terça-feira, 7 de junho de 2011

MUSICARIA BRASIL - História da MPB



ANASTÁCIA, 70 ANOS
do site Musicaria Brasil


A cantora e compositora Anastácia chega aos 70 anos consagrada como uma das compositoras mais gravadas da música brasileira. Sua composição "Eu só quero um xodó"em parceria com Dominguinhos já teve mais de 400 gravações e entre seus intérpretes há nomes comoEntre seus intérpretes há nomes como Gilberto Gil, Gal Costa, Paula Toller entre outros.


A cantora e compositora pernambucana Lucinete Ferreira, ou simplesmente Anastácia, nasceu no bairro de Macaxeira, na cidade do Recife, nos idos anos de 1941 e desde muito cedo começou a cantar.

Ela, aos 7 anos, já cantava para as lavadeiras que faziam parte do cenário em que Lucinete estava habituad lá no açude de Apicurus, onde residiu até os 10 anos. Aos 12 anos entrou para o Pastoril Juvenil, na vila do Buriti, cuja organização era de Dona Margarida. Anastácia tinha uma participação muito expressiva, pois era uma pastora. Lá, ela encenava vários autos folclóricos mostrando sua tendência para arte. Quando tinha 12 anos se inscreveu no concurso de calouros "Clube Recreio da Fábrica", local onde sua mãe trabalhava. Foi a vencedora do concurso, sendo então, contratada pela orquestra de Otton Bezerra de Melo. Tudo ia muito bem na carreira de Lucinete, no ano seguinte foi contratada pelo SESC, no bairro de Vasco da Gama.

Em suas apresentações foi descoberta pelo ator Clênio Wanderley que levou-a para a rádio Jornal do Comércio, em Recife, onde integrou o elenco da emissora como cantora e comediante . Com o surgimento da televisão e a perda de popularidade do rádio, Lucinete rumou para São Paulo, em 1960. Ao chegar na capital paulista, conheceu uma das duplas mais influentes da época Venâncio e Corumba. Os repentistas a levou para um teste na gravadora Chantecler. Não demorou para gravar um compacto duplo e, em seguida, um LP onde aparecia com o pseudônimo de "Anastácia". O LP trazia a composição " Vai, Vai" de Venâncio e Corumba, e teve grande repercussão no Nordeste.

Em 1960, foi morar em São Paulo, onde mudou seu repertório para o gênero nordestino. Realizou shows pelo interior paulista, participando da "Caravana do peru que fala", com Sílvio Santos. Em seguida apresentou-se com Venâncio e Corumba, dupla de cantores nordestinos. Nessa mesma época ganhou do produtor, cantor e compositor Palmeira, então diretor da gravadora Chantecler, o nome artístico de Anastácia, por inspiração de filme com o mesmo nome que fazia bastante sucesso na época. Ainda em 1960, gravou seu primeiro disco, um compacto com as músicas "Noivado longo", de Max Nunes, "Chuleado", "A Dica do Deca" e "Forró fiá", todas de Venâncio e Corumba.

Em 1961, gravou seu primeiro LP pela Chantecler. Em 1963, o cantor Noite Ilustrada gravou a primeira composição de Anastácia, "Conselho de amigo", feita em parceria com Italúcia. Passou, em seguida, para a gravadora Continental onde gravou quatro LPs, que obtiveram sucesso especialmente no Nordeste. Ainda em meados dos anos 1960, conheceu Dominguinhos, com quem se casaria e formaria uma parceria musical, num programa de Luiz Gonzaga na extinta TV Continental no Rio de Janeiro. Participaram de uma caravana artística com o "Rei do baião".

No ano de 1966 ao participar do programa Chapéu de Couro, de Jorge Paulo, ela conheceu o sanfoneiro e compositor Dominguinhos, que lhe fora apresentado pelo cantor Ary Lobo. No ano seguinte, recebeu convite de Luiz Gonzaga para abrir seus shows no Nordeste. O rei do baião convidou Dominguinhos para acompanhá-la, daí, nasceram mais de duzentas parcerias entre elas "Eu só Quero um Xodó". Os dois funcionavam como uma dupla de compositores cuja parceria frutífera findou em 1978.


Em 1969, participou com Dominguinhos do Festival de Música Regional Nordestina, promovido pela TV Bandeirantes, com as composições "Um mundo de amor", que não foi classificada e "De amor eu morrerei", que chegou em segundo lugar, as duas defendidas pela cantora nordestina Marinês. Com Dominguinhos compôs mais de 50 músicas. Em 1969, lançou pela RCA Victor o disco "Caminho da roça", com a participação de Luiz Gonzaga nas faixas "Minha gente, eu vou me embora", de Antônio Barros e "Feira do pobre", de Onildo Almeida.

Em 1970, lançou o LP "Canto do sabiá", apenas com composições de sua autoria. No mesmo ano, gravou duas composições, "De amor eu morrerei" e "Um mundo de amor", no LP "Festival nordestino", ambas de sua autoria e Dominguinhos. Em 1971, lançou o LP "Torrão de ouro". Em 1973, Gilberto Gil gravou sua composição de maior sucesso, ainda em parceria com Dominguinhos, "Eu só quero um xodó", que recebeu mais de 20 regravações. Em 1974, teve duas de suas músicas gravadas por duas das maiores cantoras brasileiras, Gal Costa, que regravou "De amor eu morrerei" e Ângela Maria que gravou "Amor que não presta não serve pra mim".

Em 1989, participou, juntamente com o grupo Bendegó e Cézar do Acordeom, do LP "Forró bom! - É do ABC!!!", da gravadora Musicolor/Continental, disco no qual interpretou "Forró bom é do Abc", "Quando me lembro de tu", e "Eu tô doida pra te ver", de sua autoria, e "Nó no pescoço", parceria com Marcos Rozilla. Em 1994, a composição "Tenho sede" foi regravada por Gilberto Gil, no disco "Unplugged".


Participou de projetos importantes como Pixinguinha, ao lado de Jackson do Pandeiro e Oswaldinho do Acordeon (filho de Pedro Sertanejo). Com Jorge Melo e Zé do Norte, participou do projeto Seis e Meia; do Festival de Itaúnas entre outros.

Entre discos e CD's a cantora já gravou um total de 45 discos, sendo 2 compactos além de participações em discos de outros artistas. Como compositora contabiliza mais de 500 composições sendo gravada por intérpretes como Luiz Gonzaga, Marinêz, Clemilda, Daniela Mercury, Nalva Aguiar, Waldick Soriano, Carmem Silva, Nara Leão, Fernando Mendes, Dóris Monteiro, Paul Mauriart, Timmy Thomas, Trio Nordestino entre outros.
GENIVAL LACERDA, 80 ANOS DO REI DA "MUNGANGA"
Posted: 06 Jun 2011 03:23 AM PDT


No último dia 05 de Abril um dos maiores nomes da música nordestina completou 80 anos e ainda continua em plena atividade fazendo shows por todo o país.

Por Wagner Lima


Para cantar forró é preciso ter "tutano", como se diz em qualquer bate coxa pelas cidades do Nordeste e isso o cantor e compositor paraibano Genival Lacerda mostra aos 80 anos completados ao longo de 2011 que tem de sobra. Com o jeito simples, roupas floridas, chapéu e o famoso gingado com a mão na barriga, o campinense, nascido em 5 de abril de 1931, consolidou nacionalmente um estilo único regado a duplo sentido e humor, sendo um dos grandes nomes da cultura nordestina.

Em 1956 lançou pela Mocambo o seu primeiro disco interpretando o "Coco de 56" de sua autoria e João Vicente e o xaxado "Dance o xaxado" de sua autoria e Manoel Avelino. Em 1957, gravou de Antonio Barros o rojão "Dança do bombo" e o coco "Balança o coco". Em 1961 gravou de Rosil Cavalcânti a moda de roda "Noé, Noé" e o "Coco de roda". Em 1962 gravou a moda de roda "Vasante da maré" de sua autoria e Antônio Clemente e o "Coco de cajarana" de sua autoria e Jacinto Silva. No mesmo ano adaptou com Antônio Clemente o coco "Mariá" de motivo popular e compôs com Rosil Cavalcânti o coco "O delegado deu ordem". Em 1963 gravou de sua autoria e Antônio Clemente o coco "Cajueiro abalou" e o arrasta-pé "Tomaram o meu amor".



Em 1975 gravou com enorme sucesso "Severina xique-xique", que fez parte do LP "Aqui tem catimberê". Graças a essa composição de sua autoria e João Gonçalves vendeu cerca de 800 mil cópias. Em 1976 lançou pela Copacabana o LP "Vamos Mariquinha", interpretando, entre outras, "É aí que você se engana" de sua autoria e João Gonçalves, "Forró da gente" de Onildo Almeida, "Sanfoneiro alagoano" de Brito Lucena, "Eu preciso namorar" de Gordurinha e "A mulher da cocada" de sua autoria e João Gonçalves. No mesmo ano, gravou pela Polyfar, outro LP com seu nome como título, onde registrou, entre outras, "Esse coco é bom" de sua autoria e Genival Santos, "Ninguém vive sem amar" de Juarez Santiago, "Quero me casar" de Gordurinha e "Chegue mais pra cá", em parceria com Francisco Azulão. Em 1977, lançou o LP "O homem que tinha três pontinhos", no qual interpretou de Cecéu e Graça Góis "Gente quase boa", "Mamã" e "Segure a cabra" e de sua autoria e Luiz Santa Fé "O homem que tinha três pontinhos" e "Sacolejando". Em 1985 lançou pela RCA o LP "Caldinho de mocotó".

Em 1987 gravou com grande sucesso o LP "A fubica dela", pela RCA com arranjos e regência de Sivuca e com a participação dos músicos Sivuca e Dominguinhos no acordeom e Coroné, integrante do Trio Nordestino na zabumba. Desse disco destacaram-se as composições "É nóis aqui forrumbando" dele e Accioly Neto, "A cobra de camelô" com João Gonçalves, "Fio dental" dele e Jorge de Altinho e "Seu amor é mesmo um doce", em parceria com Cecílio Nena. Alguns de seus maiores sucessos foram "Radinho de pilha" de Namd e Graça Góis, posteriormente regravado pelo conjunto de rock "Camisa de Vênus", "Tem pouca diferença" de Durval Vieira, que ele gravou acompanhado pelo grupo Capital do Sol e "Mate o véio, mate". Com estilo satírico e picante, em cerca de 40 anos de carreira, já havia gravado 38 LPs.


Em 1999, participou do disco "Marinês e sua gente - 50 anos de forró", cantando ao lado de Marinês o "Forró do beliscão", de Ary Monteiro, João do Vale e Leôncio. Em 2000 lançou, pela gravadora CID, o CD "Genival Lacerda ao vivo", em comemoração aos seus 50 anos de carreira, contando com as participações especiais de Dominguinhos e de Osvaldinho do Acordeom, e de Durval Pereira, no zabumba, pandeiro de triângulo, em show realizado na casa de espetáculos Coringa em São Paulo. No CD estão presentes diversos sucessos de sua carreira, entre os quais "Severina Xique Xique", "Radinho de pilha", "Mate o véio" e "Caldinho de mocotó". Em 2004, foi homenageado pelos mais de 50 anos de carreira, cantando com com a cantora Clemilda, durante o IV Fórum de Forró de Aracaju no Teatro Atheneu. Na ocasião realizou um concorrido show durante o evento.

Em 2008, fez uma turnê pelos principais centros do forró nordestino, dentre os quais Aracaju, Caruaru, João Pessoa e Juazeiro. Essa turnê deu origem, no mesmo ano, a um documentário "É tudo verdade - O Rei da Munganga". O filme, que acompanha Genival na sua mais recente viagem pelo nordeste, teve produção, roteiro e direção de Carolina Paiva, e contou com a participação especial da Orquestra Sinfônica Jovem do estado da Paraíba, que acompanhou o cantor em algumas músicas. Durante o documentário, que foi dedicado à memória de Marinez, sua ex-esposa, são tocados sucessos como "Severina Chique-Chique", do prórpio Genival Lacerda; "Maristela", de Pinto do Acordeon; e "Minha origem".



Até o final do ano, Genival que acumula mais de 23 CDs, 49 LPs e dezenas de compactos simples e duplos, deve lançar um novo disco com 18 canções de Luiz Gonzaga, uma das suas principais influências ao lado de Jackson do Pandeiro, Luiz Vanderlei e Luiz Vieira. Aos 80 anos, Genival tem dois sonhos: ver o filho, o cantor e compositor João Lacerda, com o trabalho consolidado no forró; e continuar cantando. Quem ainda nunca ouviu 'Mate o Véio', 'Galeguim do Zoio Azul', 'De quem é esse jegue?, 'Radinho de Pilha', 'O Chevette da Menina', 'Caldinho de mocotó' talvez saiba até muito, mas não sobre a cultura popular do Nordeste e um dos seus maiores ícones.

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