terça-feira, 10 de dezembro de 2019

SOLIDÃO! - Roberval Paulo

Não, não me curvo
Não me curvo nem me curvarei
Mas também não me levanto
diante da solidão
Antes me faço contemplativo e reflito
Reflexão cura até dor de engasgo.

Não me tragam novidade sem visitar o velho
Não e não, pelo amor de Deus!
Que o novo venha,
mas venha no seu natural,
no seu tempo.
Não apressem a curva da vida

Não tropecem no seu falar e língua
Não queiram de mim
o que não lhes posso dar
Se pressas têm, sigam sozinhos
Sigam sozinhos e deixem-me
com as minhas muitas flores e dores

Que delas
saberei cuidar
E delas saberei
extrair a luz.

Extrair a luz
Reluzir o meu dia
Voltar à harmonia
e à paz que tanto almejo.

Roberval Paulo

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