terça-feira, 4 de janeiro de 2011

SER

Quero o poder
de não me dobrar
ao poder do dinheiro.
Quero ter dinheiro
mais quero o poder
de ser o seu dono
e não o contrário.
Quero o poder,
de não ser egoísta,
de não pensar só em mim.
Quero o poder de tirar do caminho
o que me faz mal;
o que faz mal à sociedade
como um todo.
Quero o poder da igualdade,
quero partilhar;
partilhar idéias, sonhos,
desejos,
vontades;
partilhar o pão
alimento da vida;
partilhar meu sangue
se preciso for.
Quero ser gente; apenas gente.
Quero ser povo
e ser esperança.
Quero um sono tranqüilo
nas noites frias de inverno
e um cobertor de céu
para me aquecer.
Quero uma rede
pra me embalar
e fazer no balanço
o balanço da vida,
pra esfriar minha mente;
e refrescar meu corpo;
e aliviar meu peito;
e acalmar meus sonhos
em dias de calor.
Quero ser ponte para unir,
para ligar.
Me ligar com as cidades,
com os povos.
Me ligar com a terra,
com o velho
com o novo.
Me ligar com o mundo,
com as dores do mundo
com as coisas boas do mundo.
Me ligar com a vida
que é ligada à morte;
à morte do índio, da branco, do negro;
à morte do cão, do lobo, da ovelha;
à morte do justo; à morte do ímpio;
à morte igual do fraco e do forte.
E continuar a ligar;
me ligar com você,
me ligar comigo mesmo
e me ligar com DEUS.
E quero ser fonte,
a fonte incansável,
a correr sem parar,
sem se abater;
insaciável, a deslizar
pela encosta dos montes;
pelos vales do sol,
vales das sombras,
em sua corrida interminável;
levando em seu seio,
apenas água,
límpida água,
que lava tudo
que lava a terra
que lava o pecado
que sacia a sede,
a sede do mundo;
Que lava minh’alma
e a sua alma
e as nossas almas, e todas as almas
e nos faz um carinho
e nos leva daqui
a um lugar distante
mais perto dos céus
bem junto de “DEUS”.

Roberval Paulo

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