para Carlos Drumond de Andrade e
Gabriel García Márquez – “in memoriam”.
Veias do tempo quatro ventos
entrando pela janela
Arrepiando pelos, cabelos, alma e
coração
Ser vivo s sentir o sol
Não tire o que é meu
Liberdade no vazio pardo dos
olhos
Vazando a cadeia das teias do
arrebol
Sou mais horizonte que céu
Mais loucura que conto de novela
Um homem voando no espaço
Pés e sonhos cravados na Física
Corpos no amor do filho chegando
Vida onde já não existe
Sou menino no Vietnã
Não tive querer
O sol na flor de Hiroshima
Canto que te vejo sonho
A luz única perdida nas trevas
Farol, barco, luar e muito amor
Mar e porto no tapete da sala
Eu e você
A manhã levando a noite
Sonhos que se materializam
O imaginário é real
Os deuses se foram no tempo
A morte venceu a vida
A vida em si, continua
Eu e você contra todos
Eu e você contra o mundo.
O escritório, o trabalho
A feira, o sentimento
A história, o lazer
O acontecer, a festa
O pregão, a fome
A especulação, o desemprego
A onda lambendo a favela
O sal na moça
e
a moça na praia.
O tiro perdido...
A inocência na rua
O frio gelando ossos
Mesa farta, falta mesa
O amor nos tempos do cólera
Um homem vai devagar
Êta vida besta meu Deus!
Cem anos de Solidão
Drumond e García Márquez
A rotina tomando seu lugar
E agora José?
A luz apagou
Em olhos de cão azul
O veneno da madrugada
Não nos afastemos muito
Vamos de mãos dadas
Do ferro de Itabira
Um trem para Macondo
Em prosa ou poesia
Esquecer para lembrar
De sol em sol a peregrinação
E a vida mundo nem aí pra nós.
E que Deus ilumine a mente
e
o caminho dos homens,
para que eles possam construir
nações,
verdadeiras
nações
e não países – sociedades
com
sede de ouro e poder.
Roberval Paulo
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