Por Yeda Timerman
Como é o Natal de crianças com pais separados
Natal: época de alegria, confraternização e magia. Data em que a família se reúne em torno de uma mesa para contar histórias, lembrar de momentos engraçados ou apenas estar entre as pessoas queridas. Porém, para um número crescente de crianças, que têm pais separados, a realidade é outra e a palavra de ordem nessa época do ano é divisão. Passar o dia 24 com a mãe, 25 com o pai e o Reveillón cada ano com um dos dois. O sistema de rodízio parece uma constante, o que varia é a forma como é tratado.
Com isso, o que outrora era um momento de prazer pode virar uma obrigação. A publicitária Gabriela Guzzardi, de 22 anos, viveu a separação dos pais aos 11: “ Quando os meus pais eram casados, o Natal para mim e para o meu irmão era um momento de pura magia. Depois da separação tivemos que começar com as escolhas. E toda escolha é dolorosa.”, comenta Gabriela.
Porém, o Natal em família é apenas mais uma questão a ser resolvida, dentro de um cenário tão conflitante como é a separação de um casal. Segundo a psicoterapeuta Mai Gamacho “É importante que o casal não envolva os filhos nos conflitos e decidam por eles as situações mais complicadas após a separação. Mudanças vão sempre existir, mas a criança tem que continuar tendo pai e mãe presentes”, aconselha.
A escolha é dos pais
Como o Natal é uma comemoração em família, é importante que haja um acordo e um planejamento com relação aos filhos. Não é aconselhável, por exemplo, que a criança ainda pequena escolha com quem vai passar o Natal. A escolha exige muita responsabilidade e a criança não consegue administrar toda essa carga. Portanto, o planejamento de férias, Natal e Ano Novo deve ser feito pelos pais, a quatro mãos. Os pais, apesar de toda dor que a separação pode causar, devem ter como foco os filhos e suas necessidades.
O caso do ator Caco Ciocler ilustra bem o que é conviver com as mudanças e diferenças, de forma leve e com poucos conflitos. Caco foi casado com Lavinia Lorenzon e desse relacionamento nasceu Bruno. Os dois são de diferentes religiões. “Sempre que era possível a gente comemorava as datas junto com as famílias.
O Natal com a família dela e as festas judaicas com a minha. Hoje em dia o Bruno passa o Natal com a família da mãe em outra cidade e adora.
Os assuntos sempre foram tratados abertamente”, diz o ator. Bruno tem 7 anos e é bem espontâneo na sua definição “Eu tenho 2 religiões. Sou judeu e católico. Comemoro o Natal com a minha mãe e o Chanukah com o meu pai. E eu gosto do jeito que é.”
Para alguns filhos a separação chega a ser um alívio, uma vez que o clima enquanto os pais estão casados é muito tenso. Com isso, o Natal pós-separação passa a ser mais agradável. O clima de tensão e as discussões previsíveis abrem espaço para o clima de harmonia. “Na época em que meus pais eram casados os dias de Natal eram muito tensos. Eu torcia para que não houvesse brigas e não via a hora que a comemoração acabasse. Hoje eles estão separados e o Natal para mim começou a fazer sentindo. O clima passou a ser de festa”, traduz a produtora Aline Costa.
Já o comerciário Luis Eduardo dos Santos Sousa viverá uma situação diferente neste Natal. Separado há apenas 11 meses, Luis teve com a sua ex-mulher a pequena Giovanna que, em janeiro, completará 3 anos de idade. Até a separação, o Natal era comemorado com as duas famílias juntas. Vai ser a primeira vez que, passarão separados. Dia 24 o jantar é com pai e 25 o almoço com a mãe. “A Giovanna é muito pequena, ainda não entende nada. Por isso tratamos dessa divisão de dias. Quando ela crescer vai poder decidir com quem quer passar o Natal”, planeja. O Reveillón também é em sistema de rodízio. A família está se adaptando à situação. “Claro que a situação é chata, mas temos que lidar da melhor forma possível. Precisamos nos acostumar com essa nova realidade”.
Yeda Timerman
Publicação: Dezembro 2003 - Edição: 19, da Alô Bebê
Um blog que se propõe a lhe atender meu querido leitor. Acesse sem receio, leia tudo, cure seus medos, reflita e siga em paz. Que os seus caminhos encontrem a saída e que esta porta lhe transporte à essência do insinuante e insondável sentimento do ser... Roberval Paulo
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
SOBRE UM CONTO DE NATAL DIFERENTE
Por ANAMARIA,
Por ANAMARIA,
Eu remexia os meus “guardados” procurando uma mensagem de natal que pudesse copiar e mandar para os vizinhos e conhecidos, porque para os amigos a gente diz num abraço.
Remexendo nas caixas, olhando na estante (que mania eu tenho de guardar e guardar!) já nem me lembrava o que procurava e eis que encontro um livro de Rubem Braga e nele, um “Conto de Natal”.
Pensei: deve ter aí uma frase, um trecho que eu possa “copiar”.
Comecei, então, a ler.
Ele conta a história de um casal - um homem desempregado, a mulher grávida, prestes a ter o bebê, e o filho de 6 anos. Juntos eles atravessam um pasto, passando por cercas de arame farpado, em busca de um lugar para nascer a criança.
Durante as agruras do não encontrar, do não ter, do sol a queimar a pele e os sentimentos, e depois, da chuva que cai e torna tudo ainda mais difícil, eles encontram um carreiro e seu carro de boi que os leva até uma casinha de sapé, uma estrebaria, para passarem a noite.
Quando o carreiro volta no dia seguinte, sem ajuda e com pouca comida, amargurado (talvez por não ter trazido quase nada), amaldiçoa “aquele” natal.
Nesse momento, o pai que há muito não ria, lembra-se que é dia de natal e, então, rindo, decide dar ao recém-nascido o nome de Jesus Cristo.
Poderia, se o autor assim o quisesse, acabar aí a história. Ou, talvez, numa cena comovente, inspirado pela Providência Divina, o dono da fazenda, arrependido, encontra o casal, devolve ao homem o seu emprego salvador (ou sofredor) e os leva, ele e sua família, para uma farta refeição e...
Mas não, o autor, com todo o seu poder e glória, dono absoluto do seu conto e do sentimento que o induzia a escrever, continuou:
O filho de 6 anos olha o irmãozinho recém-nascido e chama o pai para ver.
- “O menino Jesus Cristo estava morto!”
O meu coração de leitora, ali, em pé perto da estante, estremeceu. Meus olhos ficaram embaçados e minha garganta não deixou escapar sequer um “oh”!
Deu-me uma bruta raiva do Rubem Braga – como é que ele teve coragem de matar o menino Jesus, aquele que poderia salvar o mundo?! Pelo menos “aquele” mundo?!
Fechei o livro num gesto desalentado, afinal, o menino estava morto!
E por todo o resto do dia uma tristeza me acompanhou enquanto eu tentava entender por quê o autor deu à sua história – de natal - um desfecho tão mórbido.
Já no final do dia, lembrei-me da necessidade de escrever nos cartões de natal, mas, havia dentro de mim ainda a imagem desolada de uma casinha de sapé, uma mulher e seu filho morto, uma criança de 6 anos com fome, um homem em trajes rotos a fumar um cigarro de palha do lado de fora, sentado num tronco, tendo ao seu lado um carreiro.
O que fazer?
...
E penso, agora, que talvez Rubem Braga não tenha “matado Jesus” por maldade!
É que talvez ele não tenha visto a esperança nascer junto com aquele menino, naquele pasto sem árvores, e preferiu mandá-lo de volta, para o mundo do qual nada se sabe, antes que tivesse de sentir a dor da falta de comida, do sol que queima, do arame farpado, da injustiça.
Talvez tenha sido melhor assim... Seria uma vida tão dura para Jesus Cristo. Sem natal, sem estrela...
postado por ANA MARIA, às 15:23
Roberval Paulo comentou:
"Tive o mesmo sentimento da ANAMARIA e passei muito tempo a ruminar e remoer o desfecho desse Conto de Natal. Percebi novamente a grandiosidade do autor. Rubem Braga é um dos nossos maiores cronistas, principalmente, no que tanje ao cotididiano das pessoas; aquilo que é realidade, nua e crua. Não podia ele dar um desfecho feliz ao que não é feliz. Ele simplesmente encorpou a nossa realidade e ela é dolorida, doída, e fere fundo. Reflexão e ação, é o que nos resta e o que deve nos mover e... procurar sermos melhores a cada dia.
13 de dezembro de 2010, às 10:50
domingo, 12 de dezembro de 2010
HISTÓRIAS, LENDAS E CONTOS DE NATAL
Natal é a época do ano em que as pessoas ficam mais cheias de vida, amor, alegria, criando um clima festivo, de paz e fraternidade.
O Natal é a data mais importante do calendário cristão, quando é celebrado o nascimento do Menino Jesus. Mas quando falamos sobre Natal, podemos abrir um leque de histórias, contos e tradições, que até hoje são transmitidas de geração a geração.
Para que sua festa fique ainda mais bonita e alegre, vamos contar um pouco sobre as histórias que existem por trás de alguns símbolos e enfeites natalinos, e vamos expor o que eles representam para esta época de harmonia e paz entre amigos e familiares.
PAPAI NOEL OU SÃO NICOLAU:
Diz a lenda que São Nicolau era um homem muito rico e muito generoso. Conta-se que ele distribuía dinheiro aos pobres e presenteava as crianças que não tinham com o que se alegrar. Faleceu no dia 6 de dezembro, tornando este dia o Dia de São Nicolau. Esta data é muito lembrada e comemorada em alguns países do oriente, onde os pais ainda presenteiam seus filhos fazendo uma referência a São Nicolau. Por causa da proximidade de sua festa com a data do nascimento de Cristo, acabou-se transferindo lentamente a tradição de presentear as crianças para o dia 25 de dezembro. Os pais costumavam dizer que era São Nicolau quem trazia os presentes do céu. São Nicolau foi se tornando um símbolo natalino e o 1º Papai Noel reconhecido pelo mundo.
SINOS:
Acredita-se que o som das badaladas dos sinos espantem todas as coisas ruins e atraiam boa sorte e alegria.
GUIRLANDA:
Representa a presença do Menino Jesus na casa. Normalmente é colocada na porta de entrada dos lares, deixando visível que aquela casa esta protegida.
ÁRVORE DE NATAL:
Muitas histórias são contadas sobre a origem da árvore de Natal, mas tudo indica que sua origem é tipicamente alemã. Hoje, ela é um dos símbolos mais expressivos do Natal e as crianças aguardam ansiosas para ajudar os pais a enfeitá-la com flocos de algodão, fitas, luzes e bolas coloridas. Segundo a lenda, a árvore é a representação de Jesus, que é o tronco, e nós somos os ramos. As bolas e as luzes coloridas representam os frutos por ela produzidos, indicando a nossa caridade e generosidade.
CANÇÕES DE NATAL:
A mais popular das músicas da noite de Natal, “Noite Feliz”, foi criada pelo padre Joseph Franz Mohr e pelo professor Franz Xavier Grueber. A letra veio da inspiração do padre, em uma noite estrelada, que ficou imaginando como teria sido a noite em Belém, quando Jesus nasceu. Escreveu a letra em forma de poema, uniu a melodia presenteada pelo compositor Grueber e utilizou-a na Missa do Galo de 1818.
Hoje, “NOITE FELIZ” é cantada em inúmeros idiomas.
"Noite Feliz
“Natal 2000 anos de tradições”, editora Madras.
Priscilla Germano
Publicação: Dezembro 2003 - Edição: 19
O Natal é a data mais importante do calendário cristão, quando é celebrado o nascimento do Menino Jesus. Mas quando falamos sobre Natal, podemos abrir um leque de histórias, contos e tradições, que até hoje são transmitidas de geração a geração.
Para que sua festa fique ainda mais bonita e alegre, vamos contar um pouco sobre as histórias que existem por trás de alguns símbolos e enfeites natalinos, e vamos expor o que eles representam para esta época de harmonia e paz entre amigos e familiares.
PAPAI NOEL OU SÃO NICOLAU:
Diz a lenda que São Nicolau era um homem muito rico e muito generoso. Conta-se que ele distribuía dinheiro aos pobres e presenteava as crianças que não tinham com o que se alegrar. Faleceu no dia 6 de dezembro, tornando este dia o Dia de São Nicolau. Esta data é muito lembrada e comemorada em alguns países do oriente, onde os pais ainda presenteiam seus filhos fazendo uma referência a São Nicolau. Por causa da proximidade de sua festa com a data do nascimento de Cristo, acabou-se transferindo lentamente a tradição de presentear as crianças para o dia 25 de dezembro. Os pais costumavam dizer que era São Nicolau quem trazia os presentes do céu. São Nicolau foi se tornando um símbolo natalino e o 1º Papai Noel reconhecido pelo mundo.
SINOS:
Acredita-se que o som das badaladas dos sinos espantem todas as coisas ruins e atraiam boa sorte e alegria.
GUIRLANDA:
Representa a presença do Menino Jesus na casa. Normalmente é colocada na porta de entrada dos lares, deixando visível que aquela casa esta protegida.
ÁRVORE DE NATAL:
Muitas histórias são contadas sobre a origem da árvore de Natal, mas tudo indica que sua origem é tipicamente alemã. Hoje, ela é um dos símbolos mais expressivos do Natal e as crianças aguardam ansiosas para ajudar os pais a enfeitá-la com flocos de algodão, fitas, luzes e bolas coloridas. Segundo a lenda, a árvore é a representação de Jesus, que é o tronco, e nós somos os ramos. As bolas e as luzes coloridas representam os frutos por ela produzidos, indicando a nossa caridade e generosidade.
CANÇÕES DE NATAL:
A mais popular das músicas da noite de Natal, “Noite Feliz”, foi criada pelo padre Joseph Franz Mohr e pelo professor Franz Xavier Grueber. A letra veio da inspiração do padre, em uma noite estrelada, que ficou imaginando como teria sido a noite em Belém, quando Jesus nasceu. Escreveu a letra em forma de poema, uniu a melodia presenteada pelo compositor Grueber e utilizou-a na Missa do Galo de 1818.
Hoje, “NOITE FELIZ” é cantada em inúmeros idiomas.
"Noite Feliz
Noite feliz! Noite feliz!
Oh Senhor, Deus de Amor,
Pobrezinho nasceu em Belém.
Eis na lapa Jesus, nosso bem.
Dorme em paz, oh Jesus!
Dorme em paz, oh Jesus!
Noite feliz! Noite feliz!
Eis que no ar vêm cantar
Aos pastores
Os anjos do céu
Anunciando
A chegada de Deus,
De Jesus Salvador!
(BIS)
Noite feliz! Noite feliz!
Oh! Jesus, Deus da Luz,
Quão amável é teu coração
Que quiseste nascer
Nosso irmão
E a nós todos salvar.
E a nós todos salvar!"
Para saber mais sobre histórias de Natal:“Natal 2000 anos de tradições”, editora Madras.
Priscilla Germano
Publicação: Dezembro 2003 - Edição: 19
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
SONHADOR
– Mais eu te amo!
– Não adianta.
Lhe falta o nosso sustento.
– Tu me amas?
– Só o que tenho é amor.
– O amor é tudo.
– Não, se existe a fome.
– Vamos viver de brisa.
– Está pensando que eu sou flor?
Não. Brisa não alimenta.
– Alimenta sim. A alma.
– Somos também corpo.
– Ah! Isso não é amor.
– Somos matéria, carne, pecado.
– Eu sou só espírito!
Transcendental é o meu amor.
– Você está sonhando.
Isso é poesia, delírio.
– Não seria poeta
Se não fosse um sonhador.
Roberval Paulo
– Não adianta.
Lhe falta o nosso sustento.
– Tu me amas?
– Só o que tenho é amor.
– O amor é tudo.
– Não, se existe a fome.
– Vamos viver de brisa.
– Está pensando que eu sou flor?
Não. Brisa não alimenta.
– Alimenta sim. A alma.
– Somos também corpo.
– Ah! Isso não é amor.
– Somos matéria, carne, pecado.
– Eu sou só espírito!
Transcendental é o meu amor.
– Você está sonhando.
Isso é poesia, delírio.
– Não seria poeta
Se não fosse um sonhador.
Roberval Paulo
INFINITO AMOR
O infinito é tão grande
Que não tem fim
Como explicar o infinito?
Não se explica
Se é infinito, não tem dimensões
nem limites
nem referências
Impossível de ser medido.
Agora entendo
É por isso!
É por isso que não compreendo
que não explico
Nem o infinito
Nem o meu amor
Também é infinito
E está dentro de mim.
Só não sei como pode
Estar em mim esse amor
É amor infinito
Infinito amor
E dentro de mim
Também sou infinito
Eu, o infinito, o amor
Infinitamente infinitos.
Roberval Paulo
Que não tem fim
Como explicar o infinito?
Não se explica
Se é infinito, não tem dimensões
nem limites
nem referências
Impossível de ser medido.
Agora entendo
É por isso!
É por isso que não compreendo
que não explico
Nem o infinito
Nem o meu amor
Também é infinito
E está dentro de mim.
Só não sei como pode
Estar em mim esse amor
É amor infinito
Infinito amor
E dentro de mim
Também sou infinito
Eu, o infinito, o amor
Infinitamente infinitos.
Roberval Paulo
NATAL E AMOR - TUDO A VER
Natal chegando
O velho se indo para a chegada do novo
Renovar sonhos e esperanças, metas e objetivos
Ser melhor a cada dia.
Cantar, sorrir e partilhar com quem passar pelo seu caminho
Aqui tudo é breve e é só esse o tempo de fazer.
Natal é amor!
Natal é paz e crença no novo
Natal também é fé.
Natal é nascimento!
Apresentação do salvador à humanidade
Gerado do espírito santo de deus e não da carne.
O Salvador vive
O amor nasceu
O verbo se fez carne e os sinos do natal tocaram anunciando a boa nova.
Que neste natal a paz chegue para ficar
E que todos os seus sonhos se realizem.
Que você receba de cristo todas as bençãos
E que o natal floresça em todos os dias da tua vida e de todos os seus.
Que o ano novo seja repleto de paz e de muitas, mas muitas realizações para todos nós
São os nossos mais sinceros votos.
Votos de fé e de esperanças.
Votos de sonhos e do mais sublime e verdadeiro AMOR!
BOAS FESTAS! FELIZ NATAL! PRÓSPERO ANO NOVO!
Roberval Paulo
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
ERVAS E FLORES
Nestes últimos dias, enquanto centenas de bandidos eram presos, diversas crianças nasciam nos morros e favelas do Rio. Os primeiros serão adotados pelos governos ao custo médio de R$ 20.400,00 por ano. Os outros, serão abandonados pelos governos, nada receberão no começo; depois, não mais de R$ 2 mil anuais para sua educação que durará poucos anos em péssima qualidade. O Brasil gasta corretamente dinheiro para arrancar as ervas daninhas da sociedade, mas se nega estupidamente a gastar o dinheiro necessário para fazer florescer as flores que são as nossas crianças.
É tão óbvio o absurdo de adotar bandidos e não adotar também os recém-nascidos que é preciso perguntar o que leva uma sociedade a agir dessa maneira. Uma explicação é a maneira superficial como o Brasil considera os problemas na medida em que eles são visíveis: os bandidos são problemas visíveis, as crianças não atacam, não promovem motim, não votam. Por isso, prisões fazem falta, escolas não.
Além de injusto, isto é estúpido porque perdemos o potencial que há dentro de cada criança e corremos o risco de alguns serem levados, por necessidade, à criminalidade no futuro.
Esta aversão às mudanças estruturais e a preferência pelo jeitinho, tem a ver com a histórica característica de uma sociedade atávica e violenta, que defende privilégios graças a uma violência invisível contra os índios e os escravos, contra homens com fome do outro lado da cerca. Vê-se a violência do esfomeado sem trabalho, não a violência da exclusão ao direito de trabalhar na terra improdutiva.
Na luta contra a violência, prefere-se o jeitinho da superficialidade de prender os “violentos” do outro lado da cerca, ao invés de derrubar a cerca para fechar a fábrica de violência. Usa-se o que é preciso hoje, sem cuidar do amanhã. Para hoje, os policiais, para amanhã os professores; para hoje as balas, para amanhã os computadores; para hoje mais cadeias, para amanhã mais escolas; para hoje adotar bandidos, para um dia talvez adotar também crianças. O que é para construir o amanhã fica para amanhã.
E para justificar esta preferência suicida, preferimos não ver toda a violência. Vemos a violência dos bandidos que deve ser impedida com cadeias, não a da exclusão das crianças que nascem no mesmo momento, precisando de escolas. Não vemos as violências invisíveis para podermos ver apenas a violência visível.
A tomada dos morros das mãos dos bandidos é uma condição imediata necessária. Obstante, é apenas um jeitinho passageiro, que não trará a paz. Livrará a sociedade dos bandidos, inclusive os pobres dos morros, que vivem ao lado do tráfico, perdendo seus filhos, sem inclui-los no mundo da paz e sem protegê-los contra as violências escondidas na invisibilidade. Assim, as violências históricas continuam sendo praticadas como, por exemplo, a mãe de todas as desigualdades: a desigualdade na qualidade da escola e na qualidade da saúde.
O caminho é construir escolas, privilegiar e formar professores, fazer uma doce revolução pela educação. Além de cadeias para adotar as ervas daninhas com a máxima segurança, é preciso construir escolas iguais, com a máxima qualidade, em todos os morros, bairros e condomínios para adotar uma nova geração de crianças, nossas flores. Se a federalização da luta contra os bandidos é aceita, a federalização da revolução educacional também deve ser.
Porque quando todas as crianças tiverem a mesma escola, menos jovens cairão no crime e o futuro será disputado em condições iguais entre as flores dos morros e as flores dos condomínios fechados, combatendo uma lógica, também invisível, na aparente estupidez de adotar os bandidos e não adotar as crianças. Afinal, as ervas daninhas são do presente, as flores apenas uma hipótese para o futuro.
Cristovam Buarque é Professor da Universidade de Brasília e Senador pelo PDT/DF.
É tão óbvio o absurdo de adotar bandidos e não adotar também os recém-nascidos que é preciso perguntar o que leva uma sociedade a agir dessa maneira. Uma explicação é a maneira superficial como o Brasil considera os problemas na medida em que eles são visíveis: os bandidos são problemas visíveis, as crianças não atacam, não promovem motim, não votam. Por isso, prisões fazem falta, escolas não.
Além de injusto, isto é estúpido porque perdemos o potencial que há dentro de cada criança e corremos o risco de alguns serem levados, por necessidade, à criminalidade no futuro.
Esta aversão às mudanças estruturais e a preferência pelo jeitinho, tem a ver com a histórica característica de uma sociedade atávica e violenta, que defende privilégios graças a uma violência invisível contra os índios e os escravos, contra homens com fome do outro lado da cerca. Vê-se a violência do esfomeado sem trabalho, não a violência da exclusão ao direito de trabalhar na terra improdutiva.
Na luta contra a violência, prefere-se o jeitinho da superficialidade de prender os “violentos” do outro lado da cerca, ao invés de derrubar a cerca para fechar a fábrica de violência. Usa-se o que é preciso hoje, sem cuidar do amanhã. Para hoje, os policiais, para amanhã os professores; para hoje as balas, para amanhã os computadores; para hoje mais cadeias, para amanhã mais escolas; para hoje adotar bandidos, para um dia talvez adotar também crianças. O que é para construir o amanhã fica para amanhã.
E para justificar esta preferência suicida, preferimos não ver toda a violência. Vemos a violência dos bandidos que deve ser impedida com cadeias, não a da exclusão das crianças que nascem no mesmo momento, precisando de escolas. Não vemos as violências invisíveis para podermos ver apenas a violência visível.
A tomada dos morros das mãos dos bandidos é uma condição imediata necessária. Obstante, é apenas um jeitinho passageiro, que não trará a paz. Livrará a sociedade dos bandidos, inclusive os pobres dos morros, que vivem ao lado do tráfico, perdendo seus filhos, sem inclui-los no mundo da paz e sem protegê-los contra as violências escondidas na invisibilidade. Assim, as violências históricas continuam sendo praticadas como, por exemplo, a mãe de todas as desigualdades: a desigualdade na qualidade da escola e na qualidade da saúde.
O caminho é construir escolas, privilegiar e formar professores, fazer uma doce revolução pela educação. Além de cadeias para adotar as ervas daninhas com a máxima segurança, é preciso construir escolas iguais, com a máxima qualidade, em todos os morros, bairros e condomínios para adotar uma nova geração de crianças, nossas flores. Se a federalização da luta contra os bandidos é aceita, a federalização da revolução educacional também deve ser.
Porque quando todas as crianças tiverem a mesma escola, menos jovens cairão no crime e o futuro será disputado em condições iguais entre as flores dos morros e as flores dos condomínios fechados, combatendo uma lógica, também invisível, na aparente estupidez de adotar os bandidos e não adotar as crianças. Afinal, as ervas daninhas são do presente, as flores apenas uma hipótese para o futuro.
Cristovam Buarque é Professor da Universidade de Brasília e Senador pelo PDT/DF.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
O melhor jogador do mundo em 2010
O melhor jogador do mundo em 2010
Enviado por luisnassif, seg, 06/12/2010 - 10:58
Por Luiz Gonzaga da Silva
O certo era chamar esse prêmio de melhor da Europa, ao invés do mundo. O técnico campeão brasileiro, Muricy Ramalho, é bem mais teinador do que os três indicados. Nas competições sulamericanas não tivemos grandes destaques de jogador, mas mesmo que tivéssemos não seriam indicados. Os eleitores só assistem jogos europeus.
Do Globo Esporte
Barça domina eleição da Bola de Ouro: Xavi, Iniesta e Messi na briga
Fifa e 'France Football' divulgam lista dos finalistas. Marta briga pelo penta no feminino, e final dos técnicos tem Guardiola, Mourinho e Del Bosque
Por GLOBOESPORTE.COM
Paris, França
Três jogadores do Barcelona brigam pelo prêmio de melhor jogador de 2010: Messi, Iniesta e Xavi são os finalistas da Bola de Ouro, prêmio que será entregue pela Fifa e pela revista "France Football" no dia 10 de janeiro de 2011. Marta vai lutar pelo penta no futebol feminino.
No domingo, o jornal italiano "Gazzetta dello Sport" publicou que o trio do Barça ficaria na final e que Iniesta, autor do gol do título da Espanha na Copa do Mundo, é o favorito para vencer a disputa. Neste ano, o prêmio foi unificado pela Fifa e pela revista francesa. Candidatos como o uruguaio Forlán (eleito o melhor do Mundial), o holandês Sneijder e o português Cristiano Ronaldo ficaram fora da briga.
Quando a Bola de Ouro era organizada apenas pela "France Football", só o Milan conseguiu ter jogadores nos três primeiros lugares: em 1988 (Van Basten, Gullit e Rijkaard) e 1989 (Van Basten, Baresi, Rijkaard). No ano passado, o Barça teve dois finalistas no prêmio da Fifa: o vencedor Messi e Xavi, que dividiram o pódio com Cristiano Ronaldo (em segundo).
O futebol espanhol dominou também a lista dos melhores treinadores de 2010: Pep Guardiola (Barcelona), José Mourinho (Real Madrid, mas vencedor da Liga dos Campeõs, Copa da Itália e Campeonato Italiano com o Inter de Milão na temporada 2009/2010) e Vicente del Bosque (campeão do mundo com a Espanha) foram os indicados.
No futebol feminino, Marta, que venceu o prêmio da Fifa nos últimos quatro anos, terá a concorrência de duas alemãs: Fatmire Bajramaj e a veterana Birgit Prinz, tricampeã em 2003, 2004 e 2005.
Os nomes de Messi, Xavi e Iniesta saíram de uma lista de 23 jogadores selecionados pela Fifa e pela "France Football". O Brasil tinha três atletas nesta relação: Julio César e Maicon, do Inter de Milão, e Daniel Alves, do Barça. Os finalistas foram os mais votados por técnicos e capitães das seleções filiadas à Fifa e por jornalistas escolhidos pela revista. O troféu da premiação será a Bola de Ouro, entregue pela publicação francesa desde 1956.
O evento contou com a presença dos ex-jogadores franceses Jean Pierre Papin, que ganhou a Bola de Ouro da "France Football" em 1991 (ano que ficou em segundo lugar no prêmio da Fifa, atrás do alemão Lotthar Matthäus), e Christian Karembeu, campeão do mundo em 1998. O secretário-geral Jeróme Valcke representou a entidade máxima do futebol.
Enviado por luisnassif, seg, 06/12/2010 - 10:58
Por Luiz Gonzaga da Silva
O certo era chamar esse prêmio de melhor da Europa, ao invés do mundo. O técnico campeão brasileiro, Muricy Ramalho, é bem mais teinador do que os três indicados. Nas competições sulamericanas não tivemos grandes destaques de jogador, mas mesmo que tivéssemos não seriam indicados. Os eleitores só assistem jogos europeus.
Do Globo Esporte
Barça domina eleição da Bola de Ouro: Xavi, Iniesta e Messi na briga
Fifa e 'France Football' divulgam lista dos finalistas. Marta briga pelo penta no feminino, e final dos técnicos tem Guardiola, Mourinho e Del Bosque
Por GLOBOESPORTE.COM
Paris, França
Três jogadores do Barcelona brigam pelo prêmio de melhor jogador de 2010: Messi, Iniesta e Xavi são os finalistas da Bola de Ouro, prêmio que será entregue pela Fifa e pela revista "France Football" no dia 10 de janeiro de 2011. Marta vai lutar pelo penta no futebol feminino.
No domingo, o jornal italiano "Gazzetta dello Sport" publicou que o trio do Barça ficaria na final e que Iniesta, autor do gol do título da Espanha na Copa do Mundo, é o favorito para vencer a disputa. Neste ano, o prêmio foi unificado pela Fifa e pela revista francesa. Candidatos como o uruguaio Forlán (eleito o melhor do Mundial), o holandês Sneijder e o português Cristiano Ronaldo ficaram fora da briga.
Quando a Bola de Ouro era organizada apenas pela "France Football", só o Milan conseguiu ter jogadores nos três primeiros lugares: em 1988 (Van Basten, Gullit e Rijkaard) e 1989 (Van Basten, Baresi, Rijkaard). No ano passado, o Barça teve dois finalistas no prêmio da Fifa: o vencedor Messi e Xavi, que dividiram o pódio com Cristiano Ronaldo (em segundo).
O futebol espanhol dominou também a lista dos melhores treinadores de 2010: Pep Guardiola (Barcelona), José Mourinho (Real Madrid, mas vencedor da Liga dos Campeõs, Copa da Itália e Campeonato Italiano com o Inter de Milão na temporada 2009/2010) e Vicente del Bosque (campeão do mundo com a Espanha) foram os indicados.
No futebol feminino, Marta, que venceu o prêmio da Fifa nos últimos quatro anos, terá a concorrência de duas alemãs: Fatmire Bajramaj e a veterana Birgit Prinz, tricampeã em 2003, 2004 e 2005.
Os nomes de Messi, Xavi e Iniesta saíram de uma lista de 23 jogadores selecionados pela Fifa e pela "France Football". O Brasil tinha três atletas nesta relação: Julio César e Maicon, do Inter de Milão, e Daniel Alves, do Barça. Os finalistas foram os mais votados por técnicos e capitães das seleções filiadas à Fifa e por jornalistas escolhidos pela revista. O troféu da premiação será a Bola de Ouro, entregue pela publicação francesa desde 1956.
O evento contou com a presença dos ex-jogadores franceses Jean Pierre Papin, que ganhou a Bola de Ouro da "France Football" em 1991 (ano que ficou em segundo lugar no prêmio da Fifa, atrás do alemão Lotthar Matthäus), e Christian Karembeu, campeão do mundo em 1998. O secretário-geral Jeróme Valcke representou a entidade máxima do futebol.
sábado, 4 de dezembro de 2010
PASÁRGADA JÁ NÃO EXISTE
Um pensamento cortante ao mestre Manuel Bandeira
Vou me embora daqui
Daqui pra um outro lugar
Aonde eu possa ter
Uns seis anos mais ou menos
E todos os meus problemas
Sejam sonhos de criança
Vou me embora daqui
Eu sei que há um outro lugar
Aonde eu possa viver
Sem tudo me angustiar
Aonde eu possa existir
Existindo de verdade
E possa contar estrelas
Sem verrugas me nascer
Vou me embora, vou me embora
Eu sei que já vou embora
Vou porque está em mim
O desejo de partir
O lugar já não existe
Aqui não existe nada
Não posso mais ser tão triste
Preciso me encontrar
E quando a noite chegar
Quero um sonho que amanheça
E quando o dia acordar
Eu bem distante daqui
Aí vou querer voltar
Aos seis anos mais ou menos
Aí vou querer viver
Sem tudo me angustiar
E vou querer existir
Existindo de verdade
E vou poder encontrar-me
No lugar de onde eu vim
E os meus sonhos de criança
Vou poder recomeçar
E não vou mais ser tão triste
Vou até me alegrar.
Pois não encontrei Pasárgada
Pasárgada não mais existe
Não vou nem mais querer ter
Vontade de me matar
À noite só quero amar
À noite só quero amar
À noite só quero amar
Sem medo de ser feliz
É que aprendi que a vida
É a realidade que há
A realidade que é minha
A realidade que é nossa
A realidade da qual
Se vence no caminhar.
Roberval Paulo
Vou me embora daqui
Daqui pra um outro lugar
Aonde eu possa ter
Uns seis anos mais ou menos
E todos os meus problemas
Sejam sonhos de criança
Vou me embora daqui
Eu sei que há um outro lugar
Aonde eu possa viver
Sem tudo me angustiar
Aonde eu possa existir
Existindo de verdade
E possa contar estrelas
Sem verrugas me nascer
Vou me embora, vou me embora
Eu sei que já vou embora
Vou porque está em mim
O desejo de partir
O lugar já não existe
Aqui não existe nada
Não posso mais ser tão triste
Preciso me encontrar
E quando a noite chegar
Quero um sonho que amanheça
E quando o dia acordar
Eu bem distante daqui
Aí vou querer voltar
Aos seis anos mais ou menos
Aí vou querer viver
Sem tudo me angustiar
E vou querer existir
Existindo de verdade
E vou poder encontrar-me
No lugar de onde eu vim
E os meus sonhos de criança
Vou poder recomeçar
E não vou mais ser tão triste
Vou até me alegrar.
Pois não encontrei Pasárgada
Pasárgada não mais existe
Não vou nem mais querer ter
Vontade de me matar
À noite só quero amar
À noite só quero amar
À noite só quero amar
Sem medo de ser feliz
É que aprendi que a vida
É a realidade que há
A realidade que é minha
A realidade que é nossa
A realidade da qual
Se vence no caminhar.
Roberval Paulo
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
FLOR VENTO E BEIJA FLOR
Por amor feristes Este meu coração
E sem mais ter razão
Me vi no vazio
E na dor da paixão
As lágrimas rolaram
E se precipitaram
Formando um rio
E olhando esse rio
Presenciei uma cena
Que me causou espanto
E muita emoção
Uma flor se abriu
Fez figa e se fechou
Pro seu beija-flor
Que a esvoaçou
E só vendo os espinhos
Ficou tão tristinho
E bem longe sumiu
E voou o beija-flor
Sem a sua flor
Se viu tão sozinho
Saiu do caminho
E se espatifou
Nas pedras do chão
E em lamentação
Pobre colibri
Ali sucumbiu
E ali ficou
Jogado às traças
Em sua desgraça
Abraçando a sorte
E o vento do norte
Passando lhe viu
E lhe indagou
Quê que foi beija-flor?
E ele respondeu:
minha flor não sorriu
Pra mim se fechou
E sem o seu olor
Meu sonho morreu
E o vento sofreu
E se apiedou
E soprando chegou
Onde a flor dormia
E disse: flor do dia
Flor da noite, flor do tempo
Eu sou o Deus vento
Levo ar a todo ser
E venho soprar a você
Que o beija-flor está sofrendo
Sem seu beijo está morrendo
É só pena o coitadinho
Não é nem beija, nem flor
Venho pedir-lhe um favor
Se abra a esse bichinho
Que só tem pra ti, carinhos
E leva a vida a adejar-te
Só te fazendo carinho
E sem ti está sozinho
Sem vida, sem razão de ser
É certo que vais morrer
Não deixe que isso aconteça
Vai me doer na cabeça
E posso não mais soprar
E sem meu sopro, o mundo
Não pode mais respirar
E tú também vais morrer
E as vidas vão se acabar
E eu vou ficar sozinho
Perdido e sem carinho
Sem movimento, então morro
Tudo em nada vai virar.
E a flor, compadecida
Viu o mal que tinha feito
Chorou muito e com efeito
Se abriu num lindo sorriso
E a última lágrima, rolando
Foi levada pelo vento
Qual gota de cristal líquido
No beija-flor foi batendo
E ele logo, renascendo
À flor um beijo ofertou
E agradeceu ao vento
Que sorrindo se afastou
E de tanta emoção
Chorava que soluçou
E soprou brisa no mundo
Nos quatro cantos caiu
O campo todo floriu
E tudo verde ficou
Flor e Beija-flor sorriram
E o vento a mim chegou
E me vendo acabrunhado
Me envolveu num doce beijo
Que minha face corou
E foi logo perguntando
O que tinha acontecido
Lhe contei, entristecido
O meu amor me deixou
E ele disse, já resolvo
Não precisa mais chorar
Antes que esse sol se vá
Teu amor eu trago aqui
E saiu a te buscar
E eu fiquei esperando
Pensando que era o fim
E o vento me trouxe à vida
Achando minha flor perdida
Lá pelas bandas do mar
E lhe ensinando a amar
Trouxe-a de volta pra mim
E aqui estamos nós
Dois seres e uma só voz
Sozinhos, juntos enfim.
Roberval Paulo
E sem mais ter razão
Me vi no vazio
E na dor da paixão
As lágrimas rolaram
E se precipitaram
Formando um rio
E olhando esse rio
Presenciei uma cena
Que me causou espanto
E muita emoção
Uma flor se abriu
Fez figa e se fechou
Pro seu beija-flor
Que a esvoaçou
E só vendo os espinhos
Ficou tão tristinho
E bem longe sumiu
E voou o beija-flor
Sem a sua flor
Se viu tão sozinho
Saiu do caminho
E se espatifou
Nas pedras do chão
E em lamentação
Pobre colibri
Ali sucumbiu
E ali ficou
Jogado às traças
Em sua desgraça
Abraçando a sorte
E o vento do norte
Passando lhe viu
E lhe indagou
Quê que foi beija-flor?
E ele respondeu:
minha flor não sorriu
Pra mim se fechou
E sem o seu olor
Meu sonho morreu
E o vento sofreu
E se apiedou
E soprando chegou
Onde a flor dormia
E disse: flor do dia
Flor da noite, flor do tempo
Eu sou o Deus vento
Levo ar a todo ser
E venho soprar a você
Que o beija-flor está sofrendo
Sem seu beijo está morrendo
É só pena o coitadinho
Não é nem beija, nem flor
Venho pedir-lhe um favor
Se abra a esse bichinho
Que só tem pra ti, carinhos
E leva a vida a adejar-te
Só te fazendo carinho
E sem ti está sozinho
Sem vida, sem razão de ser
É certo que vais morrer
Não deixe que isso aconteça
Vai me doer na cabeça
E posso não mais soprar
E sem meu sopro, o mundo
Não pode mais respirar
E tú também vais morrer
E as vidas vão se acabar
E eu vou ficar sozinho
Perdido e sem carinho
Sem movimento, então morro
Tudo em nada vai virar.
E a flor, compadecida
Viu o mal que tinha feito
Chorou muito e com efeito
Se abriu num lindo sorriso
E a última lágrima, rolando
Foi levada pelo vento
Qual gota de cristal líquido
No beija-flor foi batendo
E ele logo, renascendo
À flor um beijo ofertou
E agradeceu ao vento
Que sorrindo se afastou
E de tanta emoção
Chorava que soluçou
E soprou brisa no mundo
Nos quatro cantos caiu
O campo todo floriu
E tudo verde ficou
Flor e Beija-flor sorriram
E o vento a mim chegou
E me vendo acabrunhado
Me envolveu num doce beijo
Que minha face corou
E foi logo perguntando
O que tinha acontecido
Lhe contei, entristecido
O meu amor me deixou
E ele disse, já resolvo
Não precisa mais chorar
Antes que esse sol se vá
Teu amor eu trago aqui
E saiu a te buscar
E eu fiquei esperando
Pensando que era o fim
E o vento me trouxe à vida
Achando minha flor perdida
Lá pelas bandas do mar
E lhe ensinando a amar
Trouxe-a de volta pra mim
E aqui estamos nós
Dois seres e uma só voz
Sozinhos, juntos enfim.
Roberval Paulo
ELEIÇÃO DA MESA DIRETORA DA CÂMARA MUNICIPAL DE ALIANÇA DO TOCANTINS
Sabem aquela história que João amava Teresa que amava Raimundo que amava.............., que amava Lili que não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Teresa foi para o..............., Raimundo morreu de..........., Maria..........., Joaquim........... e Lili casou com J. que não tinha entrado na história. (Carlos Drummond de Andrade).
Foi mais ou menos isso o que aconteceu na tão esperada eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Aliança do Tocantins para o exercício de 2011, só que em outra natureza.
Na batalha entre o vereador Wilmoney de Paula, candidato declarado desde a muito tempo e o candidato natural da situação, o vereador Anecir Vasconcelos, deu o vereador José Alves de Morais, o popular Zé Baiano, que nem estava no páreo.
É bom que se diga que o vereador Zé Baiano disputou as duas últimas eleições desta gestão da Câmara, sendo derrotado nas duas. Não sonhava e nem almejava mais ser Presidente, dada às cicatrizes e decepção adquiridas nessas derrotas.
O grupo denominado dos cinco, sendo os vereadores Anecir, Zé Henrique, Zé Neiva, Alfredo Baiano e Rones Ferreira, atual presidente, que vinha ganhando as eleições, se viu orfão com a perda muito sentida do vereador Alfredo Baiano, falecido em 13 de janeiro de 2010. Aí, restaram só quatro vereadores. Como ganhar em menor número?
Paralelamente a isto, o vereador Wilmoney nadava de braçada rumo a tão sonhada vitória, acreditando piamente em sua eleição.
Tudo quieto. Tudo em letargia e o fogo queimando por baixo do munturo. A cena perfeita. Só os bastidores se agitavam mas realmente, nos bastidores.
Como política é uma arte e a arte só se revela no seu tempo e espaço, tudo aconteceu mas só na hora e no momento certo. De nada adiantou as tentativas de antecipar os acontecimentos, de flertar com o que sério é, de tentar revelar o que não se revela enfim, de forçar e pressionar o que não se da às pressões e nem cede à força. A arte caminha por si só e se revela quando se completa. Aí, podem crer, ninguém segura.
Chegou o grande dia. O dia da eleição para a tão desejada Mesa Diretora da Câmara Municipal de Aliança do Tocantins, minha querida cidade, mesmo que por adoção pois natural mesmo eu sou de Araguaçu, amada na mesma proporção e afã.
Surpresa! Surpresa geral. Zé Baiano Presidente.
Os olhos arregalados se entreolhavam, querendo entender.
Deu-se a mística da Quadrilha de Carlos Drummond pois o vencedor, com todos os méritos, nem estava na história ou melhor, não estava no páreo, não disputava nada. Como então?
Não fiquem tentando encontrar explicação lógica. A arte é ilógica e seu caminho é traçado em piso de nuvem ou de arco-íris, menos de chão.
E acreditem. Quando a terra do lado de cá se tornar infrutífera, não insista mais nela. Procure outra terra e boa, e terás colheita abundante.
Zé Baiano cansou de perder. A derrota dói, ainda mais quando não se vislumbra e não se adquire o espaço necessário e de direito dentro do seu próprio time. A jogo é coletivo e a arte também. Estrela que brilha sozinha só a estrela D'alva que, é tão magestosa, que as outras, por si mesmas, se ofuscam para se deleitarem em seu brilho total e explêndido.
Muricy Ramalho mudou de time. Despretigiado no São Paulo por quem muito lutou e ganhou e no Palmeiras, tá quase campeão com o Fluminense, dispensando inclusive o convite para ser técnico da Seleção Brasileira, sonho de todo e qualquer treinador brasileiro.
Zé Baiano também mudou. Cansou mesmo de perder, sentindo-se desprestigiado e sem espaço.
Agora são cinco de novo. Cinco vereadores que nesta gestão vencem as eleições para a Mesa Diretora da Câmara já por três anos consecutivos. Trocam-se as peças mas o ideal continua. De continuarem juntos com lealdade, compromisso e seriedade.
Ficou assim a composição da chapa Compromisso e Seriedade, eleita para o exercício de 2011 da Câmara Municipal de Aliança do Tocantins.
MESA DIRETORA:
Presidente: JOSÉ ALVES DE MORAIS - ZÉ BAIANO;
Vice-Presidente: JOSÉ RODRIGUES NEIVA;
1º Secretário: RONES FERREIRA ALVES;
2º Secretário: JOSÉ HENRIQUE DE SOUSA
Tesoureiro: ANECIR VASCONCELOS GARCIA.
Parabéns a todos e que o verdadeiro espírito público contagie a nós todos e que possamos atuar com responsabilidade e compromisso, desenvolvendo realmente políticas públicas que venham finalmente a atender os anseios e necessidades do povo, da população; daqueles que assinam cheque em branco para agirmos por eles, através do voto.
Não tentem explicar a arte. Deixe-a só fluir e ela encontrará o caminho.
Roberval Paulo
terça-feira, 30 de novembro de 2010
PAZ AO RIO E PAZ AO POVO TAMBÉM
A pomba branca da paz alçou o seu vôo e sobrevoou toda a baía de guanabara, na cidade maravilhosa do Rio de Janeiro e, nos morros da insônia e do desassossego, foi atingida e ferida de morte por balas perdidas e destinadas especificamente para inibir a paz e esta, chorando a insensatez da humanidade desordenada e sem direção, deixou-se abater e caiu por terra em sono profundo para não mais levantar.
Foi-se embora a paz, tragada e morta pela ambição e egoísmo dos seres humanos. Pela maldade e insanidade dos modelos econômicos vomitados pelas estruturas do poder que, podres e corruptas, segregam e excluem a grande maioria dos seus iguais.
E assim, o caos se instalou e a bandeira negra da dor e do terror espalhou sua legião de seres ante-socializados pela hipocrisia viva e cruel dos homens, pelos becos e labirintos e vãos dos morros e favelas à caça do sangue que de suas entranhas foi retirado à custa de ações massacrantes e perversas contra as massas, arquitetadas pela minoria privilegiada e inescrupulosa e, o conglomerado da miséria humana encheu, encheu que explodiu, fazendo jorrar dos morros para o asfalto a desesperança, o descaso, o medo da existência e a dor aguda da impotência, desencadeando o confronto geral dos que nada tem aos que tudo ganham.
A guerra foi inevitável e o sangue de culpados e inocentes se igualaram na dor das famílias destruidas e a batalha sangrenta teve início quando a descrença venceu o amor e, no rito do cada um por si, na junção da conveniência, venceu o desentendimento total pela selvagem e necessária sobrevivência.
O caminho inverso está sendo feito. Tudo que vai um dia volta, transformado e transfigurado. O que foi levado e semeado pelo desamor da sociedade para com ela mesma retorna agora em ódio e ação contrária à sua própria dor que sangra com o sabor do sangue imprevisível e inevitável.
Não há mais outro caminho. Não tem mais outro jeito que não o enfrentamento dos poderes.
O poder oficial, instituído, legítimo, legalizado menos que irracional e guiado pelos interesses dos seus mandatários e o poder paralelo, também instituído e legitimado pela lei da sobrevivência, alimentado pelas feridas enraízadas n'alma, causadas pelas ações ineficazes e cínicas do poder oficial; ilegal mas não menos poder enquanto poder de interesses.
Que vença a paz, se isso for possível e que cause o mínimo necessário de dor.
A dor impossível e revolta que ataca nosso peito a cada novo menino garoto tragado pelo crime.
A cada nova menina moça pintada pelas cores intrigantes e revoltantes da ascendente e desfigurada prostituição.
A cada pai de família com o peito trespassado pela faca da realidade da vida do filho morto.
A cada mãe com alma e coração sangrando pelos filhos fulminados, alimentados e decaídos pelo indestrutível e periculoso tráfico.
A cada novo ser esperançoso dessa tão desesperançada sociedade, descrente e desencaminhada como sedenta e perseguidora voraz da paz tão sonhada e almejada.
Que vença a paz se isso for possível.
Que vença a paz se isso for possível.
Que vença a paz! Que vença a paz!
Enfim, que vença e reine a paz, consumindo, amenizando, suavizando e cicatrizando todas as dores que somos enquanto sociedade em "desevolução", retrocedendo, à procura do seu início.
Roberval Paulo
Foi-se embora a paz, tragada e morta pela ambição e egoísmo dos seres humanos. Pela maldade e insanidade dos modelos econômicos vomitados pelas estruturas do poder que, podres e corruptas, segregam e excluem a grande maioria dos seus iguais.
E assim, o caos se instalou e a bandeira negra da dor e do terror espalhou sua legião de seres ante-socializados pela hipocrisia viva e cruel dos homens, pelos becos e labirintos e vãos dos morros e favelas à caça do sangue que de suas entranhas foi retirado à custa de ações massacrantes e perversas contra as massas, arquitetadas pela minoria privilegiada e inescrupulosa e, o conglomerado da miséria humana encheu, encheu que explodiu, fazendo jorrar dos morros para o asfalto a desesperança, o descaso, o medo da existência e a dor aguda da impotência, desencadeando o confronto geral dos que nada tem aos que tudo ganham.
A guerra foi inevitável e o sangue de culpados e inocentes se igualaram na dor das famílias destruidas e a batalha sangrenta teve início quando a descrença venceu o amor e, no rito do cada um por si, na junção da conveniência, venceu o desentendimento total pela selvagem e necessária sobrevivência.
O caminho inverso está sendo feito. Tudo que vai um dia volta, transformado e transfigurado. O que foi levado e semeado pelo desamor da sociedade para com ela mesma retorna agora em ódio e ação contrária à sua própria dor que sangra com o sabor do sangue imprevisível e inevitável.
Não há mais outro caminho. Não tem mais outro jeito que não o enfrentamento dos poderes.
O poder oficial, instituído, legítimo, legalizado menos que irracional e guiado pelos interesses dos seus mandatários e o poder paralelo, também instituído e legitimado pela lei da sobrevivência, alimentado pelas feridas enraízadas n'alma, causadas pelas ações ineficazes e cínicas do poder oficial; ilegal mas não menos poder enquanto poder de interesses.
Que vença a paz, se isso for possível e que cause o mínimo necessário de dor.
A dor impossível e revolta que ataca nosso peito a cada novo menino garoto tragado pelo crime.
A cada nova menina moça pintada pelas cores intrigantes e revoltantes da ascendente e desfigurada prostituição.
A cada pai de família com o peito trespassado pela faca da realidade da vida do filho morto.
A cada mãe com alma e coração sangrando pelos filhos fulminados, alimentados e decaídos pelo indestrutível e periculoso tráfico.
A cada novo ser esperançoso dessa tão desesperançada sociedade, descrente e desencaminhada como sedenta e perseguidora voraz da paz tão sonhada e almejada.
Que vença a paz se isso for possível.
Que vença a paz se isso for possível.
Que vença a paz! Que vença a paz!
Enfim, que vença e reine a paz, consumindo, amenizando, suavizando e cicatrizando todas as dores que somos enquanto sociedade em "desevolução", retrocedendo, à procura do seu início.
Roberval Paulo
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
CAOS, DESOLAÇÃO!
Estou por aí, na sombra nebulosa da noite, à espera do grito, do sinal
Do chicote no açoite do braço
Do tiro perdido, sem alvo, a qualquer alvo
Ferindo o peito já ferido e maltratado, amordaçado e desolado
Esquecido no beco de uma lembrança apagada.
Sem rosto, sem página, sem a história dos dias passados
Futuro incerto, apontado como imprevisível, um tiro no escuro
O momento seguinte totalmente desconhecido.
Do presente, só o presente
sem embalagem e sem laço de fita. Só a dor da dor vivida e sentida
O sangue agitado nas veias a escorrer pelo horizonte dos olhos
Animal abatido num tiro certeiro. Animal racional
que pela irracionalidade social, irracionaliza-se, desnacionaliza-se.
E se perde o sonho, redendo-se à dura realidade
Traindo a consciência, perdendo a razão
Arquivando as consequências e o conceito de legalidade.
Pra suportar, sem opção. Só com a cabeça feita
E se faz a cabeça. Consome-se, se consumindo;
ingere-se, injeta-se, compartilhando tudo
Amizade inconsciente, risco inerente. Gotas e partículas de morte à prestação
só apressando, antecipando o que já está decidido
Escrito nos anais das sociedades
Veredicto social. Fatalidade da existência: A morte.
Afinal, todos cairão. Coragem irresponsável, covarde
Coragem em mim sem ser minha, alimentada pela hipocrisia, pelo descaso.
E eu, sem forças, me rendo, dominado, corrompido
Bicho alienado, fera acuada
Indignado e sem diginadade
Sem direitos, contado para morrer. O que fazer?
Aceito passivamente porém, revido, agrido
Matando o que em mim morreu
Roubando o que de mim foi roubado.
É o estágio da decomposição, sem recompensa,
assediado por uma falência múltipla de sentimentos.
Incongruente, ferindo pela ferida enraízada n'alma,
plantada pela lei do sistema
Sistema posto, imposto, regado livremente sob espontânea pressão,
opressão, repressão, depressão geral
Embrutecido pela demagogia, mantido pela lei do mais forte.
Insanidade da sandice dos sádicos que, endeusados de poder, pelo poder
acreditam na vida só aqui.
Ledo engano. O processo está sendo montado, a sentença será proclamada
Réo, diante do juíz, sem advogado de defesa, só acusações
O direito à defesa prescrito, findo no último dia de vida aqui.
Agora é tarde, muito tarde. O martelo será batido
Condenado! A revelia, sem recurso
A pena será cumprida, eternamente
E todos os anos irracionalizados, desnacionalizados sobre a terra
será nada frente ao que virá,
posto que tudo debaixo do sol passa.
Aqui é só o prenúncio, o prefácio do livro do tempo para a vida eterna
onde um só dia equivalerá aos cem anos aqui passados
Onde a dor e o gozo serão eternos
Resultados do balanço sobre os atos
Aqui praticados.
Roberval Paulo
Do chicote no açoite do braço
Do tiro perdido, sem alvo, a qualquer alvo
Ferindo o peito já ferido e maltratado, amordaçado e desolado
Esquecido no beco de uma lembrança apagada.
Sem rosto, sem página, sem a história dos dias passados
Futuro incerto, apontado como imprevisível, um tiro no escuro
O momento seguinte totalmente desconhecido.
Do presente, só o presente
sem embalagem e sem laço de fita. Só a dor da dor vivida e sentida
O sangue agitado nas veias a escorrer pelo horizonte dos olhos
Animal abatido num tiro certeiro. Animal racional
que pela irracionalidade social, irracionaliza-se, desnacionaliza-se.
E se perde o sonho, redendo-se à dura realidade
Traindo a consciência, perdendo a razão
Arquivando as consequências e o conceito de legalidade.
Pra suportar, sem opção. Só com a cabeça feita
E se faz a cabeça. Consome-se, se consumindo;
ingere-se, injeta-se, compartilhando tudo
Amizade inconsciente, risco inerente. Gotas e partículas de morte à prestação
só apressando, antecipando o que já está decidido
Escrito nos anais das sociedades
Veredicto social. Fatalidade da existência: A morte.
Afinal, todos cairão. Coragem irresponsável, covarde
Coragem em mim sem ser minha, alimentada pela hipocrisia, pelo descaso.
E eu, sem forças, me rendo, dominado, corrompido
Bicho alienado, fera acuada
Indignado e sem diginadade
Sem direitos, contado para morrer. O que fazer?
Aceito passivamente porém, revido, agrido
Matando o que em mim morreu
Roubando o que de mim foi roubado.
É o estágio da decomposição, sem recompensa,
assediado por uma falência múltipla de sentimentos.
Incongruente, ferindo pela ferida enraízada n'alma,
plantada pela lei do sistema
Sistema posto, imposto, regado livremente sob espontânea pressão,
opressão, repressão, depressão geral
Embrutecido pela demagogia, mantido pela lei do mais forte.
Insanidade da sandice dos sádicos que, endeusados de poder, pelo poder
acreditam na vida só aqui.
Ledo engano. O processo está sendo montado, a sentença será proclamada
Réo, diante do juíz, sem advogado de defesa, só acusações
O direito à defesa prescrito, findo no último dia de vida aqui.
Agora é tarde, muito tarde. O martelo será batido
Condenado! A revelia, sem recurso
A pena será cumprida, eternamente
E todos os anos irracionalizados, desnacionalizados sobre a terra
será nada frente ao que virá,
posto que tudo debaixo do sol passa.
Aqui é só o prenúncio, o prefácio do livro do tempo para a vida eterna
onde um só dia equivalerá aos cem anos aqui passados
Onde a dor e o gozo serão eternos
Resultados do balanço sobre os atos
Aqui praticados.
Roberval Paulo
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
ELEIÇÃO PRESIDENCIAL 2010 – A TEORIA DA CONSPIRAÇÃO
Quando assisti ao filme Teoria da Conspiração pela primeira vez, confesso que não entendi nada; não entendi bulhufas nenhuma. Assisti pela segunda vez e aí a coisa foi diferente; entendi menos ainda. Fiquei intrigado com o modelo americano de contar e mostrar suas tantas facetas e modelos de operetas, contrárias e inversas à ideia original. É tudo o que realmente acontece mas que é negado a todos saber. Teoria da Conspiração, na verdade, é tudo o que eles gostariam que você não soubesse. É uma teoria de um grupo de pessoas, devidamente organizada, aos seus moldes, manipulando um evento ou uma série de eventos para obter um determinado resultado e que, com certeza, seja favorável aos envolvidos.
Bem, do filme em si, confesso que pouco entendi ou entendi nada.
Agora, do que aconteceu nessa nossa campanha presidencial de 2010 eu entendi tudo.
Dessa teoria da conspiração nacional, tudo se sabe. É só analisar com carinho e muito, mas muito critério.
Vejamos:
O Serra é o representante legítimo das oligarquias que tanto mal fizeram à nossa Nação. É o verdadeiro representante de uma oligarquia que é o PSDB e seu grupinho de amigos influentes. É um grupo de intelectuais “políticos”, bem inteligentes, é bom que se diga que, com um discurso falso e a apropriação de projetos que não lhes pertencem, inclusive do plano real, conseguiram seduzir e enganar o povo com a eleição de FHC. Com a montagem e manutenção de uma gigante estrutura de poder, auxiliada pelo DEM, conseguiram a reeleição e governaram esse país por 08 anos. E queriam que o seu projeto de governo, elitista e altamente conservador, durasse mais e acreditaram e investiram fortemente nisso.
Porém, deram com os burros n´agua.
Não contavam com o preparo, repreparo e sagacidade e nem com o conhecimento profundo do Brasil, de todas as suas regiões e do seu povo, pelo cidadão LULA. Não podiam crer que um torneiro mecânico teria a capacidade de desbancar toda uma estrutura montada, articulada e arquitetada nos mínimos e cruéis detalhes. Não podiam e não queriam acreditar que um homem da base, das massas, do meio do povo, pudesse adquirir conhecimentos, e habilidades, e assumir compromissos com a Nação que a nossa direita raivosa e elitista jamais foi capaz em toda a sua vã existência, enquanto estrutura política encarregada de dirigir os destinos de um povo.
O resultado está aí. Dilma Roussef, presidente da República Federativa do Brasil. A primeira mulher presidente da nossa república. Ação e feito do presidente e cidadão LULA da Silva, o maior de todos os seres mortais deste país.
O único Presidente que soube entender e assimilar, com senso de justiça e muita, mas muita sensibilidade e, acima de tudo, responsabilidade, a soberania do povo e que o povo é o contribuinte e o destinatário, em potencial, dos recursos e investimentos públicos e, como nunca antes visto na história do Brasil, deixa o governo, pós 08 anos de mandato, com 83% de aprovação popular.
Deixa o governo para, em vida, entrar para a história. Torna-se uma das maiores lideranças políticas do novo mundo. Aquele mundo que, aos poucos, vai encorpando e encarnando em si, o espírito da solidariedade mundial. O verdadeiro espírito de amor ao próximo, tão esquecido pelas corporações e instituições capitalistas do velho mundo.
Contrário às Teorias da Conspiração Americanas, a nossa Teoria da Conspiração tupiniquim foi bem entendida e, referendada as suas intenções pelo povo, foi a mesma desbaratada e derrotada de maneira inquestionável e singular.
Um Brasil novo está sendo construído e consolidado no seio de um governo espelhado e inspirado nas esperanças e sonhos de uma nação inteira que, por sofrerem na carne a dor e humilhação da opressão, renasceram, de forma heróica e o brado retumbante, em busca do sol da liberdade.
E, gigante pela própria natureza, assimilou, em verdade, que um filho teu jamais foge à luta e nem teme, quem te adora, a própria morte.
Por isso, és: Terra adorada, entre outras mil, és tu, BRASIL, ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, BRASIL!
E se o assunto é teoria da conspiração, mande para nós, Nação Brasileira que, aqui, entendemos tudo e resolvemos, abrindo trilhas sólidas e confiáveis para um futuro próspero e sem medo.
Roberval Paulo
Bem, do filme em si, confesso que pouco entendi ou entendi nada.
Agora, do que aconteceu nessa nossa campanha presidencial de 2010 eu entendi tudo.
Dessa teoria da conspiração nacional, tudo se sabe. É só analisar com carinho e muito, mas muito critério.
Vejamos:
O Serra é o representante legítimo das oligarquias que tanto mal fizeram à nossa Nação. É o verdadeiro representante de uma oligarquia que é o PSDB e seu grupinho de amigos influentes. É um grupo de intelectuais “políticos”, bem inteligentes, é bom que se diga que, com um discurso falso e a apropriação de projetos que não lhes pertencem, inclusive do plano real, conseguiram seduzir e enganar o povo com a eleição de FHC. Com a montagem e manutenção de uma gigante estrutura de poder, auxiliada pelo DEM, conseguiram a reeleição e governaram esse país por 08 anos. E queriam que o seu projeto de governo, elitista e altamente conservador, durasse mais e acreditaram e investiram fortemente nisso.
Porém, deram com os burros n´agua.
Não contavam com o preparo, repreparo e sagacidade e nem com o conhecimento profundo do Brasil, de todas as suas regiões e do seu povo, pelo cidadão LULA. Não podiam crer que um torneiro mecânico teria a capacidade de desbancar toda uma estrutura montada, articulada e arquitetada nos mínimos e cruéis detalhes. Não podiam e não queriam acreditar que um homem da base, das massas, do meio do povo, pudesse adquirir conhecimentos, e habilidades, e assumir compromissos com a Nação que a nossa direita raivosa e elitista jamais foi capaz em toda a sua vã existência, enquanto estrutura política encarregada de dirigir os destinos de um povo.
O resultado está aí. Dilma Roussef, presidente da República Federativa do Brasil. A primeira mulher presidente da nossa república. Ação e feito do presidente e cidadão LULA da Silva, o maior de todos os seres mortais deste país.
O único Presidente que soube entender e assimilar, com senso de justiça e muita, mas muita sensibilidade e, acima de tudo, responsabilidade, a soberania do povo e que o povo é o contribuinte e o destinatário, em potencial, dos recursos e investimentos públicos e, como nunca antes visto na história do Brasil, deixa o governo, pós 08 anos de mandato, com 83% de aprovação popular.
Deixa o governo para, em vida, entrar para a história. Torna-se uma das maiores lideranças políticas do novo mundo. Aquele mundo que, aos poucos, vai encorpando e encarnando em si, o espírito da solidariedade mundial. O verdadeiro espírito de amor ao próximo, tão esquecido pelas corporações e instituições capitalistas do velho mundo.
Contrário às Teorias da Conspiração Americanas, a nossa Teoria da Conspiração tupiniquim foi bem entendida e, referendada as suas intenções pelo povo, foi a mesma desbaratada e derrotada de maneira inquestionável e singular.
Um Brasil novo está sendo construído e consolidado no seio de um governo espelhado e inspirado nas esperanças e sonhos de uma nação inteira que, por sofrerem na carne a dor e humilhação da opressão, renasceram, de forma heróica e o brado retumbante, em busca do sol da liberdade.
E, gigante pela própria natureza, assimilou, em verdade, que um filho teu jamais foge à luta e nem teme, quem te adora, a própria morte.
Por isso, és: Terra adorada, entre outras mil, és tu, BRASIL, ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, BRASIL!
E se o assunto é teoria da conspiração, mande para nós, Nação Brasileira que, aqui, entendemos tudo e resolvemos, abrindo trilhas sólidas e confiáveis para um futuro próspero e sem medo.
Roberval Paulo
terça-feira, 23 de novembro de 2010
FERBIS, DE VENTO E DE SOL
Quando Ferbis nasceu, era de sonho e morte o seu passado; passado este, dele desconhecido, que ficou guardado antes do seu nascimento. E Ferbis seguiu adiante, sendo morto e vivo a cada instante, por desconhecer a sua origem; sem saber se teve começo.
Às vezes pensava que partira do meio, sem começar e morria no começo do pensamento, sem chegar ao fim. Reassumia a vida ao beslicar-se, pois sentia dor, prova irrefutável de vida. Sabia-se assim, vivo, mesmo sem ter começado.
Quando Ferbis nasceu, o tempo muito cruel foi com esse seu destino que conheço como a mim que, mesmo sendo assim, fez-nos tristes e feridos de lúgrubes pensamentos e Ferbis, que de ferro e brasa era o seu corpo e vida, se despiu das honrosas vestes que cobriam suas vergonhas, deixando-as descobertas e expostas aos alheios e curiosos olhos.
E Ferbis viu que era bom, como boa é a exposição e contemplou a si próprio, feliz por não se entender.
Roberval Paulo - FERBIS, DE VENTO E DE SOL, do livro FERBIS, UM SER EM EVOLUÇÃO.
Às vezes pensava que partira do meio, sem começar e morria no começo do pensamento, sem chegar ao fim. Reassumia a vida ao beslicar-se, pois sentia dor, prova irrefutável de vida. Sabia-se assim, vivo, mesmo sem ter começado.
Quando Ferbis nasceu, o tempo muito cruel foi com esse seu destino que conheço como a mim que, mesmo sendo assim, fez-nos tristes e feridos de lúgrubes pensamentos e Ferbis, que de ferro e brasa era o seu corpo e vida, se despiu das honrosas vestes que cobriam suas vergonhas, deixando-as descobertas e expostas aos alheios e curiosos olhos.
E Ferbis viu que era bom, como boa é a exposição e contemplou a si próprio, feliz por não se entender.
Roberval Paulo - FERBIS, DE VENTO E DE SOL, do livro FERBIS, UM SER EM EVOLUÇÃO.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
DO OUTRO LADO DA VIDA
Não fui lá para saber como é e confesso que eu não tenho ideia de como
é e nem sei quando é a hora da chegada ou da partida e não imagino como possa ou deva ser
o mundo do lado de lá, do outro lado da vida.
Penso às vezes que nada existe daquele lado de lá onde tudo é mágico.
Onde tudo flui ao natural qual sendo as águas caudalosas do rio que desce ao mar e nem sabe existir o caminho de ao seu curso voltar.
Mas como falar de lá se lá não estive? Como saber de lá se quem foi jamais voltou?
Penso um dia desvendar esse mistério
Penso um dia conhecer este segredo.
Mas como conhecer um caminho que não volta?
Como enfim regressar numa estrada que é só ida?
Como poder descansar num leito desconhecido que de terra é o cobertor e a alma segue vagando,
sem corpo, a alma viva?
Quis fazer essa viagem e sonhei sendo levado por um anjo decadente que tinha as feições da morte e até foice carregava com sua túnica de branco tão negra que nem luzia
e ia a levar a vida para além da vida matéria.
E além do vale abissal o precipício se abria e o corpo se redimindo ao precipício chegava e a sua casa o esperava e ele nela dormia o sono eterno do nada. E a alma se rebelava e o corpo ela renegava, abandonava o que era o seu casulo de cêra e este se desmanchava no chão que a tudo comia. E a alma, nova, andava, seus pés voando no dia e a noite ela perseguia buscando a luz que foi sua quando sorria na rua da casa do seu amor.
E a alma quis regressar. Eu pensei em regressar e fui assim agarrado por dez mãos, sete cabeças e um corpo desengonçado que mais parecia um santo mais um santo desviado que louco e desesperado não me deixava voltar.
Não era maldade sua que em mim se agarrava era porque tinha visto em mim uma companhia. Do outro lado da vida solidão muita eu vi, anjos vagando sozinhos procurando por seus corpos que ficaram em outro plano dali bem distanciado, distância essa impossível de vencer só com vontade.
Consegui desvencilhar-me de mãos e pés me segurando e me mandei dali fugindo pés correndo e alma pensando pois em mim estavam juntos alma e corpo eram um só e foi minha salvação essa junção esse conjunto e percebi nesse momento ser existente dois mundos um de alma outro de corpo que se encontram aqui no seio da nossa terra na hora do nascimento e juntos seguem vida afora até chegarem juntinhos na encruzilhada da sorte, o mesmo ponto da morte, para ali se separarem e assim se desgrudarem e não mais serem um só e agora feitos em dois o que antes era um só cada um segue sozinho o seu mais novo caminho e nada sabe um do outro nem nada do que viveram, são em si seres estranhos que nem memória carregam pois foi tudo deletado no exato e real momento da inevitável separação.
Cada um no seu quadrado, o corpo deitado em terra a se fundir e se encontrar com a sua parte maior, a terra, a mãe de todos, a alimentar sabiás e laranjeiras e matas e águas e até novos sonhos e a alma no seu espaço busca o vazio do verde e vaga só e sem corpo, só espírito a vento tocada a procurar pela luz que está em qualquer lugar do universo esquecida e que é alimentada por novas almas a chegar cujo destino é vagar e vagando vai renascer em nova vida explodida fundida à vida matéria em nova missão investida.
E quem vai, de nada leva, quem fica, de nada sabe, quem volta, nada não trás, são seres virgens em começo início de um novo ciclo que vai rodar e alcançar o outro lado da vida onde tudo é o fim do fim chegando aos tropeços e ao seu começo que vai findar quando a página do velho mundo virar e quem foi de lá será ao outro lado jogado e nunca mais os dois lados vão querer se separar pois a estação da chegada é a mesma da partida e o lado de cá será o outro lado da vida.
Roberval Paulo
terça-feira, 16 de novembro de 2010
MENORES ABANDONADOS
Pe. Zezinho escreveu em uma linda música da sua imensurável obra, que carrega exatamente esse título: "MENORES ABANDONADOS / Alguem os abandonou / Pequenos e mal amados / O progresso não os adotou". (Pe. Zezinho).
Realmente, o progresso não os adotou.
Renato Russo questionava: "Que país é este? Que país é este?
E eu questiono até hoje, sem poder disfarçar a tristeza da impotência e a naturalidade e normalidade do mea culpa. E, revestido de uma amarga revolta, replico: Que progresso é este? Como chamar progresso um sistema que abandona crianças que ainda nem gente "adulta" é ao destino das ruas sem direção e ao acaso de tão malfadada sorte? Que modelo de sociedade construimos.
E ainda batem no peito e mostram a cara lavada e sem culpa nem vergonha nenhuma dizendo que a onda agora e necessidade primeira é um tal desenvolvimento sustentável. Que precisamos continuar nos desenvolvendo porém sem agredir e sem destruir. Não sabem o que estão dizendo. Ou sabem e disfarçam a realidade nua e crua pela fantasia de um discurso e de um sistema que exclui, segrega e extingue vidas das mais diversas todos os dias.
Quer agressão maior do que matar e aniquilar sonhos e desejos de gerações inteiras? Quer agressão mais cruel do que continuar a deixar dormindo quem ainda nem acordou? Como redimirmos-nos um dia por ferirmos com aço letal e fatal os sonhos coloridos de cores mil do tempo de criança e transforma-los na fatalidade clara e real do preto no branco essa geraçãozinha que continuamos cinicamente a dizer e com todas as letras que esses são o futuro do amanhã? Quanta hipocrisia. Que sociedade continuamos a reinventar e aprimorar mundo e tempo a fora. Porque, salvo as conquistas tecnológicas que atende, se manifesta e se consolida em todas as áreas, tudo dá no mesmo. Tudo tá no mesmo ou seja, a dominação dos mais fracos pelos mais fortes continua.
Foi assim desde os primórdios e continua tudo igual.
Aí vem os grandes estudiosos e falam de evolução da humanidade. Das conquistas, das descobertas. Dos modelos de sociedade construidos, modulados, destituidos e reconstruidos ao longo do tempo da existência humana. Das relações humanas, dos valores éticos e morais. Da revolução na indústria, do crescimento e consolidação do comércio, das relações comerciais internacionais. Do intercâmbio e interação dos governos. Da integração econômica mundial; transnacional. Da interferência e ingerência dos governos na cozinha alheia, onde não lhes dizem respeito.
Enfim, da globalização. Enfim, da maximização dos ganhos em geral por quem detém o capital, seja de onde for, seja onde for. Não importa a origem. Seja asiático ou árabe, europeu ou ocidental, lícito ou ilícito, fruto da exclusão ou da extinção do que seja, mesmo que sejam vidas, o capital é o capital e como tal é tratado em qualquer destino a que se dispuser chegar e normalmente e legalmente, é recebido com pompas e com todas as honras.
Que bonitinho. Tudo está igual desde quando começou. Fico tão baratinado e perdido quando passo a analisar que não sei a quem atribuir culpas e responsabilidades. Acho que a todos nós mesmos, enquanto sociedade que somos. Porque desde as antigas gerações é assim; os fortes e os grandes dominam e aos mais fracos e pequenos, cabe calar e aceitar.
Na geração dos dinossauros, igual. Dos homens das cavernas, na idade da pedra, tudo igual. Na geração de Adão e Moisés, tudo igual continuou. Quando JESUS CRISTO veio ao mundo para tudo mudar, tudo continuou exatamente como estava, no mesmo. O que esperar mais? Em que ou em quem acreditar ou por qual causa lutar se a história e o passar dos anos, geração por geração, nos mostra que nada mudou. Lá no livro bíblico do Eclesiastes, este já dizia: "Que é o que foi? É o mesmo que o que há de ser: Que é o que se fez? É o mesmo que o que se há de fazer. Não há nada que seja novo debaixo do sol, e ninguém pode dizer: Eis aqui está uma coisa nova. Porque ela já a houve nos séculos que passaram antes de nós. Não há memória do que já foi, mas nem ainda haverá recordação das coisas que têm de suceder depois de nós, entre aqueles que hão de existir em tempo a elas muito posterior." Eclesiastes, cap. 1, vers. 9-11.
Ele estava certo, mesmo tão questionado em seu tempo. Realmente não há nada que aconteça que se possa dizer: Vêde, isso é novo.
Sociedades e governos, em batalhas e guerras, continuam se degladiando e vencendo o tempo e, praticando tudo do igual.
O homem, nós, somos por nós mesmos, ambiciosos e trazemos junto à ambição o seu companheiro inseparável, o egoísmo. Aí está tudo e pronto. Com essas características que são nossas por natureza e tendo a oportunidade de desenvolvê-las, o resto que se dane.
Não importa o outro, quero saber é de mim. Não sei quem chora nem porque chora e isso não me importa nem me diz respeito, desde que eu possa continuar a sorrir. Essa é a nossa realidade.
Emily Bronte, grande escritora e poetisa britânica do século XVIII, autora de O MORRO DOS VENTOS UIVANTES entre outros tantos, que publicou a sua primeira obra com o nome de homem em razão da segregação feminina da época, escreveu: "Se a mais vil das criaturas me esbofeteasse, eu não lhe retribuiria a ofensa e sim pediria desculpas por tê-la provocado." (Emily Bronte)
É bonito isso, muito fácil de dizer e até de escrever, sem precisar recorrer à grande escritora. Agora, viver é que são elas. Não carregamos em nós, apesar de sermos em mesma natureza, o espírito bondoso de JESUS CRISTO, que ofereceu o outro lado do rosto quando foi esbofeteado. Estamos mais para a popular lei de Gerson do bateu levou. É a lei do toma lá da cá e o resto que vá pras cucuias.
Falta amor ao próximo, como JESUS tanto pregou e difundiu e, principalmente, amor a nós mesmos. Este foi o legado de JESUS quando veio ao mundo: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo." Mas nós, absortos e envolvidos que estamos e somos pela sobrevivência, diga-se de passagem, louca sobrevivência, não o demos ouvidos e não o entendemos e sim, o condenamos e o crucificamos.
Este mundo não pode ser abençoado se matamos aquele que dizem até hoje ser o nosso salvador. Podemos estar condenados por tempos sem fim e assim, levamos a condenar as nossas crianças.
E JESUS CRISTO, em sua infinita bondade e divina sabedoria, disse mais: "Deixai vir a mim as criancinhas, porque delas é o reino dos céus."
Não o entendemos e não fomos capazes de o atender em seu mais doce e sublime ensinamento e, por isso, as nossas crianças andam ao léo por aí, pelas praças e becos e sinais e pontos de drogas e de prostituição das grandes cidades, tão maltrapilhas e esfarrapadas, tão esquecidas e abandonadas, tão exploradas e sacrificadas que nem crianças parecem.
São os filhos da luz que receberam só trevas nessa sua morada terrena mas que, um dia, podem ter certeza, subirão em luz para a luz da qual originaram, enquanto que estes, os mandantes, governantes, detentores do vil metal e acumuladores de riqueza e da desgraça alheia, esses irão e terão como morada o...
Ah! Deixa pra lá. Deixo estes ilustres às moscas e me recuso a falar sobre eles.
Que o tempo e a estrada que a tudo faz nada e morto e igual se encarregue de tudo e que nossos filhos e netos e assim por diante nos conduzam à quarta e última geração e dimensão, tão além deste mundo. Simplório mundo de carne e lama.
E que sejam perdoados os nossos pecados, se houver perdão.
Roberval Paulo
Realmente, o progresso não os adotou.
Renato Russo questionava: "Que país é este? Que país é este?
E eu questiono até hoje, sem poder disfarçar a tristeza da impotência e a naturalidade e normalidade do mea culpa. E, revestido de uma amarga revolta, replico: Que progresso é este? Como chamar progresso um sistema que abandona crianças que ainda nem gente "adulta" é ao destino das ruas sem direção e ao acaso de tão malfadada sorte? Que modelo de sociedade construimos.
E ainda batem no peito e mostram a cara lavada e sem culpa nem vergonha nenhuma dizendo que a onda agora e necessidade primeira é um tal desenvolvimento sustentável. Que precisamos continuar nos desenvolvendo porém sem agredir e sem destruir. Não sabem o que estão dizendo. Ou sabem e disfarçam a realidade nua e crua pela fantasia de um discurso e de um sistema que exclui, segrega e extingue vidas das mais diversas todos os dias.
Quer agressão maior do que matar e aniquilar sonhos e desejos de gerações inteiras? Quer agressão mais cruel do que continuar a deixar dormindo quem ainda nem acordou? Como redimirmos-nos um dia por ferirmos com aço letal e fatal os sonhos coloridos de cores mil do tempo de criança e transforma-los na fatalidade clara e real do preto no branco essa geraçãozinha que continuamos cinicamente a dizer e com todas as letras que esses são o futuro do amanhã? Quanta hipocrisia. Que sociedade continuamos a reinventar e aprimorar mundo e tempo a fora. Porque, salvo as conquistas tecnológicas que atende, se manifesta e se consolida em todas as áreas, tudo dá no mesmo. Tudo tá no mesmo ou seja, a dominação dos mais fracos pelos mais fortes continua.
Foi assim desde os primórdios e continua tudo igual.
Aí vem os grandes estudiosos e falam de evolução da humanidade. Das conquistas, das descobertas. Dos modelos de sociedade construidos, modulados, destituidos e reconstruidos ao longo do tempo da existência humana. Das relações humanas, dos valores éticos e morais. Da revolução na indústria, do crescimento e consolidação do comércio, das relações comerciais internacionais. Do intercâmbio e interação dos governos. Da integração econômica mundial; transnacional. Da interferência e ingerência dos governos na cozinha alheia, onde não lhes dizem respeito.
Enfim, da globalização. Enfim, da maximização dos ganhos em geral por quem detém o capital, seja de onde for, seja onde for. Não importa a origem. Seja asiático ou árabe, europeu ou ocidental, lícito ou ilícito, fruto da exclusão ou da extinção do que seja, mesmo que sejam vidas, o capital é o capital e como tal é tratado em qualquer destino a que se dispuser chegar e normalmente e legalmente, é recebido com pompas e com todas as honras.
Que bonitinho. Tudo está igual desde quando começou. Fico tão baratinado e perdido quando passo a analisar que não sei a quem atribuir culpas e responsabilidades. Acho que a todos nós mesmos, enquanto sociedade que somos. Porque desde as antigas gerações é assim; os fortes e os grandes dominam e aos mais fracos e pequenos, cabe calar e aceitar.
Na geração dos dinossauros, igual. Dos homens das cavernas, na idade da pedra, tudo igual. Na geração de Adão e Moisés, tudo igual continuou. Quando JESUS CRISTO veio ao mundo para tudo mudar, tudo continuou exatamente como estava, no mesmo. O que esperar mais? Em que ou em quem acreditar ou por qual causa lutar se a história e o passar dos anos, geração por geração, nos mostra que nada mudou. Lá no livro bíblico do Eclesiastes, este já dizia: "Que é o que foi? É o mesmo que o que há de ser: Que é o que se fez? É o mesmo que o que se há de fazer. Não há nada que seja novo debaixo do sol, e ninguém pode dizer: Eis aqui está uma coisa nova. Porque ela já a houve nos séculos que passaram antes de nós. Não há memória do que já foi, mas nem ainda haverá recordação das coisas que têm de suceder depois de nós, entre aqueles que hão de existir em tempo a elas muito posterior." Eclesiastes, cap. 1, vers. 9-11.
Ele estava certo, mesmo tão questionado em seu tempo. Realmente não há nada que aconteça que se possa dizer: Vêde, isso é novo.
Sociedades e governos, em batalhas e guerras, continuam se degladiando e vencendo o tempo e, praticando tudo do igual.
O homem, nós, somos por nós mesmos, ambiciosos e trazemos junto à ambição o seu companheiro inseparável, o egoísmo. Aí está tudo e pronto. Com essas características que são nossas por natureza e tendo a oportunidade de desenvolvê-las, o resto que se dane.
Não importa o outro, quero saber é de mim. Não sei quem chora nem porque chora e isso não me importa nem me diz respeito, desde que eu possa continuar a sorrir. Essa é a nossa realidade.
Emily Bronte, grande escritora e poetisa britânica do século XVIII, autora de O MORRO DOS VENTOS UIVANTES entre outros tantos, que publicou a sua primeira obra com o nome de homem em razão da segregação feminina da época, escreveu: "Se a mais vil das criaturas me esbofeteasse, eu não lhe retribuiria a ofensa e sim pediria desculpas por tê-la provocado." (Emily Bronte)
É bonito isso, muito fácil de dizer e até de escrever, sem precisar recorrer à grande escritora. Agora, viver é que são elas. Não carregamos em nós, apesar de sermos em mesma natureza, o espírito bondoso de JESUS CRISTO, que ofereceu o outro lado do rosto quando foi esbofeteado. Estamos mais para a popular lei de Gerson do bateu levou. É a lei do toma lá da cá e o resto que vá pras cucuias.
Falta amor ao próximo, como JESUS tanto pregou e difundiu e, principalmente, amor a nós mesmos. Este foi o legado de JESUS quando veio ao mundo: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo." Mas nós, absortos e envolvidos que estamos e somos pela sobrevivência, diga-se de passagem, louca sobrevivência, não o demos ouvidos e não o entendemos e sim, o condenamos e o crucificamos.
Este mundo não pode ser abençoado se matamos aquele que dizem até hoje ser o nosso salvador. Podemos estar condenados por tempos sem fim e assim, levamos a condenar as nossas crianças.
E JESUS CRISTO, em sua infinita bondade e divina sabedoria, disse mais: "Deixai vir a mim as criancinhas, porque delas é o reino dos céus."
Não o entendemos e não fomos capazes de o atender em seu mais doce e sublime ensinamento e, por isso, as nossas crianças andam ao léo por aí, pelas praças e becos e sinais e pontos de drogas e de prostituição das grandes cidades, tão maltrapilhas e esfarrapadas, tão esquecidas e abandonadas, tão exploradas e sacrificadas que nem crianças parecem.
São os filhos da luz que receberam só trevas nessa sua morada terrena mas que, um dia, podem ter certeza, subirão em luz para a luz da qual originaram, enquanto que estes, os mandantes, governantes, detentores do vil metal e acumuladores de riqueza e da desgraça alheia, esses irão e terão como morada o...
Ah! Deixa pra lá. Deixo estes ilustres às moscas e me recuso a falar sobre eles.
Que o tempo e a estrada que a tudo faz nada e morto e igual se encarregue de tudo e que nossos filhos e netos e assim por diante nos conduzam à quarta e última geração e dimensão, tão além deste mundo. Simplório mundo de carne e lama.
E que sejam perdoados os nossos pecados, se houver perdão.
Roberval Paulo
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
OLHOS NOS OLHOS
Quando tua mão pesar sobre mim, lhe direi:
Porque tantos anos de infortúnio sobre a terra?
Porque tanta dor se o que buscamos é o prazer?
Se me ouvirá, não sei
Se tenho razão, menos sei ainda
Só acho que o que ainda sei é amar.
Quando tua voz me pedir contas do que fiz, lhe perguntarei:
Posso eu também pedir contas de ti?
Podemos conversar, só conversar sem cobranças?
Podemos nos sentar e nos falarmos como dois amigos?
Não sei se assim pode ser. Menos ainda sei se assim posso agir.
Só acho que o que ainda sei e posso dizer é que eu amo.
Amo a vida que tenho e não sei se me pertence
Amo o ventre que me gerou e me concebeu
e o rebento do qual sou raiz
Amo o patriarca da minha humilde existência e aos irmãos e irmãs
de lastro familiar que me destes
Amo as forças conhecidas da natureza, alimento indispensável para a vida
Amo ainda as forças desconhecidas da natureza, sinais latentes e incessantes do teu
poder e glória e amor.
Quando teus olhos me olharem e eu neles perceber
um olhar de interrogação, lhe responderei:
O que queres de mim?
O que queres que eu faça se tudo o que fiz não valeu?
Em que Pátria nos desentendemos? Em que corpo me perdi?
Não sei se me ouvirá. Nem sei se assim posso indagar a ti
Só sei que o que ainda acho que sei é da força do amor.
Da força do amor que tudo pode e é só por ele que se vive
Da força desse amor que se justifica por si só e se qualifica por só ser
Da força do amor transcendente, completo em si, sem complementos, sem acessórios,
sem adereços. O amor só pelo amor.
Que este sim, é infinito e não se paga imposto para amar
Que este, o amor, é o que sinto e está no recôndito mais fundo do meu ser
Alimenta minha alma e só por ele se vence grandes distâncias e as agruras dos dias
E também sei que só o sinto pela tua suprema e magnânima existência e presença, pois,
só matéria e pó como sou, não seria capaz de amar sem o teu sopro de amor infinito.
Quando teus olhos novamente me olharem e apresentarem aos meus olhos
o olhar da reprovação, eu...
me penitenciarei
E lhe indagarei quanto mais do teu amor ainda resta em mim?
E lhe perguntarei o quanto ainda sou capaz de amar?
E lhe responderei que ainda procuro o que nem sei se é possível achar
E, olhos nos olhos, chorarei
E pedirei perdão pelas minhas faltas
E pedirei perdão por duvidar de ti
E da tua bondade infinita me impregnarei e me agarrarei, me agarrarei à tua mão para
não mais soltar.
Me agarrarei à tua mão para reerguer-me e não mais voltar a ser sozinho.
Sei que me perdoará
Sei que não me abandonarás nunca como jamais abandonou um filho teu.
Aí sim, a luz se acenderá e juntos, juntinhos, lado a lado, caminharemos pela vastidão
dessa estrada para não mais nos separarmos.
Dessa estrada que só se caminha, que só se caminha, sem saber onde vai dar
Mas agora, confiante caminho e a eternidade nos espera
Pois já não ando mais sozinho e tenho o amor a me guiar.
Roberval Paulo
Porque tantos anos de infortúnio sobre a terra?
Porque tanta dor se o que buscamos é o prazer?
Se me ouvirá, não sei
Se tenho razão, menos sei ainda
Só acho que o que ainda sei é amar.
Quando tua voz me pedir contas do que fiz, lhe perguntarei:
Posso eu também pedir contas de ti?
Podemos conversar, só conversar sem cobranças?
Podemos nos sentar e nos falarmos como dois amigos?
Não sei se assim pode ser. Menos ainda sei se assim posso agir.
Só acho que o que ainda sei e posso dizer é que eu amo.
Amo a vida que tenho e não sei se me pertence
Amo o ventre que me gerou e me concebeu
e o rebento do qual sou raiz
Amo o patriarca da minha humilde existência e aos irmãos e irmãs
de lastro familiar que me destes
Amo as forças conhecidas da natureza, alimento indispensável para a vida
Amo ainda as forças desconhecidas da natureza, sinais latentes e incessantes do teu
poder e glória e amor.
Quando teus olhos me olharem e eu neles perceber
um olhar de interrogação, lhe responderei:
O que queres de mim?
O que queres que eu faça se tudo o que fiz não valeu?
Em que Pátria nos desentendemos? Em que corpo me perdi?
Não sei se me ouvirá. Nem sei se assim posso indagar a ti
Só sei que o que ainda acho que sei é da força do amor.
Da força do amor que tudo pode e é só por ele que se vive
Da força desse amor que se justifica por si só e se qualifica por só ser
Da força do amor transcendente, completo em si, sem complementos, sem acessórios,
sem adereços. O amor só pelo amor.
Que este sim, é infinito e não se paga imposto para amar
Que este, o amor, é o que sinto e está no recôndito mais fundo do meu ser
Alimenta minha alma e só por ele se vence grandes distâncias e as agruras dos dias
E também sei que só o sinto pela tua suprema e magnânima existência e presença, pois,
só matéria e pó como sou, não seria capaz de amar sem o teu sopro de amor infinito.
Quando teus olhos novamente me olharem e apresentarem aos meus olhos
o olhar da reprovação, eu...
me penitenciarei
E lhe indagarei quanto mais do teu amor ainda resta em mim?
E lhe perguntarei o quanto ainda sou capaz de amar?
E lhe responderei que ainda procuro o que nem sei se é possível achar
E, olhos nos olhos, chorarei
E pedirei perdão pelas minhas faltas
E pedirei perdão por duvidar de ti
E da tua bondade infinita me impregnarei e me agarrarei, me agarrarei à tua mão para
não mais soltar.
Me agarrarei à tua mão para reerguer-me e não mais voltar a ser sozinho.
Sei que me perdoará
Sei que não me abandonarás nunca como jamais abandonou um filho teu.
Aí sim, a luz se acenderá e juntos, juntinhos, lado a lado, caminharemos pela vastidão
dessa estrada para não mais nos separarmos.
Dessa estrada que só se caminha, que só se caminha, sem saber onde vai dar
Mas agora, confiante caminho e a eternidade nos espera
Pois já não ando mais sozinho e tenho o amor a me guiar.
Roberval Paulo
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
SERTANEJO UNIVERSITÁRIO?
O que é isto?
Nova nomenclatura de um estilo?
Um novo rótulo?
Qual o propósito?
Perco-me, às vezes, nessa definição e procuro encontrar fundamento não que justifique o termo, mas sim, que traga à luz condicionada dos nossos olhos tortos, a clarividência “clarividente” do alimento, no crucial momento de o deglutir.
Esta é a mais nova definição do que se intitula de "Música Sertaneja". Mas é na verdade só um chamariz, um novo atrativo; a nova mensagem extraída do mesmo texto, já velho e subjacente. Uma maneira nova de trazer o velho ou uma maneira velha de ganhar o novo, façam a leitura que entenderem e captarem, pois, tudo dá no mesmo.
Como está escrito no Livro do Eclesiastes: >"Tudo o que acontece ou que pode acontecer já aconteceu antes. Deus faz com que uma coisa que acontece torne a acontecer (cap. 03, vers. 15)". Acredito que esta passagem não deva ter nada a ver, especificamente, com o texto que ora me proponho a escrever, mas, no mínimo, retrata que, tudo o que foi é o que é, e tudo o que é, é o que será. É assim também com a música sertaneja. Para resumir, parafraseio o poeta que já dizia: "Nada mudou".
Esta é, pura e simplesmente, mais uma "comum" estratégia de marketing; mais uma da nossa sensacional mídia e do nosso ensandecido mercado, altamente e compulsivamente consumista que consome o velho vestido de novo, mesmo sabendo a roupa nova ser a sobra do tecido envelhecido e já, outrora, consumido.
O sertanejo é o sertanejo e, na concepção musical, foi e sempre será a música cantada por uma dupla de artistas, independente do gênero apresentado. Numa outra concepção e talvez, a mais original e que conserva a verdadeira acepção da palavra, é a música que retrata e relata a vida do campo, do povo realmente sertanejo, seus costumes e hábitos, seus amores, suas ilusões e desilusões, seu contato com a natureza enfim, seus mais olvidados e desprezados e, ao mesmo tempo, expressivos e indiscutíveis valores e que, a muito tempo, foram relegados ao esquecimento na música cantada hoje.
Portanto, sertanejo ou sertanejo universitário, é a mesma coisa, é mais do mesmo e só isso, com a diferença de que, para se inserir e se destacar no universo do ambiente “sertanejo universitário”, é necessário que seja uma “duplinha, sem pejorar”, assim, mais ou menos esteticamente bonitinhos - essa é a rotulação das gravadoras - sem considerar estilo ou classificação, ficando as duplas menos afeiçoadas e mais velhas no título de somente sertanejo mas, no entanto, cantando o mesmo.
Necessário ainda se faz considerar que a maioria dos ditos "sertanejo universitário" nunca passaram por uma Universidade e que o público que os curte está bem longe de ser só universitários, posto que essa música se espalha pelos rincões sem fim do nosso Brasil, distante e a perder de vista das universidades, impregnando-se na pele e nos sentimentos dos seus apreciadores, tornando-se parte integrante no processo cultural e social do País e, porque não dizer, econômico.
Só me resta a pergunta que não quer calar: E aí? Vamos de sertanejo ou sertanejo universitário? Ou os dois? Tranco-me em mim, reflito e respondo por todos nós brasileiros: Isso é o que tem que ser. Escolham e curtam, até que o sucesso “novo” canse e caia e, consequentemente, deixando de ser novidade, as vendas diminuam, para que, como nova alternativa de faturamento e de sucesso, se crie um novo rótulo para tentar as nossas preferências e inteligência, e nós, sábios e senhores dos nossos desejos e prazeres e meros instrumentos da sede filosófica do ser, adentraremos, natural e instintivamente, pela fonte da novação para fazer beber e alimentar os nossos sonhos velhos.
Roberval Paulo
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