SEMPRE SE MORRE AMANHÃ - Roberval Paulo
A vida tem dessas coisas
Dessas coisas que não se entende
Porque da vida, porque da morte
Porquê disso, porquê daquilo
Por quê? Por que? Porque?
É tanta coisa pra se saber
que até é melhor não saber
Se sabendo ou não sabendo
Vamos indo a morrer
é tudo que eu sei
Sei que nasce o sol todo dia
A noite é da lua, Ave Maria!
Mas amanhã me vou embora
Sempre se morre amanhã
Aquele passarinho que canta
Porquê? Há! Não sei
O gato pulou
O canto cessou
Porquê?
Não me perguntem
Não sei... Não sei... Não sei...
Quem saberá?
A terra suspensa no ar
No espaço, sem cordas
não cai
A força da gravidade
A falta de gravidade
Também não tem cordas
Mas, e daí? Estou ficando é maluco
Porquê se fica maluco?
Também não sei
Não sei... Não sei... Não sei...
O homem ganha a vida
A vende depois para a morte
Nada era antes
Do nada à vida
Ganhou um nome
E agora? Agora ele tem um nome
E depois? Ele morre
Não vou dizer o por que
Simplesmente por não saber
O céu é azul
Azul é a cor do infinito
DEUS mora no infinito
Pensei que lá fosse o céu
Se é... Se não é...
Não sei... Mais sei...
Que amanhã me vou embora
Sempre se morre amanhã
É que a vida tem dessas coisas
Dessas coisas que não se entende
Um pobre... Um rico... Um homem...
Um morre, outro morre, o outro também morre
È tanta coisa pra se saber
Que até é melhor não saber
Mas amanhã vou me embora
E nada levarei comigo
O sol, o pássaro, o homem
A terra, a lua, o universo
A vida em prosa e verso
O vento, o tempo sem fim
Por quê? Por quê? Pra quê?
Não sei nem quero saber
Sempre se morre amanhã.
Roberval Paulo
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