quarta-feira, 10 de novembro de 2010

DA GERAL

Leia e reflita...que o tempo está passando...

DA GERAL me faz pensar em tudo. Em tudo o que penso e não realizo, juntamente com tudo o que realizo. Isso me leva a crer que o Universo tem jeito, pois nele existem as coisas alcançáveis e inalcansáveis, possíveis e impossíveis, visíveis e invisíveis...

DA GERAL me leva ainda a pensar em tudo o que deveria eu estar fazendo agora de mais importante, além de escrever ao acaso do nada e ao encontro do tudo, estas palavras soltas e tortas, a um destino incerto, mas provável.

Palavras ao tempo e ao vento que, despretenciosas e extintas de outros interesses que não o verde azulado da distância, contrastando com o crepúsculo rubro e róseo de um sentimento cinzento, vem desfolhar seus sonhos nas águas que levam tudo e todos a qualquer lugar que desconheço, no caminhar obscuro das almas curtidas de sol e de sonhos, ao destino da viagem última; começo de um recomeço que não tem dia e nem hora para chegar mas, que chega quando se menos espera.

Às vezes, por tanto esperar e, assim, DA GERAL me faz pensar e entender e compreender que o nada é maior que o sonho e o tudo é a ilusão inalcansável dos sonhadores que, por sonharem, venceram grandes distâncias e, pela mistificação do sonho e a indecifrável caminhada do não sonhar, chegaram ao encontro do vazio existente na inexistência do fim que começa quando já não há mais começo; na relatividade perene do tênue absoluto que não se toca nem se vê, mas se sente no mistério do desconhecido fim que, só começa e recomeça, mas nunca apaga nem acaba.

"A chama de luz que ilumina todas as almas. O sopro de vida que existe no vento que passa por nós tão só, tão único, que nem parece carregar a vida, e, DA GERAL, sentado e absorto em mim, vejo a continuidade do dia se perder no começo da noite que é só o preâmbulo para o próximo dia que vai nascer com a manhã e, assisto a tudo, passivamente, sem saber até quando vou continuar aqui, NA GERAL".

Roberval Paulo

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Blog Roberval Paulo: CAMINHOS DO SOL

Blog Roberval Paulo: CAMINHOS DO SOL: "Ali, recostado naquele barranco, quebrando gravetos e cortando folhas com a ponta dos dedos, atirava-os nas águas da fonte que corria, lavan..."

CAMINHOS DO SOL

Ali, recostado naquele barranco, quebrando gravetos e cortando folhas com a ponta dos dedos, atirava-os nas águas da fonte que corria, lavando meus pés. Notei que meus pés, imersos, tinham-se tornado um obstáculo à passagem livre das águas. Fixei meus olhos pela superfície e pude perceber quantos obstáculos tinham que ser vencidos para que ela continuasse a correr.

Eram tantas pedras, arbustos, desníveis do terreno e árvores obstruindo seu caminho, complementado pelas barbaridades dos homens com suas barragens, seu lixo, desmatamentos, em suas constantes tentativas insanas de parar essa corrida que, aparentemente, parecia que a qualquer momento, a fonte poderia desistir. Mas ela, teimosa e obstinada, resistia a tudo e continuava a correr, projetando-se em curvas, desvios, lagos, corredeiras e cachoeiras, só aumentando sua beleza diante dos obstáculos, transformando-os em molduras para o seu esplendor total.

Olhei para os meus pés e vi que eles continuavam sendo lavados, porém, por uma água que se renovava a cada novo instante. A água lavava e se ia embora, não voltando mais, passando parte dessa tarefa a uma nova água. A água do instante seguinte, que pela primeira vez passava por aquele caminho, cumpria sua missão e continuava em frente, sendo nova e desconhecida a cada novo espaço percorrido. A água de agora já não é a água do instante passado e não será a água do instante seguinte. Ela se renova a cada instante, a cada piscar de olhos que, por sua vez, também são novos. Cada piscar de olhos é único como é único cada instante, cada minuto, cada hora, cada dia, e assim, sucessivamente. Amanhã é um outro dia, pois o dia de hoje só acontece uma vez. O próximo segundo é outro segundo, novo e desconhecido para mim como é desconhecido para a água cada novo centímetro, cada novo metro percorrido.

Esse momento só acontece uma vez, só acontece agora e passa, não se importando com o que você tenha feito ou deixado de fazer. Nada pode mudar esse ciclo. Tudo só acontece uma vez, uma única vez. Só temos uma vida para este mundo.

Portanto, resta-nos aproveitar ao máximo, com toda energia e com todas as nossas forças, cada momento da nossa vida, nos doando por inteiro, com amor intenso, nunca desistindo diante dos obstáculos apresentados. Não importa se são momentos bons ou ruins, fáceis ou difíceis; o que importa é viver e viver é agir e reagir em todas essas situações, procurando sempre tirar o máximo proveito de tudo o que nos acontece, pois, partindo do princípio de que tudo é suscetível a todos, chegamos à sábia conclusão de que o importante não é o acontecimento em si, e sim, a posição que assumimos diante deste acontecimento.

Observem a água. O seu segredo consiste na capacidade de correr sempre, e, para ela, não importa os obstáculos, nem o que ficou para trás. Só importa a corrida e está na corrida a sua razão de ser; a sua própria vida.

A água que corre é viva e semeia a vida por onde passa. A água parada é morta e mata todas as vidas ao seu redor.

Corra então para viver, pois assim, serás motivo de estímulo para a vida, porém, nunca pare para não correr o risco de morrer pelo comodismo e pelo desgosto daqueles que o cercam.

Roberval Paulo













segunda-feira, 8 de novembro de 2010

DA GERAL

DA GERAL, observo a vida passar por mim na direção do desconhecido e me posiciono como se fosse um imã para que a vida possa em mim grudar e não mais fugir.

E assim me encho e me recheio de vida, seguindo com ela a estrada da luz à procura da morte que, viva, me pede perdão e se esgueirando feito cachorro vadio, grita por socorro ao se entender morta.

Eu, vivo, observo tudo em silêncio e não posso disfarçar uma lágrima clara e fria que escorre pela minha face ao compreender que o grande segredo da existência é o que inexiste e a porta de saída para a próxima vida é o encontro com ela: a mãe que a todos acolhe e a ninguém rejeita.

Meus pensamentos caminham desordenados e inquietos pelos labirintos do medo e transportam meu ser à legião de um sonhar desesperado sabendo esse desespero ser a esperança em sua mais perfeita tradução pois que a vida ainda está por aqui e, DA GERAL, ainda observo a passar por mim o cortejo fúnebre que ora vivia e que segue ao destino do fim que é, e será, nada mais, nada menos, o começo de tudo.
Roberval Paulo

PRA NÃO DIZER QUE EU NÃO DISSE NADA

Tive um sonho e sonhei que era um anjo e aquele anjo sem asas mas que, pela força do invisível e do mistério do incerto, voava e mais voava; voava que nem sabia como era a estrada de andar.. Um anjo sem asas e que de nada entendia nem mesmo porque era anjo e nem mesmo o que é ser anjo mas que, inexplicavelmente, voava, voava e mais voava..

Abri as asas que eu não tinha e ganhei os céus. Eu era esse anjo que asas ele não tinha. Subi, subi alto e contemplei, lá de cima, o altar. Um imenso boneco redondo, nas cores azul e verde e pés e cabeça alvos como neve. Refleti sobre aquela imensidão de espaço vazio e pude perceber a distância do meu pé ao meu pensar. Aquele espação infindo a perder de vista e nada para todos os lados, e direções, e sentidos, e só aquela bolinha em azul e verde, e branco nas extremidades, vagando ao léo, sem destino, suspensa no ar e sem amarras para lhe segurar.

Não entendi o mistério e mesmo se buscasse entender, não entenderia. Aquela bolona imensa, pequena diante do vazio do espaço mas, imensa e desorquestrada...se comparada a mim. De terra e água é seu ninho; de mato e bicho seu peito, e ainda de gente, em todo o seu sentimento e muito de tudo. Milhões e milhões e até bilhões de tudo, portanto, pesada; pesada não, pesadona, e suspensa no vazio do espaço, sem cordas e não cai. Suspensa pela massa do ar e andando ao vento pelo tempo, sem parar e sem ninguém no volante. Não consigo entender nada. Quanto mais me findo nesse propósito, menos entendo. Dizem que é uma tal de gravidade ou lei da gravidade, não sei. Na verdade, eu nem sabia se existia essa gravidez, nua e filha, nem sei de quem, a viajar pelo espaço, sem amarras, nem cordas, totalmente suspensa, sem raiz, a andar sem destino e sem direção, na órbita de um pensar que não é atmosférico. Penso que vai à procura do Apocalipse final que, a bem de uma outra verdade, eu também não sei o que é e nem onde mora, se é que ele tem residência; ou será que seria ele mais um descamisado andarilho pelos trilhos da esperança e que ao fim só encontra um mar de terra para guardar seu corpo ínfimo e pouco que descansa, leve e morto, ao pé de um jacarandá?

Penso mesmo que essa mãe que às vezes se chama terra, viaja sonho afora é em busca do pai que perdeu. Do pai de sua gravidade gestada em um tempo inexistente e distante, feito minhas asas que um dia estiveram em mim e que ao anúncio da criação dos filhos do gênesis, povoaram o olimpo. Assim zeus se fez Deus para apadrinhar a insensatez da mitologia fora do seu tempo mas que caminhava para encontrar a porta que culminasse e se materializasse nos trilhos da obscura luz da última realidade, ou, pelo menos, que fosse uma janela e, mesmo sendo a passagem, mais estreita, poderia por ela saltar ao espaço do precipício sem fim que é a viagem sem destino e sem direção e também, sem comandante, da mãe que procura pelo pai da gravidade gestada em seu ventre, que subiu e não desceu e, que quando desceu, acabou descendo mais do que o necessário para voltar a subir e, não mais subindo, passou do destino e não mais encontrou o caminho de volta.

Assim se deu a viagem do anjo sem asas que nada de gravidez ou gravidade foi ao espaço buscar, mas, que viu e se solidarizou com o choro das estrelas, lágrimas estas que diziam da estupidez exasperada daqueles seres ingnóbios que mais pareciam micróbios que cavavam sem parar o corpo daquele corpo que ainda hoje viaja mas não encontrou parada nem a estação pra estacionar e nessa viagem sem fim leva toda a nossa vida e as nossas forças e sonhos para o espaço de um lugar que não se sabe onde é e nem se lá vai chegar mas que como todo ser que pisa os degraus do medo vai sem medo para a morte que fica na encruzilhada do canto daquela estrada que não se sabe parida ou se já foi a abortar.

Não desci do meu sonho, só acordei e, quando os olhos eu abri, estava ali, na minha frente, me olhando com aqueles olhos que eu não sei decifrar, o filho do pai que um dia partiu pra órbita da dor e deixou sozinha, a mãe, que viaja sem parar, e chora, como ela chora e suas lágrimas fizeram o mar e esse se vai a encher pois ela não para de chorar porque o pai não encontra e o filho é que aqui está e a mãe ainda nem pariu, só chora e chora e me olha junto com o pai que é seu filho e me chama, me chama e eu, que acordei agora, não sei se já é a hora de seguir não mais eu órfão ou se aqueles olhos de pai de mãe e de filho que é filho do pai da noite vai ainda permitir que o meu corpo comece essa viagem a seguir e que a cria do medo, do meu ser que desconheço me revele o segredo de não mais ter pesadelos e em paz poder dormir.

Roberval Paulo

ÀS VEZES É PRECISO FALAR DE AMOR

Houve uma era em que mais se sentia o amor. E nesse tempo, um homem que viveu além de tudo e de todas as coisas possíveis e impossíveis, dizia: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amo." E disse mais: "Amai ao próximo como a ti mesmo." Mas, plantar o amor é difícil; colher, muito mais difícil se faz. Ele foi perseguido, acusado, julgado e condenado e, foi morto. Seu pecado? – Falar e viver o amor.

A vida se fez diferente a partir daí. Com o seu amor infinito, libertou e salvou todas as gerações passadas, contemporâneas e futuras pelo seu sacrifício e sofrimento aos pés do calvário, sob o peso do lenho da cruz e pelo seu sangue, que alimenta todos os nossos dias. O mundo se dividiu entre antes e depois dele. A vida triunfou e venceu a morte e a fonte de água viva jorrou no seio da humanidade.

Hoje, depois de tanto tempo e situando-me dentro da realidade atual, pergunto a mim, sem poder livrar-me de uma estranha sensação de descontentamento e impotência: Nada valeu a pena? Será que tudo foi em vão? Recorro ao poeta, que em um tempo mais recente, dizia: "Tudo vale a pena se a alma não é pequena."

E assim, busco alcançar um entendimento que possa, pela força desse mesmo amor que é dele e que habita em mim, salvar-me e libertar-me das garras sangrentas do egoísmo e da ambição que, pela inconteste e maléfica influência do desejo negro do ter, instalou-se em nós e nos impede de abrir as portas para as virtudes do ser. O mundo já não canta o amor e a história continua a se fazer com sangue. No ciclo vicioso do poder, a ambição gera seus filhos, verdadeiros pais do egoísmo. A destruição é total e se demorarmos a acordar desse sono e sonho malditos, o caminho é sem volta. A natureza, agonizando, pede socorro, sem ser ouvida. Os valores éticos e morais foram-se, partiram para uma galáxia distante, expulsos pela nossa soberba e cobiça e pelo nosso desprezo e desrespeito ao semelhante. Só se vê descaso pelas questões sociais que afligem o planeta e aniquila milhões de semelhantes, transformando-os em bichos à procura do nada, abatidos todos os dias pelo tiro certeiro do inevitável, agindo fora do seu ciclo natural; agindo fora do seu tempo. A sociedade perece, vítima do seu próprio desamor e leva consigo a inocência que um dia foi nossa e que reinava nos recôncavos perdidos e esquecidos do limiar da existência. O caos é total e parece não ter fim. Tornar-se-a eterno como eterno foi um dia, o amor, que dorme, enfraquecido e desqualificado, no seio desumano dos humanos que somos.

É preciso acordar. O sinal de alerta já foi acionado e a luz das trevas só espera o momento para reinar sozinha, negra e sem cor e desesperançada de viver. A vida, agora, ínfima e tênue, continua a descendente escalada e, teimosa e obstinada que é, procura perenemente e incessantemente pelo amor, para ressuscita-lo. Procura incansável mas necessária. Só esta é capaz de alterar esta realidade. Vida e amor andando juntos. Assim, penso e ainda me sinto existir e volto a crer, depois de tantas incertezas, que a humanidade tem jeito. Mas, depende de todos nós. Vamos dar essa mãozinha. Vamos, todos nós, juntos, ressuscitar o amor e semea-lo em nosso meio e seio. E aí, cheios e repletos do amor, vamos trilhar juntos o caminho da paz, da compreensão, da igualdade e da vida digna e justa a todos, indiscriminadamente. Só o amor de tudo é capaz e é, esse amor, o dom maior. Está no ser e o ser é o espírito e é tudo o que resta. O espírito que é amor; o amor que é espírito. É isso mesmo. Sendo assim, estamos recomeçando no caminho certo. É o que sempre digo. Às vezes é preciso falar de amor.

Roberval Paulo

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A BIOLOGIA NO AMBIENTE - O MISTÉRIO!

O homem é produto do meio, diz o provérbio que é quase tão antigo quanto o homem.

No entanto, a sua formação congênita, fator que orienta também a sua personalidade encontra fundamento na hereditariedade e é salutar considerar que geneticamente, a origem dos seres vivos e suas causas está diretamente relacionada com a hereditariedade e o ambiente.

Portanto, mesmo com todos os estudos e descobertas a respeito do tema, é preciso ainda avançar muito. Muito difícil se torna e, praticamente, quase impossível, até o presente momento, definir com alguma precisão, qual dos dois fatores exercem maior influência na transformação e formação do indivíduo.

Mesmo com todas as conquistas ao longo do tempo, a própria ciência não é capaz de explicar o intercâmbio entre hereditariedade e meio ambiente na formação da personalidade dos seres pois, é ainda desconhecida da ciência, dentro do aspecto filosófico, a razão maior das coisas; a razão de ser dos seres. Para decifrar esse enigma é necessário descobrir e conhecer o sentido da vida, o sentido maior da existência e essa chave ainda continua escondida e insabida.

A formação do indivíduo está ligada à sua hereditariedade como também condicionada ao meio em que este vive, sem podermos precisar qual desses fatores tem mais importância para o seu existir enquanto ser ainda em evolução. 

No mais, é tudo mistério e especulação.
Vida que segue sem explicação para todo o sempre. Amém!

E que a vida nos seja leve e que o mistério...nunca chegue ao fim.

Roberval Paulo

UMA LIÇÃO DA VIDA

Aconteceu no estacionamento de um shopping. Era domingo, tarde de domingo. Ocasião em que os shoppings estão cheios. O estacionamento nem se fala. Parece mais congestionamento da Avenida Brasil e Marginal Tietê juntas. O sol flutuava magestoso num céu claro de azul distante e já descambava para o poente, anunciando o crepúsculo com seus efeitos enfumaçados e  áureos. Na terra, outro crepúsculo. O da correria da humanidade. Formigas desesperadas, em todas as direções, sem destino certo. Correr por correr. Comer pipocas, tomar sorvetes, cervejas; beliscar, patinar, faz-se tudo. Cinema! Ah! Cinema nas tardes de domingo; nada mais romântico. Correria. Aventureiros e exploradores, sem eira nem beira, dos prazeres da vida. Do bom bate papo, do entretenimento, do descanso e do sossego. Da novidade das caras novas, do flerte. Do lazer da família em busca da paz tão sonhada do fim de semana, nessa bagunça infernal. Caos. Tudo em movimento, tudo anda ou melhor, corre. Até os seres inanimados das lojas e vitrines parecem adquirir vida.

É tanta confusão que até me perdi no texto. O que eu queria mesmo era contar um episódio que se deu no estacionamento de um shopping, numa tarde de domingo e, perdido em meio a multidão, acabei aderindo à confusão e correria dos shoppings nos fins de semana.

Bem,  vamos ao fato; agora ele acontece.
Carros passeiam entre as filas à procura de vagas, perfilados como um pelotão de soldados, não necessariamente naquela mesma ordem. Uns entrando, outros saindo, buzinando, aguardando. Foi aí que se deu o já anunciado acontecimento.

Uma camioneta último tipo caminhava inquieta e nervosa por entre seus colegas à procura de um espaço para descansar seu desingner perfeito, tão harmoniosamente disposto sobre suas quatro rodas, reluzentes e imponentes, levando em seu interior um cidadão de meia idade, não tão último tipo quanto ela, "a camioneta", mas considerado um bom partido entre as moças casaidoras.

Não muito distante dali, um pouco mais atrás, um fusquinha ano 67, desesperado e ofegante da tão longa jornada e já gasto pelas marcas do trânsito, garimpava um espaço para repousar sua  maltratada estrutura que vinha gemendo e grunhindo, mal agasalhado que estava em cima daquelas quatros rodas tão bem desfiguradas,  levando em seu lado de dentro uma senhora já na melhor idade, - aquela mais perto do outro lado - de óculos, feições gastas pelo tempo mas conservando em seu semblante aquele distante arzinho de garota levada.

Eis que de repente, a camioneta passa por um espaço em aberto, de onde acabava de sair o próprio Henry Ford. Num grito de triunfo e mais que depressa, pisa no breque, liga a seta e engrena marcha a ré e, já em movimento convexo, procurando o retrovisor para se orientar, dá de cara ou melhor, de costas com o fusquinha que, numa manobra digna de um fórmula 1, arremete-se ao espaço a pouco vago, fazendo-o seu, deixando desolada a camioneta que vislumbrara primeiro essa tão disputada e singular vaga.

O condutor da camioneta aciona o freio de mão, apeia, caminha na direção do fusquinha falando à velha senhora. Argumenta e reclama porém, elegantemente.
- Minha Senhora, a vaga era minha, eu vi primeiro. Não foi correta a sua atitude.
A senhora olha de soslaio para o cavalheiro e num ar de deboche, sentindo-se vitoriosa, arremata.
- O mundo é dos mais espertos doutor.
- Mas...
- Não tem mas nem meio mais doutor. O mundo é dos mais espertos.
O cavalheiro, elegante, parece não acreditar no que acaba de ouvir. Sem palavras para responder, perde as estribeiras. Sai da razão. Dá meia volta e entra na camioneta, nervosa. Fazendo roncar o motor, promove uma ousada manobra e projeta-se na direção do fusquinha que, descansado e desprevenido, não tem forças nem tempo para reagir. O choque foi forte. Um estrondar bombástico e o fusquinha despedaçado, partido ao meio. Um amontoado de lata e ferro retorcidos. 

A camioneta faz nova manobra e parando ao lado do fusquinha e velhinha, saindo fogo pelas ventas e com a raiva de mil siris em água fervendo, o seu condutor dispara em gritos.
- O mundo não é dos mais espertos não minha senhora. O mundo é dos que tem dinheiro.
Faz um ligeiro aceno de mão e arranca a toda velocidade, jogando para trás uma mistura de  resíduos de asfalto e óleo no olhar assombrado e espantado da pobre senhora que, incrédula, olha desesperada o monte de ferro e lata que a segundos atrás era a sua condução. Lágrimas de esperteza e ferrugem se unem num chorar tão doído que nem o arrependimento duo, de velha e fusca é capaz conter. 

Dois corações marcados pelo tempo e pelo trânsito, recebendo da vida, ainda que tarde, a lição de que, mesmo em confronto com o dinheiro, a humildade deve prevalecer, sendo a tônica para o entendimento, evitando assim o risco da humilhação.  

Roberval Paulo

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A FILOSOFIA E A ARTE DE TUDO SER

É verdade. Ela não tem movimento próprio. Nem vida, eu acho. Mas como gosta de estar pelo caminho. Já viram? Está sempre no nosso caminho. Quando não é a própria, literalmente, é o seu nome.
Você é uma.................no meu caminho!
Você é uma.................no meu sapato!
Lembrem-se, até JESUS citou-a, quando disse a Pedro: tú és..................., em ti edificarei minha igreja.

Ela é importante, ta pensando o que! Inclusive, quando usada como arma; esteve na funda de Davi e logo após, na testa do gigante Golias, vencendo-o. Ou terá sido Davi o vencedor, e não ela? Bem, acho que os dois venceram.

Estão vendo, ela tem história. É quase impossível esquecer-se dela. Está presente até na dor do rim. Muitas são brutas, grossas, indelicadas. Outras são lapidadas, sensíveis e gozam de maiores privilégios. Estão sempre ornamentando valiosas jóias e esculturas; decorando lindos ambientes e estruturas. Outras são as próprias jóias e esculturas, portanto, de muito valor.

Uma coisa porém não se pode negar; são infinitas as suas utilidades, servem para tudo. Bem, sem exageros, para quase tudo.

Mas coitada. Não tem vida própria. Não vive, vegeta, ou será pedreta, pedrita, pevita? Há! Sei lá. Está por aí, no meio de nós, com vida ou sem vida. Pera aí, com vida ou sem vida? Deus meu, ajude-me; acho que me perdi. Raciocinem comigo sobre uma daquele inteligente. “Penso, logo existo”. Ela não pensa, então ela não existe???? Mas se penso nela e posso vê-la, e posso senti-la ― senti-la na verdadeira acepção da palavra ― ainda ontem, senti-a na cabeça numa discussão e na corrida para não senti-la por todo o corpo, não adiantou muito, pois acabei sentindo-a no dedão do pé. Também pudera; a coitada estava lá, abandonada, sozinha, perdida no meio do caminho. Eu disse pra vocês; está sempre no meio do caminho.

Bem, antes de me perder, feito ela, voltemos ao raciocínio. Se posso vê-la e senti-la, isso quer dizer que ela existe, mesmo sem pensar. Ora pois, partindo desse pressuposto ou seria desse princípio? Esse português ainda me mata. Não importa; partindo dessa coisa, ou melhor, daqui mesmo, daqui pra frente, Eureka!!! Cheguei à sábia conclusão de que “pra existir não é necessário pensar.”

Não, não é isso. Recapitulando. Ela existe e penso nela, mas ela não pensa nem nela, nem em mim, nem em qualquer outra coisa. Conclusão. “Penso, logo existo, mas, se não penso e outros pensam em mim a ponto de me sentirem, então existo.” Não, está tudo um tanto quanto confuso. Já dizia outro que, quando a esmola é demais, o santo desconfia, então, esse pensamento não deve estar correto, até porque a esmola não tem nada a ver com o santo nem com ela mesma. Eureka! Achei. De novo! A conclusão certa é: “penso, logo existo. Ela não pensa mas, também existe, pois eu penso por ela e sinto-a.”

É, ainda ficou um tantinho quanto confuso, mas tá bom. Não vou mexer mais não, se não, daqui a pouco, eu é que não vou estar mais pensando. Nossa, agora usei não à vontade, mas, não tem nada não. Pra variar, mais nãos. Fazer o que, pra dizer não tem que usar não, senão, não é não, não é mesmo. Mas chega de nãos, vamos ao que interessa.

Antes dessa coisa de pensar e não pensar, existir e não existir, eu estava falando sobre uma coisa. Droga, já repeti de novo, agora, foi a vez da coisa. Tudo bem, deixa pra lá. Vamos à revelação. De quem eu estava falando? Ou melhor, do que eu estou falando? Quem adivinha? Ham! Já descobriram? O que! Sabiam o tempo todo? Eu dei muito na cara; dei bandeira né. Assim perdeu a graça. Todo o tempo falando sobre a pedra, coitada, com um ligeiro suspense, pra fazer a revelação só no final do texto e logo no começo, vocês já haviam sacado. Mas não tem nada não. Êta! Quanto não. Sai do meu caminho não, parece pedra.

Não e pedra, pedra e não, desimportante. O importante é que conhecemos um pouquinho mais da vida desta já tão depedrada pedra e, deixando a modéstia ― a pedra ― de lado, um pouquinho mais de filosofia também, não é verdade? Podem confessar, eu deixo. Eu faço uma confissão. Não sei e não sei mesmo porque a pedra, ou a srª. Pedra, ou dona Pedra e, já que existe, pode até ser o bicho pedra, ou seria bicha, por se tratar do feminino? Não sei e como eu ia dizendo, não sei “de novo” porque esse trem ― coitada, é trem, é coisa, é pedra, êta português ― chamou tanto a minha atenção, fazendo-me escrever tanto. Essa coitada leva uma vida tão besta.

Como podem ver, não fala; não escuta; não sente; não chora; não vê, quase sempre é vista; não tropeça, os outros é que tropeçam nela; não anda e, com um tremendo esforço mental, recorrendo inclusive ao grande cientista Reneé Descartes, concluí que ela também não pensa, mas existe. Repito. Pode uma vida mais besta?

Bem, dentro de uma análise filosófica, eu afirmo: pode. A minha própria. Falo, escuto, sinto, choro, vejo, tropeço, ando e penso; e sofro. Vocês podem me perguntar. Nossa, como ele pode comparar uma vida humana tão ativa à vida de uma pedra? A vida de gente à vida de animal? E eu lhes responderei.

Primeiro, pedra não é animal. Pedra é “matéria mineral dura e sólida” ― (Dicionário Aurélio). É da família dos que não pensam mas, existe, acho.

Segundo e também pra finalizar, por ironia do destino ou não, ou por ironia da própria pedra “filosófica”, ela não sofre, ao contrário de mim que sofro e muito, não podendo calcular a extensão nem a dimensão desse sofrimento. Mas sei que é tão grande que está me sufocando e já não consigo falar, escutar, sentir, chorar, ver, tropeçar, andar e nem mesmo, pensar. E se não mais penso, já não existo, ou existo, porém, sem pensar, tendo que esperar e me contentar com o pensamento dos outros para existir, se é que há alguém capaz de pensar em mim como eu penso na pedra. Porquanto, já privado de todas essas faculdades, não sou mais que ela. Não sou mais que uma pedra.

Quisera eu ser como tú Pedra que, sem vida própria, não pensa; e sem pensar, não sente; e se não sente, não sofre; e se não sofre, é mais feliz do que eu.

Roberval Paulo

O CONTRADITÓRIO

Um dia e noite que me faz sorrir e chorar mesmo que não possa fazer o sol brilhar e a lua expandir seus raios pelas pradarias e colinas que azulam a vida e o mar de seus olhos que me ferem a alma qual faca virtual em ser iluminado e não palpável venho sorrir-te e abrilhantar meus dias com os pensamentos envoltos em ti que pensar é sonhar e sonhar é ter conseguir realizar querer achar se deleitar em teus beijos mãos e corpo e horizonte viajar voar sem ter os pés ao chão mas seguro pela tua mão que me enlaça e me faz homem voltando à terra pós viagem mais alucinante de prazer e glória de ser e estar realizado solto preso em nós que somos um mais que dois três dez mil e uma forma de amar e cantar zelar cuidar que o nada floresça e seja tudo de nós em todos e ainda assim me seja fonte de lua e estrelas cachoeira de sonhos em regato de verde esperança e encantos prazeres mil folhagem espessa abrigo ninho de amor você e eu e o sol violeta de cor e beija-flor beija rosa morena açucena qual amanhecer serena paz fugaz pelo ar revirar envaidecer desaparecer e tornar transparente pungente brisa brancura açoitando o peito rasgado punhal de gelo em noite quente suar transpirar o frio sol de junho pólo sul e norte norteando o trópico do meu sentimento em cristal de fino trato frágil caído quebrado esfacelado na incompreensão do ente amado desejado mais que pura água cristalina cristalino ser banhado de lua irmã alma gêmea e um servir mais amor que senhor pedaço de mim esculpido em um dia que me faz sorrir e chorar e o sol brilhar e a lua expandir seus raios azulando nossas vidas mar e mundo de um existir mais nuvem-luz que fosco-alvorecer.

Roberval Paulo

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS - A consolidação de um processo

"Disse e repito que prefiro o barulho da imprensa ao silêncio da ditadura." - da presidente eleita Dilma Roussef, em trecho do seu discurso de vitória, ao reiterar sua opinião a respeito da liberdade de imprensa.

Aproveitei as eleições e o feriado da terça e me dei umas férias também. Dias bons de expectativa e de comemorãção. Volto hoje para ainda me reportar ao assunto ELEIÇÕES.

Passaram-se as eleições e como na máxima pós-carnaval - "depois da quarta-feira tudo volta ao normal" - tudo se normalizou. Para trás as tensões e apreensões da maior e ao mesmo tempo, a pior eleição dos últimos tempos dada a importância dispensada a temas menores em detrimento da discussão de temas cruciais para o crescimento e desenvolvimento do país e do nosso povo enquanto nação de cidadãos.

Os equívocos durante o període de campanha foram muitos e a população assistia a tudo estupefata, sem poder discernir o que era verdade e o que era mentira e navegava desorientada pelo labirinto do medo recheado de promessas, propostas, acusações e ataques de toda forma e espécie, inclusive, contra o patrimônio humano; contra a moral, a diginidade e a intimidade das pessoas, envolvidas ou não no processo.

O cinismo, a hipocrisia, o sarcasmo e a crueldade de muitos, mas, que não correspondem à maioria do povo brasileiro nem ao perfil e característica do nosso povo, feriram de morte os pilares fundamentais da democracia em prol de uma aristocracia falida que ainda tem pulsando forte o seu coração negro e malévolo que persegue o poder só pelo exercício do poder sem se importar com o que se diz de povo e de gente.

A derrota lhes doeu caro e, principalmente, porque veio por aqueles que por eles são excluídos e por tantos e tantos e tantos outros que por sua situação social e econômica podiam ser deles mas que, por terem enraigado em si o verdadeiro sentimento do que é ser justiça e solidariedade, se manisfestam e se manifestam com fervor e afinco e argumentos em favor da parte baixa da pirâmide; dos menos favorecidos de oportunidades e de sonhos em um magnânimo gesto e movimento de explêndida cidadania.

No fim das contas, com a apreensão que norteava as expectativas, com a vergonha que ascendeu ao orgulho, com a revolta que alimentava a crença no futuro, com a mentira que fez ressurgir a verdade, com o medo que desenhava lá no fim do túnel a luz da esperança, valeu os desejos e sonhos, os anseios e a vontade do povo soberano.

Mesmo ferida de morte para ressurgir das cinzas, qual Fênix, prevaleceu a democracia e esta se consolidou quando em seu discurso de vitória, a presidente eleita Dilma Roussef frisou: "Disse e repito que prefiro o barulho da imprensa ao silêncio das ditaduras."

Que tudo, acertos e erros nos sirva de lição para reorientar e direcionar nossos caminhos rumo à paz social que tanto sonhamos e almejamos, com direitos e deveres iguais  para todos, indistintamente.

Que a imprensa livre continue livre mas que, livre e autônoma, possa refletir e reavaliar o seu verdadeiro papel e importância frente à sociedade, enquanto veículo livre de comunicação e informação.

Que as oligarquias e aristocracias ainda existentes neste país tão diverso possam olhar para dentro de si e se auto avaliarem quanto à sua participação nesta sociedade que hoje é de todos nós brasileiros e não de um pequeno grupo de privilegiados do poder.

Que nós os cento e noventa milhões de brasileiros, a nossa nação Brasil possamos nos orgulhar do grande exemplo de democracia  e soberania do qual fomos todos nós, protagonistas.

E, parafraseando o grande estadista Lula da Silva, - "como nunca antes na história deste país" - elegemos uma mulher presidente da Repúbica Federativa do Brasil.

As eleições ficaram para trás e com ela, os ataques e agressões nocivos à república e ao povo e que tanto nos envergonharam.

A presidente eleita Dilma Roussef é agora a presidente de todos nós - o povo brasileiro - e que ela possa dar continuidade às políticas sociais e de inclusão do governo LULA que tanto bem fizeram à população e ao respeito e dignidade com a pessoa humana, antes tão desumanizada.

Que a normalidade volte a reinar em nosso meio, livre da fúria e tensão dos dias passados, trazendo ainda em seu bojo a imparcialidade e o verdadeiro papel constitucional das instituições enquanto instrumento de gestão do povo, pelo povo e para o povo.

Que o sonho nos seja real e que a realidade nos leve a dias melhores.

Roberval Paulo

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A MENTIRA NA VERDADE DAS PESQUISAS

O modelo é novo, com a soca, bagaço e carcaça do velho.

Com o intuito de sensibilizar o que a muito não é mais insensível, dizem que os institutos de pesquisas anunciaram, por A + B, que não haveria segundo turno para, com isso, aventarem a ideia de que os institutos erraram e continuam errados e que os números divulgados agora no segundo turno não são reais.

Por A + B, afirmo, reafirmo e repito, isso não é verdade.

houve realmente uma ligeira discrepância entre os números mostrados pelos institutos e os resultantes do primeiro turno das eleições mas, nada que tenha o condão de desqualificar as pesquisas de intenções de voto de modo geral.

Às vésperas da votação de 03 de outubro, os institutos todos, com base em suas amostragens, já não garantiam a vitória de Dilma no primeiro turno e acenavam com a possibilidade de um segundo turno.

Ora, foi exatamente o que ocorreu porém, não pelo crescimento de Serra como os tucanos querem fazer parecer e sim, pelo crescimento da Marina Silva que foi realmente quem surpreendeu no primeiro turno dessas eleições, o que nos permite uma observação curiosa: "a arquitetação e realização de um auxílio  indireto de uma mídia direta e de direita que torta estava pela impossibilidade de fazer Serra decolar e aí colaram na Marina para extrair a migalha que lhes interessava do 50% + 1 da Dilma. E conseguiram.

Portanto, tudo o que estão dizendo e tudo o que estão fazendo é choro de quem está atrás no placar e não se contenta em ser preterido pela vontade soberana do povo.

Os números atuais são reais sim e apontam uma considerável vantagem a favor da candidata do PT, Dilma Roussef, o que lhe garante uma vitória maciça se as eleições fossem hoje.

No entanto, atentem.
Acontece hoje o sempre temeroso debate da intrigante Rede Globo de Televisão.
Não se deixe influenciar. Firme-se no seu propósito e na sua convicção.

A verdade precisa vencer a mentira.
A verdade precisa ser mais forte e a verdade é, incontestavelmente, o governo Lula.
A verdade é Dilma13 para o Brasil seguir mudando.

Roberval Paulo

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

GLOBO E VEJA - Quanta semelhança?

Qual a semelhança existente entre a Rede Globo – mais precisamente o seu carro chefe, o Jornal Nacional – e a Revista Veja? Alguém saberia responder? Não é resposta fácil, dada às sutilezas e intenções ocultas e ainda, às “coincidências propositadas” em que estas ocorrem. A primeira e, menos importante e também, mais amena, é o fato de serem, os dois, Globo e Veja, veículos de comunicação importantes deste nosso tão mais importante País. Findam-se aí as semelhanças coincidentes e inocentes pois todas as outras são propositadas, premeditadas e, “machiavelmente”, arquitetadas, sem me reportar aqui ao grande Filósofo e político Niccolò Machiavelli, dito Machiavel e sim, à interpretação deturpada que fizeram da sua obra, sem considerar a época e a sociedade em que este viveu.

Entre essas terríveis semelhanças está a de que os dois veículos, Rede Globo e Revista Veja foram credenciados e contratados pelo oligopólio da mídia de comunicação direitista no Brasil como palanque externo do candidato José Serra, do PSDB, trabalhando paralelamente e em consonância com o programa do horário eleitoral do candidato tucano. É tudo muito bem sincronizado.

É impressionante como os assuntos e temas, logo que noticiados por estes veículos de comunicação, são, em seguida, tratados no programa eleitoral do PSDB, inclusive sendo apontadas as soluções.

É vergonhoso como veículos de comunicação de tamanha importância e que gozam de tão expressivo conceito; que deviam operar como o espelho da imparcialidade, se prestam, de forma discarada e sensacionalista, a favorecer abertamente, em seu noticiário diário, a candidatura de José Serra em detrimento da candidatura de Dilma Roussef, do PT, utilizando para esse intento de denúncias e mais denúncias, muitas irresponsáveis e infundadas e de acusações levianas, credenciando todas elas à Ministra Dilma Roussef e ao governo Lula.

Desde que a Globo influenciou no resultado das Eleições de 1989, disputadas entre Lula e Collor, ajudando a sacramentar a vitória de Collor, que nós não víamos uma participação tão efetiva, voraz e ferrenha dos meios de comunicação em prol de um candidato. Não dá mais pra diferenciar o que é noticiário político e o que é programa eleitoral, tal é o grau de favorecimento pregado por estes veículos à candidatura de José Serra.

Esquecem-se eles que não estão falando só em favor da candidatura tucana elitista e sim, contra o povo e contra um governo que se notabilizou por trazer para o cenário das grandes discussões o problema social e as classes menos favorecidas e que, longe de ser o governo ideal, tem apresentado e consolidado conquistas importantes com relação a uma melhor distribuição de renda, à popularização do acesso ao crédito e, consequentemente, um aumento considerável nos índices de inclusão social.

Assisto com olhos negativos e tristes essa tentativa de parte da mídia televisiva e escrita do nosso tão querido País, de favorecer a interesses implícitos e obscuros aos olhos da maioria, a despeito da preferência e do direito livre de escolha do povo, dentro do seu próprio critério de avaliação.

É razoável dizer que nós, povo, ainda somos massa de manobra, mas que, dada a própria democratização da informação e ao nosso novo e atual entendimento do que é democracia, estamos praticamente prontos para manobrarmos, nós mesmos, a nosso favor.

A favor do povo.
A favor da Nação antes que do País.
É só termos um pouquinho mais de posição firme e decidirmos o nosso caminho pelos nossos próprios critérios, matando em nós aquela máxima de que o povo é maria vai com as outras.
Então, que assim seja. Martelo batido e ponta virada.

Roberval Paulo

DEBATE DOS PRESIDENCIÁVEIS NA GLOBO

"Reedito aqui, com suaves alterações, só para adequação ao momento, artigo que escrevi quando do debate dos presidenciáveis na globo, no 1º turno dessas eleições. O texto casa perfeitamente com o debate programado para esta próxima sexta-feira pois continuo temeroso com os intentos ocultos que possam ser revelados e despejados goela abaixo do telespectador."

 Será nesta sexta feira, após a novela Passione, o tão esperado debate entre os presidenciáveis, na Rede Globo de Televisão e, por sua vez, também o debate mais temido. É o mais temido porque já vimos, em um passado bem recente, debate organizado pela emissora Globo alterar a preferência do eleitorado e decidir eleição. Sabemos também que a Rede Globo de Televisão, juntamente com outros fortes e influentes veículos, a despeito da sua importância para o País enquanto veículo de comunicação e ainda, a maior e mais influente, é integrante e defensora da velha direita elitista, conservadora e altamente capitalista. Caçadora algoz e implacável dos capitaneados capitais. Praticante voraz do monopólio e oligopólio, almejando estar sempre na vanguarda das decisões importantes do País, para decidir a seu favor e daqueles que lha auxiliem na consolidação e fortalecimento do seu papel e da sua estrutura frente a sociedade. Fizeram isso nas eleições de 1989 e sacramentaram a vitória de Fernando Collor no 1º turno das eleições daquele ano. O desfecho final todos nós conhecemos.

Nessas eleições, por incontáveis vezes, a Globo se transformou em palanque paralelo da campanha de José Serra, em detrimento das outras candidaturas. Seu intento ficou claro e escancarado, considerando as matérias apresentadas no Jornal Nacional apontando problemas sociais pelos quais passam o Brasil e logo a seguir, via-se as soluções desses problemas apresentadas no programa eleitoral do candidato José Serra.

Tem ainda a exploração, ao extremo, das denúncias de irregularidades na Receita Federal e na Casa Civil, credenciando tudo ao Governo Lula e à Ministra Dilma Roussef, antes mesmo de investigada e comprovada a culpabilidade, imputando as responsabilidades com leviandade, atendendo somente aos seus interesses eleitoreiros. Casos estes que, o primeiro está devidamente comprovado que a motivação para o levantamento das informações e a formatação do tão famigerado dossiê se deu por questões internas do PSDB na disputa por espaço entre o grupo de Aécio e Serra e o segundo caso culminou na demissão sumária da ministra Erenice e a competente investigação para elucidação do fato pela Polícia Federal.

Esse debate que ora se aproxima é realmente necessário mas, chega a dar medo. É o único que tem o poder de promover alterações na preferência de voto do eleitorado, pelos índices de audiência que alcança e pela importância e influência da Rede Globo de Televisão dentro do País e do mundo capitalista. Diante de tudo isso, a pergunta que não quer calar: O que estão preparando e arquitetando para o apagar das luzes? O que vem por aí? O debate acontece hoje, já findado o prazo para a propaganda eleitoral. Então, o candidato que, por ventura, for prejudicado neste debate e cair nas pesquisas, dificilmente terá tempo para se recuperar. Fiquemos, portanto, de olhos bem abertos. Acredito que estão se municiando para a tentativa de um tiro certeiro, que acerte, de preferência, bem no centro do Governo Lula e que seus fragmentos resvalem na imagem e história da candidata Dilma e a jogue por terra, ela e todo o governo do PT.

Porém, penso que a história desta sexta feira será diferente, tendo como base as grandes transformações sociais alcançadas pelo Presidente Lula frente ao governo, o que lhe confere hoje uma aprovação de 83%; a maior até hoje atribuída a um Presidente e que vem numa crescente já por três amostragens seguidas. Leva-se em conta ainda que, apesar de todas as acusações e denuncias apresentadas e demasiadamente exploradas pela mídia conservadora e elitista, a candidata Dilma continua inabalável e à frente nas pesquisas de opinião, o que lhe assegura, hoje, a vitória com uma certa tranquilidade.

O povo acordou de vez porque foram despertados por ações do governo Lula que, de fato, trouxeram mais comida à mesa do pobre e, por uma série de outros fatores como: a facilidade de acesso ao crédito pelas famílias de baixa renda; o aumento no consumo e consumo de qualidade por estas mesmas famílias; a inclusão social de 28 milhões de pessoas à classe baixa mas trabalhadora; a mudança para a classe média de 36 milhões de pessoas; a melhoria sistemática ocorrida na distribuição mais proporcional da renda, sem contar com a dignidade e o conceito de cidadania readquiridos por aqueles que já se sentiam inúteis e alijados do processo e totalmente fora das estatísticas segmentadas do País.

As transformações sociais ocorreram e consolidaram-se, vindo para ficar.
E o povo viu isso e, mais ainda, o povo sentiu.
Então, olhos atentos ao debate desta sexta, todos nós brasileiros, mas, não vamos nos deixar iludir e nem nos influenciar por interesses ocultos e obscuros apresentados de última hora.

Vamos pelo evidente e o evidente é a transformação social e econômica promovida e realizada pelo Governo Lula nos seus oito anos de mandato, plantando neste País algo jamais visto:
a valorização do cidadão pelo cidadão;
a valorização do povo pelo povo;
o reconhecimento de que o povo é a Nação e que a Nação existe para proporcionar e zelar pelo bem estar desse mesmo povo.
Está na Constituição Federal, a nossa carta maior.

Então que o povo seja soberano na hora de votar e de decidir.
Que o povo determine e escolha, manso e serenamente, o caminho a seguir.
Que o número treze, que já foi tido como número do azar, seja, mais uma vez, a nossa feliz e real solução. E, parafraseando o grande Mário Jorge Lobo ZAGALLO, vamos dizer a toda essa direita conservadora e elitista, arcaica e obsoleta, o mais novo hino de um povo altivo e soberano: Vocês vão ter que nos engolir. Até domingo.

Roberval Paulo

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A PRIVATIZAÇÃO DO SOL

Mais uma de Zé das Trevas

Essa do sol para todos é utopia. Utopia não, é mesmo é piada. O sol não nasce para todos. Quer dizer, nasce para todos mas, a sua luz, o seu esplendor e a sua energia cósmica e divinal não chegam a todos pelo fato de ser o mesmo, estatal. Não sabiam? Pois é verdade. O sol é,  por característica, de utilidade pública, então, é bem público. Eu explico. Vejam bem; todos tem direito à sua luz e ao seu brilho mas, nem todos o tem e, uma das razões, penso eu, está no fato do mesmo se caracterizar pela utilização pública pois, sendo o nosso serviço público de tão péssima qualidade, jamais os seus benefícios haverão de chegar a todos e, mesmo quando chegam, é só o serviço, sem qualidade nenhuma.

Bem, preocupado diante deste tão sério problema e buscando uma maneira de levar a luz do sol e seus benefícios a todas as pessoas, resolvi me atirar de cabeça na criação de um programa de "privatização" do sol.

Na elaboração de tal projeto, surge o primeiro problema.
Se o sol for privatizado, com certeza, irá melhorar a qualidade no atendimento e na prestação dos serviços em geral mas, por outro lado, será menor o número de pessoas com acesso a esse serviço que, sendo o mesmo privatizado, é imprescindível maximizar o lucro e para essa maximização tão necessária à manutenção desse capitalismo selvagem, é preciso que as pessoas paguem um preço muito alto.

Aí me pergunto. E quem não puder pagar? Vai ser condenado a viver no escuro?
Não, não pode ser. Assim eu estaria restringindo o uso do sol ao privilégio de uma minoria e não é esse o meu objetivo.

Nesse impasse, resolvi então reformular o projeto.
- Ah! Já sei. Vou instituir uma fundação filantrópica, sem fins lucrativos e aberta a todos, indistintamente e indiscriminadamente. Agora, como bancar e manter esta fundação? Com que recurso? Com que dinheiro?

Pensei, pensei. Eureka! Encontrei a solução. Com o fundo de campanha dos candidatos. Esse dinheiro não serve para outra coisa que não seja escurecer a vida das pessoas, roubando-lhes o sol, despojando-as da sua cidadania e, o cidadão, privado do direito natural líquido e certo de ver e curtir o seu próprio sol, não pode ser nem chamado de cidadão. É um sem sol e sem pátria; sem mundo e sem vida.

Enquanto eu elaborava esse projeto, e falava, e sonhava, Zé das Trevas, candidato da vida e político da conveniência, sentado bem do meu lado, assistia a tudo, intrigado. Por fim, falou.
- É, esse seu projeto, se aprovado, é pro fim da vida é? Pra durar eternamente?
- Sim, respondi.
- É um projeto muito caro, audacioso, de valor quase que incalculável né? Tornou ele.
- Sim, respondi de novo.
- Então só esse dinheirinho do fundo de campanha dos candidatos não vai dá pra bancar esse projeto não. Como é que você vai fazer?
Respondi sem poder conter meu entusiasmo.
- Dá e ainda sobra Zé; e sobra muito. O meu projeto destina apenas 1 %  do fundo de campanha dos candidatos para o programa "Privatização do sol". O restante, ou seja, 99 % do fundo de campanha eu vou acrescentar na lei que sejam destinados à saúde e à educação do povo. Se não der para resolver todo o problema da educação e da saúde, pelo menos dá uma ajudazinha. Mas de uma coisa eu tenho certeza. Com a aprovação desse projeto, o problema do sol ficará definitivamente resolvido e o mesmo brilhará, intenso e divino, com qualidade total, para todos, indiscriminadamente. Até para você Zé das Trevas.

- Não. Eu já estou acostumado com o escuro. Acho que não vou querer não, falou Zé das Trevas.

- Não tem essa de não querer não "Zezin"? Tem que aceitar e se adequar. É lei, respondi.

Zé das Trevas coçou a cabeça, remexeu-se na cadeira e pigarreou. Olhou para o sol protegendo os olhos com o dorso da mão, fez uma careta e tascou.
- Vai começar a insatisfação e a dor de cabeça toda de novo. Tenho que mexer os pauzinhos pra derrubar esse seu projeto. Ele é bastante revolucionário e, se é revolucionário, é perigoso demais para nós.

O novo me mete medo, principalmente quando tem esse negócio de povo envolvido.

Mas o pior é que pra conseguir derrubá-lo, só aplicando nos fundos de campanha. Esse meu grupo de apoio não dão um voto sequer sem uma pasta de dólares acompanhando.

Roberval Paulo

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O REI DO FUTEBOL E SEUS 70 ANOS

Uma pausa na campanha eleitoral para, fazer parte, com muita honra, do time de homenagens ao Rei Pelé.

Tenho 42 anos de idade e não tive o prazer nem a grata satisfação de ver Pelé jogar. Sou da geração Zico e Maradona e acompanhei de perto a carreira desses dois excelentes, mágicos atletas e maestros do futebol e presenciei mais uma dessas injustiças praticadas com muita frequência no futebol.

Maradona teve o nome mais explorado pela mídia e, consequentemente, mais popularizado mundialmente em razão de ter participado de duas copas do mundo em que a Argentina sagrou-se campeã, com atuações memoráveis, dignas de um craque.

O Zico, por sua vez, com toda a sua excelência, qualidade e classe, disputou três copas do mundo e não conseguiu ser campeão por razões que só os deuses do futebol são capazes de explicar e, por este motivo, foi menos badalado pela mídia e pelo povão que só carimba e atesta verdadeiro o que a mídia ensaia e passa a bola para que o povo diga.

Mesmo assim, analisando friamente a carreira dos dois e vou me ater, para isso, só ao futebol, o Zico foi muito mais jogador que o Maradona; muito mais inteligente e bem mais completo. Cobrador de faltas com excelência e o melhor, mundialmente falando, nesse fundamento; habilidade com as duas pernas; alcançava um raio de ação com a vista que lhe proporcionava uma visão de jogo invejável, sendo preciso nos lançamentos a curta e longa distância e nas jogadas pra frente, em diagonal, as famosas enfiadas.

Sendo os dois, Zico e Maradona, meias, por característica, basta comparar o número de gols marcados por um e pelo outro para se chegar à conclusão de quem foi o melhor. Zico, na sua posição, é o maior artilheiro de todos os tempos do futebol mundial.

Mas, pera aí. Não tô entendendo mais nada. Esse futebol é mesmo mágico.

Eu comecei a escrever sobre o Rei do Futebol e, que eu saiba, o Rei do Futebol é, foi e acredito que será sempre o Pelé, o nosso tão amado e querido e idolatrado Edson Arantes do Nascimento.

Bem, deixando as polêmicas de lado e adotando a máxima de que quem foi rei nunca perde a magestade, esse sim, é Rei de fato e de direito.

É o maior jogador de todos os tempos.
O atleta do século.
O maior artilheiro também de todos os tempos.
O atleta que mobilizou o mundo em torno do futebol e, com isso, possibilitou a abertura de tantas e tantas portas para as discussões de problemas tanto dentro do futebol como para questões sociais e cruciais para os destinos da humanidade.

Quando se fala de Rei do futebol, Pelé é unanimidade nacional e mundial.
É aclamado e reverenciado por onde passa.
Platéias e países inteiros silenciam à tua presença e o aplaudem com fervor e paixão.
E ainda mais, o reconhecem exatamente como o Rei do futebol.

Como disse no início, não o vi jogar mas, não precisava.
A história fala por si e os "tapes" que vemos hoje com as jogadas do Pelé atestam, incontestavelmente, essa realidade.

Ele é o nosso Rei. Nosso Rei e Rei do futebol mundial.
Um mágico da bola. Um artista das quatro linhas.
Suas jogadas são investidas de tanta plástica e perfeição que às vezes parece não ser real.
Encantou torcidas, gerações inteiras, multidões pelo mundo.
É realmente o nosso Rei do futebol e, pela sua excelência e competência e qualidade, virou cidadão do mundo.

Valeu Pelé! É muito bom, deveras, excelente tê-lo como nosso.
Parabéns por estes seus 70 anos e parabéns por tantas alegrias dadas de graça, só pelo seu talento, ao nosso povo e, principalmente, aos amantes do futebol. Do bom futebol e do futebol enquanto arte.

Parabéns Pelé!
Você é nosso e não te deixaremos.
Temos aqui conosco e teremos sempre em nossos corações, um patrimônio da humanidade.
Patrimônio da humanidade e que é nosso. Todinho nosso.
Parabéns Pelé! Valeu!
Parabéns com toda honra e gratidão ao Senhor Edson Arantes do Nascimento, o popular PELÉ.

Roberval Paulo

A GLOBO E ALIADOS - Cap 2 - A Nova Investida

Foram muitas as tentativas e muitos os temas explorados pela Rede Globo de Televisão, juntamente com diversos outros aliados do mesmo propósito, com o intuito claro de desvirtuar, desmerecer e desqualificar a candidata Dilma Roussef e o governo Lula, em prol da direita conservadora representada pelo PSDB e pela campanha do candidato José Serra.

Em muitas ocasiões isso ficou tão evidente que mais parecia o Jornal Nacional um palanque pró-serra, dado o veneno e a destinação das informações e denúncias veiculadas.

E todo este "desserviço" dispensado ao país em serviço prestado pela rede Globo e aliados à campanha tucana é gratuito e voluntário. Tem simplesmente o simples e único objetivo de transformar o Brasil no porto seguro da entrada dos capitais privados, nacional ou internacional, não importa, desde que seja capital e, de preferência, especulativo e lastreado pela selvageria do lucro a qualquer custo, em detrimento do próximo bem próximo fisicamente e tão distante a perder de vista pela exclusão malévola patrocinada pelo capitalismo conservador e tradicional que transforma em ouro tudo o que em ouro é pesado e deita em terra virgem e fria tudo que é sonho e aspiração e povo e gente.

O mantenedor e investidor desse modelo de sociedade planejada e pregada pela campanha "tucana" nada tem de verde nem de ave, muito menos de social e popular. O tucano como símbolo é mais uma artimanha gatuna de dar o tapa e esconder a unha da camaleonada do Serra e companhia.

Esse grupo é cruel e está centrado na garantia dos lucros exorbitantes aos detentores do capital e à massa, a sobra. É, entre outras coisas, um investidor inescrupuloso, a serviço unicamente do mesmo capital, forjado, alimentado e realimentado na escola do tudo por ele nada sem ele. Eis a grande verdade. Porém pregam um governo de união nacional; um pacto nacional pela educação; um governo de igualdade. Atentem pois é tudo isso uma grande mentira e terrível enganação.

A última desses nossos conceituadíssimos veículos da informação é trazer novamente à cena o caso da Receita Federal.

Ora, se a violação dos dados fiscais das lideranças tucanas foram produzidas e levadas a efeito pelo senhor Amaury Ribeiro Jr, funcionário do Jornal o Estado de Minas e, segundo a Polícia Federal, todas as despesas com as viagens de Amaury e com a obtenção dos documentos fiscais foram custeadas pelo mesmo jornal;

Considerando depoimento do próprio Amaury, esse dossiê era para ser utilizado em defesa do governo de Minas, do então Governador Aécio Neves, do PSDB;

Considerando ainda que essa violação ocorreu em setembro e outubro de 2009, bem antes do início da pré-campanha eleitoral;

Evidente está que a arquitetação para montagem deste dossiê foi motivada por uma contenda interna do PSDB, entre o grupo de Aécio e o de Serra, não querendo aqui confirmar o envolvimento destes mas, tudo isso está devidamente elucidado.

Agora, a esta altura da campanha eleitoral, nada conseguindo provar, como diz a própria Polícia Federal que nada foi comprovado da utilização dessas informações na campanha, vem a divulgação de que os dados, é bom que se lembre sempre, coletados pelo senhor Amaury Ribeiro Jr, a serviço do jornal o Estado de Minas e em defesa do Governo de Minas Gerais foram roubados por um integrante da campanha de Dilma Roussef. Pacência. Roubados como? Por quem? Como e quando? E para quê?

Dados levantados dentro do próprio PSDB, com objetivos sabe se lá quais, só eles é que podem dizer e agora em poder do PT e da campanha da Dilma? Como? A que a de servir essas informações senão aos autores da mesma.

Esse é o modelo torto da direita elitista e conservadora agir. Atribuir ao outro o que é característico seu, medindo a todos pela regra da sua própria régua, desregrada e desprovida de medidas justas, só atendendo às necessidades da pequena fração que lhes dizem respeito, em detrimento do todo.

A eles, tudo e, ao povo, a sobra do resto.
É a proposta falso-moralista que tenta incutir na cabeça das pessoas um projeto de governo que nem eles mesmos acreditam, no jogo do vale tudo, pois é preciso  ganhar.

São déspotas e hipócritas e seus discursos carregados de tanto cinismo que, às mentes mais desatentas e desarmadas de maus sentimentos, faz tudo parecer verdadeiro.

Precisamos estar atentos e vigilantes para não permitir que nos roubem no que temos de mais importante: a nossa própria consciência.

Vamos firmar o nosso propósito e o propósito do Brasil, consolidado e tão bem guiado pelo governo Lula, na direção da justiça, da igualdade, da não discriminação e da paz social tão amada, sonhada e perseguida por todos nós brasileiros.

Roberval Paulo

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

ELEIÇÕES 2010 - VERGONHA NACIONAL - Reflita e faça a sua parte

É triste e lamentável. Chegamos ao extremo dos extremos. Ao absurdo dos absurdos. Ao cúmulo de todas as leviandades e irresponsabilidades acumuladas, multiplicadas quarenta e cinco vezes e tantas outras vezes possíveis e impossíveis, desde que no fim do túnel a luz brilhe, mesmo que envolta e embebida da mágoa e dor alheia; da indignidade e da vergonha popular. Mesmo que envolta e embebida da carne e do sangue de uma nação inteira. É vergonhoso. É muito mais do que isso. É caso de polícia.

A sociedade assiste a tudo, estupefata e impassível, sem entender e sem saber o que de fato está a acontecer; sem alcançar a exata noção de realidade; sem precisar o rumo certo a seguir e para quem a banda toca.

Essa é a pior campanha presidencial da nossa "controvertida" história republicana, em todos os aspectos e, diante deste fato, precisamos refletir bastante.
Primeiro, porque temos uma candidata, a Dilma Roussef que, reafirmando a sua história em defesa de um país e reagindo à opressão imposta e sofrida, representa um governo e um projeto que vem dando certo, com conquistas relevantes no campo social, na distribuição de renda, no acesso ao crédito e no emprego, realizações essas que foram capazes de proporcionar uma vida mais digna e trazer de volta às pessoas de vida comum a capacidade de sonhar e de novamente acreditar e ter esperanças em dias melhores para si e para os seus. Enfim, dias melhores para as comunidades até então sempre excluídas das estatísticas sociais, portanto, um governo que, salvo as irregularidades, infelismente, características do sistema; salvo a manutenção da estrutura de poder para a tal e tão necessária governabilidade, tem sido um governo voltado para as aspirações do povo, principalmente para as classes menos favorecida da nossa sociedade e do nosso Brasil.

Segundo porque, realmente, se põe em segundo, temos um candidato, o José Serra que, dado ao seu histórico político, diga-se de passagem, de valor considerável, detentor de diversos mandatos, sempre votado e aceito por uma parte da sociedade, não devia se dar a esse papel cruel de difamar e de agredir, de ferir e de imputar responsabilidades sem provas, sem fundamentação, com total leviandade e irresponsabilidade, criando factóides, agredindo a moral e ética das pessoas, colocando em choque e jogando por terra valores familiares, trazendo para o ápice da discussão a fé e as crenças religiosas, algo inaceitável no seio da verdadeira comunidade cristã, arquitetando e comungando de planos torpes e inescrupulosos em benefício próprio, não se incomodando e não se importando com a destruição irreparável que estes podem causar ou a quantas pessoas podem estes ferir, enfim, reinventando a roda ou a própira comunicação humana, desde que estas garantam-lhe a vitória e, o resto, todo o resto que se exploda.

É vergonhoso e lamentável e triste mas é essa a nossa realidade e da qual não podemos nos desvencilhar e nem nos furtarmos a fazer valer as nossas próprias convicções, o nosso ideal e o ideal que pensamos para todos em comum e para as gerações futuras.

No final de tudo, você eleitor, é a peça chave e fundamental de todo esse processo. Processo esse sujo ou limpo, verdadeiro ou mentiroso, fantasioso ou real, você eleitor, é o alvo principal.

Faça valer a pena. Analise com critério e muito cuidado. Não se acovarde nem se venda. Não se deixe levar por uma mídia sensacionalista, imediatista e interesseira que, com seus olhos de vácuo, cheios de ambição e egoísmo, enxerga a população como simplesmente sua massa de manobra e nos joga goela abaixo sua podridão e enxôfre para a nossa degustação alienada e fragilizada pela nossa própria falta de posição.

Faça valer a pena. Não se curve e não entregue seu destino aos interesses de outros que não sabem e não conhecem as suas dores, muito menos as suas necessidades.

Faça valer a pena meu caro eleitor. Você é soberano da sua vontade e senhor único da sua decisão.
Lembre-se. A sua decisão é capaz de conduzir os destinos de uma nação inteira.

E mesmo com este poder, você é a parte mais fraca e consequentemente, será a mais afetada se a sua escolha e decisão for pelo lado errado.

Decida-se. Levante o peito e diga com altivez.
 - A minha escolha é em defesa do povo.
 - A minha decisão é pela continuidade do projeto que trouxe:
diginidade;
melhor distribuição de renda;
mais comida na mesa dos brasileiros;
mais inclusão social;
mais crédito e crédito fácil à população menos favorecida;
mais emprego;
mais sonhos e esperanças a uma nação que já não mais sabia sonhar.

Uma nação que, pós oito anos de governo LULA, volta a acreditar que...
é possível crer mesmo quando já duvidam todas as crenças;
que é possível acreditar mesmo onde a mentira impera;
que ainda é possível sonhar mesmo quando só de pesadelos temos a vida.
E, ainda mais, que é preciso resistir e persistir, mesmo com a navalha na carne, desde que seja justa e nobre a causa e que você nela acredite.

Acredite então no sonho e o persiga e este se fará em doce realidade.

Pondere e reflita em até 13 vezes e...acerte.
O Brasil lhe agradecerá e a paz e a justiça se aplacarão sobre toda a nação e poderemos enfim, todos nós, brasileiros, caminharmos mais soberanamente rumo ao futuro que nós próprios traçamos para o nosso povo e para a nossa tão querida e idolatrada salve! salve! Nação Brasil.

Roberval Paulo

terça-feira, 12 de outubro de 2010

O SISTEMA POLÍTICO E A EVOLUÇÃO DO TER

Sucesso não é só ter dinheiro. Dinheiro é importante e necessário porque o mundo é capitalista e precisa-se dele para viver. Para saciar vontades, desejos, vaidades; para satisfazer o ego. Dinheiro não é tudo mas, é preciso tê-lo. Porém ter sucesso não é só ter dinheiro.

Ter sucesso é estar em paz consigo mesmo e estar em paz com o mundo. Ter sucesso é não perder a essência do natural. É não perder a autenticidade e não perder os valores familiares, os valores éticos e os valores morais.

Ter sucesso é se harmonizar com o mundo; se harmonizar com as coisas e se harmonizar com as pessoas.Ter sucesso é ter paz de espírito e viver harmonicamente com tudo que o cerca, situando-se passivo e serenamente no universo que o rodeia; no ambiente no qual está inserido.

Ter sucesso é poder levantar-se todo dia com a consciência em paz e, à noite, voltar para o aconchego do seu lar e dos seus aposentos, sem alterações, com essa consciência ainda em paz e poder recostar a sua cabeça no travesseiro e dormir o sono dos justos, sonhando com o outro dia que vai nascer e que você novamente vai acordar brando e sereno, para continuar essa tua nobre missão aqui debaixo do sol, nessa simplória vida; simplória vida de carne e lama.

Ter sucesso é compreender o contexto e a conjuntura da qual participa e ter voz ativa e consciência coletiva para discernir e assimilar que a estrutura é de todos e todos dela dependem e precisam e que esta relação precisa se dar da forma mais harmoniosa possível, sem elevar demais mas também sem excluir, buscando, inteligentemente, o ponto de equilíbrio necessário à sobrevivência de todos.

Precisamos nos mexer. Não sei como mas precisamos lutar contra o poder do ter em detrimento do ser. O dinheiro virou a verdade absoluta das coisas e tudo pode por ele. Tudo é permitido desde que o objetivo seja adquirir, angariar e ganhar mais e mais para acumular bens e riquezas materiais. Tudo é permitido desde que seja pelo dinheiro. Isso é triste e lamentável. Tudo por ele, nada sem ele.

Acostumamos-nos a isso e fermentamos em nós a insensatez, a indiferença e impotência diante da situação.

É impressionante como “cidadãos” que outrora protagonizaram grandes escândalos financeiros em que comprovadamente foram culpados; que se apoderaram do alheio, do bem público; que praticaram o tão falado tráfico de influência; que roubaram, saquearam cofres públicos, desviaram verbas; subtraíram, ludibriaram, enganaram e, hoje, posam de bom moço e são, em muitos casos, pessoas ilustres e notáveis para o país e são admirados por todos. Tiveram problemas com a justiça, se defenderam e saíram impunes e, por terem dinheiro, participam como ilustres da “alta e podre” sociedade.

O dinheiro compra a imagem. O dinheiro compra a índole das pessoas, a integridade moral. O dinheiro trás status, poder e notoriedade e transforma o seu detentor em celebridade, mesmo que sua origem seja duvidosa ou que seja resultado do crime. Não importa de onde venha, desde que se tenha em grande quantidade, em abundância. O sujeito rouba e rouba, vira milionário e todos sabem disso e, depois, ele cria uma fundação, uma ONG, uma associação e vai lavar – dar status de legal ao que é ilegal - todo o dinheiro roubado.

Mas a nossa mídia sensacionalista e interesseira e altamente capitalista e ainda, totalmente imediatista, prega que este é um cidadão de bem e que está preocupado com a situação social do país, transformando-o em exemplo de honradez e solidariedade. Passam todos a admira-lo, mesmo conhecendo o seu passado. É o império da hipocrisia.

Ressalto sempre que o dinheiro é importante e é necessário tê-lo, pois é com ele que compramos a nossa casa, o nosso carro, a faculdade do nosso filho. É ele que nos permite desfrutar de tanta coisa boa que a vida oferece, satisfazendo e massageando o nosso ego e vaidade. Mas, o que refuto é que o TER não pode sobrepor-se ao SER.

Observem quanto caótica é a nossa realidade. Não existe, em nosso país, nenhum outro segmento que, num intervalo de tempo bem pequeno, promova mais o enriquecimento ilícito de pessoas do que o sistema político. O sujeito vira prefeito, deputado estadual e quando chega a deputado federal, já está milionário. Não tem, para isso, uma explicação lógica, pois, somando-se todas as rendas e subsídios recebidos oficialmente, revela-se uma discrepância e incompatibilidade, enormes, em relação ao patrimônio adquirido.

Mas, todos consideram isso normal. Daí, é só chegar as campanhas eleitorais e nós estamos lá “embaixo” do palanque, aplaudindo este mesmo cidadão ladrão. E a sociedade toda o respeita, venera e admira. Ele compra todos. Isso é demais e mostra o quanto somos acomodados e alheios à nossa realidade e o quanto nos corrompemos também.

Mas a realidade é cara e se apresenta aos nossos olhos para ser comprada, todos os dias. E se mostra da sua forma mais dura e cruel.

>Meninos abandonados e unidos, nos sinais de trânsito das grandes cidades ou nos pátios tortos das praças mortas, tão pequenos e maltrapilhos que nem gente parece, tendo sacos de cola como alimento e roubando, roubando o que a sociedade lhe roubou: a dignidade, a inclusão, a família;

>O tráfico aliciando crianças e jovens, homens e mulheres e matando inescrupulosamente e desgovernadamente quem não aderir ou se calar ao seu poderio, tendo o estado como principal financiador.

>As nossas meninas, a cada dia, mais novas, expostas e jogadas nos campos de prostituição, vendendo o corpo e a alma, vendendo os seus sonhos de menina e perdendo a sua aura de anjo.

>As famílias enclausuradas pelas cercas físicas e cercas do medo, assustadas e angustiadas por aqueles que o estado não acolheu e que a evolução lhes negou oportunidades.

>Pais de família começando a roubar, atirados ao submundo pela necessidade. Daí, para o crime pelo crime é só a distância entre a fome e a necessidade de comer; entre a dignidade e o descaso.

>As cidades inchando-se dia após dia de sonhadores em busca de dias melhores e que se transformarão, num futuro bem próximo, em um novo bando de miseráveis que arribaram do campo, tangidos pela miséria e pela fome, e que agora engrossam as estatísticas da miséria e da exclusão nos leitos aflitos e imundos das formidáveis favelas.

Enquanto isso, o outro lado do mundo se movimenta; a outra face da moeda mostra a sua cara sinistra.
Seus jatinhos e carrões, mansões e paraísos fiscais, piscinas e restaurantes, bebidas e mulheres. Éh! Mulheres são mercadorias, adquiridas para a sua satisfação e depois descartadas, valendo menos que casca de banana que, por sua vez, ainda aduba a terra. As mulheres, descartadas, já não mais vivem, vegetam, relegadas à impureza e ao assalto da sua alma e do seu corpo.

É triste, mas é assim. Essa é a nossa realidade. E o pior. Nós entendemos tudo isso como normal. Esses caras, os da política, legislam em causa própria.

Vejam o nosso congresso nacional, que mistura! Lá tem representantes de todos os segmentos que se dizem organizados do nosso país. Só não tem, de verdade, representantes do povo, do povão mesmo, da massa. Defendem somente os seus próprios interesses e não os interesses do povo. E ainda votamos e os elegemos, para nos roubar.

Mas, coitados de nós. Somos pobres e fracos; alienados e subordinados; usados e subornados; interesseiros e imediatistas; sem consciência política e, hipócritas. Só me resta dizer: Que país é este! E deixar que o silêncio, a impotência, a parcimônia, a insensatez, o imediatismo, o comodismo, a omissão e a degradação humana falem por todos nós.

Sentarmos-nos na esfera do tempo e deixar que o cortejo das horas nos leve ao outro lado do sonho, onde a realidade já foi subjugada e a vida, sozinha e única e despida de toda podre e pobre matéria, viva, esplêndida e celestialmente, para todo o sempre.

E que Deus perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna.
Amém!

Roberval Paulo

SER

Quero o poder
de não me dobrar
ao poder do dinheiro.
Quero ter dinheiro
mais quero o poder
de ser o seu dono
e não o contrário.
Quero o poder,
de não ser egoísta,
de não pensar só em mim.
Quero o poder de tirar do caminho
o que me faz mal,
o que faz mal à sociedade,
como um todo.
Quero o poder da igualdade,
quero partilhar;
partilhar idéias, sonhos,
desejos,
vontades;
partilhar o pão
alimento da vida;
partilhar meu sangue
se preciso for.
Quero ser gente; apenas gente.
Quero ser povo
e ser esperança.
Quero um sono tranqüilo
nas noites frias de inverno
e um cobertor de céu
para me aquecer.
Quero uma rede
pra me embalar
e fazer no balanço
o balanço da vida,
pra esfriar minha mente;
e refrescar meu corpo;
e aliviar meu peito;
e acalmar meus sonhos
em dias de calor.
Quero ser ponte para unir,
para ligar.
Me ligar com as cidades,
com os povos.
Me ligar com a terra,
com o velho
com o novo.
Me ligar com o mundo,
com as dores do mundo
com as coisas boas do mundo.
Me ligar com a vida
que é ligada à morte;
à morte do índio, da branco, do negro;
à morte do cão, do lobo, da ovelha;
à morte do justo; à morte do ímpio;
à morte igual do fraco e do forte.
E continuar a ligar;
me ligar com você,
me ligar comigo mesmo
e me ligar com DEUS.
E quero ser fonte,
a fonte incansável,
a correr sem parar,
sem se abater;
insaciável, a deslizar
pela encosta dos montes;
pelos vales do sol,
vales das sombras,
em sua corrida interminável;
levando em seu seio,
apenas água,
límpida água,
que lava tudo
que lava a terra
que lava o pecado
que sacia a sede,
a sede do mundo;
Que lava minh’alma
e a sua alma
e as nossas almas, e todas as almas
e nos faz um carinho
e nos leva daqui
a um lugar distante
mais perto dos céus
bem junto de “DEUS”.

Roberval Paulo