A
seleção está aí. A seleção brasileira está aí. Com alguma ou outra preferência
ou referência com relação a este ou àquele jogador, este “grupo” dos convocados
agrada à maioria. E esse é o termo correto; um grupo em sinônimo e sintonia de
equipe, tão bem preparado e elaborado pelo pai Felipão de todos. Felipão mais
uma vez, em sua coerência, mantendo uma base por ele criada, trabalhada,
estruturada e tão bem blindada por ele mesmo, tornando-a assim meio imune às
interferências ou ingerências de tantos que não por maldade, mais por pura
paixão, acabam por opinar sobre a seleção de forma negativa, sem poder evitar
diversas manifestações por parte da imprensa e da comunidade esportiva, leia-se
aí toda a nossa sociedade que tal qual Felipão ou qualquer outro técnico,
conhece muito bem e com particularidades, cada um dos nossos jogadores.
Vejam
o caso do goleiro Júlio César que, por não estar já a algum tempo defendendo
uma grande equipe de um centro referencial do futebol, sofreu duras críticas de
parte da imprensa esportiva; críticas essas que foram reproduzidas pela
população à sua maneira, ou seja, de reafirmar o que já foi afirmado, porém,
sem se fundamentar e que começaram por trazer algum desconforto para o atleta e
uma desconfiança para uma grande maioria que não fazem as suas próprias
análises e só se apropriam da análise da imprensa ou de quem divulgou ou
propagou, já dando esta análise como certa e causando dano à seleção, mas que,
no momento oportuno, foi muito bem atalhada pelo Felipão, que na sua
sensibilidade estulta, assumiu a responsabilidade pela convocação, dizendo ser
o jogador de sua total confiança, trazendo para si toda a carga de peso e de
energia negativa que estava com o jogador, aliviando-o para o trabalho com
segurança e fora dos holofotes.
Aconteceu
algo semelhante na convocação e formação do grupo para a Copa de 2002, com todo
o noticiário esportivo e, por reprodução, toda a população, pela paixão,
pedindo a convocação de Romário e Felipão, na sua coerência e responsabilidade
profissional, não cedeu, assumindo o risco, porém, um risco calculado, pois
tinha números em mãos que lhe mostravam de forma muito contundente que a
convocação pedida, repito, pela paixão, não traria benefícios à Seleção e ao
grupo e sim, poderia trazer prejuízos. Esse é o Felipão, passível de erros como
todo mortal, mas muito firme nas suas posições, tendo como parâmetro os
resultados do trabalho realizado, de onde extrai suas mais convincentes
convicções.
Acredito
nesta Seleção. Acredito na Seleção Brasileira que carrega tão apaixonadamente
os sonhos de toda a torcida brasileira. Felipão foi a melhor escolha naquele
momento de tanta desconfiança com os nossos atletas, e, juntamente com
Parreira, formou-se aí a dupla vitoriosa das nossas duas últimas conquistas,
portanto, uma dupla bem experiente e a mais experiente que poderíamos encontrar
neste estágio do nosso futebol. Uma escolha muito bem acertada pelo Presidente
Marins, da CBF.
A
seleção está aí. Se não temos atacantes como em outras ocasiões, temos Fred no
melhor momento de sua carreira, e temos... Neymar, o nosso grande astro e uma
das maiores revelações do futebol brasileiro dos últimos anos, já consolidado, já acontecendo, já realidade.
Temos um dos melhores sistemas defensivos já dispostos na seleção, basta
olharmos os números da nossa defesa. Se não temos aquele homem da ligação, da
inteligência, da bola longa, o cérebro que tínhamos em outras formações, temos
um conjunto de passe, mobilidade, de velocidade que nos enche de confiança
e faz nossa paixão de torcedor aflorar
em tom de crença e de esperança. Se o nosso goleiro não é hoje de uma grande
equipe europeia, não é motivo de desconfiança ou de aflição; é só verificarmos
os seus números na seleção, os seus resultados e atuações, para termos o
orgulho de dizer: ele é o nosso goleiro, o nosso goleiro titular e nele
confiamos.
A
seleção está aí. A seleção brasileira está aí. Podemos perder a copa, mas está
aí um conjunto muito forte e é o melhor que temos. Podemos ganhar, pois, da
mesma maneira, é um conjunto forte e é o que temos de melhor. Por isso, seja
qual for a observação que façamos, esse grupo carrega a nossa esperança, a
nossa paixão, a nossa total emoção, o nosso amor pelo futebol, pois somos o
povo mais amante e apaixonado por futebol no mundo, mas também precisa carregar
a nossa esperança, a nossa confiança, o nosso acreditar na vitória, a nossa fé
e crença de que a vitória da seleção brasileira se converta na vitória do povo,
na vitória de uma nação inteira, uma nação de chuteiras que, mesmo sofrida com
tantos problemas sociais e econômicos que assolam e amargam a nossa vida, nunca
perdeu a coragem de lutar, de vencer, de sonhar e mais sonhar com o alcance de
dias melhores e de uma existência mais justa.
Uma
nação e um povo que, mesmo vivendo na adversidade, encontra motivo para
exprimir tanta, mais tanta alegria que transformou, nós, os brasileiros, no
povo mais feliz do mundo. Povo esse que mesmo diante de tanta dor e sofrimento
causados por esta desigualdade terrível produzida pelo descaso, pelo egoísmo e
ambição dos nossos iguais, pela má distribuição da renda e pelos privilégios
produzidos pelo poder constituído e instrumentalizado que desinstrumentaliza o
existir da nossa maioria, nunca desiste e nunca desistiu de acreditar que o
melhor está ainda por vir. É questão de acreditar. E eu sou brasileiro, nós
somos brasileiros e acreditamos, pois brasileiro não desiste nunca.
A
seleção brasileira está aí e com ela, mesmo nas tantas diferenças e
indiferenças, nas tantas alegrias e lamentos, nas tantas cores do sofrimento,
está o nosso acreditar, pois brasileiro é assim: não desiste nunca. Vamos então
de verde e amarelo colorir os sonhos de todos nós, de todos nós brasileiros que
de tanto sonhar e amar, de tanto sofrer e esperar, de tanto sorrir e acreditar,
construímos a nossa nação Brasil. Construímos o nosso orgulho de ser brasileiro.
A
seleção brasileira está aí, ela é nossa e nela acreditamos como acreditamos nos
dias melhores que estão por vir. Salve o povo brasileiro, nossa Pátria tão
amada e idolatrada, salve, salve. É Brasil, é gol, é seleção, é o grito na
garganta refletindo a nossa emoção. Refletindo o nosso existir, o nosso ser, a
nossa razão de sermos Brasiiiiillll! De sermos BRASILEIROOOOSS!
Roberval
Paulo