Hoje,
mais um dia como outro qualquer. Mais um dia de árdua luta à espera do fim de
semana que se aproxima para descanso, depois de uma semana como todas. De trabalho e cansaço, de realizações e sonhos, de buscas
e encontros, enfim, da batalha incansável que é a vida, que é o viver.
A rotina reclama sempre o seu lugar e lá vamos nós no comando
dessa nave que não para. Chega a sexta tão ansiosamente esperada, junto com os
preparativos para o tão aguardado e merecido descanso. O acordar um pouco mais
tarde, uma ligação dos amigos, o tão gratificante e contagiante e empolgante
futebol. Umas cervejas, churrasco, conversas que vão e que vem e sorrisos que
não se conta.
O parque. Ah! O parque! O filho correndo solto e sendo admirado. O
momento que não devia acabar; devia durar mais que o sentimento. A mulher de
tantas lutas e o seu tão nobre amor, sempre dispondo, doando, amando. A alegria
se faz tão doce que até parece que todo o mundo é seu.
A vida segue o seu curso e, as visitas, a família e todos os
agregados desse universo de amor traz deleite e repouso ao coração. A mãe, o
pai e a benção do amor maior que te faz suspirar e de fato saber quem és.
O domingo de missa, de culto, de Deus. De reunião em comunidade,
de louvação, de comoção, de comunhão. De entrega, agradecimentos e de pedidos
para os seus, para a vida, para o amigo com problemas, para a justiça imperar. Para
o governo em desgoverno, para a mãe ter mais saúde, para a promoção chegar e a
vida ser melhor.
A alma está lavada, o coração tá quase puro e o tão desejado fim
de semana já dá mostras de cansaço, suspira em breve adeus e caminha para o
fim. O sono está se aproximando e lentamente e em ritmo de dormência vai
assumindo o comando, preparando-te para a segunda feira que logo acenderá no
horizonte e tudo recomeça outra vez.
É a roda viva da vida que tão vivo e mágico faz o nosso existir.
Mais disposição, mais correria; é quase um mais de tudo no enfrentamento da
sobrevivência. O trabalho, a feira, a escola e os dias brancos que cansam, mas
que é bom. Compromissos e obrigações, aspirações e suor e o penoso e doce
ansiar pra que a sexta chegue logo.
É o mais do mesmo sempre, mas tudo é tão novo e diferente que traz até a impressão de que a rotina "desrotinou-se" e agora opera a seara da
novidade, fazendo novo e alentador o que já é demasiadamente velho. Demasiadamente velho, mas novo no giro
que a roda dá. A roda viva que gira girando o nosso existir, gira desejos e
sonhos e nos faz esperançar. Faz o moço ficar velho para depois remoçar.
Roberval
Paulo
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