quinta-feira, 2 de junho de 2011

UMA HOMENAGEM À MULHER - Alan Brizotti

Obs: Querendo fazer uma homenagem à mulher, estava eu cá pensando em como e, enquanto pensava, navegava pela net e encontrei este texto no blog do Alan Brizotti que veio bem a calhar. Achei o momento oportuno, mesmo fora do seu dia mulher. Que oito de março seja todos os dias do ano. Parabéns às MULHERES!!!

Mulher, uma homenagem


Dizem que quando Deus criou Adão, fez um esboço de humano, mas ao fazer Eva, a arte final.

A mulher, apesar do que o senso comum insiste em dizer, ainda sofre. Contudo, existindo entre a estabilidade e o caos, ignorada ou reduzida a clichês maldosos, ela insiste em vencer, em afirmar sua veia triunfante. Em muitos lugares, a mulher, ainda, consegue qualificação social apenas pela via da maternidade, enfrenta desde o preconceito da sociedade aos desmandos de seus maridos.

Ninguém sofre uma opressão tão prolongada ao longo da história como a mulher. Segundo Robinson Cavalcanti, no Brasil da escravidão, a mulher só tinha permissão para falar alto para usar duas expressões: “Ai, meu Deus!” e “cala a boca, menino”.

Mutiladas em países da África; censuradas em países islâmicos; subjugadas como escravas e prostitutas em regiões da Ásia; deploradas como filha única por famílias chinesas; elas carregam o maior peso da pobreza que atinge, hoje, 4 dos 6 bilhões de habitantes da terra. Metade da humanidade é mulher; A outra metade, filhos de mulheres. Elas escrevem a história com ternura, lágrimas e alma.

Vamos refletir sobre alguns aspectos do feminino face ao processo histórico:

A presença feminina no social – a beleza que desafia o caos


Elas começaram sua marcha na história lutando por direitos políticos básicos, como o direito de votar. Participaram ativamente da resistência à ditadura militar no Brasil, e contra outros regimes totalitários na América Latina e no resto do mundo. A história é o reflexo de mulheres que gastaram suas vidas para melhorar outras: de Joana D’arc a Teresa de Ávila; da Princesa Isabel a Chiquinha Gonzaga; de Madre Teresa a Cecília Meireles – mulheres que deixaram suas marcas.

O apóstolo Paulo citou várias delas em suas cartas – mulheres que emergiram das sombras do anonimato e se afirmaram como provedoras de beleza no caos! Beleza não como objeto do erotismo desvairado de hoje, mas como a força que envergonha a aparente fragilidade.

Os desafios para a mulher no século XXI – tempo de conquistas e reflexão


Na era da decepção e da decadência moral, a mulher tem uma guerra violenta contra o conceito de mulher/objeto. Atacadas em sua dignidade, elas são despidas em outdoors e capas de revistas; reduzidas a iscas de consumo na propaganda televisiva, onde nos programas humorísticos é relegada ao papel de notória imbecil; condenadas à anorexia e à beleza compulsória pela ditadura da moda que alarga cada vez mais a distância entre ética e estética. Sem falar no Carnaval, onde a mulher é só um ítem do consumismo masculino erotizado.
As belas e burras têm mais “valor de mercado” dos que as ditas “feias e inteligentes”. É a subcultura dos dinossauros: “corpo grande, cabeça pequena”. Ela precisa encarar com garra o desafio da afirmação: Não apenas uma espécie de constante lembrete de sua existência, mas a certeza de que é digna de ser vista, amada e ouvida. Também enfrenta o desafio do afeto: Na luta, não perder a feminilidade. Não perder seu encanto, não se embrutecer.
Mulheres de Deus escrevendo a história – compromisso com novos tempos

Deus está à procura de mulheres que o revelem em cada abraço, em cada afeto. Mulheres que transformem sua coragem em ato e seus atos em marcas. Mulheres que assumam seu lugar e seus momentos – sem medo de ousar e de quebrar limites. Mulheres que amem como Raquel, vivam os espetáculos da graça como Ana, e aprendam o servir com Maria, a serva por excelência!

É tempo de fazer história para a glória de Deus e para quebrar os paradigmas da ignorância que ainda resistem em nossos quintais evangélicos.

Como escreveu Frei Betto: "O vermelho é a cor do batom, mas também das bandeiras libertárias e do sangue derramado injustamente pela opressão".

Coragem, teu nome é mulher!

Até mais...

Alan Brizotti, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, 8 de março...

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