Se
eu for por aí
Só
no espírito de andante
Seguindo
a trilha estafante,
Seja
ao sul ou seja ao norte
Não
importa o destino.
Para
seguir seu caminho
Mesmo
tentando o alinho
Acautele-se
com a sorte
É
que o caminho se faz conforme o viajante
E
o viajante faz-se conforme o seu caminho
É
como que fosse um sendo a extensão do outro
É
como se esse outro fosse a redenção do um
E
na estrada certa ou no caminhar errante
Terás
sim os teus triunfos e também terás fracassos
Terás
os seus dias tristes em noites de azul mormaço
É
a natureza acolhendo e forjando o seu passante
Se
eu me for por aí
Só
no espírito de andante
E
o sol me bater no peito
E
o frio me ser cortante
Serei
sempre o caminhante
Indo
à cata do final
Seja
exposto em campo aberto
Seja
em meio ao matagal
Sendo
habitante de mar
Ou
de uma galáxia distante
Sou
uma peça do xadrez
Neste
inferno de Dante
Se
purgatório... terá?
Se
paraíso, não sei?
Só
sei e talvez nem sei
Como
Sócrates revelou
Ele
também se embrenhou
Nessa
estrada que é só ida
Que
ia saltar da vida
Ele
disso já sabia
Mas
outra vida, teria?
Eu
só sei que nada sei!
Tanto
faz, plebeu ou rei
O
mesmo começo e fim
Com
o agravante, enfim
De
nada saber de lá
Mas
vai sem pestanejar
Num
adianta resistir
Ao
futuro tem que ir
Sem
saber o que tem lá
É
bom se resignar
Aqui
é tanto flagelo
No
andor ou no chinelo
Vai
estar na procissão
O
norte é a sua missão
Arvore-se
a cumpri-la
Para
enfim, no fim da trilha
Descansar
seu coração.
Roberval Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Poste o seu comentário aqui