sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

FELICIDADE! - Roberval Paulo

Correr pra felicidade. É preciso
Estar pronto neste sonho infeliz
É preciso antes de tudo, diretriz
Saber realmente o que é felicidade
A felicidade não é plena, é amante
Nem eterna, nem constante, inverdade?
A felicidade é uma doce estrada errante
Sem sombra alguma de realidade
Que poucas vezes se chega ao seu destino
É no ancião que se vê a mocidade
É quase feito um sonho de menino
Sem nada conhecer de liberdade.

Felicidade é sempre um sorriso aberto
Sorriso solto, a franqueza no olhar
Abrir a voz, não ter medo de cantar
É no canto que se sabe o que é saudade
E saudade não se sente sem ter pranto
E o pranto te encaminha pra verdade
Desce ao peito feito um rio de acalanto
Faz o amor florescer com a amizade
Faz do sonho o caminhar do destino
Corre o mundo se esquivando da maldade
A voz bradando como o badalar do sino
Ser feliz é ter o Deus de bondade.


Roberval Paulo

O PASSAR DESSA VIDA - Roberval Paulo

Nem que eu viesse a sofrer todo o fim da dor do mundo,
Não seria nada perto do que sofreu Jesus Cristo
Não seria nem a sombra do que sofreu nosso rei
Pois que todo sofrimento já lhe foi antes prescrito.

Nada lhe foi perguntado se ele assim aceitava
Já nasceu com esse propósito, Ele tinha que cumprir
Deus Pai assim ordenou. Ele, Filho, obedeceu
Carregou a sua cruz, tinha uma estrada a seguir

Estrada essa lavada na dor do seu próprio sangue
Para que fôssemos libertos do pecado original
E nós não nos atentamos p’esse tão nobre martírio
Continuamos em nós plantando a raíz do mal

E nesse inferno astral de céu para quem padece
Padecemos por querer, por não querermos amar
Tal qual amou Jesus Cristo, nosso Deus e nosso Pai
Amou tanto que morreu pra humanidade salvar

E a humanidade até hoje não entendeu esse gesto
Não quis amar, não quis paz, se arvorou a ferir
Fere o igual, a si próprio, fere o seu Salvador
E se entende soberana na ilusão do existir

Não sabe esta humanidade que aqui estamos passando
Passar é o que nos cabe... vamos a um outro ninho
E nessa passagem o ingresso pra eternidade alcançar
É o amor, a humildade que dispensar no caminho

Nem que eu viesse a sofrer toda dor... a dor do mundo
Não seria nada perto do amor de Deus por nós
Ele amou de tal maneira o mundo que enviou
O seu filho Jesus Cristo e até o matou por nós

E o matando, libertou a vida no mundo inteiro
E o fez ressuscitar, Deus vivo, subindo ao céu
E a humanidade sem rumo viu a luz do novo mundo

Mas não a quis, desprezou e vive vagando ao léu.

Roberval Paulo

LUZ AMARGA - Diálogo do Caminho - Roberval Paulo

Caminhante 1: Vendo esta luz amarga
Luz da estrada que andamos
Me diz aí camarada
Como insistir na jornada?
Quando fazer a parada?
Quando nos realizamos?

Caminhante 2: Nós não nos realizamos
Vamos só a estradar
Cantando a canção da estrada
Sem saber onde vai dar

Caminhante 1: Então porque tanto lutamos?
Pra que tão longe avoar?

Caminhante 2: Nós não nos realizamos
Só lutamos, só lutamos...
É a verdade do vivo
Só se ir a caminhar.
Cantar quando a dor se ir
Chorar quando ela voltar
Sorrir na hora do sim
Isso quando o não deixar.

Caminhante 1: Sendo assim, me diz amigo
Quando se deve parar?
Como fazer com a estrada
Que não quer ir, quer voltar?

Caminhante 2: Não sei dizer as respostas
Das perguntas que me faz
Mas sei dizer que a vida
Não tem como andar pra trás.
Só pra frente é que se anda
Não tem como regressar
Nessa estrada que é só ida
Não há meios de voltar.

Caminhante 1: Me diz então como pode
A estrada continuar?
Se o caminho se fechou
Tá difícil de passar
Eu tento em frente seguir
Mas meu ser só quer voltar
Está cansado da luta
Aposentando a labuta
Desse vida diminuta
Quer cama pra descansar.

Descansar e não mais seguir
Nessa vida estacionar
Dar fim a todos os planos
Parar de vez, sepultar
Os sonhos que um dia eu tive
Que já parei de sonhar
Não quero a morte encontrar
Quero só saltar da vida
Antes que o trem da partida
Me parta no seu passar.

Quero está fora da vida
Quando o descanso chegar
Pela ponte que eu cruzar
Quero alcançar meu destino
Quero mais nem ser menino
Só o meu destino abraçar
Onde eu for a caminhar
Estradando o meu caminho
Que essa ponte seja enfim
O caminho da partida
Que o saltar fora da vida
Seja o meu libertar.

Caminhante 2: Eu não soube responder
Às perguntas que me fez
Mas vejo que se desfez
Das dúvidas que levantava
É que a vida está traçada
Cada um tem seu destino
É caminharmos com tino
Que saltaremos da vida
E que esse saltar nos seja
O encontro da redenção
Deus estende a sua mão
A todo que nele crê
Que o findar de todo ser
Seja o encontrar do perdão.


Roberval Paulo

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

ANJOS QUE CHORAM - Roberval Paulo

A dor do estupro invadiu o seio de Platão
E a maldade dos homens se espalhou pela
humanidade sem nome.

 
E matou sonhos, feriu corações,
aniquilou vidas
e tingiu de um róseo negro
o azul de céu e mar.

 
A menina ganhou pirulitos de maçã
e subiu saltitante as escadarias do céu.

 
E o desejo e ainda o prazer
foram sepultados na estupidez
do homem sem cor. Um túnel sem luz!

 
Mais a alma, na sua pureza de menina
subiu ao céu
No seu sorriso, o pirulito de maçã
e a doce e terna alegria que só no céu se revela.

 
O cheiro de flor inebriou todo o céu
E as lágrimas dos anjos formaram
as torrenciais chuvas de outono.

 
Roberval Paulo

 

RIOMATA - Roberval Paulo

A mata no rio
O rio na mata
A mata desata
O rio cascata
O rio mata
A mata se mata!

 
O rio abraça
A mata devassa
A mata o rio
A mesma paisagem
A mata folhagem
O rio passagem
O rio invade
A mata selvagem

 
O rio a mata
A mesma viagem
A mata voraz
O rio coragem
Um fio de esperança
Na sombra descansa
Mata e rio, andança
No fim da imagem
Rio e mata, tardança
“The End!” Miragem.

 
Roberval Paulo

SE AVEXE NÃO - Roberval Paulo

Se avexe não
A canção já disse um dia
Que o caminho se fechou
E chegou lá quem nem ia

 
Se avexe não
A saudade apertou o peito
O sol veio e se foi
E tudo ficou do mesmo jeito

 
Pra ir nessa estrada e chegar
Seja grande ou pequeno
Lavrador ou seu doutor,
Tem que suar

 
Pra esse caminho finalizar
É preciso suor, muito suor
Mas é preciso mais ainda seu doutor
Muito amor, mais de amor, tudo de amor
Vencer qualquer espécie de dor
Sinônimo do dom de amar

 
Se avexe não
Ter coração bom não é não se afligir
Ter força no peito não é a vida agredir
O meu cão me ama tanto e nem sabe falar

 
Se avexe não
O titanic afundou, sucumbiu um império
Um filho de carpinteiro se fez em eterno
Se avexe não...imprescindível é amar.

Roberval Paulo

MEMÓRIAS - Roberval Paulo

Eu hoje ainda me lembro
Da minha bela cidade
Minha doce mocidade
Dos dias que eu fui feliz
Trago em minha lembrança
Um gosto de primavera
No tempo que o tempo era
O tempo que eu sempre quis


Estava sempre a brincar
Corria pelos quintais
No gosto dos laranjais
Sentia o gosto da vida
As tardes todas de festa
Nas águas lá da ribeira
“Passarin” de atiradeira
Uma alegria perdida

Hoje esse tempo medonho
Saudade é só o que resta
Os dias cantavam festa
Hoje é só tribulação
Se foram sonhos de flores
A alma respira guerra
Na boca o gosto de terra
De sangue no coração

Hoje eu sou qual esteio
Que segura a cumieira
Peso de mil aroeiras
Nas costas de um só cristão
Não quero mais ser lembrança
Quero esse passado agora
Voltar no tempo, na história
Revisitar meu sertão.

Roberval Paulo

FILHO DO NATURAL - Roberval Paulo

  Sou filho do natural, na ilusão do existir
                 Sou enfim a existência que se finda e continua
               A vida, que ao morrer, nem sabia ser eterna
         Que de tanto caminhar, se despiu, já está nua
     Despida está a vida de toda carne-matéria
              Na evolução filosófica da entidade
espiritual
         Que de tanto conhecer se vê no início
                                                                  do nada
   Se precipita ao prover
                                     o mistério sideral.

Roberval Paulo

TEMPO - Roberval Paulo

O tempo da vida é curto pra se fazer o que se quer fazer.
Aquela música que eu queria aprender.
Aquele livro que eu queria ler.
Aquele filme que eu queria ver.
Vão passando por mim no meu tempo que não me dá tempo.
Nesse tempo que não me dá tempo de viver.

O tempo da vida é tão curto que não me dá tempo.
Tempo de fazer um sonho se realizar
Porque você começa, começa, começa
E antes do fim, já é tempo de parar
Parar e começar a viagem
Que é o começo do fim que de novo se vai a começar

O tempo da vida é curto para ver o sol se pôr
Ele nasce e sobe, sobe e se descamba a descer
E você vai subindo
E quando alarga o caminho
Já é hora de entristecer, de adormecer
A hora de ficar verde antes de amadurecer

O tempo da vida é curto pra ver o dia passar
Você trabalha, trabalha,
E quando a vida embala
E a moça se põe na sala à espera do seu querer
O pai assim recomenda
A lua já deitou renda
De manhã cedo, a venda
Tú tens que amanhecer

O tempo da vida é curto pra se fazer o que se quer fazer
O sonho que eu sonhei. A vida que eu planejei.
A estrada que não se chega ao fim
Ficou tudo preso no tempo
No tempo que se foi com o vento
Um tempo que não ficou em mim.
Roberval Paulo

SONHO DO ETERNO, JUÍZO FINAL - Roberval Paulo

Da vida só quero sonhos...sonhar, sonhar e sonhar
Reaprender a amar quando o sonho assim pedir
Falar quando outros calarem, assim serei entendido
Silenciar quando em mim se perder qualquer razão
Libertar a emoção se esta é razão de enlevo
Saber que eu tenho medo para não ser imprudente
Entender que os direitos são de todos neste mundo
E só quem paga os tem, isso sim é absurdo.


Não quero nem mais ter sonhos, quero mesmo é realizar
Realizar a justiça gratuita a todo vivente
Ressuscitar o amor que restou adormecido
Restabelecer a fé que move até montanhas
Dignificar o ser à luz da única verdade
Na verdade que o justo é o caminho a seguir
Que o amor não se perdeu, só está em letargia
Guardado na hipocrisia da humanidade perdida
Ferida na ambição e egoísmo dos iguais
Iguais só na Lei Divina que em tudo faz justiça
Que permite o livre arbítrio e observa o que vai ser
E um dia vai cobrar o que a história escreveu
E no fim vai encontrar tudo que a vida perdeu
É o juízo final pra vida eterna nascer.

Roberval Paulo

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

LUZ AMARGA - Diálogo Caminhado - Roberval Paulo

Caminhante 1: Vendo esta luz amarga
Luz da estrada que andamos
Me diz aí camarada
Como insistir na jornada?
Quando fazer a parada?
Quando nos realizamos?

Caminhante 2:Nós não nos realizamos
Vamos só a estradar
Cantando a canção da estrada
Sem saber onde vai dar

Caminhante 1: Então porque tanto lutamos?
Pra que tão longe avoar?

Caminhante 2: Nós não nos realizamos
Só lutamos, só lutamos...
É a verdade do vivo
Só se ir a caminhar.
Cantar quando a dor se ir
Chorar quando ela voltar
Sorrir na hora do sim
Isso quando o não deixar.

Caminhante 1: Sendo assim, me diz amigo
Quando se deve parar?
Como fazer com a estrada
Que não quer ir, quer voltar?

Caminhante 2: Não sei dizer as respostas
Das perguntas que me faz
Mas sei dizer que a vida
Não tem como andar pra trás.
Só pra frente é que se anda
Não tem como regressar
Nessa estrada que é só ida
Não há meios de voltar.

Caminhante 1: Me diz então como pode
A estrada continuar?
Se o caminho se fechou
Tá difícil de passar
Eu tento em frente seguir
Mas meu ser só quer voltar
Está cansado da luta
Aposentando a labuta
Desse vida diminuta
Quer cama pra descansar.

Descansar e não mais seguir
Nessa vida estacionar
Dar fim a todos os planos
Parar de vez, sepultar
Os sonhos que um dia eu tive
Que já parei de sonhar
Não quero a morte encontrar
Quero só saltar da vida
Antes que o trem da partida
Me parta no seu passar.

Quero está fora da vida
Quando o descanso chegar
Pela ponte que eu cruzar
Quero alcançar meu destino
Quero mais nem ser menino
Só o meu destino abraçar
Onde eu for a caminhar
Estradando o meu caminho
Que essa ponte seja enfim
O caminho da partida
Que o saltar fora da vida
Seja o meu libertar.

Caminhante 2: Eu não soube responder
Às perguntas que me fez
Mas vejo que se desfez
Das dúvidas que levantava
É que a vida está traçada
Cada um tem seu destino
É caminharmos com tino
Que saltaremos da vida
E que esse saltar nos seja
O encontro da redenção
Deus estende a sua mão
A todo que nele crê
Que o findar de todo ser
Seja o encontrar do perdão.


Roberval Paulo

A RETA TORTA DA VIDA - Roberval Paulo

Indo
     infindo
                me findo
                           reto
                na reta
             torta
                                 insólita
                               morta
                        apócrifa
               sonífera
  efêmera
             dormindo.

                             Vindo
                                 a caminho
                                                moinho
                                          rodando
                                a vida
                     levando
              morrendo

                         sozinho.

Roberval Paulo