segunda-feira, 23 de novembro de 2020

REFLEXÕES SOBRE A DOR DA PERDA! - Roberval Paulo


Eu continuo sem entender a perda.

Porque se perde e qual é a razão de tanto sofrer?

A dor aguda que se sente torna-se quase insuportável.

É insuportável, de fato, e só se suporta para não morrer, apesar de que morto por dentro já está.

 

É dor que não cicatriza e se faz mais aberta a cada lembrança.

Chaga o corpo e a alma, o peito e o coração.

Chaga por completo o seu todo espírito e a sua existência.

 

Queria, por pelo menos um dia, ser o Senhor do meu ser e do meu querer.

Queria poder entender para curar-me e não mais me perder na dor.

 

Mas quem sou eu para poder não sofrer?

Jesus Cristo tragou o cálice amargo da sua missão e suportou.

Quase se entregou! Chegou a suplicar e reclamou.

Mas suportou para que se cumprisse o que tinha que ser cumprido.

Suportou para a salvação da vida.

Suportou para não mais morrer e sim partir para a vida eterna.

A ressurreição se fez real para todos e para todo o sempre.

Então, morrendo, nasce-se para a vida eterna.

 

Mas então se morrer é nascer para a vida eterna, porque ainda dói tanto?

Queria eu ser sabedor desse mistério.

Talvez assim não sofresse, ou pelo menos, não sofresse tanto.

Talvez aí se compreendesse o sentido maior das coisas.

Talvez aí se entendesse o sentido maior de tudo.

 

Mas não, não sabemos.

Não é nos dado saber e nem mesmo entender tantos porquês?

 

Porque se vem? Porque se vai?

Porque se morre antes mesmo de nascer?

Porque se vai quem podia aqui ficar?

Porque que vem quem não podia morrer?

 

Ah Deus meu, socorra-me! Socorra-me!

Faça-me, por TEU amor, o TEU amor encontrar

Faça-me ver o sentido de a cada dia mais crer?

Faça-me acreditar que a vida tem que seguir,

E na estrada tens que ir sem nunca estacionar.

 

A não ser quando o existir não mais habitar meu peito

Aí poderei dormir e minha alma descansar

Livre do peso matéria que despurifica o ser

E não o deixa entender que a vida... é só semear.

 

Meu eu, despurificado, continua sem saber

Sem entender o perder e sozinho continuar

Mas meu eu, puro, espírito, não me deixa desistir

Quando a matéria ruir, meu corpo há de seguir

Corpo luz, alma e espírito, leve e livre, a flutuar.

 

Aí saberei do amor, das perdas, dos desencontros

Das lutas que já travei, das dúvidas do meu pensar

Das dores e dos horrores, das contas que já são contos.

Ganharei todas as perdas, verei meus entes voltar.

Não mais seguirei sofrendo, pois que encontrei a vida

E junto a todos os meus pela terra prometida

Terei toda a eternidade para o meu DEUS contemplar.

Roberval Paulo

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