Um blog que se propõe a lhe atender meu querido leitor. Acesse sem receio, leia tudo, cure seus medos, reflita e siga em paz. Que os seus caminhos encontrem a saída e que esta porta lhe transporte à essência do insinuante e insondável sentimento do ser... Roberval Paulo
sexta-feira, 4 de março de 2016
O ATIRADOR - Roberval Paulo
O atirador mira... mira...
mira...
Aperta o gatilho
Acerta o alvo
O coração
Fere
Depois sofre por ter
desferido tiro tão certeiro
Tão mortal, fatal
Tão letal de morte viva.
Mas já foi, no não segurar
das emoções
A bala não volta e
A ferida está aberta
O que fazer?
Redimir-se consigo mesmo e
como punição
Não mais olhar para o Sol,
nem para o Céu
Nem para as Estrelas, até
penitenciar – se por
completo
E jamais voltar a desferir
tiro
Tão carregado
Tiro tão carregado
de noite e de dor.
Roberval Paulo
ELE E O OUTRO - Roberval Paulo
Ele
correu mais depressa que o outro
Mais
na sua pressa, tropeçou e caiu
O
outro, o sem pressa, passou e chegou
No
meio do caminho a pedra “lhe” viu
Ele
levantou, sacudiu a poeira
E
se desembestou, sem rumo partiu
O
outro estudou e traçou seu caminho
Ele
tá perdido, o outro intuiu
E
ele, na pressa, passou do destino
E
ao passar a porta se fechou
O
outro, prudente, alcançou a glória
Ele,
cansado, sentou e chorou
O
outro escreveu o seu nome na história
Ele,
sem história, pela vida passou.
Roberval Paulo
DESPERTAR - Roberval Paulo
E ali, no seio da natureza
O verde me parecia mais verde
Cobrindo todo o anglo de
visão dos meus olhos
E porque não dizer
Toda a imensidão da minha
existência
Que se tornara nada diante de
tamanha beleza.
E ali, no seio da natureza
Me fizera eu tão menino e tão
pequenininho
Que quis até chorar
E lembrei-me de um tempo já
passado
Antes do meu despertar
Flutuava em um leito de pura
água e amor
E, inconscientemente, queria
eu que o tempo não passasse
Energizava-me desse amor
Uma felicidade sem fim.
E ali, no seio da natureza
Vi que a natureza é a força
superior
E me embalava na água, nas
ondas que dão a vida
No leito daquele rio, daquele
rio de amor
Era o princípio de tudo e o
princípio era o verbo
Nas águas e o firmamento e o
verbo era DEUS
Faça-se... Faça-se...
Faça-se...
E fez-se a mãe natureza
E a natureza sou eu.
E eu ali, pequenininho, no
seio da criação
Na imensidão das águas
Na imensidão da mata
Na imensidão das montanhas
Na realidade do chão
No meio de tanto amor
Eu, um simples pecador
Faço parte do conjunto
Sou madeira, terra, fruto
Sou enfim, parte da história
Por tua bondade e glória.
Amém!
Roberval Paulo
DE UM TRISTE SÓ MAIS NÃO SOZINHO - Roberval Paulo
Meu canto é demente, carente,
incessante
clemente por teu amor
sorridente das mazelas do
acaso
arvoredo sombrio
pássaro em desatino
canto em desalinho
de um triste só mais não sozinho
E a vida encontra o meu canto
no deserto de um ser multidão
de vozes e sons caminhantes
murmurantes
à beira do caminho
na incongruência incongruente
da pedra
sozinha, indo
ingênua confidente
de um triste só mais não sozinho
Andante dos teus sonhos
amante da tua cor
te perdi na tangência do
destino
te beijo na boca de quem passa
confidencio-te norte em meu
caminho
rio do meu viver em
confluência
para além
muito além da inocência
linha reta, inconstante
constante vida
quase inexistente na
existência em teu caminho
de um triste só mais não sozinho.
Roberval Paulo
BREVE MOMENTO DE REFLEXÃO - Roberval Paulo
Só entro na poesia quando
esta sai de mim
Eu a encontro quando ela me
deixa partir
Aí reflito! E ela pensa
comigo
E juntos, passeamos por um
campo florido
Ela me agride bem no meu
interior
E a resposta se vai em
palavras
Palavras soltas, palavras
tortas
Palavras, só palavras, sem
nada a dizer
Aí, mais reflito!
O entendimento da poesia
Esta me ignora e me leva a
voar
Povoa os meus sonhos, e
medos, e segredos
Toma corpo e invade o meu
mundo
Trás de volta o meu sonho no
vôo de um pássaro
Percorre em segundos a larga
distância do existir
E sua tinta se espalha feito
sangue
Aí, ainda mais reflito!
Aí, sou poeta.
Roberval Paulo
quinta-feira, 3 de março de 2016
DOS GRANDES PRAZERES - Roberval Paulo
Os
grandes prazeres da vida
São
tão simples
como beijar um filho
Comer
chocolate, por exemplo
É
tanto prazer
que de tão bom
parece
pouco.
Mas
ninguém dá valor
nem importância maior
Querem
mesmo é dinheiro
mesmo
que neste
não
se sinta sabor
E
sim o prazer
de comprar o mundo
mesmo
perdendo
o prazer maior,
de comer chocolates
de beijar seu filho
de sorrir com ele
de sonhar com ele
de mostrar-lhe o mundo
de mostrar-lhe a vida
e
nele, fazer um afago
e dele, receber um carinho.
Roberval Paulo
UM LOUCO DA VIDA - Roberval Paulo
Meu
sonho está na estrada
Eu
vivo um dia por dia
Eu
rezo a Ave Maria
E
sigo fazendo história
Sou
de fracassos e glórias
Sou
mesmo um louco da vida
Quero
esta noite aquecida
Pelo
véu do criador
Sopa
de estrelas luzentes
Colchão
de relva macia
Estou
falando em poesia
Tenho
um cavalo ligeiro
Asado,
um cavalo alado
Que
busca até pensamento
No
peito do firmamento
No
verde mar dos teus olhos
Tô
na chuva e não me molho
Tenho
sede de justiça
Estou
um pouco cansado
Cadê
o trem que não passa?
O
santo que não me abraça?
Porque
não começa a missa?
Meu
sonho está na estrada
Eu
vivo um dia por dia
Eu
rezo a Ave Maria
E
sigo fazendo história
Sou
de fracassos e glórias
Sou
mesmo um louco da vida.
Roberval Paulo
REFAZENDO - Roberval Paulo
Vou-me
embora
Vou-me
embora
Vou-me
embora
Vou
na frente
Vou
correndo
Mas
querendo
Andar
bem mais devagar
Caminhando
Caminhando
Caminhando
e conspirando
A
favor da existência
Contra
o sol da inexistência
Que
é preciso mais ainda
Muito
longe caminhar
Sempre
em frente, rumo ao norte
Norteando
Norteando
Norteando
e transpirando
Com
Deus e a muito suar
Esperando
pela hora
Enfrentando
a ir embora
Acontecendo
Refazendo
No
destempero do vento
Nas
intempéries do tempo
Sem
desviar da subida
Sem
se empolgar com a descida
E
o destino a desvendar.
Roberval Paulo
ANJOS QUE CHORAM - Roberval Paulo
A
dor do estupro invadiu o seio de Platão
E
a maldade dos homens se espalhou pela
humanidade
sem nome.
E
matou sonhos, feriu corações,
aniquilou
vidas
e
tingiu de um róseo negro
o
azul de céu e mar.
A
menina ganhou pirulitos de maçã
e
subiu saltitante as escadarias do céu.
E
o desejo e ainda o prazer
foram
sepultados na estupidez
do
homem sem cor. Um túnel sem luz!
Mais
a alma, na sua pureza de menina
subiu
ao céu
No
seu sorriso, o pirulito de maçã
e
a doce e terna alegria que só no céu se revela.
O
cheiro de flor inebriou todo o céu
E
as lágrimas dos anjos formaram
as
torrenciais chuvas de outono.
Roberval
Paulo
NOVELOS DE AMAR - Roberval Paulo
Ainda
que de sol e mar seja eu feito sou e sempre
serei igual a ti e a mim como se
fôssemos
um só como se fôssemos todos em apenas um
que de tão iguais somos até
diferentes somos mesmo
diferentes e de caminhar e sorrir nos vemos seres
antes
fosse dois ou mais ou todos e assim quero
me perder em ti antes que em mim e
sentir o doce aroma
da vida extraída subtraída do meu ser quando
o assunto é
você e na vertente da nascente água da vida
cingir de brisa e flor o frescor do
teu corpo e alma
e coração qual vulcão se vestindo de calor se contorcendo
de
dor não de dor mas de dor de prazer de querer se perder
no valor do amor amor
meu e teu e nosso se amando
se dando doando a paz sonhada tão pensada
idealizada
e necessária às almas descentes carentes de tanto querer
se achar se
encontrar e seguir na rota da vida subir
na descida por tanto lutar e descer ao
seio de todo amor
que amar é o princípio de tudo a razão deste mundo
o porque
de estarmos aqui neste sol faça chuva frio ou calor
viver é sentir respirar
sentir dor deleitar no perceber da glória
construir a história vivendo
infortúnios às vezes na lama
em outras na cama a cair me levando contemplo me
espanto
me arranco em disparada tenho a alma asada de andar
viajar conhecer se
entender entender as gentes manter latente
a chama viva da vida em mim e em ti
em nós que ainda que
de sol e mar seja eu feito sou e sempre serei igual a ti
e
a mim como se fôssemos um só como se fôssemos
todos em apenas um que de tão
iguais somos até diferentes
somente um somente nós e a vida por nós a passar
nos levando em novelos de enrolar
desenrolar nossos sonhos que de tão amar
juntos
somos muito a sós entre nós a caminhar.
Roberval Paulo
ATITUDE! É PRECISO TER - Roberval Paulo
Eu gosto das boas atitudes
A atitude, por exemplo, de
procurar dar casa a quem não possui,
A atitude de dar de beber
a quem tem sede
De alimentar a quem tem
fome.
A atitude de levar um
sorriso a quem não sabe sorrir
De levar um abraço a quem
já não mais abraça
A atitude de sonhar o sol,
mesmo que este não se dê aos sonhos.
Quero luz e que a luz da
vida esteja em todos
Que a vida seja farta e
que na linha de chegada
Possamos partir rumo ao
bom
Que o bom é viver.
Gosto de atitude, das boas
atitudes
E de perder
Que ganhar é muito fácil.
E que de boas atitudes
Seja o mundo repleto
Seja a vida completa
De sonhos, de amor e de
paz
De sol, de luar, de cantar
Na terra onde tudo é breve.
Roberval Paulo
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