quinta-feira, 30 de setembro de 2010

DEBATE DOS PRESIDENCIÁVEIS NA GLOBO



Será nesta quinta feira, após a novela Passione, o tão esperado debate entre os presidenciáveis, na Rede Globo de Televisão e, por sua vez, também o debate mais temido. É o mais temido porque já vimos, em um passado bem recente, debate organizado pela emissora Globo alterar a preferência do eleitorado e decidir eleição. Sabemos também que a Rede Globo de Televisão, juntamente com outros fortes e influentes veículos, a despeito da sua importância para o País enquanto veículo de comunicação e ainda, a maior e mais influente, é integrante e defensora da velha direita elitista, conservadora e altamente capitalista. Caçadora algoz e implacável dos capitaneados capitais. Praticante voraz do monopólio e oligopólio, almejando estar sempre na vanguarda das decisões importantes do País, para decidir a seu favor e daqueles que lha auxiliem na consolidação e fortalecimento do seu papel e da sua estrutura frente a sociedade. Fizeram isso nas eleições de 1989 e sacramentaram a vitória de Fernando Collor no 1º turno das eleições daquele ano. O desfecho final todos nós conhecemos.

Nessas eleições, por incontáveis vezes, a Globo se transformou em palanque paralelo da campanha de José Serra, em detrimento das outras candidaturas. Seu intento ficou claro e escancarado, considerando as matérias apresentadas no Jornal Nacional apontando problemas sociais pelos quais passam o Brasil e logo a seguir, via-se as soluções desses problemas apresentadas no programa eleitoral do candidato José Serra.

Tem ainda a exploração, ao extremo, das denúncias de irregularidades na Receita Federal e na Casa Civil, credenciando tudo ao Governo Lula e à Ministra Dilma Roussef, antes mesmo de investigada e comprovada a culpabilidade, imputando as responsabilidades com leviandade, atendendo somente aos seus interesses eleitoreiros.

Esse debate que ora se aproxima é realmente necessário mas, chega a dar medo. É o único que tem o poder de promover alterações na preferência de voto do eleitorado, pelos índices de audiência que alcança e pela importância e influência da Rede Globo de Televisão dentro do País e do mundo capitalista. Diante de tudo isso, a pergunta que não quer calar: O que estão preparando e arquitetando para o apagar das luzes? O que vem por aí? O debate acontece hoje, já findado o prazo para a propaganda eleitoral. Então, o candidato que, por ventura, for prejudicado neste debate e cair nas pesquisas, dificilmente terá tempo para se recuperar. Fiquemos, portanto, de olhos bem abertos. Acredito que estão se municiando para a tentativa de um tiro certeiro, que acerte, de preferência, bem no centro do Governo Lula e que seus fragmentos resvalem na imagem e história da candidata Dilma e a jogue por terra, ela e todo o governo do PT.

Porém, penso que a história hoje será diferente, tendo como base as grandes transformações sociais alcançadas pelo Presidente Lula frente ao governo, o que lhe confere hoje uma aprovação de 80%; a maior até hoje atribuída a um Presidente. Leva-se em conta ainda que, apesar de todas as acusações e denuncias apresentadas e demasiadamente exploradas pela mídia conservadora e elitista, a candidata Dilma continua inabalável e à frente nas pesquisas de opinião, o que lhe assegura, hoje, a vitória já no primeiro turno.

O povo acordou de vez porque foram despertados por ações do governo Lula que, de fato, trouxeram mais comida à mesa do pobre e, por uma série de outros fatores como: a facilidade de acesso ao crédito pelas famílias de baixa renda; o aumento no consumo e consumo de qualidade por estas mesmas famílias; a inclusão social de 28 milhões de pessoas à classe baixa mas trabalhadora; a mudança para a classe média de 36 milhões de pessoas; a melhoria sistemática ocorrida na distribuição mais proporcional da renda, sem contar com a dignidade e o conceito de cidadania readquiridos por aqueles que já se sentiam inúteis e alijados do processo e totalmente fora das estatísticas segmentadas do País.

As transformações sociais ocorreram e se consolidaram, vindo para ficar. E o povo viu isso e, mais ainda, o povo sentiu. Então, olhos atentos ao debate de hoje, todos nós brasileiros, mas, não vamos nos deixar iludir e nem nos influenciar por interesses ocultos e obscuros apresentados de última hora. Vamos pelo evidente e o evidente é a transformação social e econômica promovida e realizada pelo Governo Lula nos seus oito anos de mandato, plantando neste País algo jamais visto: a valorização do cidadão pelo cidadão; a valorização do povo pelo povo; o reconhecimento de que o povo é a Nação e que a Nação existe para proporcionar e zelar pelo bem estar desse mesmo povo. Está na Constituição Federal, a nossa carta maior. Então que o povo seja soberano na hora de votar e de decidir. Que o povo determine e escolha, manso e serenamente, o caminho a seguir. Que o número treze, que já foi tido como número do azar, seja, mais uma vez, a nossa feliz e real solução. E, parafraseando o grande Mário Jorge Lobo ZAGALLO, vamos dizer a toda essa direita conservadora e elitista, arcaica e obsoleta, o mais novo hino de um povo altivo e soberano: Vocês vão ter que nos engolir. Até domingo.

por Roberval Paulo

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

ÀS VEZES É PRECISO FALAR DE AMOR

Houve uma era em que mais se sentia o amor. E nesse tempo, um homem que viveu além de tudo e de todas as coisas possíveis e impossíveis, dizia: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amo." E disse mais: "Amai ao próximo como a ti mesmo." Mas, plantar o amor é difícil; colher, muito mais difícil se faz. Ele foi perseguido, acusado, julgado e condenado e, foi morto. Seu pecado? – Falar e viver o amor.

A vida se fez diferente a partir daí. Com o seu amor infinito, libertou e salvou todas as gerações passadas, contemporâneas e futuras pelo seu sacrifício e sofrimento aos pés do calvário, sob o peso do lenho da cruz e pelo seu sangue, que alimenta todos os nossos dias. O mundo se dividiu entre antes e depois dele. A vida triunfou e venceu a morte e a fonte de água viva jorrou no seio da humanidade.

Hoje, depois de tanto tempo e situando-me dentro da realidade atual, pergunto a mim, sem poder livrar-me de uma estranha sensação de descontentamento e impotência: Nada valeu a pena? Será que tudo foi em vão? Recorro ao poeta, que em um tempo mais recente, dizia: "Tudo vale a pena se a alma não é pequena."

E assim, busco alcançar um entendimento que possa, pela força desse mesmo amor que é dele e que habita em mim, salvar-me e libertar-me das garras sangrentas do egoísmo e da ambição que, pela inconteste e maléfica influência do desejo negro do ter, instalou-se em nós e nos impede de abrir as portas para as virtudes do ser. O mundo já não canta o amor e a história continua a se fazer com sangue. No ciclo vicioso do poder, a ambição gera seus filhos, verdadeiros pais do egoísmo. A destruição é total e se demorarmos a acordar desse sono e sonho malditos, o caminho é sem volta. A natureza, agonizando, pede socorro, sem ser ouvida. Os valores éticos e morais foram-se, partiram para uma galáxia distante, expulsos pela nossa soberba e cobiça e pelo nosso desprezo e desrespeito ao semelhante. Só se vê descaso pelas questões sociais que afligem o planeta e aniquila milhões de semelhantes, transformando-os em bichos à procura do nada, abatidos todos os dias pelo tiro certeiro do inevitável, agindo fora do seu ciclo natural; agindo fora do seu tempo. A sociedade perece, vítima do seu próprio desamor e leva consigo a inocência que um dia foi nossa e que reinava nos recôncavos perdidos e esquecidos do limiar da existência. O caos é total e parece não ter fim. Tornar-se-a eterno como eterno foi um dia, o amor, que dorme, enfraquecido e desqualificado, no seio desumano dos humanos que somos.

É preciso acordar. O sinal de alerta já foi acionado e a luz das trevas só espera o momento para reinar sozinha, negra e sem cor e desesperançada de viver. A vida, agora, ínfima e tênue, continua a descendente escalada e, teimosa e obstinada que é, procura perenemente e incessantemente pelo amor, para ressuscita-lo. Procura incansável mas necessária. Só esta é capaz de alterar esta realidade. Vida e amor andando juntos.  Assim, penso e ainda me sinto existir e volto a crer, depois de tantas incertezas, que a humanidade tem jeito. Mas, depende de todos nós. Vamos dar essa mãozinha. Vamos, todos nós, juntos, ressuscitar o amor e semea-lo em nosso meio e seio. E aí, cheios e repletos do amor, vamos trilhar juntos o caminho da paz, da compreensão, da igualdade e da vida digna e justa a todos, indiscriminadamente. Só o amor de tudo é capaz e é, esse amor, o dom maior. Está no ser e o ser é o espírito e é tudo o que resta. O espírito que é amor; o amor que é espírito. É isso mesmo. Sendo assim, estamos recomeçando no caminho certo. É o que sempre digo. Às vezes é preciso falar de amor.

Roberval Paulo











quinta-feira, 23 de setembro de 2010

ADORAÇÃO!

Se me perco, és o meu encontro
Se me escondo, sou o teu achado
Se me despenco, tu me tens ao colo
Se me vejo só, estais ao meu lado

Se choro, és tu o consolo
Se estou triste, me dás alegria
Se me sinto pobre, tu és meu tesouro
Se me falta luz, és tu o meu guia


Quando canto, és tu a canção
Se tenho frio, tu és o abrigo
Se me apaixono, és minha ilusão
Se estás comigo, já não há perigo


Se sou o fim, tu és o começo
Se sou o começo, és tu o meu fim
Se choras, se sofres, sou eu quem padeço
Se tens alegria, alegras a mim


Sou labirinto, tu és a saída
És flor na minha vida, sou o teu jardim
És enfim, meu oásis, sou eu, do deserto
O caminhante, ao certo, tenho a ti, tens a mim.
Roberval Paulo

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

NA CORDA BAMBA

É essa a situação dos treinadores brasileiros. Independentemente dos resultados, convivem dia a dia com a instabilidade do cargo, frutos do amadorismo, imediatismo e do desrespeito produzidos pelos gestores do nosso desarvorado e desastroso futebol clube. Se o time vai mal, vai-se embora o técnico. Se a imprensa criticou ou o jogador não rendeu, técnico fora. A diretoria não pagou e os jogadores se rebelaram, demissão do treinador por falta de comando. O time, campeão, ganhou o título, o técnico vai embora, pois a glória não veio para este pobre ser: o treinador. Foi assim com Andrade, no Flamengo. Aconteceu com Murici, no São Paulo e com muitos outros ao longo da história esportiva, escrita com suor e dores, glórias e lágrimas. O último episódio do desastroso futebol clube rendeu mais um memorável capítulo às páginas tortas do não menos torto futebol: A demissão do técnico Dorival Júnior do comando do Santos. Ato implacável e não discutível, não passível de explicação pela diretoria santista. Motivação: caso Neymar – a rebeldia do ser em ser o que é. Isso choca. Não podemos mais ser o que somos? O que vamos fazer? É fazer tempestade com um copo d’agua. É o sensacionalismo impensado em detrimento da reflexão, serenidade e do pensar reto. A diretoria do Santos agiu imediatamente. Agiu impetuosamente e impensadamente pela motivação do momento e foi amadora. O caso Neymar estava morto e enterrado e a diretoria, na sua decisão torta, o ressuscitou. Era só a rebeldia de um garoto em transformação social e econômica, resolvível com um leve puxão de orelhas e a subtração de algumas “balinhas” e que, agora, toma outro rumo e outra dimensão. Ele, o Neymar, já havia entendido que desobedecer regras e desrespeitar as instituições é feio e que não se deve fazer. Que o ímpeto das emoções precisa ser dosado, para não soar dissonante com a situação. Aí vem a própria instituição e, num ato, joga por terra toda a ciência do conceito que move a humanidade: o respeito “recíproco” entre as pessoas e para com as pessoas. É como se dissessem ao garoto. –Agora Neymar, você tudo pode; está livre das amarras que reprimiam a tua explosão. Vá em frente e faça o que quiseres e como quiseres, que nós, no posto de guardiões do destempero e da desorganização, assinamos em baixo e lhe abençoaremos, passando a mão na sua cabeça para serenar seus achaques e chiliques. Eis o resultado. Dorival Júnior foi e outro virá. Os títulos da Copa do Brasil e do Campeonato Paulista ficarão. A diretoria que aí está passará e o Neymar também. O Santos, a instituição, ficará e não apagará da sua história este lamentável episódio, que terá suas feridas abertas e sangrando toda vez que forem folheadas estas páginas, escritas pelo desamor e desapego às virtudes e aos valores éticos e morais. "Ad referendum". O povo que decida o que decidido está e, Maktub. Já estava escrito. 
Roberval Paulo

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

GLOBO E VEJA - Quanta semelhança?


Qual a semelhança existente entre a Rede Globo – mais precisamente o seu carro chefe, o Jornal Nacional – e a Revista Veja? Alguém saberia responder? Não é resposta fácil, dada às sutilezas e intenções ocultas e ainda, às “coincidências propositadas” em que estas ocorrem. A primeira e, menos importante e também, mais amena, é o fato de serem, os dois, Globo e Veja, veículos de comunicação importantes deste nosso tão mais importante País. Finda-se aí as semelhanças coincidentes e inocentes pois todas as outras são propositadas, premeditadas e, “machiavelmente”, arquitetadas, sem me reportar aqui ao grande Filósofo e político Niccolò Machiavelli, dito Machiavel e sim, à interpretação deturpada que fizeram da sua obra, sem considerar a época e a sociedade em que este viveu. Entre essas terríveis semelhanças está a de que os dois veículos, Rede Globo e Revista Veja foram credenciados e contratados pelo oligopólio da mídia de comunicação direitista no Brasil como palanque externo do candidato José Serra, do PSDB, trabalhando paralelamente e em consonância com o programa do horário eleitoral do candidato tucano. É tudo muito bem sincronizado. É impressionante como os assuntos e temas, logo que noticiados por estes veículos de comunicação, são, em seguida, tratados no programa eleitoral do PSDB, inclusive sendo apontadas as soluções. É vergonhoso como veículos de comunicação de tamanha importância e que gozam de tão expressivo conceito; que deviam operar como o espelho da imparcialidade, se prestam, de forma discarada e sensacionalista, a favorecer abertamente, em seu noticiário diário, a candidatura de José Serra em detrimento da candidatura de Dilma Roussef, do PT, utilizando para esse intento de denúncias e mais denúncias, muitas irresponsáveis e infundadas e de acusações levianas,  credenciando todas elas à Ministra Dilma Roussef e ao governo Lula. Desde que a Globo influenciou no resultado das Eleições de 1989, disputadas entre Lula e Collor, ajudando a sacramentar a vitória de Collor, que nós não víamos uma participação tão efetiva, voraz e ferrenha dos meios de comunicação em prol de um candidato. Não dá mais pra diferenciar o que é noticiário político e o que é programa eleitoral, tal é o grau de favorecimento pregado por estes veículos à candidatura de José Serra. Esquecem-se eles que não estão falando só em favor da candidatura tucana elitista e sim, contra o povo e contra um governo que se notabilizou por trazer para o cenário das grandes discussões o problema social e as classes menos favorecidas e que, longe de ser o governo ideal, tem apresentado e consolidado conquistas importantes com relação a uma melhor distribuição de renda, à popularização do acesso ao crédito e, consequentemente, um aumento considerável nos índices de inclusão social. Assisto com olhos negativos e tristes essa tentativa de parte da mídia televisiva e escrita do nosso tão querido País, de favorecer a interesses implícitos e obscuros aos olhos da maioria, a despeito da preferência e do direito livre de escolha do povo, dentro do seu próprio critério de avaliação. É razoável dizer que nós, povo, ainda somos massa de manobra, mas que, dada a própria democratização da informação e ao nosso novo e atual entendimento do que é democracia, estamos praticamente prontos para manobrarmos, nós mesmos, a nosso favor. A favor do povo. A favor da Nação antes que do País. É só termos um pouquinho mais de posição firme e decidirmos o nosso caminho pelos nossos próprios critérios, matando em nós aquela máxima de que o povo é maria vai com as outras. Então, que assim seja. Martelo batido e ponta virada.
Roberval Paulo

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

NEYMAR - Deixem o menino em paz

Neymar. Jogador do time do Santos. Uma grata revelação e um dos talentos mais promissores do futebol mundial. Ele tem 18 anos. Só 18 anos e de repente, em um curto espaço de tempo, saiu do nada para o "tudo". Deixou de ser um entre milhares de jogadores de futebol espalhados Brasil a fora para se transformar em um dos poucos que alcançam o sucesso na profissão e muito cedo. Saiu da vida pacata e simples e se deparou, de um momento para outro com sucesso, fama, reconhecimento, dinheiro, diga-se de passagem, muito dinheiro e também com pressão, exigências, críticas, vendo convergirem para si todos os olhares do mundo do futebol, imprensa, cartolas, empresários, comentaristas, ah! esses comentaristas, treinadores e jogadores e, todos olhando e monitorando seus passos segundo a segundo. Status de celebridade; vida de celebridade. É uma mudança, no mínimo, conflituosa para o garoto. É um garoto que, realmente, joga muita bola. Não tenho medo de afirmar que na verdadeira acepção da palavra, será, em breve, um craque. Mas, gente, prestem atenção. É ainda um garoto, sujeito e suscetível a todos os altos e baixos do ser em formação. É um garoto como qualquer outro garoto. Rebelde e intransigente por natureza, cometendo os erros característicos e próprios da idade. Carrega em si o ar juvenil e adolescente que o faz, às vezes, mostrar deboche em suas ações e uma irreverência que não é proposital. Transporta no seu jeito "moleque" o ar da irresponsabilidade natural e espontânea típicas do jovem que é. Brinca com as situações sérias por entender a vida pelo ângulo e campo de visão que alcança das coisas. Deixa-se fascinar pelas parafernalhas eletrônicas/tecnológicas à disposição, sem alcançar a abrangência e o poder destes serviços. Diante disso, tudo o que faz é visto, discutido, debatido ao extremo, divulgado e ainda opinam, fazem juízo de valor, se sentem no direito de criticar, de dizerem que está errado, que é rebelde, que está querendo aparecer, que não tem respeito, que não se encaixou ainda ao mundo que vive, que tem que mudar, que decidiu errado e dão-lhe adjetivos, qualificam-o, classificam-o, esquecendo-se todos que é um ser humano como qualquer outro e ainda um garoto. É o nosso mundo. Esperem gente. Ele vai se encontrar mas, tenham certeza, vai errar muito ainda, porque o erro é inerente à nossa existência. Acalmem-se. Peguem mais de leve e não atirem tantas pedras. Não façam da vida do menino um novelo de lã. Deixem-o tranquilo para que ele possa executar os seus dribles, a sua irreverência, a sua rebeldia e o seu talento pelos campos do futebol e da vida, que caminham juntos. Enfim, comentem e divulguem tudo mas, deixem o menino em PAZ. Ele precisa de paz como todos nós precisamos. Só isso. De PAZ.
por Roberval Paulo

GUSTAVO FELIPE


Ontem

PARABÉNS MEU FILHO!

Oi Pai!
Hoje
Que este dia seja para ti de paz e serenidade, repetidos por todos os dias e para todo o sempre. Que Deus guie os seus passos e o proteja sempre. Que nosso Senhor Jesus Cristo possa estar contigo todos os dias da sua vida. Eu estarei aqui sempre; conte em todas as horas. Pode alçar o seu vôo meu Filho. Minhas asas te ampararão. Sou eu a tua outra asa para amparar o teu vôo, certo e seguro, pelos caminhos da compreensão, da honestidade, da perseverança, da humildade, da paciência, da esperança e da Paz, tão necessárias a todos os seres. Parabéns meu Filho! Te amar é redundante falar pois sinto esse amor pulsar e se manifestar em todos os instantes da nossa vida, segundo a segundo. Amor incondicional e maior e mais forte que todos os nossos sonhos juntos. Parabéns! Parabéns! Parabéns! Beijos de amor e de paz...
Roberval Paulo,

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O SISTEMA POLÍTICO E A EVOLUÇÃO DO TER

Sucesso não é só ter dinheiro. Dinheiro é importante e necessário porque o mundo é capitalista e precisa-se dele para  viver. Para saciar vontades, desejos, vaidades; para satisfazer o ego. Dinheiro não é tudo mas, é preciso tê-lo. Porém ter sucesso não é só ter dinheiro. Ter sucesso é estar em paz consigo mesmo e estar em paz com o mundo. Ter sucesso é não perder a essência do natural. É não perder a autenticidade e não perder os valores familiares, os valores éticos e os valores morais. Ter sucesso é se harmonizar com o mundo; se harmonizar com as coisas e se harmonizar com as pessoas.Ter sucesso é ter paz de espírito e viver harmonicamente com tudo que o cerca, situando-se passivo e serenamente no universo que o rodeia; no ambiente no qual está inserido. Ter sucesso é poder levantar-se todo dia com a consciência em paz e, à noite, voltar para o aconchego do seu lar e dos seus aposentos, sem alterações, com essa consciência ainda em paz e poder recostar a sua cabeça no travesseiro e dormir o sono dos justos, sonhando com o outro dia que vai nascer e que você novamente vai acordar brando e sereno, para continuar essa tua nobre missão aqui debaixo do sol, nessa simplória vida; simplória vida de carne e lama. Ter sucesso é compreender o contexto e a conjuntura da qual participa e ter voz ativa e consciência coletiva para discernir e assimilar que a estrutura é de todos e todos dela dependem e precisam e que esta relação precisa se dar da forma mais harmoniosa possível, sem elevar demais mas também sem excluir, buscando, inteligentemente, o ponto de equilíbrio necessário à sobrevivência de todos. Precisamos nos mexer. Não sei como mas precisamos lutar contra o poder do ter em detrimento do ser. O dinheiro virou a verdade absoluta das coisas e tudo pode por ele. Tudo é permitido desde que o objetivo seja adquirir, angariar e ganhar mais e mais para acumular bens e riquezas materiais. Tudo é permitido desde que seja pelo dinheiro. Isso é triste e lamentável. Tudo por ele, nada sem ele. Acostumamos-nos a isso e fermentamos em nós a insensatez, a indiferença e impotência diante da situação.É impressionante como “cidadãos” que outrora protagonizaram grandes escândalos financeiros em que comprovadamente foram culpados; que se apoderaram do alheio, do bem público; que praticaram o tão falado tráfico de influência; que roubaram, saquearam cofres públicos, desviaram verbas; subtraíram, ludibriaram, enganaram e, hoje, posam de bom moço e são, em muitos casos, pessoas ilustres e notáveis para o país e são admirados por todos. Tiveram problemas com a justiça, se defenderam e saíram impunes e, por terem dinheiro, participam como ilustres da “alta e podre” sociedade. O dinheiro compra a imagem. O dinheiro compra a índole das pessoas, a integridade moral. O dinheiro trás status, poder e notoriedade e transforma o seu detentor em celebridade, mesmo que sua origem seja duvidosa ou que seja resultado do crime. Não importa de onde venha, desde que se tenha em grande quantidade, em abundância. O sujeito rouba e rouba, vira milionário e todos sabem disso e, depois, ele cria uma fundação, uma ONG, uma associação e vai lavar – dar status de legal ao que é ilegal - todo o dinheiro roubado. Mas a nossa mídia sensacionalista e interesseira e altamente capitalista e ainda, totalmente imediatista, prega que este é um cidadão de bem e que está preocupado com a situação social do país, transformando-o em exemplo de honradez e solidariedade. Passam todos a admira-lo, mesmo conhecendo o seu passado. É o império da hipocrisia. Ressalto sempre que o dinheiro é importante e é necessário tê-lo, pois é com ele que compramos a nossa casa, o nosso carro, a faculdade do nosso filho. É ele que nos permite desfrutar de tanta coisa boa que a vida oferece, satisfazendo e massageando o nosso ego e vaidade. Mas, o que refuto é que o TER não pode sobrepor-se ao SER. Observem quanto caótica é a nossa realidade. Não existe, em nosso país, nenhum outro segmento que, num intervalo de tempo bem pequeno, promova o enriquecimento ilícito de pessoas como o sistema político. O sujeito vira prefeito, deputado estadual e quando chega a deputado federal, já está milionário. Não tem, para isso, uma explicação lógica, pois, somando-se todas as rendas e subsídios recebidos oficialmente, revela-se uma discrepância e incompatibilidade, enormes, em relação ao patrimônio adquirido. Mas todos consideram isso normal. Daí, é só chegar as campanhas eleitorais e nós estamos lá “embaixo” do palanque, aplaudindo este mesmo cidadão ladrão. E a sociedade toda o respeita, venera e admira. Ele compra todos. Isso é demais e mostra o quanto somos acomodados e alheios à nossa realidade e o quanto nos corrompemos também. Mas a realidade é cara e se apresenta aos nossos olhos para ser comprada, todos os dias. E se mostra da sua forma mais dura e cruel.

>Meninos abandonados e unidos, nos sinais de trânsito das grandes cidades ou nos pátios tortos das praças mortas, tão pequenos e maltrapilhos que nem gente parece, tendo sacos de cola como alimento e roubando, roubando o que a sociedade lhe roubou: a dignidade, a inclusão, a família; >O tráfico aliciando crianças e jovens, homens e mulheres e matando inescrupulosamente e desgovernadamente quem não aderir ou se calar ao seu poderio, tendo o estado como principal financiador.

>As nossas meninas, a cada dia, mais novas, expostas e jogadas nos campos de prostituição, vendendo o corpo e a alma, vendendo os seus sonhos de menina e perdendo a sua aura de anjo.

>As famílias enclausuradas pelas cercas físicas e cercas do medo, assustadas e angustiadas por aqueles que o estado não acolheu e que a evolução lhes negou oportunidades.

>Pais de família começando a roubar, atirados ao submundo pela necessidade. Daí, para o crime pelo crime é só a distância entre a fome e a necessidade de comer; entre a dignidade e o descaso.

>As cidades inchando-se dia após dia de sonhadores em busca de dias melhores e que se transformarão, num futuro bem próximo, em um novo bando de miseráveis que arribaram do campo, tangidos pela miséria e pela fome, e que agora engrossam as estatísticas da miséria e da exclusão nos leitos aflitos e imundos das formidáveis favelas. Enquanto isso, o outro lado do mundo se movimenta; a outra face da moeda mostra a sua cara sinistra. Seus jatinhos e carrões, mansões e paraísos fiscais, piscinas e restaurantes, bebidas e mulheres. É! Mulheres são mercadorias, adquiridas para a sua satisfação e depois descartadas, valendo menos que casca de banana que, por sua vez, ainda aduba a terra. As mulheres, descartadas, já não mais vivem, vegetam, relegadas à impureza e ao assalto da sua alma e do seu corpo. É triste, mas é assim. Essa é a nossa realidade. E o pior. Nós entendemos tudo isso como normal. Esses caras, os da política, legislam em causa própria. Vejam o nosso congresso nacional, que mistura! Lá tem representantes de todos os segmentos que se dizem organizados do nosso país. Só não tem, de verdade, representantes do povo, do povão mesmo, da massa. Defendem somente os seus próprios interesses e não os interesses do povo. E ainda votamos e os elegemos, para nos roubar. Mas, coitados de nós. Somos pobres e fracos; alienados e subordinados; usados e subornados; interesseiros e imediatistas; sem consciência política e, hipócritas. Só me resta dizer: Que país é este! E deixar que o silêncio, a impotência, a parcimônia, a insensatez, o imediatismo, o comodismo, a omissão e a degradação humana falem por todos nós. Sentarmos-nos na esfera do tempo e deixar que o cortejo das horas nos leve ao outro lado do sonho, onde a realidade já foi subjugada e a vida, sozinha e única e despida de toda podre e pobre matéria, viva, esplêndida e celestialmente, para todo o sempre. E que Deus perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna. Amém!



(robervalpaulo...

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

ATAQUE NOVO DA VELHA DIREITA

Nos primórdios era assim. Se é guerra, não importa a forma utilizada para vencer, desde que se vença. Ficam aí extintos da mente dos combatentes valores como lealdade, respeito, honestidade, serenidade e coerência. "Não a coerência do Dunga, lógico." Já conseguiram êxito assim em várias ocasiões e continuam tentando deturpar o nosso entendimento e digestão dos fatos. É a nossa velha direita, inserindo-se aí uma enorme mas disforme leva de políticos conservadores do tudo por ele nada sem ele, "o poder", incluindo-se nesse roll grande parte da nossa imprensa elitista, sensacionalista e interesseira. É lamentável que dados sigilosos de pessoas tenham vindo a público, seja essa pessoa quem for, mas daí, tecer julgamentos e responsabilizar, sem provas, é no mínimo leviano e irresponsável, ainda mais quando estas acusações culminam com os próprios interesses. É o que tenta fazer a cúpula de campanha do candidato do PSDB, José Serra. Estão com a eleição perdida por não conseguirem apresentar nada de novo, ou seja, propostas melhores do que as que aí estão, então, utilizam-se de meios torpes e bizarros, fraudulentos e insanos para tentar alterar no coração das pessoas, a preferência na hora de votar. E o mais triste é que contam, para a concretização desse intento, com a parceria de parte dos meios de comunicação, diga-se aí aquele tido como o melhor telejornal do Brasil que dispôs de no mínimo 10 (dez) minutos do seu tempo divulgando, tencionando e repisando o episódio da Receita. Falta pouco para as eleições e, pela incapacidade de apresentar propostas e alternativas convincentes e passíveis de escolha pelos eleitores, tentam de todas as maneiras acertar em um factóide novo que venha a mudar o rumo das eleições, já definido pelo povo. É, mais uma vez, os métodos da velha direita colocados às claras. É o lobo que, passando por cordeiro, pela conveniência, mostra suas garras. Como já disse, não importa valores morais ou éticos, desde que se vença, e o povo que aguente. Não acredito em alguma alteração, a esta altura. Acredito que, o povo, apesar ainda da pouca consciência política, plantada exatamente por esta velha direita nos muitos anos de desmandos, sabe realmente onde estão pisando e porque estão pisando. Sabem inclusive que o governo Lula não é o ideal, até apesar da estrutura institucionalizada herdada, mas que, como nenhum outro governo, conseguiu números impressionantes para o País, principalmente com relação à popularidade do crédito e melhoria na distribuição de renda, proporcionando assim a inclusão social e econômica de milhões de brasileiros que viviam à margem da pobreza, ressaltando-se ainda a manutenção real da estabilidade econômica. É grave ainda a nossa condição no tocante à moradia, educação e saúde mas nenhum governo foi tão compromissado com essas questões como o governo Lula e o povo sabe disso, principalmente porque vivenciaram isso. Vão votar na continuidade. Acreditam nessa continuidade como acreditam na luta que empreendem todo dia pela sobrevivência. Ouvi de um senhor simples "Sertanejo" dos rincões sem fins do nosso Brasil que, me olhando bem dentro dos olhos, disse: "Esse Serra é doido e quer mesmo é serrar a gente. Como é que ele pode ser contra quem cuida do povo." Eu digo. Esse senhor, na sua simplicidade e sem alcançar a força das suas palavras, acertou. É realmente dever do estado zelar pelo bem estar do seu povo. Está na Constituição, nossa carta maior. Esse senhor, simples, fez-me refletir e chegar a uma sábia conclusão. Esse Serra é realmente muito doido e quer mesmo é serrar todos nós. Não vamos dar a "eles" esse gostinho. Vamos continuar com quem cuida da gente.
(por roberval paulo...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O QUERER-TE



Gosto de querer-te
em mim
Gosto de ver-te
assim
Completamente solta
alheia a tudo


Ao vento
que lhe lambe os seios
Ao sol
que lhe doira a pele
À lua, que te invade e te cultua
À mim, que de tanto ver-te
Mais de amor te quero.


(robervalpaulo...

sábado, 11 de setembro de 2010

MINHA ALMA!

Olá,



Partilhar tudo. Partilhar ainda até o que eu não tenho. Partilho assim, minha alma, que é minha mas, pelo mistério da vida ou talvez pelo enigma do Apocalipse, não me pertence.
Partilho meus sonhos e meus dias, indiscriminadamente. Partilho eu todo e não sei em qual parte me encontro por inteiro. Sou pedaços, partículas de um bem maior que ainda desconheço mas que habita em mim e me faz olhar todos com o mesmo olhar, sem a discriminação e o desprezo dos olhos "capitalistas".

Sou Nação antes de ser país; Sou a Justiça antes do direito; Sou a paz no meio da guerra, querendo ser ouvida; Sou o Ser antes do ter, considerando e conciliando o diferente na equação da igualdade. Sou Igreja "Povo" antes da religião. Sou DEUS antes de todos nós. Sou Coração e, que a razão não nos negue a paz.

Com sorrisos e...algumas teimosas lágrimas,
robervalpaulo

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

SÃO PAULO x FLAMENGO – Resultado anunciado

SILAS – Escolha errada, resultado certo.
A pergunta que não quer calar: Treinador ganha ou perde jogo? Nunca fui um defensor dessa ideia mas foi exatamente isso o que ocorreu no jogo de ontem entre São Paulo x Flamengo. O Silas fez uma escolha, no mínimo, equivocada e sacramentou o resultado do jogo naquele crucial instante, contrariando a imprevisibilidade do futebol. Por melhor jogador que tenha sido, Silas ainda é pouco experiente como treinador e se precipitou ao decidir aquela substituição, prevendo uma mudança de comportamento tático da equipe aos 16 minutos de jogo. Conhece ele pouco o elenco do Flamengo e, principalmente, o jogador Correa. Tinha que ser mais cauteloso e eu diria, até mais humilde. Preterir o Correa ao Toró foi pouco inteligente, dada as circunstâncias da partida e considerando o toque de bola envolvente da equipe do São Paulo. Nada contra o Toró; é bom marcador mas, bastante limitado. O Correa, por sua vez, longe de ser um craque, é um jogador, hoje, indispensável ao time do Flamengo, dada às suas características e a ausência do Maldonado. É inteligente taticamente, posicionando-se muito bem e tem uma ótima saída de jogo com boa condução de bola e bom passe. Essa substituição precipitada desarticulou o meio de campo do Flamengo, prejudicando consideravelmente o comportamento defensivo e a saída de jogo da equipe. O Correa já vinha jogando e, naquela posição, à frente dos zagueiros, que, diga-se de passagem, não é sua posição original, estava muito bem e gozava da confiança dos demais jogadores da defesa que ficaram sem referência com a sua saída. Daí, para consolidar de vez a derrota, bastou o Diogo, na ânsia de acertar, cometer faltas infantis, inclusive a simulação de penalty para trair o juiz, no que foi traído, ele e, consequentemente, a equipe, pela clareza e absurdo do lance. Silas ainda será um bom treinador mas tem que aprender que cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém e que, na dúvida, calma! Jamais ultrapasse. Aberratio ictus! Desculpe-me Silas. Foi um erro geral.
>Por Roberval Paulo.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

MOMENTOS I

Quizera eu
Escrever-lhe um sonho
Em dia mais ensolarado
Mas, mesmo preso às teias da escuridão
É preciso achar o caminho. A vida continua
Faça chuva ou faça sol
E a caminhada não pode ser interrompida
Senão por "ELE"!
Que o sonho lhe seja real e que o sol
Não lhe deixe pelo caminho
Esta é a tua razão momentânea. Reflita e altere o percurso
A vida lhe agradecerá e, sorrindo, continuará contigo
Pelos trilhos da existência
DEUS é maior e tudo provém dele. Não o decepcione.

MOMENTOS II
                        
Não direi, nem mesmo a mim, que sou eu, triste
Me direi sim, quanto mais triste, sou alegre
De mim, quando muito, uma lágrima inconteste
Rolará da meiga face, despachando a dor que existe

É comum, quando na dor, entregar-se ao desespero
E nas crises da existência, é latente o juízo
Deixar de lado a razão no esboço de um sorriso
É confinar-se à morbidez do mais denso nevoeiro

Não nasci melancólico, é um estado de espírito
Uma profusão de impulsos desconexos me entristece
As vezes penso que advém de uma saudade

E no silêncio do meu ser, minha alma se esvaece
Dai-me forças Senhor! Mostre a mim a realidade
Me orienta e me conduza ante a tua verdade.
(robervalpaulo...

SONHADOR

Ele diria:

Da noite,
            Prefiro os sonhos
Da lua,
           O sonhar distante
Do dia,
           O sonho da hora, “real”
Da vida,
           O sonho que é flor.


E vivendo,
           Sonhou até a morte
E sonhando,
           Morreu até o fim da vida.

(robervalpaulo...

domingo, 5 de setembro de 2010

DA GERAL

DA GERAL, observo a vida passar por mim na direção do desconhecido e me posiciono como se fosse um imã para que a vida possa em mim grudar e não mais fugir. E assim me encho e me recheio de vida, seguindo com ela a estrada da luz à procura da morte que, viva, me pede perdão e se esgueirando feito cachorro vadio, grita por socorro ao se entender morta. Eu, vivo, observo tudo em silêncio e não posso disfarçar uma lágrima clara e fria que escorre pela minha face ao compreender que o grande segredo da existência é o que inexiste e a porta de saída para a próxima vida é o encontro com ela: a mãe que a todos acolhe e a ninguém rejeita. Meus pensamentos caminham desordenados e inquietos pelos labirintos do medo e transportam meu ser à legião de um sonhar desesperado sabendo esse desespero ser a esperança em sua mais perfeita tradução pois que a vida ainda está por aqui e, DA GERAL, ainda observo a passar por mim o cortejo fúnebre que ora vivia e que segue ao destino do fim que é, e será, nada mais, nada menos, o começo de tudo.
(robervalpaulo... 

O SER DA LITERATURA

escrever é não ser literário
é sorrir no andar da criança
encontrar com a noite e temê-la
soluçar por amor, consumir-se
escrever não é forma, é viver 
não à técnica, vamos na contramão 
a cabeça pensando e a mão 
rabiscando o papel do destino
cometer o mesmo erro sem vezes 
se esse erro é vontade da alma
escrever é suor e não palma
é sonhar na cruel realidade 
é fazer no caminhar, a história
descrevendo a mentira e a verdade.
(robervalpaulo...

sábado, 4 de setembro de 2010

ANGUSTIANTE ESPERA

À noite, navegando
sou um rio sereno
leito manso e calmo
silencioso no silêncio das tardias horas
horas mortas da vida em sono de espera

Se unir ao mar vai esse rio
na lentidão angustiante dos dias
às vezes, revolto, carregando dores, bramindo
e por vezes, calmo
soberbo e magestoso
na alegria das flores e da vida

À noite, o sonho amanhece
e o rio de minha alma
           só águas levando
para muito além  do
                     engenho do medo
para onde meus sonhos um dia chegarão

Vai meu ser
e transporte este rio, que este rio
sou eu
sem o meu existir
e leve-me em suas águas
e me leve em mim
para eu encontrar-me
na reflexão dormente do meu travesseiro
na noite do meu dia inteiro
no espaço vazio do meu ser que te espera.
(robervalpaulo...

terça-feira, 31 de agosto de 2010

PROCURA

Revirei meus livros e o meu guarda roupas
tirei a poeira da vida e guardei-a
no chão do meu sonho

Levantei o tapete
e lá se foram todos os meus guardados
levados vento afora

Fechou-se a janela da memória
e os meus verdes engavetados
amadureceram
no futuro do esquecimento.
(roberval paulo...

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

SERTANEJO UNIVERSITÁRIO! A cara do novo é velha...

SERTANEJO UNIVERSITÁRIO?
O que é isto?
Nova nomenclatura de um estilo?
Um novo rótulo?
Qual o propósito?
Perco-me, às vezes, nessa definição e procuro encontrar fundamento não que justifique o termo, mas sim, que traga à luz condicionada dos nossos olhos tortos, a clarividência “clarividente” do alimento, no crucial momento de o deglutir.
Esta é a mais nova definição do que se intitula de "Música Sertaneja". Mas é na verdade só um chamariz, um novo atrativo; a nova mensagem extraída do mesmo texto, já velho e subjacente. Uma maneira nova de trazer o velho ou uma maneira velha de ganhar o novo, façam a leitura que entenderem e captarem, pois, tudo dá no mesmo. Como está escrito no Livro do Eclesiastes: >”Tudo o que acontece ou que pode acontecer já aconteceu antes. Deus faz com que uma coisa que acontece torne a acontecer (cap. 03, vers. 15)”. Acredito que esta passagem não deva ter nada a ver, especificamente, com o texto que ora me proponho a escrever, mas, no mínimo, retrata que, tudo o que foi é o que é, e tudo o que é, é o que será. É assim também com a música sertaneja. Para resumir, parafraseio o poeta que já dizia: "Nada mudou". Esta é, pura e simplesmente, mais uma “comum” estratégia de marketing; mais uma da nossa sensacional mídia e do nosso ensandecido mercado, altamente e compulsivamente consumista, que consome o velho vestido de novo, mesmo sabendo a roupa nova ser a sobra do tecido envelhecido e já, outrora, consumido. O sertanejo é o sertanejo e, na concepção musical, foi e sempre será a música cantada por uma dupla de artistas, independente do gênero apresentado. Numa outra concepção e talvez, a mais original, e que conserva a verdadeira acepção da palavra, é a música que retrata e relata a vida do campo, do povo realmente sertanejo, seus costumes e hábitos, seus amores, suas ilusões e desilusões, seu contato com a natureza enfim, seus mais olvidados e desprezados e, ao mesmo tempo, expressivos e indiscutíveis valores e que, a muito tempo, foram relegados ao esquecimento na música cantada hoje. Portanto, sertanejo ou sertanejo universitário, é a mesma coisa, é mais do mesmo e só isso, com a diferença de que, para se inserir e se destacar no universo do ambiente “sertanejo universitário”, é necessário que seja uma “duplinha, sem pejorar”, assim, mais ou menos esteticamente bonitinhos - essa é a rotulação das gravadoras - sem considerar estilo ou classificação, ficando as duplas menos afeiçoadas e mais velhas no título de somente sertanejo, mas, no entanto, cantando o mesmo. Necessário ainda se faz considerar que a maioria dos ditos "sertanejo universitário" nunca passaram por uma Universidade e que o público que os curte está bem longe de ser só universitários, posto que essa música se espalha pelos rincões sem fim do nosso Brasil, distante e a perder de vista das universidades, impregnando-se na pele e nos sentimentos dos seus apreciadores, tornando-se parte integrante no processo cultural e social do País e, porque não dizer, econômico. Só me resta a pergunta que não quer calar: E aí? Vamos de sertanejo ou sertanejo universitário? Ou os dois? Tranco-me em mim, reflito e respondo por todos nós brasileiros: Isso é o que tem que ser. Escolham e curtam, até que o sucesso “novo” canse e caia e, consequentemente, deixando de ser novidade, as vendas diminuam, para que, como nova alternativa de faturamento e de sucesso, se crie um novo rótulo para tentar as nossas preferências e inteligência, e nós, sábios e senhores dos nossos desejos e prazeres e meros instrumentos da sede filosófica do ser, adentraremos, natural e instintivamente, pela fonte da novação para fazer beber e alimentar os nossos sonhos velhos.

(por robervalpaulo...
SERTANEJO UNIVERSITÁRIO! A cara do novo é velha...

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

SERTANEJO UNIVERSITÁRIO?

O que é isto?

Nova nomenclatura de um estilo? Um novo rótulo?

Qual o propósito?

Esta é a mais nova definição do que se intitula de "Música Sertaneja". Mas é na verdade só um chamariz, um novo atrativo. Uma maneira nova de trazer o velho ou uma maneira velha de ganhar o novo, façam a leitura que entenderem e captarem, pois tudo dá no mesmo. Como está escrito no Livro do Eclesiastes,  >tudo o que foi é o que é, e tudo o que é, é o que será... Para resumir, parafraseio o poeta que já dizia: "Nada mudou". Esta é mais uma tirada; mais uma da nossa sensacional mídia e do nosso mercado altamente e compulsivamente consumista, que consome o velho vestido de novo, mesmo sabendo a roupa nova ser a sobra do tecido envelhecido e já consumido. O sertanejo é o sertanejo e, na concepção musical, foi e sempre será a música cantada por uma dupla de artistas, independente do gênero apresentado. Numa outra concepção e talvez, a mais original, e que conserva a verdadeira acepção da palavra, é a música que retrata e relata a vida do campo, do povo realmente sertanejo, seus costumes e hábitos, seus amores, seu contato com a natureza e que, a muito tempo, foi relegado ao esquecimento na música cantada hoje. Portanto, sertanejo ou sertanejo universitário, é a mesma coisa, é mais do mesmo e só isso, com a diferença de que, pra se ingressar no ambiente sertanejo universitário, é necessário que seja uma duplinha assim, mais ou menos esteticamente bonitinhos - essa é a rotulação das gravadoras - sem considerar estilo ou classificação, ficando as duplas menos afeiçoadas e mais velhas no título de sertanejo, mas, cantando o mesmo, ressaltando ainda que a maioria dos ditos "sertanejo universitário" nunca passaram perto de uma faculdade e que o público que os curte tá longe de ser só universitários, posto que essa música se espalha pelos rincões sem fim do nosso Brasil, distante e a perder de vista das universidades. E aí? Vamos de sertanejo ou sertanejo universitário ou os dois? Escolham e curtam, até que o sucesso caia e, consequentemente, deixando de ser novidade, as vendas diminuam, para que, como nova alternativa de faturamento, se crie um novo rótulo para tentar as nossas preferências e inteligência.
(por roberval paulo...