terça-feira, 23 de abril de 2013

SONETO DA DIFICULDADE - Roberval Paulo


A cavalo dado não se olha os dentes
A carro usado não se escolhe a cor
Em terra ruim não germina semente
Em campo minado já não nasce flor

A sonho perdido não se chora uma lágrima
A um alucinado não se diz demente
À noite passada não se pede volta
Ao sol que nasce só se diz poente

A lua cheia se torna minguante
A realidade se faz fugidia
O bruto um dia se percebe amante

O culpado agora já é inocente
Quem aqui estava já se fez ausente
O certo se trai na estrada errante

Roberval Paulo

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