Entre essas terríveis semelhanças está a de que os dois veículos, Rede Globo e Revista Veja foram credenciados e contratados pelo oligopólio da mídia de comunicação direitista no Brasil como palanque externo do candidato José Serra, do PSDB, trabalhando paralelamente e em consonância com o programa do horário eleitoral do candidato tucano. É tudo muito bem sincronizado.
É impressionante como os assuntos e temas, logo que noticiados por estes veículos de comunicação, são, em seguida, tratados no programa eleitoral do PSDB, inclusive sendo apontadas as soluções.
É vergonhoso como veículos de comunicação de tamanha importância e que gozam de tão expressivo conceito; que deviam operar como o espelho da imparcialidade, se prestam, de forma discarada e sensacionalista, a favorecer abertamente, em seu noticiário diário, a candidatura de José Serra em detrimento da candidatura de Dilma Roussef, do PT, utilizando para esse intento de denúncias e mais denúncias, muitas irresponsáveis e infundadas e de acusações levianas, credenciando todas elas à Ministra Dilma Roussef e ao governo Lula.
Desde que a Globo influenciou no resultado das Eleições de 1989, disputadas entre Lula e Collor, ajudando a sacramentar a vitória de Collor, que nós não víamos uma participação tão efetiva, voraz e ferrenha dos meios de comunicação em prol de um candidato. Não dá mais pra diferenciar o que é noticiário político e o que é programa eleitoral, tal é o grau de favorecimento pregado por estes veículos à candidatura de José Serra.
Esquecem-se eles que não estão falando só em favor da candidatura tucana elitista e sim, contra o povo e contra um governo que se notabilizou por trazer para o cenário das grandes discussões o problema social e as classes menos favorecidas e que, longe de ser o governo ideal, tem apresentado e consolidado conquistas importantes com relação a uma melhor distribuição de renda, à popularização do acesso ao crédito e, consequentemente, um aumento considerável nos índices de inclusão social.
Assisto com olhos negativos e tristes essa tentativa de parte da mídia televisiva e escrita do nosso tão querido País, de favorecer a interesses implícitos e obscuros aos olhos da maioria, a despeito da preferência e do direito livre de escolha do povo, dentro do seu próprio critério de avaliação.
É razoável dizer que nós, povo, ainda somos massa de manobra, mas que, dada a própria democratização da informação e ao nosso novo e atual entendimento do que é democracia, estamos praticamente prontos para manobrarmos, nós mesmos, a nosso favor.
A favor do povo.
A favor da Nação antes que do País.
É só termos um pouquinho mais de posição firme e decidirmos o nosso caminho pelos nossos próprios critérios, matando em nós aquela máxima de que o povo é maria vai com as outras.
Então, que assim seja. Martelo batido e ponta virada.
Roberval Paulo
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