O
sangue é que chama. Todos sentem a dor mas só o sangue é que verdadeiramente
sangra. É que verdadeiramente sente.
Nos
compadecermos com a dor do outro é muito simples e, por mais que nos
sensibilize, por mais que nos faça chorar, a dor é indolor, se é que assim se
pode caracterizar. Agora, se a dor é do sangue; se a dor é do parente, do pai,
da mãe, do filho (a),da irmã (o), é aí que verdadeiramente essa dor passa a ser nossa.
Nos
compadecemos com a dor alheia por uma questão de humanidade, mas a dor que
sentimos é da compaixão, do senso de humanidade que temos, do espírito de
solidariedade e da graça do amor ao próximo a nós doada por Cristo e que, por
ser espiritual, vive impregnada em nós, indiferente à nossa vontade ou
deliberação.
Mas
o sentimento verdadeiro e que nos faz sangrar só agride o nosso ser e o nosso
organismo quando é sentido no sangue, seja o próprio ou do consanguíneo.
Roberval Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Poste o seu comentário aqui