Quando Ferbis nasceu, era de sonho e morte o seu passado; passado este, dele desconhecido, que ficou guardado antes do seu nascimento. E Ferbis seguiu adiante, sendo morto e vivo a cada instante, por desconhecer a sua origem; sem saber se teve começo.
Às vezes pensava que partira do meio, sem começar e morria no começo do pensamento, sem chegar ao fim. Reassumia a vida ao beslicar-se, pois sentia dor, prova irrefutável de vida. Sabia-se assim, vivo, mesmo sem ter começado.
Quando Ferbis nasceu, o tempo muito cruel foi com esse seu destino que conheço como a mim que, mesmo sendo assim, fez-nos tristes e feridos de lúgrubes pensamentos e Ferbis, que de ferro e brasa era o seu corpo e vida, se despiu das honrosas vestes que cobriam suas vergonhas, deixando-as descobertas e expostas aos alheios e curiosos olhos.
E Ferbis viu que era bom, como boa é a exposição e contemplou a si próprio, feliz por não se entender.
Roberval Paulo - FERBIS, DE VENTO E DE SOL, do livro FERBIS, UM SER EM EVOLUÇÃO.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Poste o seu comentário aqui