A
minha casa é o meu existir
Meu
existir é a luz e a estrada a seguir
A
estrada a percorrer é de nós desconhecida
Minha
imagem no espelho é o meu caminhar
O
nosso viver é viver e morrer
Nascer
de novo é um morrer sempre
Nada
permanece em semente
Dou
passos pra me encontrar
Não
sei em que sonho estou
A
vida é sempre em frente
Pra
trás não sei caminhar
Prendo-me
ao caminho estreito
O
amor tem tanto efeito
Que
existe sem se notar
A
beleza liberta e solta
Desprovida
do tempo
Desgarrada
do ser
O
belo pelo belo e só
Penso
no amor que liberta
Penso
no belo que é amor
Vai-se
o amor pela dor
Busquemos
o amor maior
O
olhar nas alturas
O
pé na estrada
A
faca nos dentes
Seguir
a jornada
Um
dia o sonho será
Só
as cinzas da quarta feira
Não
sei onde vou estar
Não
sei nem o que virá
Não
sei mesmo onde vai dar
Domingo
quero ir na feira.
Roberval Paulo