técnico já nasce com o dom - disse, quase em forma de apelo.
time do Perilima  (Foto: Reprodução)Pedro posa para foto com o antigo elenco do Perilima, que se desfez por falta de recurso (Foto: Reprodução) 
 
Segundo Seu Pedro, sua saúde está bem melhor que há 12 anos, quando fez seu primeiro contrato profissional, com aval do cardiologista, que também assinou o vínculo do dono do time com seu próprio time.
 
- Para não morrer do coração, achei melhor fazer o contrato para me distrair. Veio a ideia, trouxe divulgação e hoje sou viciado em exercício físico. Não sinto dores nas articulações mais, diminuiu o problema de gastritre, que tinha desde os 30 anos ... - contou Seu Pedro, que, para não ter problemas ao assinar contrato com o seu próprio clube, entregou a presidência ao seu filho Emanuel dos Santos Ribeiro.  
 
Dívidas e mais dívidas 
O jogador sessentão, de sorriso fácil, só fecha o semblante quando o assunto é a fase atual da equipe. Sem investidores, o clube deve cerca de R$ 12 mil à federação paraibana, e, por conta da dívida e falta de recursos, não disputa a Segunda Divisão do Paraibano desde 2009. A participação há dois anos, aliás, não foi das melhores: última posição geral da competição.
 
A grande esperança era o recebimento dos recursos do Gol de Placa, programa do governo. O projeto funciona com verba de empresas contribuintes de ICMS que investem no desenvolvimento do futebol profissional. Mas, segundo o site do governo paraibano, o programa contempla os clubes que disputam a Primeira Divisão do Estadual, o que não é o caso do Perilima.
 
O clube, então, passou a depender da ajuda de fãs - isso mesmo, fãs. A história do Perilima chamou a atenção da imprensa nacional há mais de dez anos e, desde então, Pedro Lima virou pop star, o ícone de marketing do Perilima, angariando adeptos. Seu Pedro apareceu até na televisão (veja no vídeo acima).
 
- Não tinha o pensamento de jogar. Em 2005, o time que eu esperava dar show perdeu de 5 a 0. Aí eu vi que ia levar muitas lapadas e fiz meu contrato para me divertir no meio deles. 
A ajuda

jornal do Perilima com foto do Seu Jorge (Foto: Reprodução)Seu Pedro e o Perilima em destaque na imprensa
local (Foto: Reprodução)
Dono de uma fábrica de sordas, uma espécie de bolachas de trigo e rapadura, Seu Pedro utiliza o espaço que dispõe na empresa como sede do clube. Em partidas oficiais o time mandava seus jogos no Estádio Amigão. Mas, apesar do esforço, os números não ajudam.
Nem por isso desanimou os sordados, alcunha da torcida. A principal ajuda, no entanto, surgiu do Orkut. A comunidade Futebol Alternativo, repleta de membros que se interessam por times de menor expressão, decidiu colaborar. Na primeira semana, foram R$ 1.400 doados. Mas a procura diminuiu. Hoje, a principal fonte de renda vem da venda das camisas, que custam R$ 60, seja de goleiro ou jogador.  Com a confirmação da venda de 45 camisas 5 (em alusão ao número utilizado por Pedro), serão arrecadados R$ 2.700.
Quem doar acima de R$ 100 ganhará uma das camisas doadas por Seu Pedro. Com R$ 20, terá direito a um nome para participar do sorteio. A partir de R$ 40, serão dois nomes.
- Em 2006, durante um jogo da Segunda Divisão (do Paraibano), o Auto Esporte, meu time de coração, fez 7 a 0 no Perilima e achei legal o Seu Pedro jogando. Tirei foto com ele, e, a partir dali, passei a admirar o clube - explicou Láercio Ismar.
Laércio é fã do Perilima e o principal articulador das doações e envio das camisas. Radialista, ele atualmente não exerce a função. É designer, mas segue apaixonado pelo futebol. E já passou por situações complicadas com colegas que se comprometeram a ajudar:
- Logo na distribuição da primeira remessa, um amigo que me ajuda na distribuição tomou uma multa (R$ 130) porque estacionou em local indevido. Mas nunca reclamou de nada. Ele mesmo falou que já ficou uma semana com a camisa do Perilima. Fora isso, creio que gastamos em torno de R$ 50 por mês (R$ 300 até hoje) a mais do próprio bolso com frete. Fora gasolina.
camisas do Perilima  (Foto: Divulgação)Os dois uniformes do Perilima. O segundo foi
inspirado (Foto: Divulgação)
Ele foi o responsável por criar também o blog ajudeaperilima.blogspot.com. Outra fonte de renda surgiu da venda de um espaço na camisa. Foram definidos os preços para cada local, que variam de R$ 50 a R$ 200, uma taxa anual (que pode ajudar no projeto da base). Um empresário de Brasília investiu R$ 1.000 para que as camisas fossem fabricadas e tem o nome de seu site estampado na parte mais nobre do “manto” do Perilima.
O problema é que a ajuda não cobre o prejuízo acumulado até hoje. Além disso, Pedro Lima está proibido pela família de retirar dinheiro da fábrica de sordas e investir na paixão pelo clube.
- Minha família, que era para ser mais adepta, dizer que sou o jogador mais velho, me deixou sozinho.
Sem os recursos da fábrica, ele já chegou a contar até com a ajuda dos próprios jogadores. Apostando na vontade dos atletas de aparecerem no cenário nacional, Seu Pedro negociou um acordo: eles não teriam salário e jogariam pela vontade de seguir na profissão.
- Ninguém ganhava nada, foi na base da cooperação. Combinamos que, se conseguíssemos coisas boas, tudo seria dividido com todo mundo. É um risco. Mas esses jogadores se comprometeram a pagar e era uma maneira de disputar uma competição. Teve jogador que pagou além dos R$ 400 (taxa de inscrição), porque nem todos tinham dinheiro. Alguns deram, outros não, e tive que deixar débito na inscrição acreditando que arrumaria dinheiro. Mas o time não fez uma campanha boa e fomos deixando o nome do Perilima cair - disse, lembrando que é o único jogador com contrato em vigor com o clube.
Fora os salários, é necessário pagar a taxa de R$ 400 por jogador à federação, além das despesas para realizar uma partida de futebol, que, segundo Seu Pedro, varia de R$ 2 mil a R$ 5 mil. Isso sem contar hospedagem, material de treino, medicamento...
O erro
time do Perilima  (Foto: Divulgação / Arquivo Pessoal)Seu Pedro cobra lateral durante partida do clube
(Foto: Divulgação / Arquivo Pessoal)
No meio de idas e vindas do Perilima na Primeira Divisão, Seu Pedro assume o erro: não criar concentrações. Durante cerca de 40 minutos de bate-papo, ele repetiu ao menos cinco vezes que tudo hoje seria diferente se não tivesse falhado no planejamento do time quando existia dinheiro em caixa para investir.
- Em 2009 arrisquei sem dinheiro mesmo e os jogadores pagaram a taxa. Mas se engana quem acha que o futebol de pelada vai ser suficiente. Em campo, é outra coisa. Aí fiz uma Segunda Divisão sem chance de subir, peguei uma chave com menos jogos para ter menos despesas...  Se você paga, pode exigir com mais firmeza. Mas meu grande erro estratégico não foi esse, foi quando tinha um time brigador, mas que não se concentrava para fazer economia. Eles não eram ruins, mas passavam a noitada sem o respeito ao outro dia. Às vezes isso acaba repercutindo no rendimento em campo. Era um time para brigar com Treze e Campinense.
Na época, Seu Pedro recebia dinheiro como forma de patrocínio de uma distribuidora de combustível. Sem sucesso em campo, perdeu o investimento, ficou sem dinheiro e chegou a vender seu carro, uma picape S10.
Aposta na garotada
Para não ter frustrações futuras, o sessentão agora quer apostar na base, que poderá treinar em um campo em Mangabeira, bairro de João Pessoa. Se continuar impossibilitado de jogar o Paraibano, vai recrutar jovens de Campina Grande e torcer para revelar um craque do futebol brasileiro que movimente seu caixa.
Se dará certo, só o tempo dirá. Mas a meninada poderá escutar muitas histórias da aventura de Seu Pedro, que lembra a excursão frustrada da equipe à Bolívia:
- Fui burro. Peguei dois jogadores bons para jogar lá, porque estavam sendo cogitados e treinando há uma semana. A intenção deles era de ficar. Mas perdemos de 2 a 0 para o San José graças a esses jogadores que eram bons. Como não nos programamos bem, e era eu e mais um aventureiro comigo, não foi fácil acertar os outros jogos. Mas posso dizer que meu time já jogou na Bolívia - contou, lembrando que na época não entrou em campo e assistiu à partida da tribuna do estádio, em Oruro.
Quanto às justificativas por ter marcado apenas um gol na carreira...
- Arrisquei muitas vezes em cobrança de faltas. Teve uma que bati no ângulo e o goleiro fez milagre. Aí fiquei só com o golzinho de pênalti mesmo.