terça-feira, 25 de janeiro de 2011

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Artigo: Discussão

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

Em suma, o desenvolvimento econômico é um processo pelo qual a renda nacional real de uma economia aumenta durante um longo período de tempo. A renda nacional real refere-se ao produto total do país de bens e serviços finais, expresso não em termos monetários, mas sim em termos reais: a expressão monetária da renda nacional deve ser corrigida por um índice apropriado de preço de bens e consumo e bens de capital. E, se o ritmo de desenvolvimento é superior ao da população, então a renda real per capita aumentará.  O processo implica na atuação de certas forças, que operam durante um longo período de tempo e representam modificações em determinadas variáveis. Os detalhes do processo variam sob condições diversas no espaço e no tempo, mas, não obstante, há algumas características comuns básicas, e o resultado geral do processo é o crescimento do produto nacional de uma economia que, em si própria, é uma variação particular a longo prazo. 
==Como ocorre==
O processo de desenvolvimento econômico supõe que ajustes institucionais, fiscais e jurídicos são necessários, incentivos para [[inovação|inovações]] e [[investimento]]s, assim como fornecer condições para um sistema eficiente de [[produção]] e [[distribuição]] de bens e serviços à população.
Uma analogia ajuda a entender o significado: quando uma semente se torna uma planta adulta está exercendo um potencial genético, em outras palavras, está desenvolvendo-se. Quando qualificado pelo adjetivo econômico, refere-se ao processo de produção de riqueza material, a partir do potencial dado pela disponibilidade de recursos humanos e naturais e uso de tecnologia. No campo crítico da economia, a palavra desenvolvimento vem normalmente acompanhada da palavra capitalista para mostrar que o desenvolvimento refere-se ao todo social. Esta noção está muito bem desenvolvida, em diversos capítulos do livro de COWEN, M. P. e SHENTON, R.W. (1996, Doctrines of Development. London: Routledge). Especificamente sobre o desenvolvimento capitalista há um verbete no Dicionário do Pensamento Marxista de Tom BOTTOMORE (1988).

==Teorias==
Foram muitas as teorias voltadas para a promoção do desenvolvimento econômico. Como alternativa à [[crise de 1929]], o economista [[Inglaterra|inglês]] [[John Maynard Keynes]] formulou uma [[Escola keynesiana|hipótese]] de que o [[Estado]] deveria interferir ativamente na economia: seja regulando o [[mercado de capitais]], seja criando [[emprego]]s e promovendo obras de [[infra-estrutura]] e fabricando [[bens de capital]].

Essa teoria foi muito popular até os anos [[1970]] quando - em parte devido à [[crise do petróleo]] - o sistema monetário internacional entrou em [[crise]]. Tornou-se então  evidente a inviabilidade da conversibilidade do dólar em ouro, ruiu o [[padrão ouro|padrão dólar-ouro]], com [[inflação]] e o endividamento dos Estados por um lado, e uma grande acumulação de excedente monetário líquido nas mãos dos países exportadores de petróleo por outro. Em vista disso, sobreveio uma mudança de enfoque na [[política económica]].

Surge então a escola [[neoliberalismo|neoliberal]] de pensamento econômico, baseada na firme crença na [[Lei de Say]]), e cujos fundamentos já tinham sido esboçados em [[1940]] pelo economista austríaco [[Friedrich August von Hayek]]. Para corrigir os problemas inerentes à crise, os neoliberais pregavam a redução dos gastos públicos e a desregulamentação, de modo a permitir que as empresas com recursos suficientes pudessem investir em praticamente todos os setores de todos os mercados do planeta: tornar-se-iam [[multinacional|empresas multinacionais]] ou transnacionais.

==Neoliberalismo==

O neoliberalismo foi experimentado, primeiramente, por [[Pinochet]], no [[Chile]] {{ref|1}} na [[década de 1970]], e foi seguida pela inglesa [[Margaret Thatcher]] e pelo americano [[Ronald Reagan]] nos anos [[1980]].

O [[Chile]] tornou-se uma espécie de vitrine mundial do modelo [[neoliberal]]. O crescimento do PIB oscilou de uma taxa positiva de + 8% a taxas negativas inferiores a -13%. Entre [[1975]] e [[1982]], a média de crescimento foi de + 2,9% a.a.

No entanto, os custos sociais foram grandes. Mais de 200 mil chilenos tiveram que emigrar por razões económicas. O Chile viu seu desemprego subir dos 4% da era [[Allende]] para 18% na era [[Pinochet]], e a taxa de pobreza subir de 20% para 45%. Isso acabou por minar o apoio à ditadura e provocar a derrota de Pinochet em [[1988]], quando se iniciou a transição para uma democracia.

Embora os resultados a curto prazo da transição chilena para um modelo [[neoliberal]] de economia tenham sido ruins para a sociedade, ainda no início da [[década de 90]], o país se tornou a economia mais próspera da [[América Latina]], crescendo a taxas superiores a 7% ao ano, o que rendeu ao país o título de [[Tigres Asiáticos|Tigre Asiático]] latino-americano, em clara referência aos países asiáticos cujas economias cresciam rapidamente. O país conseguiu reduzir a pobreza de 50% de sua população em [[1987]], para 18,3% em [[2003]], tornando-se  assim o primeiro país latino-americano a cumprir as metas do milênio para a redução da [[pobreza]].

De [[1990]] até [[2004]], as práticas [[neoliberal|neoliberais]] preconizadas pelo [[Consenso de Washington]], em [[1990]]), e pelo [[FMI]], durante a década seguinte, tornaram-se um modismo quase irresistível para os governantes, que acreditavam ter encontrado a fórmula para alcançar um maior [[desenvolvimento econômico]]. Reformas foram aplicadas em vários países, notadamente nos mais pobres, no pressuposto de que, com a liberalização dos mercados, fosse possível atrair um maior volume de investimentos. {{ref|12}}

Entre algumas medidas consideradas necessárias para os neoliberais, estão as [[privatização|privatizações]] de [[empresa estatal|empresas estatais]], a abertura do  [[mercado de capitais]], a liberalização dos fluxos internacionais de capitais (inclusive para os investimentos de curto prazo, o ''hot-money'' ), o fim das [[reserva de mercado|reservas de mercado]] e a flexibilização de [[Direito do Trabalho|leis trabalhistas]].

Uma das reações às práticas neoliberais foi a busca de alternativas de [[desenvolvimento econômico local]], como forma de tentar suprir a incapacidade de promoção do desenvolvimento pelos Estados dos países subdesenvolvidos, nomeadamente em oposição às idéias e práticas [[neoliberal|neoliberais]].

=={{Ver também}}==

* [[Crescimento econômico]]

* [[Desenvolvimentismo]]

* [[Desenvolvimento sustentável]]

* [[Pobreza]]

* [[Economia do Chile]]

* [[Teoria da Dependência]]

=={{Ligações externas}}==

* [http://72.14.209.104/search?q=cache:http://www.ie.ufrj.br/moeda/pdfs/novo-desenvolvimentismo_jornal.pdf SICSU, João; PAULA, Luiz Fernando; e RENAULT, Michel. ''Por que um novo desenvolvimentismo ?''. Jornal dos Economistas no. 186, janeiro de 2005, p. 3-5]
* [http://cliodynamics.ru/index.php?option=com_content&task=view&id=147&Itemid=70 Historical Dynamics and Development of Complex Societies]

==Referências==

* RENAULT, Michel; André Ribeiro ,PAULA, Luiz Fernando e SICSU, João (organizadores).''Novo-Desenvolvimentismo: um projeto nacional de crescimento com equidade social''. São Paulo: Editora Manole/Fundação Konrad Adenauer, 2005. ISBN 8598416045

* MEIER, Gerald M. & BALDWIN, Robert E. Desenvolvimento Econômico. São Paulo: Editora Mestre Jou, 1969.

* {{nota|10}} {{Nota|12}} {{pt}} [[Joseph E. Stiglitz|STIGLITZ]], J.E. ''A Globalização e seus malefícios. A promessa não cumprida de benefícios globais. São Paulo, Editora Futura, 2002.

* {{en}} [[Joseph E. Stiglitz|STIGLITZ]], Joseph E.''Making Globalization Work''. New York, London: W. W. Norton, 2006.

* {{es}} {{nota|1}}{{nota|10}}[http://news.bbc.co.uk/hi/spanish/latin_

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