quarta-feira, 23 de maio de 2012

GÊMEOS SE REENCONTRAM APÓS 12 ANOS e sonham alto no futebol

Separados ao nascer, gêmeos se encontram e sonham alto no futebol

Globo Esporte promove encontro entre os pais de meninos que ficaram sem se ver por 12 anos. Marlone é uma das promessas da base do Vasco

Por GLOBOESPORTE.COMRio de Janeiro
Qual garoto nunca sonhou ser uma estrela internacional do futebol? Marlon é um pouquinho diferente. Ele prefere projetar o sucesso do irmão Marlone, da base do Vasco, nos campos europeus (assista ao vídeo ao lado da matéria que foi ao ar no Globo Esporte).

- Real Madrid 3 x 0 Barcelona. Eu botei aqui, três gols de Marlone. Para que sonhar pouco, né?
Na verdade, sonhar nunca foi problema para a dupla. Difícil mesmo era conseguir dormir. Aos 19 anos, as metas de Marlone não são mais simples desenhos em folhas de caderno. Ele já é uma joia das divisões de base cruz-maltina. Camisa 10 do time júnior, deve subir para o profissional em breve.

Como vários meninos, ele foi descoberto numa peneira. Saiu de Augustinópolis, no interior de Tocantins, aos 12 anos para viver em São Januário.

- Às vezes, o Vasco jogava no sábado. No domingo, não tinha nada e eu vinha aqui para a arquibancada, pegar uns biscoitos, comia o que sobrava. Isso era de vez em quando, porque a fome batia - contou Marlone.

Como vários meninos, ele passou dificuldades na busca por um espaço no futebol. Ainda assim, a história de Marlone é única. E, ao mesmo tempo, dupla. Marlon e Marlone, os gêmeos, poderiam ter formado uma dupla sertaneja. Isso se tivessem crescido juntos.

- A nossa mãe de sangue teve a gente com 13 para 14 anos. Ela teve que dar os dois, né. Não tinha condições e me deu para outra família. O Marlon ficou com a família mesmo, de sangue. Eu fui para outra família e nisso daí a gente não se viu mais - revelou Marlone.

Recém-nascidos, Marlone foi adotado e ficou em Tocantins. Marlon seguiu com a família para o Piauí. Passaram os 12 primeiros anos de vida sem jamais se encontrar.

- Eu lá no Piauí sentia falta, na minha infância. Não tinha ninguém para brincar. Minha família nunca escondeu que eu tinha um irmão gêmeo e eu sentia falta, né - lembrou.
Reencontro depois de 12 anos

Até que durante as férias no Vasco em 2004, Marlone voltou a Augustinópolis. Mas aquela tarde mudaria a vida deles. Também de férias, Marlon tinha saído do Piauí e estava a caminho do povoado onde parte da família vivia, a 15 quilômetros dali. Acabaram se cruzando no caminho.

Ao saber que Marlone estava no Vasco, Marlon, que também jogava bola, no futebol amador, quis seguir a carreira do irmão. Marlone conseguiu um teste para ele no Rio de Janeiro. Marlon foi aprovado no fim de 2010 e contratado pelo Olaria. Eles jogam na mesma posição. Moram juntos. Dividindo o apartamento com mais dois amigos, também jogadores.

Mas Marlone ainda não sentia completo.

- Hoje eu não sei o que é um Dia das Mães, um Dia dos Pais, de tanto estar longe deles. Tanto que já faz oito meses que eu não vejo eles (sic). Meu sonho era eles me verem de perto com a camisa do Vasco. Creio que um dia eles vão vir - sonhou.
Pais preparam supresa a Marlone

A convite do Globo Esporte, o dia chegou. Seu Jaldo e Dona Eunice fizeram uma surpresa aos meninos. Sem saber de nada, Marlone enfrentava o Botafogo. Fim de jogo: o Botafogo venceu por 3 a 1. Mesmo assim Marlone estava ansioso porque o procurador dele tinha dito que ele teria uma surpresa se marcasse um gol.

- Em seis anos que estou aqui, é a primeira vez que eles vêm. Eu não sabia que eles estavam aí, né - disse, às lágrimas, bastante emocionado com o que tanto desejava e não sabia quando ia acontecer.

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