Eu
sou do oco do mundo
Onde
a curva não se encurva
Onde
a curva passa reto
E
chega a lugar algum
Aonde
o lugar comum
Não
é comum, é nenhum
Feito
de dois menos um
Que
é quase nada, é zero
Perto
do poder de Nero
Aquele que já foi rei
Juntinho
de João Ninguém
Que
se existe nem sei
Sou
eu a última paragem
Sendo
a primeira estiagem
De
um sertão esturricado
Mas
que logo fica verde
Eu
esticado na rede
Contemplando
o chão amado
Mas
passa o tempo da água
Na
estranheza da mágoa
Sou
eu o fogo do céu
Sou
labareda acesa
Sou
o brinco da princesa
Sou
giro de carrossel
E
passa o tempo da água
Na
amplitude da lágrima
Sou
eu o fogo do céu
Sou
o começo da vida
Sou
o final da corrida
Sou
a abelha e seu mel.
Roberval Paulo
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