Um blog que se propõe a lhe atender meu querido leitor. Acesse sem receio, leia tudo, cure seus medos, reflita e siga em paz. Que os seus caminhos encontrem a saída e que esta porta lhe transporte à essência do insinuante e insondável sentimento do ser... Roberval Paulo
terça-feira, 29 de janeiro de 2019
segunda-feira, 28 de janeiro de 2019
CRIANÇA, ESPERANÇA DO MUNDO - Roberval Silva
Uma criança nasce
Com ela, as esperanças do mundo
Uma criança chora
Com ela chora o mundo
Uma criança sorri
O mundo todo se alegra com ela
Uma criança canta
O mundo fica encantado com ela
Uma criança morre e com ela,
as esperanças do mundo.
Cuidemos de nossas crianças
É o que há de mais puro e precioso
Neste mundo tão conturbado e impuro
Onde reina a violência e impera a hipocrisia.
Roberval Silva
LÉGUAS DO CAMINHAR - Roberval Silva
A Ascenso Ferreira
Abro
o olho
Fecho
o olho
Sonho
a vida
Corro
a estrada
Tô
cansado
Tô
com pressa
Muita
pressa
De
partir
Nasce
o sol
Abre
o caminho
Cruzo
o rio
Olho
a mata
Já
é tarde
Já
tô longe
Muito
longe
De
chegar
E
no céu
Sigo
as estrelas
Já
é dia
Elas
se apagam
Vou
correndo
Vou
na frente
Passam
dias
E
eu na estrada
Levantei
cedo, bem cedo
Tinha
nada pra fazer
E
pensei na caminhada
Que
devia empreender
No
peito outro não há
Só
o desejo de partir
E
na chegada sentir
A
alegria de voltar
Pedras
ferem
Pés
e corpo
O
sol queima
A
vida e a alma
Eu
e Deus
Na
caminhada
E
tanta légua
Pra
andar
Todo
o tempo
Só
sorria
À
noite
Contava
estrelas
Andava
assim
Nas
nuvens
Na
poeira
Da
estrada
Pra
vencer
Só
a distância
Quantos
sóis
Eram
passados
Corpo
e alma
Encharcados
Do
suor
Da
caminhada
E
cheguei
Não
sei aonde
Só
senti
Que
era chegado
O
final
Da
caminhada
Precisava
Regressar
Pé
na estrada
Ao
revés
Põe-se
a lua
Volta
o sol
Cruzo
o rio
Olho
a mata
Tô
cansado
Tô
com pressa
Já
é tarde
Já
tô longe
Vou
correndo
Vou
na frente
Tô
voltando
Trago
nada
Só
o desejo
De
chegar.
Roberval Silva
VOCÊ, MINHA VIDA - Roberval Silva
Eu,
minha vida
Um
tempo, a ponte
Um
rio, o sol
Brilhando
com os montes
Tudo
é belo, o sol
O
rio, os montes
Eu,
minha vida
Ah!
Tempos distantes
Eu,
minha vida
Colhendo
acácias
No
longe, a campina
O
verde abraça
É
tão bela a campina
O
longe,, as acácias
Eu,
minha vida
Oh!
tempo, não passa
Eu,
minha vida
O
mar, o infinito
A
lua, o abraço
Teus
lábios suplico
É
belo o infinito
O
mar, o abraço
Eu,
minha vida
O
tempo é o compasso
Eu,
minha vida
A
noite, o dia
O
sonho, a dor
Minha
vida partia
É
belo, é triste
O
sonho, o dia
A
noite, a dor
Minha
vida vazia
Roberval Silva
SonhaDor - Roberval Silva
Ele diria:
Da noite,
Prefiro
os sonhos
Da lua,
O
sonhar distante
Do dia,
O
sonho da hora, “real”
Da vida,
O
sonho que é flor.
E vivendo,
Sonhou
até a morte
E sonhando,
Morreu
até o fim da vida.
Roberval Silva
LISA! - Roberval Silva
Lisa!
No meu beijo ela sorria
Dos meus braços não saía
E a noite adormecia
Nas asas de um sonho bom
Lisa!
Seu olhar tinha magia
Suas mãos, quanta energia
Sua boca quente, fria
Água e fogo. Rebeldia
Estampada no batom
Lisa era o som
Lisa era o tom
Lisa era o dom
de cantar
de sonhar
de sorrir
Lisa era mel
Lisa era o céu
Lisa era fel
O êxtase e o sabor
O doce amargor
No desejo de ir e vir
Lisa!
Porque que você se foi?
Deus, porque que permitistes?
Deixar partir um filho teu
Se entre todos os amores
O meu era o maior?
Ah! Lisa!
O meu mundo se perdeu
Os meus dias são qual noites
Trevas, frio, solidão
Lâmina na carne, sou eu
Na terra fria, no pó
E o vermelho tinge a alma
E um suspiro abranda a dor
Finda o som do vento, a calma
Último dia, última fala
Lisa! Não estou mais só.
Roberval Silva
INFINITO AMOR - Roberval Silva
O
infinito é tão grande
Que
não tem fim
Como
explicar o infinito?
Não
se explica
Se
é infinito, não tem dimensões
nem limites
nem referências
Impossível
de ser medido.
Agora
entendo
É
por isso!
É
por isso que não compreendo
que não explico
Nem
o infinito
Nem
o meu amor
Também
é infinito
E
está dentro de mim.
Só
não sei como pode
Estar
em mim esse amor
É
amor infinito
Infinito
amor
E
dentro de mim
Também
sou infinito
Eu,
o infinito, o amor
Infinitamente
infinitos.
Roberval Silva
CANÇÃO DE LUAR - Roberval Silva
E a lua cantando um canção, oh! chão
Quem dera pudesse eu pisar-te,
tocá-lo
Sentir o teu calor, beijar tuas
entranhas
Me derramar em prata sobre teus
montes e rios
Embriagar-me no verde das tuas matas
Quanta beleza, oh! Deus, longe desse
céu.
Roberval Silva
CAMINHANTE - Roberval Silva
Se me perco, és o meu encontro
Se me escondo, sou o teu achado
Se me despenco, tu me tens ao colo
Se me vejo só, estais ao meu lado
Se choro, és tu o consolo
Se estou triste, me dás alegria
Se me sinto pobre, tu és meu tesouro
Se me falta luz, és tu o meu guia
Quando canto, és tu a canção
Se tenho frio, tu és o abrigo
Se me apaixono, és minha ilusão
Se estás comigo, já não há perigo
Se sou o fim, tu és o começo
Se sou o começo, és tu o meu fim
Se choras, se sofres, sou eu quem padeço
Se tens alegria, alegras a mim
Sou labirinto, tu és a saída
És flor na minha vida, sou o teu jardim
És enfim, meu oásis, sou eu, do deserto
O caminhante, ao certo, tenho a ti, tens a
mim.
Roberval Silva
BRINCANDO DE SOL - Roberval Silva
Sol dourado, de ouro,
alaranjado
Sol amarelado, de
ouro, encarnado
Sol cinzento, de ouro,
com ungüento
Sol sonhado, de ouro,
encantado
Sol quimera, de ouro,
é primavera
Sol forjado, de ouro,
pelo outro lado
Sol desterra, de
ouro, sal sobre a terra
Sol asado, de ouro,
desgovernado
Sol chumbo, de ouro, a
virar mundo
Sol azul, de ouro,
chuva no sul
Sol mundo, de ouro,
vai-se Raimundo
Sol igloo, de ouro,
no polo sul
Sol triste, de ouro,
dedo em riste
Sol ferido, de ouro,
oh! que perigo
Sol vermelho, de
ouro, eu vi primeiro
Sol de trigo, de
ouro, de pão me viro
Sol augusto, de ouro,
levei um susto
Sol tangente, de
ouro, incandescente
Sol restrito, de
ouro, vamos ver isto
Sol plangente, de
ouro, também semente
Sol triunfante, de ouro,
poesia, Dante
Sol enfumaçado, de
ouro, turvo, cansado
Sol contagiante, de
ouro, no céu, cortante
Sol esbranquiçado, de
ouro, lânguido, cansado
Sol freemente, de
ouro, sonho dormente
Sol do amanhã, de
ouro, febre ter sã
Sol proeminente, de
ouro, tom veemente
Sol atemporã, de
ouro, corrida vã
Sol, um marco no
tempo, andar
Sol, princípio da
vida, a flor
Sol, de todos os
dias, sonhar
Sol, razão de um
tudo, AMOR!
Roberval Silva
ALMA-TERRA - Roberval Silva
A carne da terra
É a terra
E a ela se vai
Toda carne
Carne-terra
O sangue da terra
É a terra
E a ela se vai
Todo sangue
Sangue-terra
A alma da terra
É a vida
E a ela se vai
Toda vida-matéria
E a alma sobe,
de terra
Para alimentá-la do espaço
Alma-terra
Vida que não morre
Luz que nunca se apaga.
Roberval Silva
A VOLTA - Roberval Silva
Ao mestre Mário Quintana
Avistei
ainda de longe
as primeiras casas
Os
campos conhecidos
chegavam-me aos olhos
Um
pouco diferentes
Mas
com a mesma familiaridade
Entrei
na Avenida Principal
As
casas pareciam cumprimentar-me
Muros
sorriam
Estavam
com saudades
Paredes
novas e retocadas
Portas
e janelas
de caras novas
Pisei
o chão da minha rua
Eles
me saudaram
Um
olhar asfáltico
Entrei
na casa da minha
infância
Acordando
minhas lembranças
todas
verdes
Elas receberam-me, em festa
e maduras
E
com um sorriso amarelo
Reclamaram
tamanha ausência
Sorri
de lágrimas nos olhos
Chorei
de sorriso nos lábios.
Roberval Silva
domingo, 27 de janeiro de 2019
CAMINHAR DE NUVEM - Roberval Silva
Não sei em que dia me
encontro ou em qual noite descanso.
Tudo é como as águas de um
rio que descem caudalosas e cautelosas e nada as detém.
Sou feito o sol
escondendo-se da chuva e só voltando quando esta já partiu.
Fugir da vida não posso.
O chão que me espreita é
paciente pois tem em si a certeza que me terá um dia.
Não fujo do encontro, só
retardo o que certo é.
Ela vejo em sonho e seus
cabelos e olhar me dizem amar.
Fecho os olhos e sua visão
faz-se mais nítida.
Estamos do lado oposto da
hora.
Não sei em qual órbita ficou
guardado o nosso encontro.
Espero pacientemente e
caminho na direção contrária do medo, pois tenho em mim a certeza que o nosso
dia chegará.
Roberval Paulo
DA GERAL - Roberval Silva
DA
GERAL, observo a vida passar por mim na direção do desconhecido e me posiciono
como se fosse um imã para que a vida possa em mim grudar e não mais fugir.
E
assim, encho-me e recheio-me de vida, seguindo com ela a estrada da luz à
procura da morte que, viva, me pede perdão e se esgueirando feito cachorro
vadio, grita por socorro ao se entender morta.
Eu,
vivo, observo tudo em silêncio e não posso disfarçar uma lágrima clara e fria
que escorre pela minha face ao compreender que o grande segredo da existência é
o que inexiste e a porta de saída para a próxima vida é o encontro com ela: a
mãe que a todos acolhe e a ninguém rejeita.
Meus
pensamentos caminham desordenados e inquietos pelos labirintos do medo e
transportam meu ser à legião de um sonhar desesperado, sabendo esse desespero
ser a esperança em sua mais perfeita tradução, pois que a vida ainda está por
aqui e, DA GERAL, ainda observo a passar por mim o cortejo fúnebre que ora
vivia e que segue ao destino do fim que é, e será, nada mais, nada menos, o
começo de tudo.
Roberval Silva
O QUERER-TE - Roberval Silva
Gosto
de querer-te
em mim
Gosto
de ver-te
assim
Completamente
solta
Alheia
a tudo
Ao
vento
Que lhe lambe os seios
Ao
sol
Que lhe doira a pele
À
lua, que te invade
e te cultua
À
mim,
que de tanto ver-te
Mais
de amor te quero.
Roberval Silva
NO TERCEIRO TEMPO! - Roberval Silva
Já pressinto, sei que está chegando a hora
Ninguém se entende, este mundo é só baderna
É muita guerra, uma fome arrasadora
O descaso versus a cidadania
A miséria já é um mal necessário
E o povo sem saída só espera
Que venha o corte desse mar de privilégios
Que favorece uma influente minoria
E que do mar, pelo vento, venha a ventura
Em ondas de paixão, espelho da vingança
E sobrepujando a terra, desfaça a abastança
Diluviando a luz neste sol de amargura
Que no rumor das torrentes, se igualem as diferenças
Sem distinção de cor, de raça ou de patente
Operário, sem salário, general ou presidente
O mesmo peso e medida ante o credo e sua crença
A aroeira dobrará qual ramo de trepadeira
O leão, símbolo da força, perde o poder tal qual Nero
Todos os olhos a chorar sem desvendar o mistério
A força bélica do mundo, mais um brinquedo de feira
O sol se pondo não mais nascerá
Não haverá mais lua, nem noite, nem dia
No tempo não mais terá o tempo da cronologia
As horas não passarão e o vento não mais soprará.
Roberval Silva
SABEDORIA - Roberval Silva
As pessoas boas recordo meu
avô
Uma lembrança perdida
Que não a alcança os olhos
É a memória que viaja
Pelo passado dos meus verdes
dias
O presente tão sem cor
Que quase só de memórias sou
feito
E o passado não roda moinho
Mais roda o tempo ao revés
Trazendo-me pelo tempo
A criança que um dia fui
E o meu avô, seu braço forte
Seu olhar severo, seu coração
mole
Seu jeito de encantar
Ele era tão criança
E me disse no meu tempo de
menino
Vai pela vida meu filho
Que esse mundo é todo seu
Plante o amor
e colherá a paz
Plante a certeza
e colherá a realização
Plante a vida
e colherá a vida eterna
E sede como a água meu filho
Corra sem parar
Corra mesmo sem ter onde
chegar
Corra mesmo sem saber onde
vai dar
O que importa se o fim da
corrida é a terra... ou o mar?
O importante é semear
A essência da vida por onde
passar
Que a vida lhe seja em
excesso
E que o mar “mundo” esteja
feliz
com a sua chegada.
Roberval Silva
PRUDÊNCIA! - Roberval Silva
Vamos ao evidente
não passemos dele
Situe-se no ponto de partida
e se posicione
Abertamente, na diplomacia
sábia filosofia
Incerteza? Não aconteça
PARE! Precaução
O sim é o encontro
Aí, SIM!
O sol a clarear
a dúvida se esvaindo
Prudência do eterno caminhar.
Roberval Silva
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