Ainda
não me disseram quem vinha pra me alegrar.
É
que eu estava triste, uma tristeza tamanha
que
eu quase que nem sabia o que é ser um ser feliz.
Mesmo
com a ilusão de que aqui se caminha,
de
que aqui se aninha e encontra a felicidade,
mesmo
sabendo a cidade ser uma nossa aliada,
andando
em suas calçadas de luzes e sons perdidos
De
passos quase inauditos, de gritos roucos, de dor,
da
noite em seu esplendor a acolher seus incautos,
da
vida em passos largos, parando na encruzilhada,
na
ponte que está cortada para não mais se emendar
Do
ser que foi a voar por perder a caminhada,
da
fonte doce e cansada correndo sem se abater,
do
canto de um padecer mais solidão que tristeza,
mais
prazer que aspereza na calda de um bentevi
Te
vi ali, não aqui, resposta de um sabiá:
cantar
bem eu sei, sou eu, que não me encontro é com a sorte,
só
caminho é para o norte, um caminho conhecido,
não
de mim, de um ser antigo que habitava outro mundo
E
me disse – extra pra o mundo! – cheguei e aqui sou razão,
não
me fale de emoção, isso já foi, é passado,
agora
o tempo é fechado, não há lugar para a dor,
todo
o horror que habitava o universo do ser,
hoje
vai a entardecer o que amanhã for amor.
Roberval Silva
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