É assim, não se explica.
Nascer, viver e ser somente e
nada mais.
Os dias chegam como se só
vidas trouxessem
e vão-se em noites de sonhos por terminar.
A manhã rejuvenesce; a cada
manhã sou mais velho.
O vento virgem da manhã torna
mais velho quem por ele passa.
É que a manhã traz vida nova
ao mesmo tempo que envelhece vidas já dormidas.
Os destinos se confundem nas
tantas encruzilhadas e confluências do ser e do existir.
A vida, por si só, segue em
frente e não se individualiza.
Vive de si mesma e não
retrocede nunca.
Vive de si mesma, descompromissada
e livre e além das comprovações científicas, porque a vida vive para todo o sempre – viva – superior a tudo e a todos.
O resto é sobra, e nada, e
morte, e inexplicável.
Inexplicável também o é, a
vida, mas,
porque abraçá-la com
suspeitas e dúvidas,
se o que vale é viver?
É acaso o dia maior que a
noite?
Será a ciência a contraprova
da fé? Ou vice e versa?
Não é só pelo milagre da vida
que é permitido à ciência, existir?
Como por em dúvida a sua
própria existência?
A vida vem da vida e traz em
seu bojo, a morte.
Dualidade existencial e
essencial.
Nascer e morrer. É a lei.
Nascer, viver e morrer, eis a
lei e nos basta.
E tudo o mais é especulação.
Vida que segue sem
explicação.
Para todo o sempre. Amém!
E que a terra nos seja leve.
Roberval Silva
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