terça-feira, 10 de abril de 2012

PEDRO MARIANO - O filho de Elis Regina

Musicaria Brasil


Pedro Mariano completa 17 anos de carreira e participa de projeto reunindo sucessos de Elis Regina na voz de cantores. 

Por Ailton Magioli



Assumidamente adepto do palco, Pedro Mariano não nega as origens – é filho de Elis Regina e César Camargo Mariano. A cada novo disco, aprimora a relação com o estúdio para que a gravação, segundo diz, não perca o indispensável clima de “ao vivo”. Assim é 8, não por acaso o oitavo álbum solo de carreira, que o cantor lança este ano de 2012.

Nascido numa casa em que via tudo acontecer, estranho seria se quisesse ser médico ou jornalista”, diz Pedro Mariano, lembrando que sua filha Rafaela, de 6 anos, também respira música o dia inteiro. “João Marcelo é o cara de estúdio, da produção. Ele curte isso, eu já sou mais do palco. Para mim, o estúdio é o processo do caminho para o palco, onde tudo se concretiza”, afirma o cantor.

As primeiras incursões dele na música já ocorreram nesse espaço graças às bandas e aos festivais de colégio. O filho de Elis e César Camargo não nega o caráter intimidador do palco. “Sou tímido mas ao cruzar a coxia, some tudo e me realizo”, confessa Pedro, adepto do som mais orgânico que apenas o clima de “ao vivo” propicia.


Amigos

8 é o disco mais pop de Pedro Mariano. Além da presença recorrente de Jair Oliveira em sua obra – o filho de Jair Rodrigues comparece com as faixas "Pra cada coisa", "Simples" e "Lado a lado" –, a cantora e compositora Luiza Possi, filha de Zizi, assina "Sei de mim" com Dudu Falcão. “Ela é uma grande amiga, uma figura raríssima que caiu na minha vida”, derrete-se o cantor. Representada pelo mesmo escritório, em 2006 a dupla fez turnê pelo interior fluminense.

A amizade acabou levando os dois ao projeto Música de graça, para o qual ele sugeriu uma composição inédita de Luiza. “Apaixonei-me pela música dela e passei a cultivar a ideia de tê-la em meu disco”, recorda. O repertório de 8 traz Dani Black (Miragem), Pedro Altério e Pedro Viáfora (Sei lá eu), Edu Tedeschi (Perdoa, Por nada e por ninguém), Tó Brandileone (Pra você dar o nome) e Alexandre Grooves (Antes não do que talvez e Fora de perigo).

Não por acaso, a oitava faixa, Pra você dar o nome, é a canção de trabalho no rádio, com a possibilidade de ganhar videoclipe. Formato, aliás, que não conta com a simpatia de Pedro Mariano, mais interessado na internet como veículo de divulgação. O disco dele está sendo liberado em parte no sitewww.pedromariano.com.

Às vésperas de completar 17 anos de carreira solo e estreando o próprio selo (Nau), Pedro afirma que seu processo criativo não mudou em nada depois de ter passado pelas multinacionais Sony, EMI e Universal Music, além da nacional Trama, sociedade do irmão, João Marcelo Bôscoli. “Meu trabalho sempre foi respeitado por todas as gravadoras. A mudança para um selo independente está mais embasada na parte de marketing e distribuição”, explica, recorrendo ao ditado popular para justificar a iniciativa: “O que engorda o porco é o olho do dono”.

Com estruturas de imprensa e marketing trabalhando em conjunto, só faltava ao cantor providenciar uma distribuidora para seu novo disco. A tarefa coube à Microservice.


Elis e eles

Para quem imaginava Pedro Mariano distante dos eventos que marcam os 30 anos de morte da mãe, ele avisa: vai dirigir um projeto que privilegiará as canções de Elis Regina na voz masculina. Representantes da antiga e nova guarda serão convidados a gravar sucessos de Elis com arranjos renovados. “Ainda que 90% do que minha mãe gravou seja definitivo, vamos ter a oportunidade de constatar como Elis influenciou toda uma geração de intérpretes masculinos, contribuindo para tirar um pouco do nosso estigma de país das cantoras. Vários deles não aparecem porque estão atrás de uma banda”, garante o filho de Elis e César Camargo Mariano. Empolgado com o projeto, ainda embrionário e em busca de patrocínio, mas previsto para este ano, ele revela: “Estou ansioso para começar essa empreitada”.

ANTÔNIO MARCOS - 20 anos sem o seu romantismo


Musicaria Brasil


Nascido em família de baixa renda, trabalhou como "office boy", vendedor de varejo e balconista de loja de calçados até conseguir se firmar como um dos grandes cantores populares de nosso país.



Antônio Marcos precocemente nos deixou a exatamente 20 anos. Sua vida pessoal. por vezes, era classificada como tumultuada, porém seu talento era incontestável. De 1960 a 1962, destacou-se no programa de Estevam Sangirardi, cantando, tocando violão e fazendo humorismo. Em 1967 integrou o coral Golden Gate e atuou nas peças "Pé Coxinho" e "Samba Contra 00 Dólar", de Moraci do Val, no Teatro de Arena. Em 1966, convidado por Ramalho Neto, gravou, com o conjunto Os Iguais, o compacto simples "A partida" e "Quero te dar meu coração", pela RCA. Logo tornou-se solista, emplacando o sucesso "Tenho um amor melhor que o seu", de Roberto e Erasmo Carlos,que reapareceu em seu primeiro LP e vendeu mais de 300 mil exemplares.

A partir daí, seguiram-se outros sucessos, como "Oração De Um Jovem Triste" (Alberto Luís) e "Como Vai Você" (com Mário Marcos). Foi lançado no cinema por J. B. Tanko, no filme "Pais Quadrados... Filhos Avançados" (1970), participando também de "Som, Amor E Curtição" (1972) e de outros, além de atuar em peças teatrais, como "Arena Conta Zumbi" (Teatro de Arena, direção de Augusto Boal, 1969) e "Hair" (Teatro Aquarius, direção de Altair Lima, 1970). Atingiu seu maior sucesso em 1973, com "O Homem De Nazaré" (Cláudio Fontana). Um de seus últimos sucessos foi a canção "Tele-tema" de O Profeta, telenovela da TV Tupi na qual participava sua futura esposa Débora Duarte. Já casado com a atriz, participaria com ela da telenovela da TV Bandeirantes, "Cara a Cara", na qual também interpretava a canção-tema.



Investindo na carreira solo, no mesmo ano lançou o compacto simples "Perdi você" e "A história de alguém que amou uma flor", pela RCA. No mesmo ano, lançou, pela mesma gravadora, o seu primeiro LP. Nesse período, com a Jovem Guarda em evidência, gravou doze álbuns solo, obtendo diversos sucessos bastante executados nas rádios de todo o Brasil.


Entre seu maiores sucessos, na década de 1970, estão "O homem de Nazaré", de Cláudio Fontana e "Oração de Um Jovem Triste" (75), cujos compactos venderam, cada um, 500 mil exemplares, além de "Como vai você" (canção que acabou tornando-se um dos grandes clássicos da canção popular brasileira), gravada por Roberto Carlos em 1972, e que vendeu mais de 700 mil discos. Vale lembrar que em 1969, Roberto Carlos também gravou, no LP "O inimitável", o sucesso "Nunca mais eu vou deixar você tão só" de autoria de Antônio Marcos. Em 1991, teve de cancelar o projeto de gravar no seu novo disco "Imagine", de John Lennon, pois não obteve permissão de Yoko Ono. O LP acabou não sendo lançado devido à falência da gravadora Esfinge, a qual estava vinculado. A última música gravada por Antonio Marcos foi "Por Amor" (91), versão para "Unchained Melody", tema do filme "Ghost". Morreu precocemente, em 1992, devido a uma cirrose hepática provocada pelo alcoolismo crônico.

Em 2005, sua música "Como vai você" foi incluída na trilha sonora do filme "Os 2 filhos de Francisco", de Breno Ferreira que contou a história de Zezé di Camargo e Luciano. Para fazer parte da trilha sonora do filme, foi feita uma mixagem com a sua voz da gravação original de 1973, a qual foram sobrepostas em estúdio as vozes de Zezé di Camargo e Luciano. A cena em que a canção é interpretada inteira, pelo improvisado trio, é estrelada pelo ator e pela atriz Paloma Duarte, numa visível homenagem a Antônio Marcos, também ídolo de Zezé di Camargo.



Em 2006, "Como vai você" foi gravada por Hebe Camargo em seu disco "Pra Você". Também no mesmo ano, o cantor Toni Platão gravou "Eu não vou mais deixar você tão só" no CD "Negro amor". A música foi interpretada com nova roupagem em diversos shows no circuito carioca. Em janeiro de 2007, a cantora Aretha, filha do casamento de Antônio Marcos com a cantora Vanusa, comemorou os 60 anos do nascimento do pai, na casa de shows Mistura Fina, na zona sul do Rio de Janeiro, em ritmos variados, passando do samba à bossa nova e o jazz.


Em 2008, foi lançado pela Som Livre o CD "Antônio Marcos em foco - Os grandes sucessos de Antônio Marcos", que incluiu seis pot-pourris com seus sucessos e mais oito interpretações inteiras. Estão presentes no CD as composições "Como vai você", com Mário Marcos; "Você pediu e eu já vou daqui", com Zairo Marinoso; "Por que chora a tarde", com Gabino Correa; "Olhai por nós", com Eunice Barbosa e D' Carlo; "Sonhos de um palhaço" e "Cara a cara", com Sérgio Sá; "Sombras num quarto de Londes", com Mário Marcos; "Pensando bem" e "Minha namorada", com Cláudio Fontana, além de "Eu não vou mais deixar você tão só"; "Menina de trança"; "O que restou de mim", e "Quando a esperança vai embora", apenas de sua autoria. Estão incluídas ainda suas interpretações para "Todo sujo de batom", de Belchior; "O homem de Nazaré", de Cláudio Fontana, e para o clássico bolero-sertanejo "Boneca cobiçada", de Bolinha e Biá.


Vale salienasou-se em 1972 com a cantora Vanusa, com quem teve duas filhas, Amanda e Aretha. Depois com a atriz Débora Duarte, de cujo casamento nasceu a atriz Paloma Duarte. Com Rose, sua terceira mulher, foi pai de Pablo, com sete anos, no ano da morte do artista. Nos dois últimos anos de sua vida morou com Ana Paula, filha de Nice Rossi, ex- esposa de seu amigo Roberto Carlos. Deixou como legado oito LPs em português e quatro em castelhano, além de gravações feitas no exterior.

Fonte: Dicionário da MPB.


Discografia Oficial


Antônio Marcos (1969)(RCA Victor)
Faixas:
01 - Você pediu e eu já vou daqui (Zairo Marinozo - Antônio Marcos)
02 - Quando lembro de você (José Messias)
03 - Porquê (Nenéo)
04 - Há tanto tempo (Nelson Ribeiro de Almeida)
05 - Tenho um amor melhor que o seu (Roberto Carlos)
06 - Foi preciso ser assim (Genival Melo - Antônio Marcos)
07 - Sou eu (Martinha)
08 - Vieram me dizer (Cláudio Fontana)
09 - Preciso encontrar urgentemente (Nelson Ned)
10 - Se um dia nosso amor terminar (Tom Gomes - Luiz Vagner)
11 - Não fico mais sem teu carinho (Roberto Correia - Sylvio Son)
12 - Você foi a inspiração (Totó)


Antônio Marcos (1970) (RCA Victor)
Faixas:
01 - Marcas no caminho (Mário Marcos - Antônio Marcos)
02 - O que seria de você (Demétrius)
03 - Tudo que você me fez (Mário Marcos - Antônio Marcos)
04 - Nunca mais (Wilson Miranda - Antônio Marcos)
05 - Cinco lágrimas ou mais (Tom Gomes - Luiz Vagner)
06 - Protesto (Mário Marcos - Antônio Marcos)07 - Menina de trança (Antônio Marcos)
08 - Eu fico só (Fábio - Paulo Imperial)
09 - Sozinho (Cláudio Fontana)
10 - Despedida (Mário Marcos - Antônio Marcos)
11 - Não diga adeus (Antônio Marcos)
12 - Dizem que sou louco (Mário Marcos - Antônio Marcos)


08-11-1945 (1971) (RCA Victor)
Faixas:
01 - Seu Rosto E Eu (Mário Marcos – Antônio Marcos)
02 - Don Quixote (Antônio Pedro – Antônio Marcos)
03 - Look My World (Totó)
04 - Pequenos Nos Erros Meus (Rildo Hora)
05 - Deixo O Tempo Me Levar (Leno)
06 - Estrada (Renato Júnior – Antônio Marcos)
07 - Sem Destino (Ravel – Dom)
08 - Meu Castelo De Areia (Nenéo)
09 - Dia 10 (Sergio Reis – Demétrius)
10 - Namorada (Fred Falcão – Arnoldo Medeiros)
11 - Quando Eu Quero, Quero Mesmo (Osmar Navarro)


Sempre (1972) (RCA Victor)
Faixas:
01 - Sempre (Portinho - Antônio Marcos)
02 - Dia a dia (Peninha)
03 - Perdi você (Totó - Peninha)
04 - Cheguei tarde (Renato Júnior)
05 - Acalanto (Tema de Amanda) (Mário Marcos - Antônio Marcos)
06 - Marcas (Totó, Peninha)
07 - Dados biográficos (Isolda - Milton Carlos)
08 - Ave Maria da vida (Mário Marcos - Antônio Marcos)
09 - You'll never die (Mário Marcos - Antônio Marcos - Luiz Vagner)
10 - Rumo incerto (Luiz Vieira)
11 - Oração de um jovem triste (Alberto Luiz)


Antônio Marcos (1973) (RCA Victor)
Faixas:
01 - Boneca cobiçada (Biá - Bolinha)
02 - O homem de Nazareth (Cláudio Fontana)
03 - Meu segredo (Hélio Matheus)
04 - Minha amiga, minha namorada (Cláudio Fontana - Antônio Marcos)
05 - Como vai você (Mário Marcos - Antônio Marcos)
06 - Valeu a pena (Eduardo Lages - Expedito Faggione)
07 - Conversa de jardim (Marcos Durães - Alberto Luiz)
08 - Mensagem de um planeta perdido (Taiguara)
09 - Quando o amor muda de casa (Isolda - Milton Carlos)
10 - Era sábado (Totó - Antônio Marcos - Peninha)
11 - Você me disse adeus (Nenéo)
12 - Ninguém vai chorar por ninguém (Hélio Matheus)


Citrizes (1974) (RCA Victor)
Faixas:
01 - Pensando bem (Cláudio Fontana - Antônio Marcos)
02 - Registro geral (Gabino Correa - Antônio Marcos)
03 - Com carinho e saudade (Sergio Sá - Antônio Marcos)
04 - O estrangeiro (Mário Marcos - Antônio Marcos)
05 - Ela (Mário Marcos - Antônio Marcos)
06 - Encontro (Mário Marcos - Antônio Marcos)
07 - Gaivotas... [Para Roberto Carlos] (Mário Campanha - Antônio Marcos)
08 - Hino (Eduardo Gudin - Paulo César Pinheiro)
09 - Cicatriz (Sergio Sá)
10 - Só você pode chorar por mim (Sergio Sá - Antônio Marcos)
11 - Porque chora a tarde(Gabino Correa - Antônio Marcos)
12 - Palavras (Gabino Correa - Antônio Marcos)


Antônio Marcos (1974) (En Español) (RCA Victor)
Faixas:
01 - Por que llora la tarde (Gabino Correa - Antônio Marcos)
02 - Me estas diciendo adios (Neneo)
03 - Con cariño y nostalgia (Antônio Marcos)
04 - El extranjero (Mário Marcos - Antônio Marcos)
05 - Quando el amor cambia de casa (Isolda - Milton Carlos)
06 - Documento General (Gabino Correa, Antônio Marcos)
07 - Cancion de invierno (Mário Marcos - Antônio Marcos)
08 - Solo tu puedes llorar por mi (Antônio Marcos - Sérigio Sá)
09 - Cicatrices (Sério Sá)
10 - Mi secreto (Hélio Matheus)
11 - El encuentro (Mário Marcos - Antônio Marcos)
12 - Ella (Mário Marcos - Antônio Marcos)Ele...


Antônio Marcos (1975) (RCA Victor)
Faixas:
01 - Amantes (Papi - Luiz Santo)
02 - Saudade (Mário Palmério)
03 - O velho (Sergio Bittencourt - César Costa Filho)
04 - Toda a dor do mundo (Sergio Sá - Antônio Marcos)
05 - Noturno (F. Chopin)
06 - Ele (Cláudio Fontana)
07 - Ninguém pode evitar (Gabino Correa - Antônio Marcos)
08 - Pelos caminhos (Clayton)
09 - Quando você voltar (Gabino Correa - Antônio Marcos)
10 - Eu quero ser mais (Fred Jorge)
11 - Você é a vida [Eres mi niña] (Sergio Esquivel - Antônio Marcos)
12 - Tempo perdido (Flávia - Peninha)


Felicidade (1976) (RCA Victor)
Faixas:
01 - Felicidade (Mário Marcos - Antônio Marcos - Lincoln Olivetti)
02 - Todo sujo de batom (Belchior)
03 - Esperando por você (Cláudio Roberto - Mário Marcos - Orieta)
04 - Fracasso (Fagner)
05 - Solidão (Antônio Marcos - Lincoln Olivetti)
06 - Torneró (C.Natili - Muraro - I.Polizzy - P.E.Palumbo - M.Romoino)
07 - Hoje eu preciso você (Miguel Gallardo - Antônio Marcos)
08 - Teu carinho (Che roga) (C.Almirón - S.Laterza)
09 - Fim de primavera (Eunice Barbosa - Mário Marcos)
10 - Você pediu e eu já vou daqui (Zairo Marinoso - Antônio Adolfo)
11 - Mano a mano (Rozzano - E.Flores - Gardel)12 - Voz da América (Belchior)


Antônio Marcos (1978) (RCA Victor)
Faixas:
01 - Vai meu irmão [Calendário] (Alberto Luiz)
02 - Insultos (Mário Marcos)
03 - Gira gira (Hermes Aquino)
04 - Sonho de nós dois (Galahad - Arthur)
05 - Meia volta (Mário Campanha - Antônio Marcos)
06 - Quem dá mais (Beto Surian)
07 - A carta (Carlinhos - Antônio Marcos)
08 - Os últimos serão os últimos (Beto Surian - Débora Duarte)
09 - Um ano sem você (Ayrão)
10 - Parece que foi ontem (Sergio Sá - Antônio Marcos)
11 - Essas mulheres (Arnaldo Saccomani)
12 - Pra celebrar você (Carlos Guerra - Ed Lima)


O Tempo Conta Dobrado (1982) (RCA Victor)
Faixas:
01 - O tempo conta dobrado (Toninho da Cruz - Chico Anysio - Antônio Marcos)
02 - Alô (Toninho da Cruz - Antônio Marcos)
03 - Eu quero mais (Toninho da Cruz - Ed Wilson - Antônio Marcos)
04 - O último café [El último café] (C.Castilla - H.Stamponi)
05 - Sempre no meu coração [Always in my heart] (E.Lecuona)
06 - Quem deixar de amar primeiro (Cury - Ed Wilson)
07 - Viver por viver (Chico Anísio - Antônio Marcos)
08 - Penso em você (Toninho da Cruz - Antônio Marcos)
09 - Senhora (Livi - Ed Wilson)
10 - Dá pra perdoar (Livi - Ed Wilson)


O Sonho Não Acabou (1984) (RCA Victor)
Faixas:
01 - Corpo e alma (Paulo Massadas - Michael Sullivan)
02 - Ser feliz (Cláudio Rabello - Ed Wilson)
03 - Quero ser menino para você (Michael Sullivan - Carlos Colla)
04 - E não vou mais deixar você tão só (Antônio Marcos)
05 - Nosso olhar não envelhece (Mário Marcos - Antônio Marcos)
06 - Amantes (Paulo Sergio Valle - Marcelo)
07 - Imagine [Imagine] (Lennon)
08 - Loucuras e manias (Ed Wilson - Carlos Colla)
09 - E depois de amar [Y despues que...] (Armando Manzanero)
10 - Meu super-herói (Carlos Pedro - Ed Wilson)
11 - Romântico (Cláudio Fontana)


Antônio Marcos (1987) (Copacabana)
Faixas:
01 - Arrependimento (Antônio Luiz - Antônio Marcos)
02 - Eu e você [As Time goes by] (H. Hupferd, Antônio Marcos)
03 - O anjo de cada um (Antônio Luiz - Antônio Marcos)
04 - Vem mulher (J. Oliveira, Elias Muniz)
05 - Pot-pourri:
Tenho um amor melhor que o seu (Roberto Carlos)
Amanda (Taiguara)
Se eu pudesse conversar com Deus (Nelson Ned)
Porque chora a tarde (Gabino Correa - Antônio Marcos)
Oração de um jovem triste (Alberto Luiz)
Eu vou ter sempre você (You'll never know) (M. Gordon - H. Warren - Vrs. Antônio Marcos) Como vai você (Antônio Marcos - Mário Marcos)
Menina de trança (Antônio Marcos)
O homem de Nazareth (Cláudio Fontana)
06 - Estado de graça (Mário Marcos - Antônio Luiz)
07 - Ele é tão lindo (Billy - Antônio Luiz - Antônio Marcos)
08 - De ponta cabeça (Antônio Luiz - Antônio Marcos)
09 - Meu coração está nas montanhas (Moracy do Val - Murilo)
10 - Não abra esta porta (Ed Lima - Antônio Marcos)


Todos Os Caminhos (1988) (Som Livre)
Faixas:
01 - Olhai por nós (Eunice Barbosa - Di Carlo - Antônio Marcos)
02 - Como vai você (Mário Marcos - Antônio Marcos)
Você pediu e eu já vou daqui (Antônio Marcos - Zairo Marinoso)
Porque chora a tarde (Antônio Marcos - Gabino Correa)
03 - E não vou mais deixar você tão só (Antônio Marcos)
Menina de trança (Antônio Marcos)
Venha ver o que restou de mim (Antônio Marcos)
04 - Imagine (Lennon)
Sonhos de um palhaço (Antônio Marcos - Mário Marcos)
Let it be (Lennon - McCartney)
Sombras num quarto de Londres (Antônio Marcos - Mário Marcos)
05 - Quando a esperança vai embora (Antônio Marcos)
Meu coração que te amava tanto (Avevo um cuore che ti amava tanto) (A. Salerno - S. Reitano - M. Reitano - Vrs. Antônio Marcos)
Torneró (Volte amor) (I. Polizzy - C. Natili - M. Ramoino - Vrs. Antônio Marcos)
06 - Intimidade (Neno Meier - Célia Rocha - Eunice Barbosa)
07 - Sempre no meu coração [Always in my heart] (D.R.)
Pensando bem (Antônio Marcos - Cláudio Fontana)
Eu vou ter sempre você (You'll never know) (M. Gordan - H. Warren - Vrs. Antônio Marcos)
08 - Se eu pudesse conversar com Deus (Nelson Ned)
Oração de um jovem triste (Alberto Luiz)
Cara a cara (Antônio Marcos - Sergio Sá)
Quem dá mais (Beto Suryan)
O homem de Nazaré (Cláudio Fontana)
09 - Aventuras (Mário Marcos - Antônio Marcos)
Amanda (Taiguara)
Tenho um amor melhor que o seu (Roberto Carlos)
10 - Todos os caminhos (Eunice Barbosa - Di Carlo - Antônio Marcos)

segunda-feira, 9 de abril de 2012

ATITUDE - É PRECISO TER - Roberval Paulo


Eu gosto das boas atitudes
A atitude, por exemplo, de procurar dar casa a quem não possui
A atitude de dar de beber a quem tem sede
De alimentar a quem tem fome.

A atitude de levar um sorriso a quem não sabe sorrir
De levar um abraço a quem já não mais abraça
A atitude de sonhar o sol, mesmo que este não se dê aos sonhos.

Quero luz e que a luz da vida esteja em todos
Que a vida seja farta e que na linha de chegada
Possamos partir rumo ao bom
Que o bom é viver.

Gosto de atitude, das boas atitudes
E de perder
Que ganhar é muito fácil.

E que de boas atitudes
Seja o mundo repleto
Seja a vida completa
De sonhos, de amor e de paz
De sol, de luar, de cantar
Na terra onde tudo é breve.

Roberval Paulo

MISTERIOSO VIVER - Roberval Paulo


Já morri muitas vezes na ingratidão de pessoas queridas e amadas.
Já chorei lágrimas que nem minhas eram pela solidariedade e pelo sentimento mágico do sofrer e amar juntos.
Substituí, pelo amor, pessoas insubstituíveis.
Perdi tantas vezes que sempre busquei em mim o caminho de ganhar.
Esqueci acontecimentos que muito me judiaram e que diziam-se inesquecíveis.

Mas, vivi!
Vivi mesmo quando só de morte se apresentava o horizonte.
Vivi mesmo quando a vida me indicava a estrada de morrer.

Fui derrubado inúmeras vezes e, pela insistência, persistência e pela necessidade enigmática da missão continuar, pus-me sempre de pé.
Suportei dores ditas insuportáveis.
Perdoei quantas vezes necessárias fossem pelo espírito do Deus humilde que habita a alma e o coração dos homens e que nos faz lembrar sempre do quanto nada somos.

Transpus obstáculos da realidade intransponível pela alegria inconteste e extremamente prazerosa do “tudo vale a pena se a alma não é pequena”, - lema do grandioso mágico das palavras Fernando Pessoa.

Saí fortalecido pós cada derrota sofrida e em frente segui, confiante e esperançoso, por acreditar que “no fim tudo dá certo. Se não deu certo, é porque ainda não chegou ao fim”, - conselho do nosso tão perspicaz Fernando Sabino.

Procurei ser sensato quando a insensatez comandava todos os meus sentidos, pela inteligência inata que nos permite, com esforço, usar a razão como guia da emoção e do instinto.

Busquei um fio de prudência que fosse, quando só de imprudência e irresponsabilidade era o meu ser povoado, pois assim me situava, posicionando-me na linha reta do meu pensar torto.

Desafiei tanto a vida que a aventura da morte de mim fugia e renegava-me, resignando-se, por compreender o risco inerente, constantemente inconstante, no perigo iminente do viver desejável e indecente do mundo, mas que carrega a crença inviolável na verdade e decência do “tudo posso naquele que me fortalece”.

Mas, contudo, todavia, entretanto e, sobretudo, vivi.

Vivi mesmo quando a vida insistia em desistir.
Vivi mesmo com a sorte a léguas de mim distante, que corria à minha frente, em seu galope ligeiro, certeiro e indiferente, sem querer minha chegada.
Vivi com a adversidade visitando o meu terreiro, me fiz ser passarinheiro quando não podia andar e caminhando ou voando, chorando ou se alegrando, construindo ou destruindo, caindo e se levantando, planejando ou improvisando, morrendo ou ressuscitando, fui vivendo e revivendo, vagando e porfiando, “pois quão bom é porfiar”- (Basílio da Gama, em o Auto da Barca do Inferno).

Enfim, sempre experimentando e em mim revigorando a força vital do existir, a única realidade, última oportunidade, em verdade, consequente que, irremediavelmente, vai se haver com o inevitável, mal ou bem, inexplicável, intrigante, incontestável, cumprindo o oráculo santo para enfim renascer.

É o começo do fim, ou o fim do seu começo, que vai dar na eternidade, que não se sabe vida ou morte, nem rumo sul e nem norte, se indo a desnascer.

Roberval Paulo

GURUPI É O CAMPEÃO DO 1º TURNO DO TOCANTINENSE


GURUPI VENCE TEC E CONQUISTA O 1º TURNO DO TOCANTINENSE

Matéria de Gil Correa, extraída do Blog Edson Fonseca
Com gols de Héder, Israel e Thiago Campos, o Gurupi venceu o Tocantinópolis por 3 a 1 - Bruno descontou de pênalti para o TEC - e conquistou o título do primeiro turno do Campeonato Tocantinense de Futebol Profissional do Tocantins.Com o título, o time do sul do estado está garantido na grande final, o que pode ser evitado se conquistar também o returno. Com poucos torcedores no Estádio Resendão, por conta do feriado prolongado que na cidade começou na quarta e pela chuva forte que caiu uma hora antes do jogo, o Gurupi entrou em campo com a vantagem do empate. E literalmente, jogou com o regulamento debaixo do braço.Jogando em casa, o time gurupiense entrou como a torcida queria, pressionando o TEC, chegando a ter domínio territorial, mas não teve e nem produziu perigo efetivo contra o gol do goleiro Pitanga.O time dominava, atacava, mas não finalizava, mas com essa postura inibia o ataque to verdão do norte. Mas aos poucos o time do TEC, que precisava do resultado positivo por qualquer placar, se soltou e foi o primeiro a ter grande chance de gol, com Evaldo Fuzuê, driblando o goleiro, mas com o zagueiro Wendel tirando de cima da risca. O outro lance de grande perigo de gol no primeiro tempo também foi do TEC, na cobrança de falta do zagueiro Bruno, que o atacante cabeceou no travessão de Santos, para alivio do time gurupiense. A nota triste do primeiro tempo foi a cotovelada do experiente jogador China aos 35 minutos, no ala esquerda Jalles, não restando outra coisa ao árbitro Adriano de Carvalho a não ser expulsar o volante merecidamente, embora o árbitro tenha sido condescendente com o zagueiro Wendel que fez falta violenta no principio do jogo no atacante tocantinopolino e foi apenas amarelado por Carvalho.No segundo tempo, quando se esperava um time mais audacioso, o Gurupi entrou recuado e com isso o TEC, ainda que com 10 jogadores jogou melhor até os 18 minutos, quando num lançamento para a área do TEC, o goleiro Pitanga ao dividir com Héder, pisou na "fruta" e furou possibilitando ao meia gurupiense bater na bola quase da linha de fundo, com a bola entrando mansamente no canto direito do goleiro, para desespero dos zagueiros que ainda tentaram salvar o lance.Mal deu tempo para o time se recuperar e Israel, que acabara de entrar, no seu segundo lance, recebeu na área e com uma jogada de corpo tirou o zagueiro e com tranquilidade esperou o goleiro sair e tocou para o gol, marcando o segundo do Camaleão do Sul. O TEC descontou aos aos 25 numa linda jogada de Renan, que tabelou com o atacante Evaldo e o zagueiro Rodrigo, em jogada infantil e quase na linha de fundo, aplicou um carrinho acertando Renan. Penalidade clara que Bruno cobrou no canto esquerdo de Santos, que desta vez nada conseguiu.Aos 35 minutos Lúcio recebe lançamento de Israel e toca para Thiago Campos chutar na saida de Pitanga e ampliar para 3 a 1 o placar para o time gurupiense. Dois minutos depois, Jalles entra em velocidade pela esquerda e o goleiro Pitanga sai do gol e faz falta na meia lua. Como Jalles era o último homem, Pitanga foi expulso e a falta não foi aproveitada pelo cobrador. A partir dai, com a torcida já comemorando a vitória e o título, os jogadores tocaram a bola até o apito final de Adriano de Carvalho e após receberem o troféu, entregue ao capitão Lúcio, fizeram a volta olímpica.
A renda foi de R$ 8.565,00 para um público pagante de 957, não pagantes 210, com público total de 1.167.
O Gurupi estreia no segundo turno no próximo sábado em casa contra o Tocantins e o
Tocantinópolis viaja até Guaraí para enfrentar o time da casa.
Na foto, os jogadores do Gurupi comemoram o título com os torcedores dentro do gramado do Resendão.  


Gil Correa.

TÚLIO - Atacante em busca do Milésimo GOOLLL!


A 15 GOLS DO MILÉSIMO TULIO DEIXA O CSE E PROCURA NOVO CLUBE

do Blog Edson Fonseca
Túlio Maravilha anunciou neste domingo, via Twitter, que está de saída do CSE, time de Palmeira dos Índios, em Alagoas. Segundo o atacante, seu contrato se encerra nesta segunda-feira.
De acordo com as contas de Túlio, faltam 15 gols para o artilheiro chegar à marca de mil na carreira. A ideia é conseguir um novo clube para marcar mais oito gols e, quando faltarem sete, voltar ao Botafogo para encerrar a saga pelo milésimo.
- Meu contrato pelo clube venceu (sic) dia 09 de abril. E faltam 8 gols para eu voltar para o Botafogo e fazer os 7 gols. Então sendo assim o clube que tiver interesse em fazer parte desta campanha pelo milésimo gol estou de portas abertas - disse o atacante, para em seguida divulgar o endereço de seu site oficial, no qual é possível entrar em contato.Túlio chegou ao CSE em janeiro. O atacante marcou dez gols com a camisa do clube. O time foi o sétimo colocado no primeiro turno do Alagoano. No segundo, aparece na terceira posição. globo.com.

terça-feira, 3 de abril de 2012

UM SONHO - Roberval Paulo

Um sonho
Uma flor que eu vi nos teus cabelos
Um sorriso numa tarde ensolarada
Um violão, uma canção
Um sorriso bem aberto e tão de perto
Um olhar manso e certeiro que invadiu a minha alma
Minha mão visitou num roçar leve a tua face
E na presença desse ser e seu sorriso tão divino
Eu me espraiei me esbaldei e me sorri igual menino
E me senti assim sorrindo subindo ao infinito céu.

Roberval Paulo

MENORES ABANDONADOS - Roberval Paulo


Pe. Zezinho escreveu em uma linda música da sua imensurável obra, que carrega exatamente esse título: "MENORES ABANDONADOS / Alguem os abandonou / Pequenos e mal amados / O progresso não os adotou". (Pe. Zezinho).

Realmente, o progresso não os adotou.

Renato Russo, num outro momento, questionava: "Que país é este? Que país é este?

E eu questiono até hoje, sem poder disfarçar a tristeza da impotência e a naturalidade e normalidade do mea culpa. E, revestido de uma amarga revolta, parafraseando Renato Russo, replico: Que progresso é este? Como chamar progresso um sistema que abandona crianças que ainda nem gente "adulta" é ao destino das ruas sem direção e ao acaso de tão malfadada sorte? Que modelo de sociedade construímos?

E ainda batem no peito e mostram a cara lavada e sem culpa nem vergonha nenhuma dizendo que a onda agora e necessidade primeira é um tal desenvolvimento sustentável. Que precisamos continuar nos desenvolvendo porém sem agredir e sem destruir. Não sabem o que estão dizendo. Ou sabem e disfarçam a realidade nua e crua pela fantasia de um discurso e de um sistema que exclui, segrega e extingue vidas das mais diversas todos os dias.

Quer agressão maior do que matar e aniquilar sonhos e desejos de gerações inteiras? Quer agressão mais cruel do que continuar a deixar dormindo quem ainda nem acordou? Como redimirmos-nos um dia por ferirmos com aço letal e fatal os sonhos coloridos de cores mil do tempo de criança e transforma-los na fatalidade clara e real do preto no branco essa geraçãozinha que continuamos cinicamente a dizer e com todas as letras que esses são o futuro do amanhã? Quanta hipocrisia. Que sociedade continuamos a reinventar e aprimorar mundo e tempo a fora. Porque, salvo as conquistas tecnológicas que atende, se manifesta e se consolida em todas as áreas, tudo dá no mesmo. Tudo tá no mesmo ou seja, a dominação dos mais fracos pelos mais fortes continua.

Foi assim desde os primórdios e continua tudo igual.
Aí vem os grandes estudiosos e falam de evolução da humanidade. Das conquistas, das descobertas. Dos modelos de sociedade construidos, modulados, destituidos e reconstruidos ao longo do tempo da existência humana. Das relações humanas, dos valores éticos e morais. Da revolução na indústria, do crescimento e consolidação do comércio, das relações comerciais internacionais. Do intercâmbio e interação dos governos. Da integração econômica mundial; transnacional. Da interferência e ingerência dos governos na cozinha alheia, onde não lhes dizem respeito.

Enfim, da globalização. Enfim, da maximização dos ganhos em geral por quem detém o capital, seja de onde for, seja onde for. Não importa a origem. Seja asiático ou árabe, europeu ou ocidental, lícito ou ilícito, fruto da exclusão ou da extinção do que seja, mesmo que sejam vidas, o capital é o capital e como tal é tratado em qualquer destino a que se dispuser chegar e normalmente e legalmente, é recebido com pompas e com todas as honras.

Que bonitinho. Tudo está igual desde quando começou. Fico tão baratinado e perdido quando passo a analisar que não sei a quem atribuir culpas e responsabilidades. Acho que a todos nós mesmos, enquanto sociedade que somos. Porque desde as antigas gerações é assim; os fortes e os grandes dominam e aos mais fracos e pequenos, cabe calar e aceitar.

Na geração dos dinossauros, igual. Dos homens das cavernas, na idade da pedra, tudo igual. Na geração de Adão e Moisés, tudo igual continuou. Quando JESUS CRISTO veio ao mundo para tudo mudar, tudo continuou exatamente como estava, no mesmo. O que esperar mais? Em que ou em quem acreditar ou por qual causa lutar se a história e o passar dos anos, geração por geração, nos mostra que nada mudou. Lá no livro bíblico do Eclesiastes, este já dizia: "Que é o que foi? É o mesmo que o que há de ser: Que é o que se fez? É o mesmo que o que se há de fazer. Não há nada que seja novo debaixo do sol, e ninguém pode dizer: Eis aqui está uma coisa nova. Porque ela já a houve nos séculos que passaram antes de nós. Não há memória do que já foi, mas nem ainda haverá recordação das coisas que têm de suceder depois de nós, entre aqueles que hão de existir em tempo a elas muito posterior." Eclesiastes, cap. 1, vers. 9-11.

Ele estava certo, mesmo tão questionado em seu tempo. Realmente não há nada que aconteça que se possa dizer: Vêde, isso é novo.

Sociedades e governos, em batalhas e guerras, continuam se degladiando e vencendo o tempo e, praticando tudo do igual.

O homem, nós, somos por nós mesmos, ambiciosos e trazemos junto à ambição o seu companheiro inseparável, o egoísmo. Aí está tudo e pronto. Com essas características que são nossas por natureza e tendo a oportunidade de desenvolvê-las, o resto que se dane.

Não importa o outro, quero saber é de mim. Não sei quem chora nem porque chora e isso não me importa nem me diz respeito, desde que eu possa continuar a sorrir. Essa é a nossa realidade.

Emily Bronte, grande escritora e poetisa britânica do século XVIII, autora de O MORRO DOS VENTOS UIVANTES entre outros tantos, que publicou a sua primeira obra com o nome de homem em razão da segregação feminina da época, escreveu: "Se a mais vil das criaturas me esbofeteasse, eu não lhe retribuiria a ofensa e sim pediria desculpas por tê-la provocado." (Emily Bronte)

É bonito isso, muito fácil de dizer e até de escrever, sem precisar recorrer à grande escritora. Agora, viver é que são elas. Não carregamos em nós, apesar de sermos em mesma natureza, o espírito bondoso de JESUS CRISTO, que ofereceu o outro lado do rosto quando foi esbofeteado. Estamos mais para a popular lei de Gerson do bateu levou. É a lei do toma lá da cá e o resto que vá pras cucuias.

Falta amor ao próximo, como JESUS tanto pregou e difundiu e, principalmente, amor a nós mesmos. Este foi o legado de JESUS quando veio ao mundo: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo." Mas nós, absortos e envolvidos que estamos e somos pela sobrevivência, diga-se de passagem, louca sobrevivência, não o demos ouvidos e não o entendemos e sim, o condenamos e o crucificamos.

Este mundo não pode ser abençoado se matamos aquele que dizem até hoje ser o nosso salvador. Podemos estar condenados por tempos sem fim e assim, levamos a condenar as nossas crianças.

E JESUS CRISTO, em sua infinita bondade e divina sabedoria, disse mais: "Deixai vir a mim as criancinhas, porque delas é o reino dos céus."

Não o entendemos e não fomos capazes de o atender em seu mais doce e sublime ensinamento e, por isso, as nossas crianças andam ao léo por aí, pelas praças e becos e sinais e pontos de drogas e de prostituição das grandes cidades, tão maltrapilhas e esfarrapadas, tão esquecidas e abandonadas, tão exploradas e sacrificadas que nem crianças parecem.

São os filhos da luz que receberam só trevas nessa sua morada terrena mas que, um dia, podem ter certeza, subirão em luz para a luz da qual originaram, enquanto que estes, os mandantes, governantes, detentores do vil metal e acumuladores de riqueza e da desgraça alheia, esses irão e terão como morada  o...

Ah! Deixa pra lá. Deixo estes ilustres às moscas e me recuso a falar sobre eles.

Que o tempo e a estrada que a tudo faz nada e morto e igual se encarregue de tudo e que nossos filhos e netos e assim por diante nos conduzam à quarta e última geração e dimensão, tão além deste mundo. Simplório mundo de carne e lama.

E que sejam perdoados os nossos pecados, se houver perdão.

Roberval Paulo

PASÁRGADA NÃO MAIS EXISTE - Roberval Paulo


  Uma singela homenagem ao grande poeta Manuel Bandeira (in memoriam)

Vou-me embora daqui                                                                   
Daqui pra um outro lugar
Aonde eu possa ter uns seis anos mais ou menos
E todos os meus problemas sejam sonhos de criança

Vou-me  embora daqui
Eu sei que há um outro lugar
Aonde eu possa viver sem tudo me incomodar
Aonde eu possa existir existindo de verdade
E possa contar estrelas sem verrugas me nascer

Vou-me embora, vou-me embora, eu sei que já vou embora
Vou porque está em mim o desejo de partir
O lugar já não existe, aqui não existe nada
Não posso mais ser tão triste, preciso me encontrar

E quando a noite chegar
Quero um sonho que amanheça
E quando o dia acordar, eu já distante daqui
Aí vou querer voltar aos seis anos mais ou menos
Aí vou querer viver sem tudo me angustiar

E vou querer existir existindo de verdade
E vou poder encontrar-me no lugar de onde eu vim
E os meus sonhos de criança vou poder recomeçar
E não vou mais ser tão triste, vou até me alegrar

Pois não encontrei Pasárgada
Pasárgada não mais existe
Não vou nem mais querer ter vontade de me matar

À noite só quero amar
À noite só quero amar
À noite só quero amar sem medo de ser feliz
É que aprendi que a vida é a realidade que há
A realidade que é minha
A realidade que é nossa
A realidade da qual
Se vence no caminhar.

Roberval Paulo

OLHOS NOS OLHOS - Roberval Paulo


Quando tua mão pesar sobre mim, lhe direi:
Porque tantos anos de infortúnio sobre a terra?
Porque tanta dor se o que buscamos  é o prazer?
Se me ouvirá, não sei
Se tenho razão, menos sei ainda
Só acho que o que ainda sei é amar.

Quando tua voz me pedir contas do que fiz, lhe perguntarei:
Posso eu também pedir contas de ti?
Podemos conversar, só conversar sem cobranças?
Podemos nos sentar e nos falarmos como dois amigos?
Não sei se assim pode ser. Menos ainda sei se assim posso agir.
Só acho que o que ainda sei e posso dizer é que eu amo.

Amo a vida que tenho e não sei se me pertence
Amo o ventre que me gerou e me concebeu
                                               e o rebento do qual sou raíz
Amo o patriarca da minha humilde existência e aos irmãos e irmãs
                                               de lastro familiar que me destes
Amo as forças conhecidas da natureza, alimento indispensável para a vida
Amo ainda as forças desconhecidas da natureza, sinais latentes e incessantes do teu poder e glória e amor.

Quando teus olhos me olharem e eu neles perceber
                                               um olhar de interrogação, lhe responderei:
O que queres de mim?
O que queres que eu faça se tudo o que fiz não valeu?
Em que Pátria nos desentendemos? Em que corpo me perdi?
Não sei se me ouvirá. Nem sei se assim posso indagar a ti
Só sei que o que ainda acho que sei é da força do amor.

Da força do amor que tudo pode e é só por ele que se vive
Da força desse amor que se justifica por si só e se qualifica por só ser
Da força do amor transcendente, completo em si, sem complementos, sem acessórios, sem adereços. O amor só pelo amor.
Que este sim, é infinito e não se paga imposto pra amar
Que este, o amor, é o que sinto e está no recôndito mais fundo do meu ser
Alimenta minha alma e só por ele se vence grandes distâncias e  as agruras dos dias
E também sei que só o sinto pela tua suprema e magnânima existência pois, só matéria e pó como sou, não seria capaz de amar sem o teu sopro de amor infinito.

Quando teus olhos novamente me olharem e apresentarem aos meus olhos           
                                                                                              o olhar da reprovação, eu... me penitenciarei
E lhe direi quanto mais do teu amor ainda resta em mim?
E lhe perguntarei o quanto ainda sou capaz de amar?
E lhe responderei que ainda procuro o que nem sei se é possível achar
E, olhos nos olhos, chorarei
E pedirei perdão pelas minhas faltas
E pedirei perdão por duvidar de ti
E da tua bondade infinita me impregnarei e me agarrarei, me agarrarei à tua mão para não mais soltar.
Me agarrarei à tua mão para reerguer-me e não mais voltar a andar sozinho.

Sei que me perdoará.
Sei que não me abandonarás nunca como jamais abandonou um filho teu.
Aí sim, a luz se acenderá e juntos, juntinhos, lado a lado, caminharemos pela vastidão dessa estrada para não mais nos separarmos.
Dessa estrada que só se caminha, que só se caminha, sem saber onde vai dar
Mas agora, confiante caminho e a eternidade nos espera
Pois já não ando mais sozinho e tenho o amor a me guiar.

Roberval Paulo