Era
uma vez um moço
Que
amava uma moça
Que
amava um outro moço
Que
era tão, mas tão mais moço
Com
tanto mais de mocidade
Que
fez do moço que amava
Um
moço desencantado
Triste
e desiludido
Por
amar aquela moça
Tão
plena de mocidade
Achou-se
então, o moço,
Numa
estrada que é só ida
Num
tempo fora do seu
Por
não poder regressar
À
mocidade de outrora
À
vida que só agora
Percebeu
não ser mais sua
E
sim daquele outro moço
Que
nem percebia amor
Na
moça do seu desejo
E
o moço amava a moça
E
ela amava o outro moço
E
o outro moço só tinha
Olhos
para outra moça
Que
não era a sua moça
Mas
era uma moça distinta
Que
até poderia ser
A
moça do seu querer
Mas
essa moça não era
A
moça do seu amor
Com
coração não se brinca
Em
coração não se manda
Ele
amava tanto a moça
E
ela amava o outro moço
E
os olhos do outro moço
Eram
para a outra moça
Que
não era a sua amada
Mas
que poderia ser
E
tudo estava resolvido
Mas
não é assim no amor!
Ele
amando tanto a moça
Que
não lhe correspondia
E
ela amando outro moço
Que
não lhe correspondia
E
o outro moço amando
Aquela
outra linda moça
Que
não amava ninguém
Amor
que vai e não vem
Tudo
fora de controle
Ele
a amando, como amava,
E
ela ao outro mais amava
E
o outro a outra amando
E
essa a ninguém se dava
E
ele só vegetando
Por
todo amor que sentia
Acabou
não suportando
E
explodiu tudo em dor
Dor
de amor que não se cura
O
levando à sepultura
Não
sepultura real
De
acepção verdadeira
E
sim a morte matreira
Que
mata o vivente em vida
Chagou
tanto essa ferida
Que
o fez desaparecer
E
ela também partiu
Por
de amor padecer
E
o outro que amava a outra
Ninguém
sabe ninguém viu
E
a outra ficou sozinha
E
deu-se às águas do rio
Porque
não amava ninguém
E
lá depois do além
Todos
se reencontraram
E
riram, como eles riram
Riram
tanto tanto tanto
E
era tanto acalanto
Que
o amor ressurgiu
E
fez brotar flor e encanto
No
coração do Brasil.
Roberval Silva
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