Não
há o que nos espera
que não seja o anoitecer
O
anoitecer que escurece
o sonho que não se fez
Um
anoitecer de morte
que o calor da vida esfria
Eu
sou refém da poesia
Não
quero ser este fim
em mim plantado na pele
Na
matéria que de terra
é o fim e seu começo
Ser
clandestino no berço,
cada vivente em seu tempo
Sou
eu o filho do vento,
só termino com a manhã
E
se a manhã começa,
sou eu também o começo
A
origem que do fim,
foi em mim que iniciou
A
Fênix, que ao morrer,
nem sabia ser eterna
A
onda que transportava
o mar do meu desamor
Fui
a roda e rodando,
rodei o meu existir
Na
direção de um verso
que eu sabia ser reverso
O
verbo que só em si
é começo e fim eternos
Sou
eu o clarão da vida.
Sou eu o lobo de mim.
Roberval Silva
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