Não
sei mais por onde andar
Não
sei nem porque cheguei
Meus
caminhos caminhei
Por
entre serras e mar
Viajei
daqui pra lá
O
inverso também fiz
Risquei
o chão feito giz
No
quadro negro do olhar
Sou
o ator do meu passar
Não
sou triste nem feliz
Feito
cordão de enxurrada
Desgovernada
e sorrindo
Se
arrastando e destruindo
Sou
eu abrindo a picada
Um
rasgo no “mei” do nada
Sigo
formando erosão
Carregando
a nação
Viagem
desesperada
Tô
pra lá da caminhada
E
ainda rasgando chão
Minha
vida se varia
Quando
falo de saudade
Ouço
gritos da cidade
No
cantar da cotovia
A
noite dentro do dia
É
complemento do nada
Cravo
no peito a espada
Do
teu olhar matador
Me
acho no teu amor
Te
perco na caminhada
São
tempos tão conturbados
O
que hoje vivenciamos
Não
sei nem de quantos anos
Foi
de uns tempos para cá
Que
a vida foi-se a jorrar
Feito
plástico incendiado
Em
larvas despedaçado
Segue
derretendo o amor
E
o fogo do desamor
Brota
do espírito queimado
Eu
penso por um momento
Que
nos desencaminhamos
E
que já nos encontramos
É
questão de arrumamento
Faço
meu teu argumento
Faça
o mesmo comigo
Não
me aplique castigo
Por
capricho ou por amor
Lancemos
a Deus clamor
Livrando-nos
do inimigo.
Roberval Paulo
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