quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

PLENITUDE DO SER - Roberval Silva


Quero o poder
de não me dobrar
ao poder do dinheiro.
Quero ter dinheiro
mais quero o poder
de ser o seu dono
e não o contrário.
Quero o poder,
            de não ser egoísta,
            de não pensar só em mim.
Quero o poder de tirar do caminho
                        o que me faz mal,
                        o que faz mal à sociedade,
                                   como um todo.
Quero o poder da igualdade,
quero partilhar;
            partilhar idéias, sonhos,
                                   desejos,
                                   vontades;
partilhar o pão
alimento da vida;
partilhar meu sangue
                                   se preciso for.
Quero ser gente; apenas gente.
Quero ser povo
            e ser esperança.                               
Quero um sono tranqüilo
nas noites frias de inverno
e um cobertor de céu
para me aquecer.
Quero uma rede
pra me embalar
e fazer no balanço
                        o balanço da vida,
pra esfriar minha mente;
            e refrescar meu corpo;
            e aliviar meu peito;
            e acalmar meus sonhos
em dias de calor.
Quero ser ponte para unir,
                                   para ligar.
Me ligar com as cidades,
                                   com os povos.
Me ligar com a terra,
                                   com o velho
                                   com o novo.
Me ligar com o mundo,
            com as dores do mundo
            com as coisas boas do mundo.
Me ligar com a vida
que é ligada à morte;
à morte do índio, da branco, do negro;
à morte do cão, do lobo, da ovelha;
à morte do justo; à morte do ímpio;
à morte igual do fraco e do forte.
E continuar a ligar;
            me ligar com você,
            me ligar comigo mesmo
e me ligar com DEUS.
E quero ser fonte,
a fonte incansável,
a correr sem parar,
                        sem se abater;
insaciável, a deslizar
            pela encosta dos montes;
            pelos vales do sol,
                        vales das sombras,
em sua corrida interminável;
levando em seu seio,
                                   apenas água,
                                   límpida água,
que lava tudo
que lava a terra
que lava o pecado
que sacia a sede,
                        a sede do mundo;
Que lava minh’alma
e a sua alma
e as nossas almas, e todas as almas
e nos faz um carinho
e nos leva daqui
a um lugar distante
mais perto dos céus
bem junto de “DEUS”.


Roberval Silva

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