sábado, 22 de outubro de 2011

MEU SONHO AZUL - Roberval Paulo



O céu era azul como é azul todo céu.
De vez em quando, branco, enfumaçado, plúmbeo
mas azul, porque céu tem cor de azul e não de chumbo.

Céu da boca é vermelho, rosa, pálido, esquálido,
lânguido céu da boca da onça
Mas aí, é outra coisa e outro céu
e não o céu que se funde com o mar.

E sob o céu azul brincávamos
no azul do nosso amor,
sobre as folhas e plumagens
verdes, amarelas, róseas, vermelhas,
expostas ao verde-vida da planície azulada.

A vida era escura, quase azul marinho
na casa onde morávamos.
Mas o amor,
o nosso amor era azul
azul resplandecente
de céu e de verde-mar
jorrando natureza viva,
viva no azul deste sol
viva o azul dos teus olhos
vida o azul da vida-viva
no azul do teu corpo e teu ser
que o mundo é azul e de azul
se fez o universo e nós.

De azul em azul, eu e você
No verde-azul deste mundo de amor
Sonho azul, mar azul, tudo azul
Céu e terra, azul nos azuis
Das borboletas azuis de voar azul
Vôo azul do nosso sentimento.

Roberval Paulo

UM DIA DE MERDA – Luís Fernando V eríssimo – (Verídico!)


O que é um peido pra quem está todo cagado?
   

Aeroporto Santos Dumont , 15:30..

Senti um pequeno mal-estar causado por uma cólica intestinal, mas nada que uma urinada ou uma barrigada não aliviasse.
 
Mas,atrasado para chegar ao ônibus que me levaria para o Galeão, de onde partiria o vôo para Miami, resolvi segurar as pontas. Afinal de contas são só uns 15 minutos de busão.'Chegando lá, tenho tempo de sobra para dar aquela mijadinha esperta, tranqüilo, o avião só sairía às 16:30'.

Entrando no ônibus, sem sanitários. Senti a primeira contração e tomei consciência de que minha gravidez fecal chegara ao nono mês e que faria um parto de cócoras assim que entrasse no banheiro do aeroporto.

Virei para o meu amigo que me acompanhava e, sutil falei:

'Cara, mal posso esperar para chegar na merda do aeroporto porque preciso largar um barro.'

'Nesse momento, senti um urubu beliscando minha cueca, mas botei a força de vontade para trabalhar e segurei a onda.'
 
O ônibus nem tinha começado a andar quando, para meu desespero, uma voz disse pelo alto falante: 'Senhoras e senhores, nossa viagem entre os dois aeroportos levará em torno de 1hora, devido a obras na pista.

'Aí o urubu ficou maluco querendo sair a qualquer custo'. Fiz um esforço hercúleo para segurar o trem merda que estava para chegar na estação ânus a qualquer momento. Suava em bicas. Meu amigo percebeu e, como bom amigo que era, aproveitou para tirar um sarro.

O alívio provisório veio em forma de bolhas estomacais, indicando que pelo menos por enquanto as coisas tinham se acomodado. Tentava me distrair vendo TV, mas só conseguia pensar em um banheiro, não com uma privada , mas com um vaso sanitário tão branco e tão limpo que alguém poderia botar seu almoço nele. E o papel higiênico então: branco e macio, com textura e perfume e, ops, senti um volume almofadado entre meu traseiro e o assento do ônibus e percebi, consternado, que havia cagado. Um cocô sólido e comprido daqueles que dão orgulho de pai ao seu autor.

Daqueles que dá vontade de ligar pros amigos e parentes e convidá-los a apreciar na privada.

Tão perfeita obra, dava pra expor em uma bienal.

Mas sem dúvida, a situação tava tensa. Olhei para o meu amigo, procurando um pouco de piedade, e confessei sério:

'Cara, caguei!'

Quando meu amigo parou de rir, uns cinco minutos depois, aconselhou-me a relaxar, pois agora estava tudo sob controle.

'Que se dane, me limpo no aeroporto', pensei.

'Pior que isso não fico'.

Mal o ônibus entrou em movimento, a cólica recomeçou forte.
 
Arregalei os olhos, segurei-me na cadeira mas não pude evitar, e sem muita cerimônia ou anunciação, veio a segunda leva de merda. Desta vez, como uma pasta morna. Foi merda para tudo que é lado, borrando, esquentando e melando a bunda, cueca, barra da camisa, pernas, panturrilha, calças, meias e pés.

E mais uma cólica anunciando mais merda, agora líqüida, das que queimam o fiofó do freguês ao sair rumo a liberdade. E depois um peido tipo bufa, que eu nem tentei segurar. Afinal de contas, o que era um peidinho para quem já estava todo cagado...
 
Já o peido seguinte, foi do tipo que pesa. E me caguei pela quarta vez. Lembrei de um amigo que certa vez estava com tanta caganeira que resolveu botar modess na cueca, mas colocou as linhas adesivas viradas para cima e quando foi tirá-lo levou metade dos pêlos do rabo junto. Mas era tarde demais para tal artifício absorvente. Tinha menstruado tanta merda que nem uma bomba de cisterna poderia me ajudar a limpar a sujeirada.

Finalmente cheguei ao aeroporto e saindo apressado com passos curtinhos, supliquei ao meu amigo que apanhasse minha mala no bagageiro do ônibus e a levasse ao sanitário do aeroporto para que eu pudesse trocar de roupas. Corri ao banheiro e entrando de boxe em boxe, constatei falta de papel higiênico em todos os cinco.

Olhei para cima e blasfemei: 'Agora chega, né?'

Entrei no último, sem papel mesmo, e tirei a roupa toda para analisar minha situação (que concluí como sendo o fundo do poço) e esperar pela minha salvação, com roupas limpinhas e cheirosinhas e com ela uma lufada de dignidade no meu dia.

Meu amigo entrou no banheiro com pressa, tinha feito o 'check-in' e ia correndo tentar segurar o vôo. Jogou por cima do boxe o cartão de embarque e uma maleta de mão e saiu antes de qualquer protesto de minha parte. 'Ele tinha despachado a mala com roupas'.
 
Na mala de mão só tinha um pulôver de gola 'V'.

A temperatura em Miami era de aproximadamente 35 graus.

Desesperado comecei a analisar quais de minhas roupas seriam, de algum modo, aproveitáveis. Minha cueca, joguei no lixo. A camisa era história.
As calças estavam deploráveis e assim como minhas meias, mudaram de cor tingidas pela merda . Meus sapatos estavam nota 3, numa escala de 1 a 10.
Teria que improvisar. A invenção é mãe da necessidade, então transformei uma simples privada em uma magnífica máquina de lavar. Virei a calça do lado avesso, segurei-a pela barra, e
mergulhei a parte atingida na água. Comecei a dar descarga até que o grosso da merda se desprendeu. Estava pronto para embarcar.

Saí do banheiro e atravessei o aeroporto em direção ao portão
de embarque trajando sapatos sem meias, as calças do lado avesso e molhadas da cintura ao joelho (não exatamente limpas) e o pulôver gola 'V', sem camisa. Mas caminhava com a dignidade de um lorde.

Embarquei no avião, onde todos os passageiros estavam esperando o 'RAPAZ QUE ESTAVA NO BANHEIRO' e atravessei todo o corredor até o meu assento, ao lado do meu amigo que sorria.

A aeromoça aproximou-se e perguntou se precisava de algo.

Eu cheguei a pensar em pedir 120 toalhinhas perfumadas para disfarçar o cheiro de fossa transbordante e uma gilete para cortar os pulsos, mas decidi não pedir:

'Nada, obrigado.'

Eu só queria esquecer este dia de merda. Um dia de merda...

* Luis Fernando Veríssimo* (verídico).

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

TE AMO! - Roberval Paulo



Eu te amo!
Quisera mais eu falar
E falar de tempo em tempo
E para sempre
E a cada segundo
Eu te amo!

Colhestes todo um jardim
Em ti e em teu corpo de rosas e perfume
Sol na janela da minha vida e da alma
Quando eu dizia
Te amo!

Eu te amo!
Verbo presente conjugado ao futuro
Certo e incerto como tu e a lua
Deusas nuas de noites e lençóis
Brancos, azuis, de luz, em meus olhos
Ao dizer
Te amo!

Eu te amo!
Como a mim que me sou em ti
E em nós, esse amor
Pungente amor de sonhos
No enlear de nossos destinos
Levados aos quatro ventos
Por toda a eternidade
Nos dizendo sempre
                            e a cada dia
                            e a cada minuto  
                            e a cada segundo
Te amo!      Te amo!      Te amo!

Roberval Paulo

VERSO LIVRE - Roberval Paulo



Verso livre
Vá de sol em sol
De vento em vento
E leve uma mensagem de amor e de sonho
De um poeta só

De folha em folha, molhado de sol
Vai meu mensageiro
Transporte o meu ser à legião dos seres encantados

Transcendente verso
Verso de minha alma
Vá e não perca tempo
Que tempo perdido é poesia esquecida
Na janela da memória
Fechada para não mais abrir
Pela ação do próprio tempo
Que não retrocede nunca

Verso livre
Viaje pelos sete mares
Busque a estrela guia pro norte da vida
Passe pelo céu e traga a lua fria
E faça, meu verso, da noite
Um doce colchão de estrelas
Pra descansar este ser
Mais vida que sonhos
Livre pelo tempo e espaço
No verso desassossegado do vento.

Roberval Paulo

SONHADOR - Roberval Paulo



Ele diria:
Da noite,
         Prefiro os sonhos
Da lua,
         O sonhar distante
Do dia,
         O sonho da hora, “real”
Da vida,
         O sonho que é flor.

E vivendo,
         Sonhou até a morte.
E sonhando,
         Morreu até o fim da vida.

Roberval Paulo

ASSALTOS - Novo método utilizado por bandidos. FIQUEM ATENTOS!


AVISO DA POLÍCIA MILITAR

MUITO IMPORTANTE!

À noite, se atirarem um ovo no pára-brisas de seu carro (reconhecível pelo amarelo da gema), adote os seguinte procedimentos:

* Mantenha a calma e a VELOCIDADE;
* Não use o limpador de pára-brisas!
* NUNCA jogue água no pára-brisas!
* Aumente a velocidade porque LADRÕES podem estar por perto.

Explicação: O ovo e a água, ao se unirem, formam uma substância viscosa, tal como o leite, e você vai precisar parar, pois bloqueará a sua visão em cerca de 90%.  

Saia do local o mais depressa possível!
Deixe para limpar, com calma, em casa ou num posto, longe dali...

Este é um dos últimos métodos que a bandidagem criou para assaltar...

Atentem - se. Todo cuidado é pouco.

De utilidade pública
          Blog Roberval Paulo 

QUE AMOR É ESTE? - Um amor que não se define...


Que amor é este?!Esta é uma verdadeira história de sacrifício da mãe durante o terremoto no Japão. Depois que o terremoto acalmou, quando os BOMBEIROS chegaram as ruínas da casa de uma jovem mulher, viram seu corpo morto através das rachaduras. 

Mas a pose era de algum modo estranha... ela ajoelhou-se como uma pessoa que estava adorando: seu corpo estava debruçado para a frente, e suas duas mãos estavam apoiando algo. A casa caiu ... caiu em suas costas e cabeça. 

Com tantas dificuldades, o líder da equipe socorrista colocou a mão através de uma fenda na parede para alcançar o corpo da mulher. Ele estava esperando que a mulher pudesse estar viva. No entanto, o corpo frio e duro disse-lhe que ela tinha morrido... 

Ele e o resto da equipe deixou a casa e estavam indo para procurar o prédio ao lado que entrou em colapso. Por algumas razões, o líder da equipe foi impulsionado por uma força irresistível a voltar para a casa da mulher morta. 

Novamente, ele ajoelhou-se e através das rachaduras estreitas, pesquisou o pouco espaço de baixo do corpo morto. De repente, ele gritou com entusiasmo: "Uma criança! Há uma criança! "Toda a equipe trabalhou em conjunto; eles removeram cuidadosamente as pilhas de objetos entre as ruínas, em volta da mulher morta. 

Havia um menino de 3 meses de idade enrolado em um cobertor florido sob o corpo morto de sua mãe. Obviamente, a mulher tinha feito um último sacrifício para salvar seu filho. Quando sua casa estava caindo, ela usou seu corpo para fazer uma capa para proteger seu filho. 

O menino ainda estava dormindo pacificamente quando o líder da equipe o pegou. O médico chegou rapidamente para examinar o menino. Depois ele abriu o cobertor, e viu um telefone celular dentro do cobertor. Havia uma mensagem de texto na tela que dizia: "Se você puder sobreviver, você deve se lembrar que eu te amo." 

Este celular foi passando em torno de uma mão para outra.Todos que leram a mensagem se emocionaram. 
"Se você sobreviver, você deve se lembrar que eu te amo." 
Tal é o amor da mãe por seu filho! Reflita sobre esse amor...
Que nos abençoe a todos.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A SERPENTE E O VAGA LUME - Leiam! É ótimo!!!

Conta a lenda que uma vez uma serpente começou a perseguir um vaga-lume. 
Este fugia rápido da feroz predadora, e a serpente não desistia. 
Primeiro dia, ela o seguia.
Segundo dia, ela o seguia...
No terceiro dia, já sem forças, o vaga-lume parou e falou à serpente:
-Posso te fazer três perguntas?
-  Não estou acostumada a dar este precedente a ninguém, porém, como vou te devorar, podes  perguntar contestou  a serpente.  
- Pertenço a tua cadeia alimentícia? Perguntou o Vaga-lume.
- Não, respondeu a serpente.
- Eu te fiz algum mal? Diz o vaga-lume.
- Não. Tornou a responder  a serpente. 
- Então por que queres acabar comigo?
- Porque não suporto ver-te brilhar.
Conclusões 
Muitas vezes nos envolvemos em situações nas quais nos perguntamos:
Por que isso me acontece se não fiz nada de mal, nem causei dano a ninguém? 
Certamente a resposta seria: Porque não suportam ver-te brilhar... ! 
Quando isso acontecer, não deixe diminuir seu brilho.
Continue sendo você mesmo, segue fazendo o melhor! 
Não permita que te lastimem, nem que te retardem.
Segue brilhando e não poderão tocar-te...  porque tua luz continuará intacta.

Tua essência permanecerá, aconteça o que acontecer... 
Seja sempre autêntico, embora tua luz incomode os predadores.!!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

ELA QUE NÃO CONHEÇO - Roberval Paulo


Ela veio de longe
E nem de amor me falou
Trouxe sim, muito amor                          
E acolheu-me em seus braços
Nada me perguntou
Me amou e se fez amada
Segurou em minha mão
E fomos pela vida afora.
Roberval Paulo

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

DESCONHECIDO - Roberval Paulo


Quando parti para os dias
Nem sabia, da noite, os seus mistérios
Se ia, sem destino, ao vento
Contando, dia a dia, a história de minha vida

Assim, quase sem querer
Sem vontade se seguir em frente, só seguindo
Sem entender o badalar das horas, só indo
Ingressava eu no ritmo louco do tempo

E este, o tempo, passando sem parar
Sem olhar para trás, sem se importar, só a seguir
E eu me vi no tempo, era eu e ele, ali
Caminhando a estrada que só se caminha
Que só se caminha, sem saber onde vai dar

Pude perceber
Que a caminhada é pra se levar
Que as pedras são pra se tropeçar e enfim
Cair e se levantar é pra quem sabe onde quer ir
Que os caminhos tortuosos é pra quem sabe
                                      andar e quer chegar
Que a estrada colorida, florida e iluminada
                                      é pra quem veio do mar

Que o destino é pra seguir com o tempo
Sem conhecer, sem saber, sem se abater
Só a romper a larga distância do sonhar
Sorrir e chorar no desconhecido mundo
Sofrer e amar ao som do vento vagabundo
Cantar, entre flores e lágrimas, a nossa breve trajetória

De quem veio, sem saber de onde
E vive, sem saber a razão
E fala, quando ninguém responde
Mas segue, segue em frente
A buscar o que nem sabe se existe
Às vezes, alegre, outras vezes, um ser triste
Que cansado da jornada, só pensa em chegar

Aonde? Não sabe...
Por que? Desconhece...
Mas sabe que um breve fim o espera
Porque a estrada se faz no caminhar.

Roberval Paulo