quinta-feira, 31 de março de 2016

ANGUSTIANTE ESPERA - Roberval Paulo

À noite, navegando
sou um rio sereno
leito manso e calmo
silencioso no silêncio das tardias horas
horas mortas da vida em sono de espera.

Se unir ao mar vai esse rio
na lentidão angustiante dos dias
às vezes revolto, carregando dores, bramindo
e por vezes, calmo
soberbo e magestoso
na alegria das flores e da vida.

À noite, o sonho amanhece
e o rio de minha alma   
                  só águas levando
para muito além do
                            engenho do medo
para onde meus sonhos
um dia chegarão.

Vai meu ser e
transporte este rio, que este rio
sou eu
sem o meu existir
e leve-me em suas águas
para eu encontrar-me
na reflexão dormente do meu travesseiro
na noite do meu dia inteiro

no espaço vazio do meu ser que te espera.

Roberval Paulo 

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