DA
GERAL, observo a vida passar por mim na direção do desconhecido e me posiciono
como se fosse um imã para que a vida possa em mim grudar e não mais fugir.
E
assim, encho-me e recheio-me de vida, seguindo com ela a estrada da luz à
procura da morte que, viva, me pede perdão e se esgueirando feito cachorro
vadio, grita por socorro ao se entender morta.
Eu,
vivo, observo tudo em silêncio e não posso disfarçar uma lágrima clara e fria
que escorre pela minha face ao compreender que o grande segredo da existência é
o que inexiste e a porta de saída para a próxima vida é o encontro com ela: a
mãe que a todos acolhe e a ninguém rejeita.
Meus
pensamentos caminham desordenados e inquietos pelos labirintos do medo e
transportam meu ser à legião de um sonhar desesperado, sabendo esse desespero
ser a esperança em sua mais perfeita tradução, pois que a vida ainda está por
aqui e, DA GERAL, ainda observo a passar por mim o cortejo fúnebre que ora
vivia e que segue ao destino do fim que é, e será, nada mais, nada menos, o
começo de tudo.
Roberval Silva
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