sábado, 13 de agosto de 2011

SEMANA DE ARTE MODERNA

Do site SHVOONG.com
Resumo de Natalia Epof

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1. SENANA DE ARTE MODERNA Com uma mostra do que há de mais revolucionário no campo das artes e uma tentativa de enfocar a expressão do povo, em sua linguagem, sua cultura, é que foi realizada a Semana de Arte Moderna, de 22, em São Paulo. Dentre os participantes, destacam-se: na literatura, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Ronald de Carvalho, Manuel Bandeira, Menotti del Picchia, Graça Aranha e outros. Nas artes plásticas sobressaem pintores como Di Cavalcanti, Anita Malfatti, e no campo da escultura, Vítor Brecheret. A maior expressão da música de vanguarda do Modernismo no Brasil é Heitor Villa-Lobos. A Semana de Arte Moderna insere-se num quadro mais amplo da realidade brasileira. Vários historiadores já a relacionaram com a revolta tenentista e com a criação do Partido Comunista, ambas de 1922. Embora as aproximações não sejam imediatas, é flagrante o desejo de mudanças que varria o país, fosse no campo artístico, fosse no campo político. Um dos equívocos mais freqüentes das análises da Semana consiste em identificá-la com os valores de uma classe média emergente. Ela foi patrocinada pela elite agrária paulista. E os princípios nela expostos adaptavam-se às necessidades da refinada oligarquia do café. Umas oligarquias cosmopolitas, cujos filhos estudavam na Europa e lá entravam em contato com o "moderno". Uma oligarquia desejosa de se diferenciar culturalmente dos grupos sociais. Enfim, uma classe que encontrava no jogo europeísmo (adoção do "último grito" europeu) - primitivismo (valorização das origens nacionais) - que marcaria a primeira fase modernista – a expressão contraditória de suas aspirações ideológicas. Outro equívoco é considerar o movimento como essencialmente antiburguês. O poema Ode ao burguês, de Mário de Andrade, e alguns escritos de outros participantes da Semana podem levar a esta conclusão. Mas não esqueçamos que a burguesia rural apoiou os renovadores. E, além disso, toda crítica dirigia-se a um tipo de burguesia urbana, composta geralmente de imigrantes, inculta, limitada em seus projetos, sem grandeza histórica, ao contrário das camadas cafeicultoras, cujo nível de refinamento cultural e social era muito maior. Neste caso, os modernistas se comportam como aqueles velhos aristocratas que menosprezam a mediocridade dos "novos-ricos". 2.1. Objetivos da Semana de Arte Moderna A) Contra o passadismo – como diz Aníbal Machado: “Não sabemos definir o que queremos, mas sabemos discernir o que não queremos”; B) Contra a rigidez formal, o hermetismo, o culto de rimas, o verso perfeito dos parnasianos; C) Contra a oratória, a eloqüência, a linguagem classicizante; procura de uma linguagem mais coloquial, mais próxima da língua falada; D) Contra o tradicional acadêmico; E) Seguindo fundamentalmente três preceitos: direito à pesquisa; estabelecimento de uma consciência nacional; atualização da inteligência artística brasileira. 2.2. A importância estética da Semana Se a Semana é realizada por jovens inexperientes, sob o domínio de doutrinas européias nem sempre bem assimiladas, conforme acentuam alguns críticos, ela significa também o atestado de óbito da arte dominante. O academicismo plástico, o romantismo musical e o parnasianismo literário esboroam-se por inteiro. Ela cumpre assim a função de qualquer vanguarda: exterminar o passado e limpar o terreno. É possível, por outro lado, que a Semana não tenha se convertido no fato mais importante da cultura brasileira, como queriam muitos de seus integrantes. Há dentro dela, e no período que a sucede imediatamente (1922-1930), certa ironia superficial e enorme confusão no plano das idéias. Com efeito, os autores que organizaram a Semana colocaram a renovação estética acima de outras preocupações importantes. As questões da arte são sempre remetidas para a esfera técnica e para os problemas da linguagem e da expressão. O principal inimigo eram as formas artísticas do passado.

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