À noite, navegando
sou um rio sereno
leito manso e calmo
silencioso no silêncio das
tardias horas
horas mortas da vida em sono
de espera.
Se unir ao mar vai esse rio
na lentidão angustiante dos
dias
às vezes revolto, carregando
dores, bramindo
e por vezes, calmo
soberbo e magestoso
na alegria das flores e da
vida.
À noite, o sonho amanhece
e o rio de minha alma
só águas
levando
para muito além do
engenho do medo
para onde meus sonhos
um dia chegarão.
Vai meu ser e
transporte este rio, que este
rio
sou eu
sem o meu existir
e leve-me em suas águas
para eu encontrar-me
na reflexão dormente do meu
travesseiro
na noite do meu dia inteiro
no espaço vazio do meu ser
que te espera.
Roberval Silva
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