quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

SANGUE - Roberval Paulo


O sangue é que chama. Todos sentem a dor mas só o sangue é que verdadeiramente sangra. É que verdadeiramente sente.

Nos compadecermos com a dor do outro é muito simples e, por mais que nos sensibilize, por mais que nos faça chorar, a dor é indolor, se é que assim se pode caracterizar. Agora, se a dor é do sangue; se a dor é do parente, do pai, da mãe, do filho (a),da irmã (o), é aí que verdadeiramente essa dor passa a ser nossa.

Nos compadecemos com a dor alheia por uma questão de humanidade, mas a dor que sentimos é da compaixão, do senso de humanidade que temos, do espírito de solidariedade e da graça do amor ao próximo a nós doada por Cristo e que, por ser espiritual, vive impregnada em nós, indiferente à nossa vontade ou deliberação.

Mas o sentimento verdadeiro e que nos faz sangrar só agride o nosso ser e o nosso organismo quando é sentido no sangue, seja o próprio ou do consanguíneo.
Roberval Paulo 

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