segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

RECONSTRUINDO - Roberval Paulo

Quando eu já não tinha aonde ir
Encontrei-me comigo sem querer
E pensando nesse encontro a me perder
Me achei e foi minha salvação
Nesse dia eu peguei o sol com a mão
Vi a lua o meu rosto iluminar
Vi o céu que abria e se fechava
Vi o amor de Deus se manifestar.

Acordei de um susto em minha cama
Estava fraco, minhas forças indo embora
No espaço do tempo de uma hora
Eu queria cantar, não consegui
Eu queria falar, a voz não veio
Meu olhar se perdia na distância
Na minha mente um turbilhão de lembranças
Confusão se fazia no meu ser.

Eu não sei nem mais quem sou, quero aprender
A viver do jeito simples que eu vivia
Vida simples de acordar todos os dias
Trabalhar, trabalhar e trabalhar...
Quando é noite para casa retornar
Vê meu filho, minha vida ali na sala
Entender que a vida não é senzala
Conciliar as tristezas e alegrias.

Reencarnar meu laser minha poesia
Tropeçar no tropeço inevitável
Cair do céu e no chão se espatifar
Levantar e sacudir a poeira
Igual mineiro, ir comendo pela beira
Quando o centro lhe tiver desajustado
Conhecer do perdão e do pecado
Para enfim poder se resignar.

E quando a vida bem injusta se mostrar
Saber que é hora de repensar a jornada
De corrigir a rota daquela estrada
Na construção de um caminhar renovado
Desconstruir a enganação do passado
Que o teu pensar ao lembrar se desatina
Desfazer curvas aonde não tem esquina
Reencontrar-se nas virtudes do amor
Fazer da vida o seu hino de louvor
Honrar a luz ao qual teu ser se destina.

Roberval Paulo

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