Por
favor, não me falem de moral
Nem
de sol ou de sal, nem do bem ou do mal
Não
me venham querer recriar a criação
Tudo
o que é, é o que sempre foi
E
o que será, será, mesmo que não venha a eternidade
Não
me venham deslizando em seus falsos moralismos
Não
me venham destilando heresias
A
sociedade não é e nunca foi diferente
A
hipocrisia sempre se pôs na vanguarda dos comportamentos
E
a virtude do ser, em mesma forma, nunca foi do ser
e
sim das situações
Alteram-se
crenças e valores, divindades e potestades,
e
o fundamento normatizador é a conveniência
Diga-me
com quem andas e eu ti direi quem és!
Diga-me
o que queres e eu ti direi qualquer coisa!
E
tu já não mais serás o todo que ti envolvias
Serás,
em parte, a influência das palavras proferidas e absorvidas
Tudo
se altera e se alterna, mas, inexoravelmente,
Tudo
permanece igual
O
homem, todavia, claro e obscuro,
Percorre
a esteira da história
Sendo
o lobo do próprio homem
O
átomo está em mim, em ti e está no oceano
Está
em tudo que vive, que morre e que transcende
Está
no físico ou no imaterial
No
todo do qual sou parte e encarte
Sou
pó de estrelas, se é que queres saber um pouco de mim
A
realidade me custa tão caro que às vezes até sonho
Sonho
com o mágico, o insondável, a alquimia
Em
ouro quero o meu ser, minhas ações, meu existir
O
ouro espiritual que fundamenta o universo
O
inverso na tez do verso que o poeta sangrou
Portanto
não me venham pregar especulações
Sou
prótons e elétrons, nêutrons e a luz que brilha
Sou
átomo e divindade, natureza e universo
Indizível
e invisível, incomumente indivisível
A
força do natural que decifra pensamento
Sou
fundamento da alma
A
materialidade do espírito
A
natureza do físico
A
razão maior do ser e existir
O
ser e o ter em eterno conflito
Sem
compreender o porquê de estar aqui.
Roberval Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Poste o seu comentário aqui