domingo, 23 de junho de 2013

O FIM DO MUNDO – Roberval Paulo

O som ensurdecedor do trovão ressoou na imensidão azul do céu plúmbeo de medo. E o relâmpago, em raio eletrizante e cintilante, escorreu deslizante na abóbada em mistério anunciada, se perdendo no negro azulado da distância. A atmosfera cerrou as portas e o céu abriu suas comportas, inundando impetuosamente a noite em torrentes de terror e desespero. Escuridão era o que havia. Escuridão de uma noite sem luz e sem lua. De estrelas ausentes, apagadas no imaginar do escuro e de sonhos preocupados na inocente perspectiva de ver ali o mundo acabar.

A profecia se cumpria sem preparo e sem cerimônia. O fim chegava desavisado e não mais havia tempo nem mesmo pra falar de amor. Gritos se ouviam em todas as direções. Gritos de desespero e de impotência frente ao fenomenal evento. Uma desordem geral ordenou no mesmo ambiente e espaço todos os seres, revelando uma harmonia inexistente nos tempos da normalidade. Homens e mulheres se juntavam a leões e outros mais bichos, sem se incomodarem. Crianças escalavam dragões e serpentes, na inocência incomum de ambos, sem perigo algum. O ondular das ondas feria o espaço vazio com sua lâmina líquida e aterrorizante, vencendo quaisquer obstáculos, seja de gente, bicho ou outra qualquer natureza, se arremessando ferozmente sobre tudo, devorando sonhos, pensamentos, vidas e histórias, sendo história viajante em viagem de céu. Volumoso corpo aguacento, vivo e adjacente, num surdo rumor de riso e raiva, subindo vertiginosamente pela estrada aberta e larga que só se estreita nos limites dos céus. A natureza fechou seus olhos e se entregou, caindo por terra que nem terra mais é, levantando desta todos os filhos da luz ou trevas, levados igualmente e impiedosamente ao destino da viagem última. Consumado está o que não mais se pode remediar. O que foi é o que é e o que é pode ser o que não será.


O surpreendente de tudo, de todo este imensionável evento é que, mesmo no fim, a vida não acabava. A vida, quando chega ao fim, ainda é, em si, um ser existente. Ela se renova, transfigura-se e habita galáxias desconhecidas da terra a tão largos anos luz distantes, pelo espaço de um instante. E galáxias e outras mais galáxias se encheram de vida. Da vida que a terra renegou por não mais suportar. Se encheram da vida que não mais podiam aqui continuar, mas, que não estavam prontas, aperfeiçoadas para ao destino final e último chegar. E assim, vão por aí, habitando galáxias e mais galáxias até atingirem o último estágio da existência. Morrendo e recomeçando, em nova vida inserida, desconhecida de todos a nova vida investida, mas que é o caminhar lento, cortante e necessário para o aperfeiçoamento total enquanto ser, enquanto ser existente vindos do amor maior, vindos do seio do seu criador, por amor, e que se desvirtuaram por pouco quererem entender do amor que os trouxe à existência e então, penalizados estão, sentenciados a habitarem, de vida em vida, o desconhecido, até se conhecerem e se entenderem enquanto seres de amor que são, e, assim, alcançarem, pelo dom do amor, pelo dom do saber amar, o reino prometido lá no seio daquele que um dia por aqui caminhou e plantou com todas as letras e com o adubo da verdade, a razão da sua vinda e sacrifício. Lá no seio daquele que, se dirigindo a todos, indistintamente e indiscriminadamente, disse em tom de sabedoria e de santificação, a verdade maior: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao pai senão por mim”.

Roberval Paulo

quarta-feira, 19 de junho de 2013

MATANDO LEÕES - Roberval Paulo

Por caminhos iguais
Por destinos iguais
Os iguais se encaminham
Em sutis diferenças
Nos vãos da ciência
Diferenças se aninham.

E um se diz Deus
Mil outros ateus
Naufragam na dor
Transgridem a razão
Transpiram emoção
No ódio e no amor.

E fere um igual
Se torna imortal
Na guerra do ter
Afogam paixões
Matando leões

Jogos do poder.

Roberval Paulo

LEMBRANDO DO MEU PAI - Roberval Paulo

Hoje amanheci assim meio saudoso, lembrando do meu pai 
que nos deixou a muito tempo. 
Lembrei a sua presença viva no nosso meio 
e me veio tão grande tristeza que umas lágrimas teimosas e desobedientes escorreram pela minha face. 
É incrível quanta falta ele nos faz, mesmo depois de mais de 30 anos de sua partida. 

Ao meu pai Vicente Paulo...Saudades!!!
...Minha homenagem com este lindo poema do poeta paraibano Ronaldo Cunha. 
Receba Pai, no reino dos céus e com as bençãos de Deus, 
estas linhas de amor, de dor, de saudade e da certeza do abraço 
e da presença eterna de Deus em nossos caminhos. 

À tua presença viva em mim:

CONVERSANDO COM MEU PAI - Ronaldo Cunha

Na quietude d'aquela noite densa,
Reclamei numa saudade a presença
Do meu Pai, que há muito já morreu!...
Sorumbático e só, fiquei na sala,
Sem ouvir de ninguém uma só fala:
Todos dormiam entregues a Morfeu.

Continuei sozinho da vigília,
Contemplando a placidez da mobília,
Num silêncio quase que perfeito;
Quebrado apenas com o gemer da rede,
As pancadas do relógio na parede
E o pulsar do coração dentro do peito.

De repente, coberta com um véu,
Uma nuvem nascia lá do céu,
E na sala onde eu estava, caí...
Era algo de espanto realmente
Dissipa-se a nuvem lentamente
E vai surgindo a imagem do meu pai.

Boa noite, meu filho! E se assusta?
Tenha um pouco de calma, porque custa
Novamente voltar por este trilho:
Eu rompi os umbrais da eternidade
Para, em braços de amor e de saudade,
Conversar com você, querido filho!

Tenho assistido todos os seus passos,
Suas lutas, vitórias e fracassos,
Em ânsias que não posso mais contê-las:
Eu lhe assisto, meu filho, todo dia,
Em suas vitórias choro de alegria
E as lágrimas transformam-se em estrelas.

Tenho visto também seus sofrimentos
Suas angústias, dores e tormentos
E esperanças que foram já frustradas;
Tenho visto, meu filho, da eternidade,
O desencanto de sua mocidade
E o pranto de suas madrugadas.

Compreendo, também, sua tristeza
Ante a ânsia que traz na alma presa
De adejar cortando monte e serra;
Sua ânsia de voar, cantando notas,
Misturar seu vôo ao das gaivotas,
Que beijam os céus sem deixar a terra


Mas, ao lado dos atos de grandeza,
Você me causa, filho, também tristeza,
Em desgosto minh'alma já flutua:
Ontem, porque não estava pronta a ceia,
Pra sua mãe você fez cara feia,
Bateu a porta e foi jantar na rua.

Você não soube, meu filho, e no entanto,
Ela caiu prostrada em um pranto
Soluçando seu íntimo desgosto.
Nunca mais, meu filho, isto faça,
Pois para um filho não há maior desgraça
Que em sua mãe deixar rugas no rosto.

Nunca mais a ofenda, nem de leve!...
O seu amor a ele aos céus eleve
E escute sempre, sempre o que ela diz.
Peça a Deus para durar sua existência
E, se assim fizer de consciência,
Você, na vida, tem que ser feliz.

Conduza-se na vida com altivez,
Fazendo da probidade, da honradez,
Para você o seu forte brasão;
Aprofunde-se, meu filho, no estudo,
Fazendo da justiça o seu escudo,
E amando o povo como ao seu irmão.

Continue no trabalho a que se entrega
Sem temer obstáculo nem refrega,
Pois com a vitória sempre você vai,
E se assim fizer, querido filho,
Sua vida há de ser toda de brilho,
E honrará o nome de seu pai.

E nisso a nuvem comoventemente,
Aos poucos se junta novamente,
Envolvendo meu pai num denso véu;
E num olhar tão meigo e bem sereno,
Dirige para mim um triste aceno
E vai de novo subindo para o céu!

E eu fiquei chorando de saudade,
Alimentando aquela ansiedade,
Sem poder abrandá-la. Que castigo!
Por isso nunca mais dormi. Vivo na ânsia,
Esperando que meu pai rompa a distância,
Pra vir de novo conversar comigo

Ronaldo Cunha Lima

Fonte: Poeta Pajeuzeiro

terça-feira, 18 de junho de 2013

PROTESTO PALMAS - 20/06/2013 - PARTICIPE! POR UM BRASIL MELHOR

PRECISAMOS NOS MEXER, NÃO DÁ MAIS PRA SUPORTAR
A CORRUPÇÃO SE TORNOU NORMAL EM NOSSO MEIO
ACEITAMOS TUDO O QUE AS AUTORIDADES NOS DERRAMAM GUELA ABAIXO
E NÃO DIZEMOS NADA
PRECISAMOS DEFINITIVAMENTE NOS MEXER,
A MUDANÇA SÓ SE DARÁ POR NÓS,
SÓ COM A NOSSA SOCIEDADE MOBILIZADA E COMPROMETIDA,
CONSEGUIREMOS AS MUNDANÇAS QUE PRECISAMOS
QUEREMOS O FIM DA CORRUPÇÃO, DA ROUBALHEIRA, QUE TANTO MAL FAZEM AO NOSSO POVO,
EXIGIMOS MAIS ESCOLAS, HOSPITAIS, ESTRADAS, MORADIAS, ENFIM, EXIGIMOS MAIS RESPEITO E DIGINIDADE,
VENHAM CONOSCO!
SEJAMOS, POR NÓS, A PONTE PRA REALIDADE QUE SONHAMOS,
UMA REALIDADE MAIS IGUALITÁRIA E MAIS JUSTA,
COM DIREITOS E OPORTUNIDADES PARA TODOS
VAMOS JUNTOS, VAMOS COBRAR O QUE É NOSSO POR DIREITO
UNIDOS SEREMOS FORTES E UNIDOS CONQUISTAREMOS O QUE DESEJARMOS
VAMOS DIZER DE VERDADE: OH! PÁTRIA AMADA...VERÁS QUE UM FILHO TEU NÃO FOGE À LUTA,

VAMOS TER, REALMENTE,...ORGULHO DE SER BRASILEIRO,

Blog Roberval Paulo

segunda-feira, 17 de junho de 2013

MACIEL MELO - O homenageado no São João do Recife 2013

Música: Há 30 anos Maciel Melo traduz 'sertanidade' em versos e melodias

Músico é o homenageado deste ano do São João do Recife. 
A data é comemorada ainda com lançamento de CD, DVD e autobiografia.

Maciel Melo (Foto: Luna Markman / G1)
No ano em que festeja três décadas de carreira, o sertanejo Maciel Melo é homenageado no São João do Recife, lança CD, DVD e autobiografia (Foto: Luna Markman / G1)
Maciel Melo ainda era o "Neguinho de Heleno" quando vendia picolé e engraxava sapato para ajudar o pai Heleno Louro, agricultor e mestre sanfoneiro que animava festas de Iguaraci, no Sertão pernambucano, a 363 km do Recife. Trocou o Rio Pajeú pelo São Francisco, em Petrolina, trabalhando em escritórios. Aos 20, decidiu abraçar a carreira de músico, considerada "vagabundice" no interior, e rumou para a capital. Esse é o marco inicial da carreira deste caboclo sonhador, que está completando 30 anos, celebrados com lançamento biografia, disco, DVD e uma homenagem do São João do Recife. Ter a música "Rainha" na trilha da novela global "Flor do Caribe" também é um presente.
A canção é uma homenagem à mãe dele, Maria de Lourdes, escrita há anos, gravada apenas no disco "Sem ouro sem mágoa" (2009).  "Oh Maria Lourdes da Labuta/ Em Sumé foste doce, amarga e bela/ Paraíba foi tua passarela/ Pernambuco te trouxe a sedução/ O destino entregou tua missão/ Onze itens [filhos] a ti foi destinado/ E a lei que constitui o teu reinado/ Foi escrita com a tinta do perdão", diz a letra. Já "A poeira e a estrada" é o nome da biografia, escrita pelo próprio Maciel Melo durante os últimos três anos, que será lançada na segunda-feira (17), no Paço Alfândega, no Bairro do Recife, às 19h, junto com uma exposição sobre a carreira do artista.

Maciel Melo (Foto: Luna Markman / G1)
 Maciel gosta de escrever e acha que ninguém melhor que ele pode contar o que viu, ouviu e viveu. "Eu sempre escrevia e guardava textos sobre assuntos que giravam em torno da geografia cultural e política do Pajeú, então resolvi reunir num livro. É a história do Neguinho de Heleno que saiu para o mundo para vencer, e fui floreando aqui e ali, romanceando passagens. Não tem uma ordem linear", explicou em entrevista ao G1, durante passeio de carro por mais de hora, amansando o trânsito bravo do Recife.
Um CD e um DVD homônimo ao livro devem ficar prontos até julho. O DVD foi gravado em 2012, no Teatro da Boa Vista, e contou com a participação de Chico César, Jessier Quirino, Jorge de Altinho, entre outros. O disco "Minha metade", lançado este ano, é comemorativo aos 30 anos de carreira. São 14 faixas, sendo duas regravações de Luiz Gonzaga, onde Maciel canta com Alceu Valença ("Assum preto") e Zeca Pagodinho ("Qui nem jiló"). As outras são xotes, baiões, toadas e canções inéditas, com participações de Zé Ramalho, Fagner, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho, Dominguinhos e Quinteto Violado.
Este último grupo pernambucano, inclusive, foi quem batizou Maciel Melo como compositor, ao gravar a música "Erva doce", em 1985. A banda fazia enorme sucesso naquela época, e a canção estourou. O artista já morava no Sudeste do País. É que depois do Recife, ele mudou-se para São Paulo, onde compôs "Caboclo sonhador", em 1982. "Ela é uma espécie de carta musicada para minha família. Estava no centro financeiro do País para tentar ser artista, ninguém ia mudar minha cabeça", contou.

Os primeiros versos da letra mandam exatamente esse recado: "Sou um caboclo sonhador/ Meu senhor, viu?/ Não queira mudar meu verso/ Se é assim não tem conversa/ Meu regresso para o brejo/ Diminui a minha reza". Mas a saudade de casa estava no matulão do sertanejo: "Mergulhado nos becos do meu passado/ Perdido na imensidão desse lugar/ ao lembrar-me das bravuras de Neném [irmã mais velha de Maciel]/ perguntar-me a todo instante por Baía [irmã]/ Mega e Quinha [irmãos], como vão? tá tudo bem?/ Meu canto é tanto quanto canta o sabiá".
A composição só foi descoberta dez anos depois por Flávio José, que estava no auge da carreira e a gravou. Fagner também, popularizando-a ainda mais em todo o Brasil. O cantor cearense afirmou que a canção era um divisor de águas, ao recriar o forró nordestino na década de 1990. O diferencial de Maciel Melo eram as melodias habilidosas e as temáticas novas. "Eu sempre tive preocupação grande com a poética, a qualidade dos arranjos. Em 'Caboclo sonhador', por exemplo, uso palavras que não são rotineiras no forró. A minha intenção era fazer algo que não fosse banal, que botasse as pessoas para pensar e questionar", falou.


Esse talento foi reconhecido desde cedo, quando gravou o primeiro disco, "Desafio das léguas", em 1989, já com participações luxuosas de Vital Farias, Xangai, Décio Marques e Dominguinhos. Na época, ele morava em Salvador e estava envolvido com a musicalidade local. "Foi num show lá que conheci Dominguinhos e perguntei se dava para colocar a sanfona dele no meu disco, e marquei para o outro dia. Achava que ele nem ia lembrar, mas quando cheguei no estúdio ele estava lá embaixo, me esperando. Foi quando vi a grandeza dele, a genialidade, simplicidade, vai deixar um legado enorme para nós", lembrou.
Maciel Melo (Foto: Luna Markman / G1)
 Maciel Melo faz letra e melodia. Tem centenas músicas no papel e quase 200 gravadas. Paulinho da Viola e Djavan são intérpretes ainda desejados. Na música universal, urbana, elegeu Chico Buarque como compositor favorito. Já o poeta da música regional, para ele, é Zé Dantas, um dos grandes parceiros de Luiz Gonzaga, nascido também no Sertão do Pajeú, em Carnaíba. "A música que eu faço é a que Gonzaga gostava de cantar. Até pelo fato de eu ser discípulo dele e ter saído do Sertão com a minha personalidade formada, mantenho viva a ‘sertanidade’ na minha obra, as tradições e costumes do povo como temas, a aridez nas canções. Acho que 20% das minhas letras ele gravaria", palpita.

Homenagem

Iguaraci foi o berço de tudo, onde o Neguinho de Heleno ouviu os primeiros sons da sanfona do pai, das violas dos repentistas, a poesia dos cantadores. Quem chega lá vê na entrada da cidade a placa que diz "Terra de Maciel Melo". Agora, é a vez de o Recife, cidade onde mora, celebrar o artista. "Fico muito feliz com o reconhecimento dos meus conterrâneos. E quando fui indicado para ser o homenageado do São João aqui fiquei até meio silencioso, por causa da responsabilidade de ser escolhido entre tantos, pois Pernambuco é o celeiro do Nordeste. Estou honrado porque isso é prova que meu trabalho é útil."


Sabendo que sua música vai longe, Maciel não deixa de usá-las como protesto, como fez em
"Pingo d'água" e "Meninos do Sertão", esta última gravada em 2000 por Zé Ramalho. "Acho que a função da gente não é só entreter, mas denunciar, questionar. Tem gente que é alienada, se for falar de política some, mas escuta se for música. Então essa é uma maneira de chegar aos ouvidos dos desatentos", comentou. As letras do sertanejo podem ser duras, mas amolecem os quadris, são feitas para dançar. Ele muda arranjos e até usa guitarra elétrica, mas nunca fere a essência do que acredita ser o verdadeiro forró. "Pode me chamar de cafona/ Eu gosto é de sanfona/ Eu gosto é de forró", canta seus versos de "O Velho arvoredo".

 Serviço
Lançamento do livro "A Poeira e a Estrada", de Maciel Melo
Segunda-feira (17), às 19h
Paço Alfândega - Rua da Alfândega, 35, Bairro do Recife
Maciel Melo  (Foto: Divulgação)
Maciel Melo, durante show que virou DVD (Foto: Divulgação) 
 Luna Markman - Do G1 PE
Extraído por mim do Blog Cantigas e Cantos

A LIVRE INTERNET X O PENSAMENTO LIVRE


Em um tempo bem recente a onda era os correios, as cartas, os velhos postais, meu Deus! Os telegramas até para comunicado de morte; a informação mais segura e codificada do telex e do rádio amador. O mundo evoluiu rápido e com ele, a tecnologia da informação. Evoluiu situando-se na vanguarda de todos os processos.

Por caminhar mais depressa que os outros sistemas, ficou sozinha em seu ambiente e perdeu o passo; perdeu o controle do seu próprio caminhar e se desvirtuou do seu objetivo e fundamento maior que era simplesmente e sempre passar adiante a realidade dos fatos e acontecimentos o mais depressa possível e o mais fielmente possível. A informação se desvirtuou por completo e atende hoje a outros tantos interesses que não só o de informar e se fazer conhecer. No quesito velocidade nada se questiona. Está muito rápido, até mais que Airton Senna e Michael Schumacher juntos.

A questão é a qualidade desta informação e os interesses que ela defende. A informação está ferida de morte e a internet é o ataúde, o caixão, o recipiente, o caldeirão "fervente" que acolhe e abriga tudo. É como a terra. Abriga o anjo tal qual abriga o demônio aos olhos crédulos e incrédulos, atenciosos e alienados, de boa fé e mal intencionados no teatro protagonizado e dirigido pela humanidade irracionalizada e desumanizada pela selvageria dos interesses materiais e do poder impostos por aqueles que por força da corrupção do ter, já estão, a muito tempo, desprovidos dos valores éticos e morais que ainda deveriam nortear as ações e decisões humanas.

O senso caiu no ridículo e é operado e levado a efeito no fundamento raivoso do instinto. A estratégia e planejamento das ações na disseminação da informação tem como objetivo único convencer; somente convencer sem se importar se há verdade; somente convencer mesmo sendo a informação um castigo e um pecado para a sociedade.

Estamos vivenciando este momento de cruéis noticiários levianos e insanos que ferem de morte a nossa soberania conquistada a sangue e lágrimas e,  a internet, é o palco maior dessa selvagem batalha. Tudo se fala e se escreve mas nem tudo se prova.
Tudo se produz e essa produção fétida e podre é repetidamente cambiada e recambiada para os olhares das pessoas no intuito de vencer pelo cansaço as mentes e corpos já surrados por esta louca e  surreal realidade. Ferem a honra de pessoas, a moral de outras e tudo vale pelo desejo macabro do poder. Estraçalham sentimentos, extravasam emoções e brincam com a fé e crença das pessoas, usando e abusando até de preceitos religiosos ainda não resolvidos nas instituições e muito menos na cabeça do povo.

A informação agride, pela internet, o ambiente livre dos sonhos, onde tudo pode e é possivel e permitido sem se importar com o rastro de destruição que segue na calda dessa informação, capaz de dizimar e reduzir a cinzas e ao pó sonhos inteiros da humanidade.
Vigiemos. Vamos nos atentar mais para o descontrole da informação pela internet, nos embasando mais e aprofundando e fundamentando nosso estudo antes de comprar a ideia. Vamos ser o nosso principal crítico. Não se aliene. Filtre tudo e absorva só o que é importante. Não importante só para você mas, principalmente, para a coletividade. Não ponha crença em tudo e não se deixe levar pela ideia dominante de que imagem é tudo e que propaganda é a alma do negócio.

À internet pode-se tudo dizer mas vamos nos dizer só o que realmente nos seja importante. À nós e à sociedade, à nossa população, sem exclusões e ao Brasil como um todo. Vamos controlar o descontrole, respeitar e preservar os nossos valores, dizer não ao desrespeito e àqueles que estão nos desrespeitando.Vamos enfim nos importar com o que realmente importa e fim de papo!

Roberval Paulo

CURA DIVINA - O Poder de Deus

CURA DIVINA - O Poder de Deus
Salmos 103: 1-3
ouvir  
[Salmo de Davi] Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome.
Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios.
Ele é o que perdoa todas as tuas iniqüidades, que sara todas as tuas enfermidades,

Isaías 53:4-5

 4 Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e carregou com as nossas dores; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido.
5 Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.

Leia o capítulo completo: Isaías 53

O UNIVERSO ALÉM DA MATÉRIA - Roberval Paulo

Pouco me avizinho ou me entendo 
com relação às evidências extemporâneas que acometem os seres humanos 
em suas místicas sintonias com o universo além da matéria. 
Mas, por inúmeras vezes, deparei-me comigo, desvestido de mim, 
livre do peso material que meu ser carregava, 
embrenhando em campo imaterial como só de espírito fosse eu batizado, 
aquele andar apressado, de pés sem tocar ao chão 
e distâncias longas vencidas por um simples e atemporal salto, 
no tempo a romper estradas que a terra não cobriu, 
estradas de luz e nuvem, de anjos e celestial 
que não sei eu onde estou mas de sensações distantes dessas sensações terrenas, sensações de amar e plena de claridade divina, 
novena em mim que se finda sem chegar ao seu final, 
pois foi só mesmo a viagem que muito me alegrou 
em saber que um outro lado existe e lá tem paz, 
tem gente bem diferente das gentes que vivem aqui, 
lá não se sente nem dor, só mesmo enlevo e prazer, 
lá ninguém se desespera, não se mata nem se morre, 
lá é como o vento norte na direção natural, 
que sopra, sopra e soprando areja e carrega a vida, 
um universo além da pobre matéria irreal.

Roberval Paulo

quarta-feira, 12 de junho de 2013

SONHO AZUL - Roberval Paulo

O céu era azul como é azul todo céu.
De vez em quando, branco, enfumaçado, plúmbeo
mas azul, porque céu tem cor de azul e não de chumbo.

Céu da boca é vermelho, rosa, pálido, esquálido,
lânguido céu da boca da onça
Mas aí, é outra coisa e outro céu
e não o céu que se funde com o mar.

E sob o céu azul brincávamos
no azul do nosso amor,
sobre as folhas e plumagens
verdes, amarelas, róseas, vermelhas,
expostas ao verde-vida da planície azulada.

A vida era escura, quase azul marinho
na casa onde morávamos.
Mas o amor,
o nosso amor era azul
azul resplandescente
de céu e de verde-mar
jorrando natureza viva,
viva no azul deste sol
viva o azul dos teus olhos
vida o azul da vida-viva
no azul do teu corpo e teu ser
que o mundo é azul e de azul
se fez o universo e nós.

De azul em azul, eu e você
No verde-azul deste mundo de amor
Sonho azul, mar azul, tudo azul
Céu e terra, azul nos azuis
Das borboletas azuis de voar azul

Vôo azul do nosso sentimento.

Roberval Paulo

INFINITO AMOR - Roberval Paulo


O infinito é tão grande
Que não tem fim
Como explicar o infinito?
Não se explica
Se é infinito, não tem dimensões
                   nem limites
                   nem referências
Impossível de ser medido.

Agora entendo
É por isso!
É por isso que não compreendo
               que não explico
Nem o infinito
Nem o meu amor
Também é infinito
E está dentro de mim.

Só não sei como pode
Estar em mim esse amor
É amor infinito
Infinito amor
E dentro de mim
Também sou infinito
Eu, o infinito, o amor

Infinitamente infinitos.

Roberval Paulo